sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Claquete – 29 de dezembro de 2006

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Desejando a todos um ótimo 2007, Claquete se despede, com a confiança do dever cumprido. Neste final de semana, nenhuma estréia, já que é difícil competir com as festividades de Ano Novo. Nas continuações, “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, “O Amor Não Tira Férias”, romance, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério.



Retrospectiva 2006

Chegamos, mais uma vez, ao término de um ano. Embora a vida seja contínua (“o trem da chegada é mesmo trem da partida...” já diz a música), é interessante que exista um momento para avaliar o que aconteceu, e, planejar o que fazer para frente. Tantas coisas aconteceram em 2006, no mundo, no Brasil, e, certamente, na vida de cada um de nós. No cinema, não poderia ser diferente.

Começamos 2006 ainda abalados pela tragédia asiática do tsunami, que matou milhares de pessoas. Nos cinemas, estava em cartaz a última loucura de Peter Jackson, a refilmagem de “King Kong”. Este seria um dos blockbusters que iria imperar durante o ano, embora nem todos tenham conseguido o retorno dos milhões de dólares investidos na produção.

Entre os mais badalados, estiveram “Munique”, drama do diretor Steven Spielberg sobre a reação dos israelenses ao massacre dos atletas na Olimpíada de 1972; “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee, que desafiou o conservadorismo, ao mostrar o romance homossexual entre dois caubóis americanos; “Missão Impossível III”, onde Tom Cruise encarnou, mais uma vez, o agente secreto Ethan Hunt; “Código da Vinci”, filmagem do polêmico livro de Dan Brown; “X-Men: O Confronto Final” (quando estes três filmes estavam em cartaz, as 14 salas de Natal estavam dedicadas a eles). No segundo semestre, foi a vez de “Superman – O Retorno”, estrelado por um quase clone de Christopher Reeve; “Piratas do Caribe – O Baú da Morte”, e, para fechar o ano, “007 – Cassino Royale”, com o ator Daniel Craig assumindo a pele de James Bond.

Outros filmes, com orçamentos não tão espetaculares, conseguiram alcançar o público. Alguns, como “O Diabo Veste Prada”, já vinha precedido pela boa aceitação do livro de Lauren Weisberger, e, com a atuação espetacular de Meryl Streep, apenas consolidou sua aura de campeão. Outros, porém, surpreenderam, como as comédias “Click”, com Adam Sandler, e, a nacional “Se Eu Fosse Você”, de Daniel Filho, que mantiveram-se com longas filas durante semanas a fio.

Entre os filmes medianos, que fizeram sucesso, podemos citar “O Plano Perfeito”, “Os Infiltrados”, de Martin Scorcese; “O Grande Truque” de Christopher Nolan; “Vôo United 93”; “Orgulho e Preconceito”; “Johnny & June”, sobre o cantor Johnny Cash; “Match Point - Ponto Final”, de Woody Allen; “V de Vingança”; “Anjos da Noite - A Evolução”; “O Plano Perfeito”; “A Casa do Lago”; “Xeque-Mate” e “Volver”, de Almodóvar.

Alguns bons filmes foram solenemente esquecidos, pelo público e exibidores. O divertido “Pequena Miss Sunshine”, sucesso do Festival de Sundance e candidato ao Oscar de Roteiro Original, passou apenas duas semanas em cartaz, em Natal. Foi o caso dos ótimos “Boa Noite e Boa Sorte”, de George Clooney, “Obrigado Por Fumar”, de Jason Reitman, “Anjos do Sol”, campeão do Festival de Gramado, e, o excelente documentário “Vinícius”.

O cinema brasileiro marcou presença em 2006, e, além dos já citados “Se Eu Fosse Você”, “Anjos do Sol” e “Vinícius”, teve, também, “Zuzu Angel”; “Mulheres do Brasil”; “Irma Vap – O Retorno”; “Trair e Coçar, é só Começar”; “Muito Gelo e Dois Dedos D’Água”; “Fica Comigo Esta Noite”; “Gatão de Meia Idade”; “Seus Problemas Acabaram”, da trupe Casseta & Planeta; “O Maior Amor do Mundo”, além das tradicionais produções de Xuxa e Renato Aragão. Falando-se em cinema nacional, vale registrar mais uma edição do FESTNATAL, entre trancos e barrancos, sujeito a críticas e trovoadas.

Um gênero que faz sucesso entre o público adolescente, o de terror e suspense, teve muitas produções disponíveis, sendo o mais destacado “Jogos Mortais 3”. Observou-se uma maior presença de produções chinesas, tailandesas e japonesas, fugindo ao padrão “banho de sangue”, comum nas produções de Hollywood. Podemos citar “Os Espíritos: A Morte Está ao Seu Lado”, da Tailândia; a chinesa “Assombração”; “Almas Reencarnadas” e “O Grito 2”, do diretor japonês Takashi Shimizu. E, pela última vez, “O Labirinto do Fauno” não é terror ou suspense, mas, realismo fantástico.

As refilmagens e continuações não fizeram muito sucesso, o que mostra que o público cansa da mesmice sem inteligência. “A Pantera Cor de Rosa”, com Steve Martin; “A Profecia”; “Poseidon”; “Premonição 3”; “Efeito Borboleta 2” não conseguiram repetir o sucesso de seus predecessores.

Entre os infantis, as animações imperaram. De longe, “A Era do Gelo 2”, dirigida pela brasileiro Carlos Saldanha, foi a de melhor performance; o sucesso “Carros”, da Pixar, comprada pela Disney; “Os Sem-Floresta”; “A Casa-Monstro”; “Lucas – Um Intruso no Formigueiro”; “O Bicho Vai Pegar”, primeira animação da Sony; “Deu a Louca na Chapeuzinho”; “Happy Feet – O Pingüim” (que conseguiu roubar de “Cassino Royale” o primeiro lugar das bilheterias americanas); “O Segredo dos Animais” e “Por Água Abaixo”. Entre os injustiçados, está a animação alemã “A Terra Encantada de Gaya”, que também ficou pouquíssimo tempo em cartaz.

Um evento significativo para Natal foi a abertura das salas da rede Cinemark, já que a praça começara o ano órfã, com o fechamento dos cinemas do Natal Shopping. A característica de filmes idênticos, em ambas as redes, foi se modificando ao longo do ano, com lançamentos diferentes para a rede Moviecom e Cinemark. Esta última vem promovendo exibições de curtas-metragens, com entrada franca, enquanto que a rede Moviecom tem sido hospedeira de mostras estrangeiras, além do tradicional FESTNATAL.

Merece atenção o Cineclube Natal, um grupo de abnegados cinéfilos, que conseguiram promover dezenas de exibições de títulos fora do circuito, com discussões e trocas de idéias sobre cinema e literatura. Palmas para eles.

Para 2007, o que se pode esperar? A esperada televisão digital só deverá estrear no final do próximo ano, e, mesmo assim, no Rio e em São Paulo. O cinema tradicional tem sofrido a redução do público, principalmente pela questão do preço. Seus antigos concorrentes, as locadoras, agora são vítimas dos piratas, que vendem DVDs a preços menores do que os de uma locação. Enquanto o mercado de conteúdo luta pela sobrevivência, nunca se comprou televisores e DVD-players a preços tão reduzidos. As novas gerações tecnológicas, do plasma e cristal líquido, podem ser adquiridas por menos da metade do preço de um ano atrás, com a facilidade do parcelamento sem juros.

