quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Coluna Claquete – 15 de fevereiro de 2013



Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  - @colunaclaquete

  

O que está em cartaz

Ainda bem que o Carnaval passou, pois só assim o ano começa para valer. As estreias do final de semana são o thriller “A Hora Mais Escura”, e o drama “As Vantagens de Ser Invisível” na Sessão Cine Cult.  Continuam em cartaz o terrir “Meu Namorado é um Zumbi”, o nacional “Tainá – A Origem”, a comédia “Inatividade Paranormal”, o épico “Lincoln” de Steven Spielberg, e a aventura “João e Maria: Caçadores de Bruxas”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama “O Lado Bom da Vida”, “Django Livre”, a animação “Monstros S.A.”, e a comédia nacional “De Pernas Pro Ar 2”, enquanto o Moviecom mantém o drama “O Voo” (vejam na Sessão Filmes da Semana), com Denzel Washington, a animação “As Aventuras de Tadeo Jones”, o policial “Caça aos Gângsteres” e o musical “Os Miseráveis”.

Estreia 1: “A Hora Mais Escura

Os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 deram início a uma época de medo e paranoia do povo americano em relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que está por trás dos principais esforços em capturar Laden, por ter descoberto os interlocutores do líder do grupo terrorista. Com isso ela participa da operação que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o objetivo de capturar e matar Bin Laden. O título original é um jargão militar indicando 30 minutos após a meia-noite. A direção é de Kathryn Bigelow. “A Hora Mais Escura” estreia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e na Sala 4 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Zero Dark Thirty”)

 Estreia 2: “As Vantagens de Ser Invisível (Sessão Cine Cult)


Charlie (Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Sua professora de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. Mas Charlie continua a pensar pouco de si... até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele. A história é narrada por um adolescente tímido e impopular que descreve a sua vida em uma série de cartas para uma pessoa anônima e explora as fases difíceis da adolescência, incluindo o uso de drogas e sexualidade. A direção é de Stephen Chbosky. “As Vantagens de Ser Invisível” será exibido na terça-feira (19/02) e quinta-feira (21/02), na sessão de 20h50, na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “The Perks of Being a Wallflower”)

  

Filmes da Semana: “O Voo” e “Meu Namorado é um Zumbi”

