Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Ainda bem que o Carnaval passou, pois só assim o ano começa para valer. As
estreias do final de semana são o thriller “A Hora Mais Escura”, e o drama “As
Vantagens de Ser Invisível” na Sessão Cine Cult. Continuam em cartaz o terrir “Meu Namorado é
um Zumbi”, o nacional “Tainá – A Origem”, a comédia “Inatividade Paranormal”, o
épico “Lincoln” de Steven Spielberg,
e a aventura “João e Maria: Caçadores de Bruxas”. Nas programações exclusivas,
o Cinemark exibe o drama “O Lado Bom da Vida”, “Django Livre”, a animação
“Monstros S.A.”, e a comédia nacional “De Pernas Pro Ar 2”, enquanto o Moviecom
mantém o drama “O Voo” (vejam na Sessão
Filmes da Semana), com Denzel Washington, a animação “As Aventuras de Tadeo
Jones”, o policial “Caça aos Gângsteres”
e o musical “Os Miseráveis”.
Estreia 1: “A Hora Mais Escura”
Os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro
de 2001 deram início a uma época de medo e paranoia do povo americano em
relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder
da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que
está por trás dos principais esforços em capturar Laden, por ter descoberto os
interlocutores do líder do grupo terrorista. Com isso ela participa da operação
que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o
objetivo de capturar e matar Bin Laden. O título original é um jargão militar
indicando 30 minutos após a meia-noite. A direção é de Kathryn Bigelow. “A Hora
Mais Escura” estreia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e na Sala 4 do Moviecom. Classificação indicativa 14
anos. (T. O.: “Zero Dark Thirty”)
Estreia 2: “As Vantagens de Ser Invisível” (Sessão Cine Cult)
Charlie
(Logan Lerman) é um jovem que tem dificuldades para interagir em sua nova
escola. Com os nervos à flor da pele, ele se sente deslocado no ambiente. Sua
professora de literatura, no entanto, acredita nele e o vê como um gênio. Mas
Charlie continua a pensar pouco de si... até o dia em que dois amigos, Patrick
(Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele. A história é narrada
por um adolescente tímido e impopular que descreve a sua vida em uma série de
cartas para uma pessoa anônima e explora as fases difíceis da adolescência,
incluindo o uso de drogas e sexualidade. A direção é de Stephen Chbosky. “As
Vantagens de Ser Invisível” será exibido na terça-feira (19/02) e quinta-feira
(21/02), na sessão de 20h50, na Sala 3 do Cinemark. Classificação
indicativa 14 anos. (T. O.: “The Perks of Being a Wallflower”)
Filmes da Semana: “O Voo” e “Meu Namorado é um Zumbi”
A
antipatia recíproca entre o carnaval e eu permitiu que fizesse coisas muito
mais úteis, entre elas conferir duas das estréias do final de semana passado, o
drama “O Vôo” e o terror juvenil “Meu Namorado é um Zumbi”. Fico feliz em
reconhecer que fui agradavelmente surpreendido por estes dois títulos.
“O
Voo” já indicava ser uma superprodução não apenas pelos efeitos especiais da
magnífica sequência do acidente aéreo, como também pelo elenco estelar liderado
por Denzel Washington. Mas, ao invés de ser um drama psicológico em função do
acidente, ou de batalha jurídica, tão a gosto do público americano, “O Voo”
trata da luta contra o vício – e as saídas possíveis.
Whip
Whitaker (Denzel Washington) é um piloto comercial graduado, com larga
experiência tanto na aviação civil quanto na militar, herança que vem de uma
longa tradição familiar. Mas, enquanto é bem sucedido na profissão, na vida pessoal
é uma confusão total. Divorciado, sem contato com o único filho, usuário de
cocaína e consumidor pesado de álcool, Whip vive sua vida entre os prazeres do
copo e da cama.
Numa
viagem rotineira entre Orlando e Atlanta, o avião sofre algumas avarias e
ameaça cair, e Whip faz uma manobra extremamente arriscada, levando a aeronave
a um pouso forçado em um campo, evitando cair em uma zona urbana, salvando a
vida de quase cem passageiros.
Embora
bastante festejado pela imprensa, o caso desperta a atenção das autoridades
aeronáuticas, pois os exames clínicos de Whip revelam o uso de álcool e
cocaína. Enquanto o advogado Hugh Land (Don Cheadle) busca brechas jurídicas e
falhas nas provas, os amigos de Whip tentam mantê-lo sóbrio e afastado da
imprensa.