De resto, agradeço a atenção e o carinho dos leitores e do Jornal de Hoje, permitindo que, pelo quarto ano seguido, esta coluna possa cumprir a sua missão, de informar, sugerir, criticar, mas, principalmente, manter acesa a chama do amor à Sétima Arte. Feliz Ano Novo para todos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Claquete – 22 de dezembro de 2006

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Nas estréias da semana, “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, e, “O Amor Não Tira Férias”, romance, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet. Nas continuações, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério, e, no Moviecom, “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”, e, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Aos cristãos, aos não-cristãos, aos agnósticos e aos ateus, meus sinceros votos de um Natal muito feliz, independente da orientação religiosa. Paz, luz e harmonia aos homens de boa vontade!

Estréia 1: “Eragon”

Há muitos anos atrás, existiam os Cavaleiros do Dragão, que tinham por missão fazer o bem. Sua destreza nas batalhas era inigualável, já que cada um deles possuía força equivalente à de dez homens. Os Cavaleiros eram imortais, a não ser que fossem atingidos por lâmina ou veneno. No auge desta era nasceu um garoto, Galbatorix (John Malkovich), que possuía um grande poder, sendo aceito, aos dez anos, como Cavaleiro do Dragão. Aos poucos, os Cavaleiros tornaram-se arrogantes. Numa viagem descuidada, Galbatorix e dois amigos foram emboscados. Os amigos e o dragão de Galbatorix foram mortos, com o próprio sendo encontrado por um fazendeiro e entregue ao conselho dos Cavaleiros. Recuperado, Galbatorix requer um novo dragão para si, o que é recusado pelo conselho. Revoltado, Galbatorix jura se vingar dos Cavaleiros e passa a estudar os segredos negros que havia aprendido com um espectro. Um dia, ele rouba um ovo de dragão e convence Morzan, um Cavaleiro parvo, a ajudá-lo na prática de magia proibida. Juntos, eles ganham força e declaram guerra aos Cavaleiros, recebendo o apoio de outros 12 Cavaleiros do Dragão. Galbatorix vence a guerra, e, desde então, governa Alagaesia. Um dia, o jovem Eragon (Edward Speelers) encontra na floresta uma estranha pedra azul. Para sua surpresa nasce um dragão da pedra, o que o torna o mais novo Cavaleiro do Dragão. “Eragon” estréia na segunda-feira, dia 25, nos Cines 4 (dublado) e 5 (legendado) do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 10 anos.

Estréia 2: “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”

Didi (Renato Aragão) é o cavalariço do rei Lindolfo (Werner Schünemann), monarca da Landnóvia, de quem é também amigo de infância e conselheiro. Esta situação não agrada aos ministros do reino, em especial a Jafar (Alexandre Zachia), irmão do rei. Didi é também bastante amigo da princesa Lili (Lívia Taranto Aragão), filha única dos reis Lindolfo e Valentina (Vera Holtz) e futura rainha. Jafar arma um plano para se livrar de Didi, que falha e termina por matar o rei. Com Lili na linha sucessória da monarquia, Jafar passa a planejar o casamento dela com seu filho Galante (Eike Duarte). Porém, ela conhece Juan (Matheus Massaafferri), um plebeu, por quem se apaixona. A direção é de Marcus Figueiredo. “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 3: “O Amor Não Tira Férias”

Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) são duas mulheres que vivem distantes uma da outra, uma nos Estados Unidos, outra na Inglaterra. Mas, as duas têm estão cansadas de suas vidas, e, precisam desesperadamente dar uma renovada. Conhecendo-se na Internet, resolvem trocar de casas durante os feriados natalinos. É nessa troca que elas descobrem que uma mudança de endereço realmente pode mudar as suas vidas. A diretora Nancy Meyers reuniu um elenco de peso, com Jude Law, Jack Black, Edward Burns e Rufus Sewell. "O Amor Não Tira Férias” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.


Novidades

“Anjos do Sol”, em DVD

Finalmente, o ótimo drama nacional “Anjos do Sol”, que foca a prostituição infantil no Brasil, chega às locadoras. Maria (Fernanda Carvalho) é uma jovem de 12 anos, que mora no interior do nordeste brasileiro. No verão de 2002 ela é vendida, por sua família, a um recrutador de prostitutas. Após ser comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada a um prostíbulo em um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos, ela consegue fugir e cruza o Brasil, para tentar uma vida nova no Rio de Janeiro. Mas, ao chegar lá, vê que as coisas não são diferentes.

“Roma”, em DVD

A minissérie “Roma”, produzida pela HBO, foi lançada em DVD num belo estojo com seis discos. Quatrocentos anos depois da fundação da República, Roma é a menos saudável cidade do mundo, uma metrópole cosmopolita com um milhão de habitantes, epicentro de um império preguiçoso. Depois de oito anos na guerra, os soldados Lucius Vorenus e Titus Pullo são envolvidos, contra a vontade, em eventos históricos que mudariam o rumo da Roma antiga. A minissérie fala sobre amor e traição, mestres e escravos, maridos e esposas, mostrando o dia-a-dia de uma turbulenta era que testemunhou a queda de uma República e o nascimento de um Império.

Plasma, LCD, DVD, Home Theater... Comprar ou não comprar?

Já torrou o décimo-terceiro todo, ou, ainda sobrou algum para uma melhoria no som e imagem de sua casa? Considerando-se que ir ao cinema tornou-se um programa caro e seletivo, investir no lazer doméstico é uma opção interessante, além de contribuir para melhorar o vínculo familiar. E, o que tem de novo no mercado?

Onde aconteceram as mudanças mais impactantes, em 2006, foi no mercado de televisores. Com a acirrada concorrência dos fabricantes, principalmente em um ano de Copa do Mundo, o que se observa é uma queda de preços generalizada, e, em especial, no setor de telas finas.

Hoje, é possível comprar uma tv de tubo de 29 polegadas, de tela plana, por menos de mil reais. As inovadoras telas de plasma de 42 polegadas despencaram, em menos de um ano, de um patamar superior a dez mil reais para algo em torno de quatro mil, com promoções que permitem pagar em dez parcelas sem juros. A de 50 polegadas já pode ser encontrada por oito mil.

As concorrentes diretas, as de cristal líquido, ainda estão mais caras, mas, também tiveram forte redução nos preços. Um aparelho de 32 polegadas, que no ano passado custava onze mil reais, pode ser adquirido por cerca de quatro mil, também em condições facilitadas. A de quarenta polegadas pode ser adquirida por menos de oito mil reais.

Mesmo estando em um nível de preços muito acima do que um brasileiro médio possa pensar, já dá para começar a sonhar com estes objetos de desejo. Resta, ao sonhador incauto, precaver-se contra alguns percalços que ainda cercam o comprador de telas finas.

A primeira coisa que o candidato deve pensar é o uso que fará da nova televisão. Se a intenção for assistir a programação da tv, é bom atentar para alguns detalhes. Todas essas tvs, de plasma ou LCD, tem o formato retangular, que será o padrão da futura TV Digital. Portanto, se comprar um aparelho desses, o espectador terá que escolher se assiste a novela com barras pretas nas laterais, ou, se vê a imagem deformada, para poder ocupar toda a área visível.