A antipatia recíproca entre o carnaval e eu permitiu que fizesse coisas muito mais úteis, entre elas conferir duas das estréias do final de semana passado, o drama “O Vôo” e o terror juvenil “Meu Namorado é um Zumbi”. Fico feliz em reconhecer que fui agradavelmente surpreendido por estes dois títulos.
“O Voo” já indicava ser uma superprodução não apenas pelos efeitos especiais da magnífica sequência do acidente aéreo, como também pelo elenco estelar liderado por Denzel Washington. Mas, ao invés de ser um drama psicológico em função do acidente, ou de batalha jurídica, tão a gosto do público americano, “O Voo” trata da luta contra o vício – e as saídas possíveis.
Whip Whitaker (Denzel Washington) é um piloto comercial graduado, com larga experiência tanto na aviação civil quanto na militar, herança que vem de uma longa tradição familiar. Mas, enquanto é bem sucedido na profissão, na vida pessoal é uma confusão total. Divorciado, sem contato com o único filho, usuário de cocaína e consumidor pesado de álcool, Whip vive sua vida entre os prazeres do copo e da cama.
Numa viagem rotineira entre Orlando e Atlanta, o avião sofre algumas avarias e ameaça cair, e Whip faz uma manobra extremamente arriscada, levando a aeronave a um pouso forçado em um campo, evitando cair em uma zona urbana, salvando a vida de quase cem passageiros.
Embora bastante festejado pela imprensa, o caso desperta a atenção das autoridades aeronáuticas, pois os exames clínicos de Whip revelam o uso de álcool e cocaína. Enquanto o advogado Hugh Land (Don Cheadle) busca brechas jurídicas e falhas nas provas, os amigos de Whip tentam mantê-lo sóbrio e afastado da imprensa.
Mesmo com a ajuda de Nicole (Kelly Reilly), ela mesma uma ex-viciada em recuperação, Whip se ressente com a pressão de todos, pois considera que agiu como um herói, salvando muitas vidas, e que a bebida nada tinha a ver com isso.
Cada vez mais só, e chegando ao fundo do poço, Whip percebe existirem coisas mais difíceis de controlar do que um avião em pane, e que só com um ato ainda mais heroico conseguirá salvar a vítima que falta: ele mesmo.
O filme traça um panorama claro do alcoólatra invisível, aquela pessoa que está ao nosso lado, parece normal (menos quando bebe um pouco demais), e que precisa desesperadamente de ajuda. O problema é que, a ajuda só é possível quando esse alguém quer ser ajudado, e aí reside a maior dificuldade, pois o viciado mente para todos, principalmente para si mesmo.
“O Voo” é um interessante mergulho na alma humana, expondo a hipocrisia e a superficialidade das relações na sociedade, que certamente levará os espectadores a pensar um pouco antes do próximo copo. O timing foi perfeito, com o lançamento em pleno Carnaval – pena que quem mais deveria assistir estava em algum lugar enchendo a cara.
O outro filme em foco, “Meu Namorado é um Zumbi” é algo bem diferente, embora não menos interessante. Após um evento apocalíptico, causado não se sabe por que, a Humanidade foi reduzida a dois grupos, uns poucos humanos sobreviventes, e uma grande massa de zumbis.
Mesmo entre estes, existe diferenças. Embora todos sejam zumbis, existem os que perderam toda a relação com sua vida anterior, os chamados “esqueléticos”, e os outros, que continuam perambulando pelas ruas, alguns ainda repetindo gestos do passado, como o guarda do aeroporto.
Entre estes está um jovem que lembra apenas que seu nome começa com R (Nicholas Hoult). Ele tem um amigo, M (Rob Corddry), com quem quase conversa, embora os diálogos resumam-se a grunhidos.
R sente falta de algo que não consegue definir, e entre as andanças atrás de um cérebro humano para comer, ele coleciona coisas, que armazena cuidadosamente em seu esconderijo, um jato de passageiros abandonado.
Os humanos remanescentes escondem-se em uma cidadela protegida por uma muralha, onde resistem graças à força das armas contra os ataques dos zumbis. Eles são comandados pelo comandante Grigio (John Malkovich), que não hesita em mandar a própria filha, Julie (Teresa Palmer), em uma missão perigosa, fora dos muros da cidadela.
Quando estão coletando medicamentos, o grupo liderado pelo namorado de Julie, Perry (Dave Franco), é atacado por um grupo de zumbis, no qual estão R e M. R mata Perry, e come seu cérebro, o que transfere as lembranças da vítima para o zumbi. Quando ele encontra Julie escondida em um canto, sua reação é protegê-la.
R leva Julie para o seu esconderijo, e uma estranha e inusitada relação é criada. Mas, por melhor que sejam as intenções dele, ele é um zumbi, e estão cercados por uma multidão de seres como ele – ou piores, os esqueléticos.
Mas, alguma coisa muda em R, à medida que fica mais próximo de Julie. Cada vez mais humano, ele tenta mostrar que está mudando, mas para isso precisará enfrentar não apenas a fúria impiedosa do pai da garota, como a dos próprios esqueléticos, que não admitem mudança no seu universo.
Embora sob a forma de uma mistura de comédia, romance e terror, “Meu Namorado é um Zumbi” é uma moderna fábula que mostra de uma forma divertida como as relações com os outros podem causar mudanças. Nada que já não tenha sido visto em “O Segredo”, a discutida “Lei da Atração”, que estimula o pensamento positivo. Trocando em miúdos, o mundo lhe dará em troca aquilo que você der a ele.
Mas, este filme curioso também traz uma novidade, que é colocar um zumbi como protagonista. Afinal de contas, já estamos cansados de ver vampiros como o Edward, de “Crepúsculo”, ou a gostosona Selena, de “Underworld” como heróis. Mesmo os lobisomens já aquinhoaram sua fatia de celebridade.
Mas, os zumbis sempre foram mostrados como uma massa amorfa de comedores de cérebro que servem apenas de alvos para os tiros dos heróis. Esta versão conseguiu o raro feito de quebrar este paradigma de uma forma divertida, e ainda trazer uma mensagem positiva de que só amor constrói.