Mesmo
com a ajuda de Nicole (Kelly Reilly), ela mesma uma ex-viciada em recuperação,
Whip se ressente com a pressão de todos, pois considera que agiu como um herói,
salvando muitas vidas, e que a bebida nada tinha a ver com isso.
Cada
vez mais só, e chegando ao fundo do poço, Whip percebe existirem coisas mais
difíceis de controlar do que um avião em pane, e que só com um ato ainda mais
heroico conseguirá salvar a vítima que falta: ele mesmo.
O
filme traça um panorama claro do alcoólatra invisível, aquela pessoa que está
ao nosso lado, parece normal (menos quando bebe um pouco demais), e que precisa
desesperadamente de ajuda. O problema é que, a ajuda só é possível quando esse
alguém quer ser ajudado, e aí reside a maior dificuldade, pois o viciado mente
para todos, principalmente para si mesmo.
“O
Voo” é um interessante mergulho na alma humana, expondo a hipocrisia e a
superficialidade das relações na sociedade, que certamente levará os
espectadores a pensar um pouco antes do próximo copo. O timing foi perfeito, com
o lançamento em pleno Carnaval – pena que quem mais deveria assistir estava em
algum lugar enchendo a cara.
O
outro filme em foco, “Meu Namorado é um Zumbi” é algo bem diferente, embora não
menos interessante. Após um evento apocalíptico, causado não se sabe por que, a
Humanidade foi reduzida a dois grupos, uns poucos humanos sobreviventes, e uma
grande massa de zumbis.
Mesmo
entre estes, existe diferenças. Embora todos sejam zumbis, existem os que
perderam toda a relação com sua vida anterior, os chamados “esqueléticos”, e os
outros, que continuam perambulando pelas ruas, alguns ainda repetindo gestos do
passado, como o guarda do aeroporto.
Entre
estes está um jovem que lembra apenas que seu nome começa com R (Nicholas
Hoult). Ele tem um amigo, M (Rob Corddry), com quem quase conversa, embora os
diálogos resumam-se a grunhidos.
R
sente falta de algo que não consegue definir, e entre as andanças atrás de um
cérebro humano para comer, ele coleciona coisas, que armazena cuidadosamente em
seu esconderijo, um jato de passageiros abandonado.
Os
humanos remanescentes escondem-se em uma cidadela protegida por uma muralha,
onde resistem graças à força das armas contra os ataques dos zumbis. Eles são
comandados pelo comandante Grigio (John Malkovich), que não hesita em mandar a
própria filha, Julie (Teresa Palmer), em uma missão perigosa, fora dos muros da
cidadela.
Quando
estão coletando medicamentos, o grupo liderado pelo namorado de Julie, Perry
(Dave Franco), é atacado por um grupo de zumbis, no qual estão R e M. R mata
Perry, e come seu cérebro, o que transfere as lembranças da vítima para o
zumbi. Quando ele encontra Julie escondida em um canto, sua reação é
protegê-la.
R
leva Julie para o seu esconderijo, e uma estranha e inusitada relação é criada.
Mas, por melhor que sejam as intenções dele, ele é um zumbi, e estão cercados
por uma multidão de seres como ele – ou piores, os esqueléticos.
Mas,
alguma coisa muda em R, à medida que fica mais próximo de Julie. Cada vez mais
humano, ele tenta mostrar que está mudando, mas para isso precisará enfrentar
não apenas a fúria impiedosa do pai da garota, como a dos próprios
esqueléticos, que não admitem mudança no seu universo.
Embora
sob a forma de uma mistura de comédia, romance e terror, “Meu Namorado é um
Zumbi” é uma moderna fábula que mostra de uma forma divertida como as relações
com os outros podem causar mudanças. Nada que já não tenha sido visto em “O
Segredo”, a discutida “Lei da Atração”, que estimula o pensamento positivo.
Trocando em miúdos, o mundo lhe dará em troca aquilo que você der a ele.
Mas,
este filme curioso também traz uma novidade, que é colocar um zumbi como
protagonista. Afinal de contas, já estamos cansados de ver vampiros como o
Edward, de “Crepúsculo”, ou a gostosona Selena, de “Underworld” como heróis.
Mesmo os lobisomens já aquinhoaram sua fatia de celebridade.
Mas,
os zumbis sempre foram mostrados como uma massa amorfa de comedores de cérebro
que servem apenas de alvos para os tiros dos heróis. Esta versão conseguiu o
raro feito de quebrar este paradigma de uma forma divertida, e ainda trazer uma
mensagem positiva de que só amor constrói.