Por outro lado, o comprador da tv de plasma deve se preocupar com o efeito do burn-in, que é a possibilidade de uma imagem parada inutilizar um determinado ponto da tela, efeito permanente, infelizmente. Além disso, há uma perda gradual da qualidade de imagem, estimando-se a vida útil de um plasma em cinco anos.

O cristal líquido também tem suas mazelas. Além de não ser tão brilhante quanto o plasma, há uma perda de nitidez para o espectador que estiver um pouco de lado. Quando a cena exibida tem movimentos muito rápidos, há a ocorrência de “fantasmas” na tela. Com um consumo de energia menor do que o plasma, o LCD tem uma vida útil estimada em sete anos.

Tanto uma, como outra, são perfeitas para se assistir filmes em DVD, pois, além de ter uma definição muito maior do que um tv de tubo, essas tvs já vem com conectores especiais, inclusive o HDMI, que permite a recepção de dados totalmente digitais, de som e imagem, através de um único cabo.

Agora, se o espectador que fazer a escolha do aparelho baseado na futura TV digital, pode esquecer. Até que as transmissões aconteçam, numa freqüência razoável, vai demorar pelo menos de um a dois anos. Se o padrão adotar a alta definição, o plasma está em desvantagem, já que, a resolução dos modelos hoje disponíveis, é inferior ao que exige uma transmissão em HDTV. Nesse caso, ponto para o LCD.

Deixando a imagem um pouco de lado, vamos ver o DVD. Quando comprei o meu primeiro aparelho, no final de 1997, paguei mil e cem reais, comprando através da internet, já que nenhuma loja em Natal dispunha de players para vender. Hoje, é possível comprar um aparelho com muitos recursos por um décimo do preço que paguei naquela época. Para compensar a inundação de aparelhos do mercado, os fabricantes tentam inovar, dotando seus produtos de recursos como a leitura de fotos digitais, games, música em mp3, karaokê e até o formato de vídeo Divx (MPEG-4).

Mas, para assistir um filme em DVD ligado unicamente na tv, por melhor que ela seja, o espectador não estará aproveitando todo o potencial do disco. O ideal é conectar a saída sonora do DVD em um aparelho de som, mesmo que seja um simples estéreo.

Para o aproveitamento total da trilha digital, é necessário um home theater, que é um conjunto de caixas de som ligadas a um receiver, ou, amplificador multicanal. Hoje em dia, a imensa maioria dos filmes em DVD traz as trilhas sonoras remasterizadas no formato Dolby Digital 5.1, ou, DD 5.1. O 5 se refere às caixas central, laterais (2) e traseiras (2). O .1 é o canal de graves, que é utilizado pelo subwoofer, responsável pela amplificação dos som muito baixos, que nem conseguimos escutar, mas, que sentimos a vibração em nossos corpos.

Embora os conjuntos mais sofisticados custem preços astronômicos, já é possível adquirir um home theater de qualidade razoável por pouco mais de mil reais. Observe que, em se tratando de home theater, você terá a qualidade diretamente proporcional ao preço. Se comprar os modelos de cento e poucos reais, que estão à venda, vai ter apenas um arremedo de home theater.

Enfim, estando equipada a sua sala, tenha algum cuidado no que for utilizar. Atualmente, o mercado de filmes domésticos está passando por uma crise, pois, o preço do aluguel de um DVD é praticamente o mesmo de uma cópia pirata, o que leva muita gente a comprar os disquinhos no camelô.

Independente da questão ética, é preciso ter consciência de que o que está comprando é de uma qualidade muito inferior à de um disco original. Além de uma perda na qualidade da imagem, devido à uma compressão muito alta, os piratas normalmente retiram partes do conteúdo, como a trilha sonora original, ou, documentários dos extras, para aproveitar melhor o espaço disponível.

Esperando ter ajudado a fundamentar suas compras futuras, desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de filmes e realizações!

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Claquete


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Dezembro sempre traz um ritmo mais frenético, seja pela proximidade do término do ano, seja pela excitação das compras de Natal. Depois de duas semanas sem grandes atrativos, chegam, aos cinemas de Natal, algumas estréias interessantes, como “A Última Noite”, do recém falecido Altman, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério (os dois, só na rede Cinemark), “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, e, o drama nacional “Sonhos e Desejos” (só no Moviecom). Continuam em cartaz: “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro, as animações “O Segredo dos Animais”, da Nickelodeon, e, “Happy Feet – O Pinguim”, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, e, a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”. Nas programações exclusivas, no Moviecom, tem o drama “O Grande Truque”, a animação nacional “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, e, a comédia “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (os dois últimos, com preços promocionais a quatro e dois reais). No sábado e domingo, acontece a pré-estréia da animação “Por Água Abaixo”, e, ao longo da semana, a Mostra Cinemateca Francesa (veja no box).

Estréia 1: “A Última Noite”

O novo dono do Teatro Fitzgerald vai pôr tudo abaixo. Antes que isso aconteça, Guy Noir, um segurança da casa, metido a detetive, levará o espectador para dentro do último show de um programa de rádio. Mas, alguém irá morrer, e, uma mulher misteriosa estará nos bastidores, bem próxima de cada um. Tudo acontece em plena sintonia, como as melhores coisas da vida: o amor, uma música boa, piadas engraçadas, e, um pouquinho de coisas mal resolvidas, mas, só um pouquinho. E, se você pensar bem, apesar de tudo, o fim é só o começo de uma grande história. No elenco, Meryl Streep, Lily Tomlin, Michelle Pfeiffer, Kevin Kline e Tommy Lee Jones. Último filme dirigido por Robert Altman, falecido a semana passada. “A Última Noite” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 2: “O Ilusionista”

O famoso ilusionista Eisenheim (Edward Norton) assombra as platéias de Viena com seu impressionante espetáculo de mágica. Suas apresentações despertam a curiosidade de um dos mais poderosos homens da Europa, o Príncipe Leopold (Rufus Sewell). Certo de que as mágicas não passam de fraudes, Leopold vai ao show de Eisenheim, disposto a desmascará-lo. Quando Sophie (Jessica Biel), noiva de Leopold, é chamada ao palco, para participar de um número, ela reconhece em Eisenheim uma paixão juvenil. Eles iniciam um romance clandestino, e, o príncipe incumbe um inspetor de polícia (Paul Giamatti) a missão de expor a verdade por trás do trabalho do mágico. Este, no entanto, prepara-se para executar a maior de suas ilusões. A direção é de Neil Burger. "O Ilusionista" estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Volver”

Raimunda (Penélope Cruz) é uma jovem mãe, trabalhadora, e, atraente, que tem um marido desempregado, e, uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, Raimunda acumula vários empregos. Sole (Lola Dueñas), sua irmã mais velha, possui um salão de beleza ilegal, e, vive sozinha, desde que o marido a abandonou, para fugir com uma de suas clientes. Um dia, Sole liga para Raimunda, para lhe contar que Paula (Yohana Cobo), tia delas, havia falecido. Raimunda adorava a tia, mas, não pode comparecer ao enterro, pois, pouco antes do telefonema da irmã, encontrou o marido morto na cozinha, com uma faca enterrada no peito. A filha de Raimunda confessa que matou o pai, que estava bêbado, e, queria abusar dela sexualmente. A partir de então, Raimunda busca meios de salvar a filha, enquanto que Sole viaja sozinha, para o funeral da tia. Trabalho mais recente do diretor Pedro Almodóvar, foi indicado pela Espanha para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Volver” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 4: “Sonhos e Desejos”