(Títulos originais: “Flight” e “Warm Bodies”)


Eventos

“Giordano Bruno” na Sessão Cine Solar

O Cineclube Natal, em parceria com o Solar Bela Vista, lança a Sessão Cine Solar, sempre na terceira sexta-feira do mês, e que inicia com a exibição do filme “Giordano Bruno”. Com direção precisa de Giuliano Montaldo (Sacco & Vanzetti), o filme mostra um dos episódios mais polêmicos da história: o processo e a execução do astrônomo, matemático e filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), queimado na fogueira pela Inquisição por causa de suas teorias contrárias aos dogmas da Igreja Católica. Destaque para a impressionante interpretação de Gian Maria Volonté no papel-título, a música de Ennio Morricone e a belíssima fotografia do mestre Vittorio Storaro. A sessão inicia às 19h no Solar Bela Vista (Av. Junqueira Alves, nº 417, Cidade Alta), com entrada franca. (T. O.: “Giordano Bruno”)

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

“Looper – Assassinos do Futuro”

Kansas City, 2044. Viagens no tempo são uma realidade, mas estão apenas disponíveis no mercado negro. Seu principal cliente é a máfia, que costuma enviar ao passado pessoas para serem eliminadas, já que é bastante complicado se livrar dos corpos no futuro. Os responsáveis por estes assassinatos são os loopers, organização a qual Joe (Joseph Gordon-Levitt) faz parte. Um dia, ao realizar mais um serviço corriqueiro, ele descobre que seu alvo é a versão mais velha de si mesmo (Bruce Willis), trazida em viagem no tempo por ter se tornado uma séria ameaça à máfia no futuro. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD 5.1. (T. O.: “Looper”)

“Na Terra de Amor e Ódio”

Ajla (Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic) se conheceram em uma boate. Logo eles começam a flertar um com o outro, mas a explosão de uma bomba acaba com qualquer clima existente entre eles. Era o início da Guerra da Iugoslávia, que colocaria sérvios e bósnios como inimigos mortais. Logo Ajla, que é bósnia, é capturada pelo exército sérvio. Em meio a ameaças de estupro, ela é salva por Danijel, que ocupa uma posição de destaque na tropa. A partir de então ela se torna a protegida de Danijel, que ordena que ninguém toque nela. É o início de um estranho relacionamento, onde ele tenta protegê-la e também tê-la sob seu controle, enquanto ela segue suas ordens com medo de que algo pior lhe aconteça. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.  (T.O.: “In the Land of Blood and Honey”).

“Corações Sujos”

O tratado de rendição do Japão marcou o fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, no Brasil o anúncio não marcou o fim do período de violência. Os imigrantes japoneses que viviam no interior do estado de São Paulo, formando a maior colônia do país fora do Japão, se dividiram em dois grupos. Os que acreditavam na notícia eram chamados de traidores da pátria, apelidados de "corações sujos", e perseguidos por aqueles que endeusavam o imperador e ainda acreditavam na vitória do Japão. É neste contexto que vive Takahashi (Tsuyoshi Ihara), dono de uma pequena loja de fotografia e casado com Miyuki (Takako Tokiwa), uma professora primária. Incitado pelo coronel Watanabe (Eiji Okuda), ele se torna o vingador daqueles que pregam a supremacia japonesa e passa a atacar todos aqueles que não acreditam que o país foi derrotado na guerra. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em DD 5.1. (T.O.: “Corações Sujos”).

“De Volta Para Casa”
 
Quando criança, Gaëlle (Agathe Bonitzer) é sequestrada por Vincent (Reda Kateb) no pátio da escola. Em oito anos de clausura, o ódio inicial desaparece, e eles acabam desenvolvendo uma estranha relação de dependência um do outro. Assim, quando Vincent decide libertá-la, Gaëlle deve novamente aprender a viver no mundo de antes, em uma família que não a compreende mais. A história é inspirada do caso Natascha Kampusch, a garota austríaca sequestrada aos dez anos de idade, e mantida durante mais de oito anos em um porão. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em DD 5.1. (T.O.: “A Moi Seule”).

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