(Títulos
originais: “Flight” e “Warm Bodies”)
Eventos
“Giordano Bruno”
na Sessão Cine Solar
O
Cineclube Natal, em parceria com o Solar Bela Vista, lança a Sessão Cine Solar,
sempre na terceira sexta-feira do mês, e que inicia com a exibição do filme
“Giordano Bruno”. Com direção precisa de Giuliano Montaldo (Sacco &
Vanzetti), o filme mostra um dos episódios mais polêmicos da história: o
processo e a execução do astrônomo, matemático e filósofo italiano Giordano
Bruno (1548-1600), queimado na fogueira pela Inquisição por causa de suas
teorias contrárias aos dogmas da Igreja Católica. Destaque para a
impressionante interpretação de Gian Maria Volonté no papel-título, a música de
Ennio Morricone e a belíssima fotografia do mestre Vittorio Storaro. A sessão
inicia às 19h no Solar Bela Vista (Av. Junqueira Alves, nº 417, Cidade Alta),
com entrada franca. (T. O.: “Giordano Bruno”)
Lançamentos em
DVD/Blu-Ray
“Looper –
Assassinos do Futuro”
Kansas
City, 2044. Viagens no tempo são uma realidade, mas estão apenas disponíveis no
mercado negro. Seu principal cliente é a máfia, que costuma enviar ao passado
pessoas para serem eliminadas, já que é bastante complicado se livrar dos
corpos no futuro. Os responsáveis por estes assassinatos são os loopers,
organização a qual Joe (Joseph Gordon-Levitt) faz parte. Um dia, ao realizar
mais um serviço corriqueiro, ele descobre que seu alvo é a versão mais velha de
si mesmo (Bruce Willis), trazida em viagem no tempo por ter se tornado uma
séria ameaça à máfia no futuro. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD
5.1. (T. O.: “Looper”)
“Na Terra de Amor
e Ódio”
Ajla
(Zana Marjanovic) e Danijel (Goran Kostic) se conheceram em uma boate. Logo
eles começam a flertar um com o outro, mas a explosão de uma bomba acaba com
qualquer clima existente entre eles. Era o início da Guerra da Iugoslávia, que
colocaria sérvios e bósnios como inimigos mortais. Logo Ajla, que é bósnia, é capturada
pelo exército sérvio. Em meio a ameaças de estupro, ela é salva por Danijel,
que ocupa uma posição de destaque na tropa. A partir de então ela se torna a
protegida de Danijel, que ordena que ninguém toque nela. É o início de um
estranho relacionamento, onde ele tenta protegê-la e também tê-la sob seu
controle, enquanto ela segue suas ordens com medo de que algo pior lhe
aconteça. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby
Digital 5.1. (T.O.: “In the Land of Blood
and Honey”).
“Corações Sujos”
O
tratado de rendição do Japão marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, no Brasil o anúncio não marcou o fim do período de violência. Os
imigrantes japoneses que viviam no interior do estado de São Paulo, formando a
maior colônia do país fora do Japão, se dividiram em dois grupos. Os que
acreditavam na notícia eram chamados de traidores da pátria, apelidados de
"corações sujos", e perseguidos por aqueles que endeusavam o
imperador e ainda acreditavam na vitória do Japão. É neste contexto que vive
Takahashi (Tsuyoshi Ihara), dono de uma pequena loja de fotografia e casado com
Miyuki (Takako Tokiwa), uma professora primária. Incitado pelo coronel Watanabe
(Eiji Okuda), ele se torna o vingador daqueles que pregam a supremacia japonesa
e passa a atacar todos aqueles que não acreditam que o país foi derrotado na
guerra. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em DD 5.1.
(T.O.: “Corações Sujos”).
“De Volta Para
Casa”
Quando
criança, Gaëlle (Agathe Bonitzer) é sequestrada por Vincent (Reda Kateb) no
pátio da escola. Em oito anos de clausura, o ódio inicial desaparece, e eles
acabam desenvolvendo uma estranha relação de dependência um do outro. Assim,
quando Vincent decide libertá-la, Gaëlle deve novamente aprender a viver no
mundo de antes, em uma família que não a compreende mais. A
história é inspirada do caso Natascha Kampusch, a garota austríaca sequestrada
aos dez anos de idade, e mantida durante mais de oito anos em um porão. O disco
traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em DD 5.1. (T.O.: “A Moi
Seule”).
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