Durante os anos 70, no período mais duro da repressão do regime militar, uma jovem estudante (Mel Lisboa), um professor de literatura (Felipe Camargo), e, um guerrilheiro ferido, que está sempre com o rosto coberto (Sérgio Marone), são três militantes confinados em um apartamento em Belo Horizonte. Lá, eles confrontam suas opções afetivas e políticas, que envolvem lealdade, traição e desejo. A trilha sonora é de Wagner Tiso, e, Milton Nascimento e Chico Amaral são autores da música “Balé da Utopia”, composta para o filme. “Sonhos e Desejos” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Pré-Estréia: “Por Água Abaixo”

Nova animação da DreamWorks, contando a história de Roddy, um rato da alta sociedade, que vive em um luxuoso apartamento em Kensington. Quando um rato comum de esgoto, chamado Syd, aparece, pelo esgoto da pia, Roddy planeja se livrar do intruso, atraindo-o para a privada. Mas, quem acaba indo por água abaixo é Roddy, indo bater na agitada Ratópolis. Lá, Roddy encontra Rita, uma ratazana empreendedora que pilota um barco nos esgotos, e, se dispõe a ajudá-lo. Mas, o perverso Toad quer que todos eles entrem numa fria, e, envia seus dois miseráveis ratos-de-confiança, Spike e Whitey, para fazer o trabalho. Quando eles falham, Toad manda chamar seu primo francês, o temido mercenário, Le Frog. No filme todo é utilizada a técnica claymotion (animação de massinhas). “Por Água Abaixo” terá pré-estréia apenas no sábado e domingo, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 4 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.


Novidades

Cineclube Natal exibe “Underground – Mentiras de Guerra”


O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 10, o filme “Underground – Mentiras de Guerra”, do diretor Emir Kusturica, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1995. Na Iugoslávia, durante a Segunda Guerra, dois amigos fazem fortuna, utilizando um grupo de refugiados num porão, para produzir armas, que vendem no mercado negro. Ao final do conflito, continuam iludindo o grupo por quinze anos. Será exibido, também, o “O Bom, O Mau e o Chato”, de Lucas Mori Flores. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia, e, sorteio de brindes. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 16 anos.

Petrobras lança Programa Cultural

A Petrobras lançou, esta semana, a Edição 2006/2007 do Programa Petrobras Cultural, com verba total de 80 milhões de reais. Deste total, 21 milhões serão destinados à produção de filmes de longa-metragem, 1,6 milhão, para filmes de curta-metragem em 35 mm para salas de cinema, 1,2 milhão para filmes para mídias digitais, 4 milhões para difusão de filmes de longa-metragem, e, 2,5 milhões para festivais de cinema. A íntegra dos regulamentos pode ser consultada no site www2.petrobras.com.br/cultura/ppc/index.asp.



Mostra Cinemateca Francesa

Já está se tornando uma tradição, a promoção da Mostra Cinemateca Francesa, na rede Moviecom. De hoje, até a próxima quinta-feira, dia 14, a Mostra acontece, com a apresentação de sete bem-humoradas produções francesas, um novo título a cada dia, que serão exibidos no Cine Moviecom 5, com preço único de três reais. Serão três sessões diárias, às 17h05, 18h15, e, 21h25. Os filmes são os seguintes:

08/12/06 - Os Bronzeados

Uma semana na Costa do Marfim, na África, num clube de férias. Um grupo de seis turistas vindos pelo mesmo avião desejam aproveitar ao máximo este curto período longe da rotina cotidiana. Chegam brancos e pálidos, retornam mais ou menos bronzeados, cansados, mas, felizes. Na época em que este filme foi feito o grupo “Splendid” dominava a cena parisiense – eles eram uma espécie de “Casseta e Planeta”, só que, com atuação no teatro. Com Josiane Balasko, Michel Blanc, Marie Anne Chazel e Christian Clavier. Para maiores de 12 anos.

09/12/06 – Papai Noel é um Picareta

Paris, noite de Natal. O plantão telefônico SOS Amizade tem uma de suas noites mais agitadas, devido à chegada de pessoas estranhas que provocam desastres um atrás do outro. Filme cult francês, dirigido por Jean-Marie Poiré, com Anémone, Josiane Balasko, Marie-Anne Chazel, e, Christian Clavier. Para maiores de 14 anos.

10/12/06 – Os Visitantes – Eles Não Nasceram Ontem

No ano 112, Godefroy de Papincourt (Jean Reno), o Conde de Montmirail, um cavaleiro medieval, mata, acidentalmente, o pai da sua noiva. Para tentar corrigir o erro, ele pede ajuda a um mago (Pierre Vial), que o fará retornar no tempo, e, assim, modificar o futuro. Porém, o feiticeiro comete um erro, e, transporta o cavaleiro e seu escudeiro para o ano de 1992. Lá, eles causam situações inusitadas, pois séculos de progresso separam os viajantes do tempo da civilização a que foram remetidos. Censura livre.

11/12/06 – Uma Cama Para Três

Laurent (Alain Chabat) e Loli (Victoria Abril) formam um casal feliz, que leva uma vida confortável em uma cidade ao sul da França. Entretanto, a vida deles é alterada quando, em frente à sua casa, quebra o trailer de Marijo (Josiane Balasko), uma mulher lésbica que vive viajando. Aos poucos, Loli e Marijo se aproximam, iniciando um relacionamento, sem que Laurent saiba. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Para maiores de 14 anos.

12/12/06 – Bernie

Quando deixa o orfanato, Bernie Noël está com trinta anos e tem como único objetivo conhecer suas origens. Começa então um percurso repleto de emboscadas para esse “garoto” neurótico e desligado do mundo real que vai semear a desordem por onde passar. Com Albert Dupontel, Claude Perron, Roland Blanche. Para maiores de 16 anos.

13/12/06 – O Barco da Liberdade

Jacques Monot (Denis Podalydès) é um homem de 38 anos, pai de quatro filhos, que está em férias na ilha de Oléron. Cansado da praia, ele junta suas economias para comprar um veleiro, que mais parece um bote sobrecarregado. O plano de Jacques é reunir sua família em uma viagem até a ilha de Aix, que está apenas a cinco quilômetros de distância. Apesar de pouco saber sobre navegação, Jacques insiste em ser o capitão do veleiro, o que causa vários problemas durante a viagem. Censura livre.

14/12/06 – Asterix e Obelix: Missão Cleópatra

Cleópatra (Monica Bellucci), a rainha do Egito, firma uma arrojada aposta com Júlio César (Alain Chabat), imperador de Roma, que determina que ela deverá concluir a construção de um novo palácio em apenas três meses. Desesperado com o pouco tempo que tem para realizar a obra, o arquiteto responsável pelo projeto decide convocar seus amigos Asterix (Christian Clavier) e Obelix (Gérard Depardieu) para ajudá-lo na construção. Porém, legiões do exército romano e ainda os esforços de um arquiteto rival serão os obstáculos para que os gauleses possam chegar ao Egito. Censura livre.







sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Claquete

Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Se você não é ruim da cabeça, nem doente do pé, mas, nem por isso, está a fim de correr atrás do trio elétrico, considere as sugestões da semana. De estréias, no cinema, tem “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro, e, a animação “O Segredo dos Animais”, da Nickelodeon. Nas continuações, vale conferir a divertida animação “Happy Feet – O Pinguim”, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, o drama “O Grande Truque”, e, o suspense “Efeito Borboleta 2”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. No Moviecom, o terror “Jogos Mortais 3”, a animação nacional “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, com os personagens de Angeli, e, a comédia “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (esta, com preços promocionais).

Estréia 1: “Jesus - A História do Nascimento”

Maria (Keisha Castle-Hughes) é uma jovem camponesa da cidade de Nazaré. Um dia, ela recebe a visita do anjo Gabriel (Alexander Siddig), que anuncia que Deus a escolheu para ser mãe de seu filho. Casada com o carpinteiro José (Oscar Isaac), Maria segue os conselhos do anjo, e, viaja para a casa de Zacarias (Stanley Townsend) e Isabel, seus parentes, para escapar dos guardas do rei Herodes (Ciarán Hinds). Ao retornar a Nazaré, já com a gravidez avançada, Maria é rejeitada por sua família e por José. Porém, após ter um sonho com o anjo Gabriel, José aceita a situação da esposa. Obrigados a viajar devido ao censo, José e Maria partem para Belém, sob o risco de serem descobertos pelos guardas de Herodes, sendo, ainda, procurados pelos três Reis Magos. “Jesus – A História do Nascimento” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Estréia 2: “O Labirinto do Fauno”

Espanha, 1944. Oficialmente, a Guerra Civil já terminou, mas, um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas, a norte de Navarra. Ofelia (Ivana Baquero), de dez anos, muda-se para a região, com sua mãe, Carmen (Ariadna Gil). Lá, as espera seu novo padrasto, um oficial fascista, que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes (Maribel Verdú), jovem cozinheira da casa, que serve de contato secreto com os rebeldes. Sob a rígida vigilância do padrasto, Ofélia refugia-se em um mundo de imaginação e sonho. A menina descobre um labirinto abandonado, próximo à casa, e, ao percorrê-lo, conhece um ser fantástico, que a guiará por uma jornada em busca da liberdade. A direção é de Guillermo del Toro. "O Labirinto do Fauno" estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 3: “O Segredo dos Animais”


O fazendeiro considera-se o responsável pela segurança de todos os animais. Mas, mal ele dá as costas, os animais ficam sobre duas patas, andam, conversam, assistem à TV e se divertem, pregando peças uns nos outros, principalmente Otis, o boi. Ele e seus melhores amigos, Pip, o rato, Fred, o furão, Pedro, o galo, e Porco, estão sempre dispostos a uma boa traquinagem. O pai de Otis, Ben, é o boi responsável pelo bem-estar dos animais. Ao contrário de seus pais, Otis não está preocupado em esconder dos humanos os talentos que os animais da fazenda possuem. E, enquanto o fazendeiro começa a desconfiar qual é o segredo dos animais, os terríveis coiotes começam a achar que podem invadir a fazenda. “O Segredo dos Animais” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

O adeus ao cafajeste

Morreu esta semana Jece Valadão, ator, produtor, diretor e roteirista, cuja biografia se confunde com a própria história do cinema brasileiro. Atuou em mais de 70 filmes, inclusive alguns marcos do cinema, como o famosíssimo “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos. A imagem que ficou associada ao ator foi a do machão cafajeste, em filmes como “Memórias de um Gigolô”, onde ele atuou ao lado de Cláudio Cavalcanti e Rossana Ghessa.

Inscrições abertas para I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), abre inscrições para a sua I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares. Os participantes poderão inscrever seus trabalhos gratuitamente até o dia 17 de dezembro. A ficha de inscrição, e, o regulamento, estão disponíveis no site www.cineclubenatal.blogspot.com . A inscrição preenchida e o curta-metragem devem ser entregues à Diretoria de Programação do Cineclube Natal, durante as sessões regulares da instituição. A mostra não é competitiva e podem participar vídeos com até 30 minutos de duração. A seleção ficará a cargo da direção do Cineclube Natal. Todos os diretores dos curtas-metragens exibidos receberão certificado de participação. O evento será realizado no TCP, em fevereiro de 2007.



Filme da Semana: “Duna”

Dunas ao vento

Um certo dia, um escritor, com muita imaginação, criou uma história extremamente rica, com inúmeros personagens, lugares estranhos, guerreiros corajosos, bruxas poderosas, e, uma saga que se estenderia por muitos anos. Não estou me referindo à obra de Tolkien, ou J. K. Rowlings, mas, à de um fantástico escritor chamado Frank Herbert. Se não tem a erudição de “O Senhor dos Anéis”, ou, o marketing de Harry Potter, a saga iniciada com o livro “Duna” não fica atrás, seja na complexidade da criação, ou, em prender a atenção do leitor. O livro inspirou um longa-metragem para o cinema, e, uma minissérie para a tv. Para quem não estiver a fim de se espremer no Carnatal, qualquer das três opções irá preencher o final de semana muito bem.

A saga iniciada com “Duna” foi a obra da vida de Herbert, que morreu antes de concluir o sétimo livro da série. Iniciada em 1965, quando ficção-científica era assunto exclusivo de nerds, “Duna” criou uma legião de fiéis aficionados, que cultivam, até hoje, a admiração pela obra.

A história inicia no ano 10.191, quando a Humanidade já se espalhou por boa parte do universo, tendo colonizado mundos a incríveis distâncias de nosso planeta natal, graças a poderosas naves de transporte que conseguem mover-se “sem sair do lugar”, utilizando dobras no espaço. Só quem consegue esta façanha são os Pilotos da Liga Espacial, misteriosos seres, outrora humanos, que alcançaram um estágio de evolução impensável, graças ao uso de uma substância especial, a melange. Embora se mantenham fiéis ao seu papel de transportadores, nada é feito contra a sua vontade, nem mesmo os desejos do imperador.

O universo humano tem um soberano, o Imperador Shaddam IV, que vive, com sua filha, a princesa Irulan, e, muitas legiões de assassinos Sardaukar, em Kaitain, na sede do Império. Apesar do título pomposo, a autoridade do imperador é pouco além de simbólica, já que, os dirigentes das Casas Nobres é que tem o poder real sobre os seus respectivos domínios, nos moldes do feudalismo medieval. As duas casas mais poderosas são a dos Atreides, no planeta Caladan, comandados pelo Duque Leto, e, a dos Harkonnen, de Giedi Prime, chefiados pelo malévolo Barão Vladimir.

Completando o quarto pilar do poder está a Irmandade Bene Gesserit, uma sociedade formada por mulheres, chamadas de bruxas, por possuírem poderes telepáticos e dominarem qualquer um, através do uso da Voz, a sua mais poderosa arma. Secretamente, as Bene Gesserit elaboram um plano milenar de seleção genética, para produzir o Kwisatz Haderach, que terá habilidades de presciência e acesso a toda sua memória genética, aquele que, segundo as profecias, seria o ser mais perfeito e poderoso do universo.

Unindo todos esses elementos está a melange, substância que prolonga a vida, amplia a consciência, ajuda o treinamento das Bene Gesserit, e, é vital para a Liga Espacial, que, sem a especiaria, não seria capaz de transpor o universo, transformando a Humanidade em um sem-número de mundos isolados. A melange, porém, só é encontrada em um único lugar no universo, o desértico planeta Arrakis, também chamado de Duna.

Receoso da crescente popularidade do Duque Leto, o Imperador, secretamente, trama um plano para destruí-lo, aproveitando-se de uma secular disputa entre os Atreides e os Harkonnen. Shaddam IV obriga o Barão Harkonnen a ceder Arrakis, então sob seu domínio, para os Atreides, em troca do viçoso planeta Caladan. Por trás disso está uma secreta associação com o Barão, para destruir a Casa dos Atreides.

A mudança no comando de Arrakis cria outro pretexto para um conflito entre os Harkonnens e os Atreides. Os Atreides sofrem um ataque devastador movido pelos Harkonnen, auxiliados por soldados Sardaukar, do Imperador, e, ajudados por um traidor dentro da própria Casa Atreides. O Duque Leto é assassinado, mas, Paul e sua mãe, Lady Jéssica, escapam para o interior do deserto. Com as habilidades Bene Gesserit de Jéssica, e, as habilidades de luta de Paul, eles se juntam a um bando nativo de Fremem, ferozes guerreiros do deserto, que vivem ocultos nas condições mais inóspitas que se possa imaginar. Eles são capazes, até mesmo, de cavalgar os gigantescos Vermes de Areia que dominam o planeta deserto.

Paul surge, então, como o Kwisatz Haderach, e, o conhecimento secreto de Jessica dos mitos religiosos dos Fremen plantado por uma missionária Bene Gesserit habilitam Paul a se tornar Muad'Dib, um líder político e religioso que une os milhões de Fremen em uma força militar incomparável, para libertar o planeta do jugo dos Harkonnen.

Curiosamente, ao contrário da maioria das fábulas de ficção-científica, não há máquinas ou computadores. Para os cálculos científicos e elaborações estratégicas, existiam os Mentats, homens com mentes excepcionalmente treinadas. É bem verdade que, em 1965, os computadores existentes fossem movidos (literalmente) a válvulas, totalmente fora da realidade das pessoas comuns. Mas, mais que isso, Herbert imaginou um universo onde o Homem é mais importante.

Como haviam sido desenvolvidos escudos de força, capazes de resistir até a raios laser, a maioria dos combates era feito no corpo-a-corpo, com o uso de armas brancas.

Como transportar este riquíssimo universo, descrito em mais de 600 páginas, só no primeiro volume, para as telas de cinema, numa sessão de pouco mais de duas horas? Bem, a primeira tentativa foi em 1983, com a direção do aclamado diretor David Lynch (de “Veludo Azul” e “Coração Selvagem”). Apesar do elenco estelar, com Max Von Sidow, Sean Young, Jürgen Prochnow, José Ferrer, e, até o popstar Sting, o filme não obteve muito sucesso. Ruben Ewald Filho chegou a classifica-lo como “cinqüenta milhões de dólares jogados fora”.

Na verdade, ao rever o filme em DVD, vê-se que Lynch tentou manter fidelidade ao livro, embora fosse difícil condensar tudo num tempo tão curto. Os efeitos especiais, na época inovadores, hoje parecem primários, principalmente quando se assiste a partir de uma mídia digital. Posteriormente, foi lançada uma versão estendida, com 50 minutos a mais, que Lynch renegou, recusando-se a ter o seu nome associado a ela.

Em 2000, uma rede de TV americana fez uma minissérie baseada no livro. Com uma duração de quase cinco horas, foi possível detalhar muito mais a história original, e, com os recursos de efeitos especiais muito mais aperfeiçoados, ficou muito mais palatável, para os padrões de exigência dos espectadores atuais. Se melhorou nesse aspecto, piorou um pouco no elenco, já que, o único nome conhecido, nessa versão, é o do ator William Hurt.

Todas as versões estão disponíveis em DVD, a original de Lynch, a versão estendida do filme de 1983, e, a minissérie. O filme de Lynch é o que tem a pior apresentação, com imagem em tela cheia, e, nenhum extra. Já a minissérie vem em edição dupla, com formato de tela widescreen anamórfico, som Dolby Digital, trailers de cinema e dois Making Of (sem legendas, infelizmente). Posteriormente, foi feita uma outra minissérie, correspondendo aos segundo e terceiro livros da série.

Além de “Duna”, Herbert escreveu “O Messias de Duna”, “Os Hereges de Duna”, “Os Filhos de Duna”, “O Imperador-Deus de Duna”, e, “As Herdeiras de Duna”.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Claquete

Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Novembro vai chegando ao fim, melancolicamente, sem novidades nos cinemas, a não ser a animação “Happy Feet – O Pinguim”, que conseguiu a proeza de esnobar o novo 007, no mercado americano. A outra estréia, só no Moviecom, é a animação nacional “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, com os personagens de Angeli. Nas continuações, o drama da Primeira Guerra Mundial, “Flyboys” (veja em Filme da Semana), a comédia “Pequena Miss Sunshine”, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, “Terror em Silent Hill”, o ótimo “O Grande Truque”, misto de drama e suspense, do diretor Christopher Nolan, o suspense “Efeito Borboleta 2”, o terror “Jogos Mortais 3”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, a comédia “Fica Comigo Esta Noite”, e, no Moviecom, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (esta, com preços promocionais).

Estréia 1: “Happy Feet - O Pingüim”

A vida do pingüim Imperador se resume basicamente a coisa: ter uma canção do coração. A partir desta canção é que o pingüim será respeitado entre os de sua espécie, e, conquistará o amor de uma fêmea. Todo pingüim já nasce com sua canção do coração, exceto um: Mano. Diferente de todos os pingüins, Mano não sabe cantar, e, sim, sapatear, para o espanto de todos, inclusive de seu pai, Memphis, que diz que "isso não é coisa de pingüim". Apaixonado por Glória, mas, sem ter como conquistá-la, uma vez que os pingüins fazem isso através da música, Mano se afasta de seu bando, e, acaba conhecendo outra espécie de pingüins, os Adelie. Entre eles, Mano é idolatrado, por seus passos de dança maneiros, e, logo forma um forte laço de amizade com alguns pingüins, em especial Ramon. Mas, Mano não desistiu de viver entre os seus, e, tentará mostrar que a dança pode mover montanhas. “Happy Feet - O Pingüim” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, nas Salas 2 e 6 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Estréia 2: “Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock´n´Roll”

Em uma festa, na virada para 1972, na casa de Cosmo, os jovens Wood, Stock, Lady Jane, Rê Bordosa, Rampal, Nanico e Meiaoito, vivem intensamente o barato do flower power, ao explodir dos fogos de Ano Novo. Trinta anos se passam, e, nossos heróis, agora, carecas e barrigudos, enfrentam as dificuldades de um mundo cada vez mais individual e consumista. Família, filhos, trabalho, contas a pagar e solidão, são conceitos que não combinam com o universo inconseqüente desses "bichos-grilos", perdidos no tempo. O jeito é dar ouvidos à voz sábia de Raulzito, e, ressuscitar a velha banda de rock'n'roll. Animação nacional, baseada nos personagens do cartunista Angeli, com as vozes de Rita Lee, Sepé Tiaraju, Zé Vítor Castiel, Felipe Monaco e Tom Zé. "Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll" estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.


“Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio”, em DVD

Sean Boswell (Lucas Black) é um adolescente superficial e infeliz, que usa as corridas de rua como válvula de escape. Após bater com o carro, e, para evitar a prisão, Sean é enviado para Tóquio, par morar com o pai. Em sua nova cidade, Sean fica inteiramente deslocado, até conhecer Twinkie (Bow Wow), que lhe apresenta as corridas de drift, uma mistura de derrapagem e velocidade. Sean logo se empolga com a novidade, o que faz com que se envolva em novas confusões. O disco traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 5.1. Os extras só deverão vir na edição definitiva.

“O Enigma de Andrômeda”, em DVD

“O Enigma de Andrômeda”, um dos filmes mais intrigantes de ficção-científica dos anos 70, finalmente, foi lançado em DVD. O filme foi escrito e dirigido por Michael Crichton, o autor de “Jurassic Park”. Quando um satélite espacial cai, em uma pequena cidade do Oeste americano, uma misteriosa bactéria mata todos os habitantes, à exceção de um bebê, e, um velho bêbado. Agora, um grupo de cientistas precisa correr contra o tempo, para evitar o extermínio de toda a Humanidade. Nas locadoras.

“O Beijo da Mulher-Aranha” no Projeto Cinema e Literatura

O Cineclube Natal e a Livraria Bortolai exibirão “O Beijo da Mulher-Aranha”, de Hector Babenco, no Projeto “Cinema e Literatura”. Dois presos, um por motivos políticos e outro por comportamento imoral, dividem a mesma cela, e, com o passar do tempo, aprendem a respeitar um ao outro, e, descobrem uma forma de enfrentar a opressão da cadeia. Com Raul Julia, William Hurt e Sônia Braga. Hurt ganhou os prêmios de Cannes e o Oscar de Melhor Ator, por este filme. A exibição começa às 18h, no auditório da própria livraria, na Avenida Afonso Pena, 805, Tirol. Ao término da sessão haverá debate com a platéia. O acesso é gratuito. Para maiores de 16 anos.

Adeus a Altman e Noiret

Esta semana foi muito ruim para o cinema mundial. Além da morte do diretor Robert Altman, autor de “Short Cuts – Cenas da Vida”, e, da genial comédia “M*A*S*H*”, o mundo perdeu, ontem, o ator francês Philippe Noiret. Dono de uma carreira invejável, com mais de 150 filmes, Noiret alcançou fama mundial com duas belíssimas produções, “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore, e, “O Carteiro e o Poeta”, onde interpretava Pablo Neruda.



Filme da Semana: “Flyboys”

Batismo de fogo

Embora existam mais de quinhentos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, não há muitas produções sobre o conflito de 1914 a 1918, que, embora numa escala menor, foi mais sangrento e fratricida, mudando fortemente o balanço das forças políticas mundiais. Uma pequena parte desta história, ligada ao uso do avião como arma militar, é apresentada no filme “Flyboys”, atualmente em cartaz nos nossos cinemas.

No final do século 19, o mundo passava por grandes transformações. A incipiente indústria do petróleo encontrara uma utilização nobre, como combustível para veículos, o que revolucionou a indústria de transportes, até então, dependente de navios à vela e carvão, trens, e, cavalos. Com a industrialização maciça, a necessidade de matérias-primas, e, a disputa por mercados, acirrou o imperialismo das poderosas nações européias.

A Inglaterra dominava boa parte do mundo, seguida por outras nações, como a França, Bélgica, e, até mesmo a Rússia, nos estertores do regime tzarista. A Alemanha, formada por antigos estados independentes, fora unificada em 1871, surgindo como uma nova força, não apenas no âmbito econômico, mas, também, militar. A corrida armamentista levou os países a adotar o serviço militar obrigatório, criar novas armas, e, produzir armamento e munição em quantidades cada vez maiores. Ironicamente, era denominado “a paz armada”.

Cientes do poderio dos adversários, os jogadores se uniram em alianças, de modo que, em 1907, a Europa já se encontrava dividida em dois blocos político-militares: a Tríplice Aliança, com a Alemanha, Itália e Áustria-Hungria, e a Tríplice Entente, com a Inglaterra, França e Rússia. Nesse ambiente tenso, no dia 28 de junho de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia, o herdeiro do trono austríaco, Francisco Ferdinando, e, sua esposa, foram assassinados, a tiros, por um estudante da Bósnia. A Áustria declarou guerra a Sérvia, o que provocou a participação dos respectivos aliados, dando início à Primeira Guerra Mundial, duraria quatro anos, com a morte de mais de nove milhões de soldados.

Na maior parte do conflito, os combates foram marcados pela guerra de trincheiras, onde os exércitos defendiam suas posições utilizando-se de uma extensa rede de trincheiras que eles próprios cavavam. Novas armas, como o canhão de tiro rápido, o gás venenoso, o lança-chamas, armas automáticas e o submarino, faziam um número crescente de vítimas. Entre as novidades do conflito, foi utilizado o avião, que mal completara dez anos de existência.

Quando Santos Dumont fez o primeiro vôo num veículo mais pesado do que o ar, em 23 de outubro de 1906, certamente sonhou, para o seu invento, uma utilização nobre. Contudo, devido ao ambiente da época, sua invenção, que sempre deixou como domínio público, foi apropriada pelos militares para uso bélico.

Inicialmente, os aviões eram utilizados apenas para vôos de reconhecimento e verificação de movimentação de tropas. Mas, à medida que o conflito avançava, foi sendo aperfeiçoado para combate aéreo, e, para lançamento de bombas.

O filme “Flyboys” ilustra bem esse lado do conflito. Enquanto as tropas se arrastavam pelo lamaçal das trincheiras, as esquadrilhas de aviões, pilotadas por jovens pilotos de diversos países, travava batalhas nos céus da França, num conflito diferenciado, com regras próprias.

Enquanto o pau quebrava na Europa, os Estados Unidos mantinham-se fora do conflito, em parte por considerar a guerra um problema regional europeu, e, em parte, pela própria alienação do eleitor americano. Muitos jovens idealistas, entretanto, participaram do conflito, juntando-se ao exército canadense, atuando como motoristas voluntários de ambulância, ou, integrantes da Legião Estrangeira da França. As motivações eram as mais diversas, como fica bem caracterizado no filme.

Blaine Rawlings (James Franco), é um jovem texano, que foi expulso do rancho de sua família, e, que idealiza uma vida de herói, pilotando aviões. Ele se une a Higgins (Christien Anholt), um recruta da Legião Estrangeira, William Jensen (Philip Winchester), para seguir a tradição de heroísmo da família, Briggs Lowry (Tyler Labine), que se alistou devido à pressão do pai, Eddie Beagle (David Ellison), que deseja fugir de seu passado, e, um boxeador negro, Eugene Skinner (Abdul Salis), que deseja defender a França, que permitiu que se tornasse campeão.

Os jovens vão para um campo de treinamento de pilotos, onde, sob o comando do capitão Georges Thenault (Jean Reno), são submetidos a um rigoroso treinamento, de forma que eles possam integrar a Esquadrilha Lafayette, o primeiro esquadrão de pilotos americanos, liderados por Reed Cassidy (Martin Henderson), um piloto de guerra veterano. É mostrado o treinamento com maquetes de madeira, e, a explicação do porquê do famoso cachecol. Entre os equipamentos distribuídos, um revolver, para o caso do avião pegar fogo, e, um martelinho de madeira para quando a metralhadora engalhasse.

O batismo de fogo é cruel, quando se defrontam com experientes pilotos alemães, principalmente um que pilota um avião todo negro, conhecido como “Falcão Negro”. Este quebra o código de honra dos pilotos, quando mata um americano que tinha conseguido pousar, após ser abatido. Na vida real, até mesmo o lendário Barão Vermelho, o barão Manfred Albrecht von Richthofen, que abateu mais de oitenta aviões ingleses e franceses, recebeu funeral com honras militares, prestado por seus inimigos.

O filme mostra o amadurecimento dos pilotos ao longo do conflito, com seus dramas pessoais, e, a reação que os acontecimentos causavam, em cada um. No final, é mencionado destino de cada um dos sobreviventes, inclusive, quando mostram uma foto real dos participantes do esquadrão. Ao todo, 265 americanos serviram na esquadrilha, dos quais, 51 foram mortos em combate. Um piloto negro, Eugene Bullard, realmente existiu, embora, como seja dito no filme, não foi reconhecido por seu próprio país, ao entrar no conflito.

O filme é repleto de belas cenas de combates aéreos, onde fica difícil perceber onde termina a ação real e inicia a computação gráfica. Para os caçadores de curiosidades, a brasileira Anna Walker, dona de uma empresa de acrobacia aérea em Londres, participa de várias cenas de combates aéreos.

À exceção de Jean Reno, totalmente subtilizado, não há nomes conhecidos no elenco. Contudo, a direção segura do francês Jean Pierre Jeunet (conhecido no Brasil por “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”) certamente mantém o ritmo e a atenção do espectador até o final.

No ano em que comemoramos os cem anos do vôo do Pai da Aviação (sorry, irmãos Wright), certamente é um bom filme para assistir, e, refletir um pouco sobre os usos para os quais os homens destinam as idéias mais brilhantes. E, para os que quiserem ver outros filmes sobre a Primeira Guerra Mundial, sugiro “Nada de Novo no Front”, de Lewis Milestone, “Galipoli”, de Peter Weir, e, “Glória Feita de Sangue”, de Kubrick.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Claquete

Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Num mês de tantos feriados (ainda falta um), as estréias chegam em doses constantes e homeopáticas. Neste final de semana, teremos duas estréias, um movimentado drama da Primeira Guerra Mundial, “Flyboys”, e, a comédia “Pequena Miss Sunshine”. Nas continuações, o policial “Os Infiltrados” (veja mais no Filme da Semana), de Martin Scorsese, “Terror em Silent Hill”, o ótimo “O Grande Truque”, misto de drama e suspense, do diretor Christopher Nolan, o suspense “Efeito Borboleta 2”, o terror “Jogos Mortais 3”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, a comédias “Fica Comigo Esta Noite”, “Trair e Coçar, é só Começar”, e, a animação “O Bicho Vai Pegar”, e, no Moviecom, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (esta, com preços promocionais).

Estréia 1: “Flyboys”

Em 1916, a 1ª Guerra Mundial já dura dois anos, sem perspectiva de acabar. Milhões de pessoas já morreram, e, as forças aliadas, compostas por França e Inglaterra, lutam nas trincheiras contra as tropas alemãs. Os Estados Unidos mantêm a posição de neutralidade, o que não impede que alguns americanos partam para a Europa, como motoristas voluntários de ambulância, ou, integrantes da Legião Estrangeira da França. Um deles é Blaine Rawlings (James Franco), um texano que foi expulso do rancho de sua família, e, que idealiza uma vida de herói, pilotando aviões. Ele se une a Higgins (Christien Anholt), um recruta da Legião Estrangeira, William Jensen (Philip Winchester), para seguir a tradição da família, Briggs Lowry (Tyler Labine), que se alistou devido à pressão do pai, Eddie Beagle (David Ellison), que deseja fugir de seu passado, Eugene Skinner (Abdul Salis), que deseja defender a França, que permitiu que se tornasse campeão de boxe, e, Reed Cassidy (Martin Henderson), um piloto de guerra veterano. Sob o comando do capitão Georges Thenault (Jean Reno), os pilotos franceses realizam um rigoroso treinamento com os americanos, de forma que eles possam integrar a Esquadrilha Lafayette, o primeiro esquadrão de pilotos americanos a lutar na 1ª Guerra Mundial. “Flyboys” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Pequena Miss Sunshine”

Nenhuma família é verdadeiramente normal, mas, a família Hoover extrapola todos os padrões. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda, que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida, e, o avô foi expulso de uma casa de idosos, por usar heroína. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é convidada para participar de um concurso de beleza, para meninas pré-adolescentes. Eles se amontoam em sua Kombi enferrujada, numa jornada tragicômica, repleta de surpresas alucinadas, e, que mudará toda essa família desajustada de maneira que ela jamais poderia imaginar. A direção é de Jonathan Dayton e Valerie Faris. “A Pequena Miss Sunshine” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.



Novidades

“Piratas do Caribe: O Baú da Morte”, em DVD

O capitão Jack Sparrow parte em uma aventura inteiramente nova. Na seqüência de “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”, o excêntrico Jack é capturado por uma rede de intrigas sobrenaturais. Uma ameaça ainda mais aterrorizante paira sobre seu capitão, e, sua tripulação desprezível: descobre-se que Jack tem uma dívida de sangue com o lendário Davy Jones, o governante das profundezas do mar e comandante do fantasmagórico “Holandês Voador”, ao qual nenhum outro barco é capaz de se equiparar em velocidade e força. O disco traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 5.1, mas, ao contrário do primeiro filme, que já saiu numa edição completíssima, esta não traz nenhum extra, de modo que o colecionador terá que esperar a edição sell-thru.

Inscrições abertas para I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), abre inscrições para a sua I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares. Os participantes poderão inscrever seus trabalhos gratuitamente até o dia 17 de dezembro. A ficha de inscrição, e, o regulamento, estão disponíveis no site www.cineclubenatal.blogspot.com . A inscrição preenchida e o curta-metragem devem ser entregues à Diretoria de Programação do Cineclube Natal, durante as sessões regulares da instituição. A mostra não é competitiva e podem participar vídeos com até 30 minutos de duração. A seleção ficará a cargo da direção do Cineclube Natal. Todos os diretores dos curtas-metragens exibidos receberão certificado de participação. O evento será realizado no TCP, em fevereiro de 2007.

Grupo Caminhos Comunicação & Cultura lança documentário

O Grupo Caminhos Comunicação & Cultura, formado por jornalistas e radialistas da terrinha, realizou o documentário “Com quantas ave-marias se faz uma santa?”, com 30 minutos de duração, cujo lançamento acontecerá em Natal no próximo dia 20 de novembro, às 19 horas, no SeaWay Shopping. O tema do documentário é a lenda sobre uma criança se perdeu numa serra próxima à cidade, e, após muitos anos, o seu corpo foi encontrado intacto, e, o local passou a ser palco de milagres. A direção é de Albery Lúcio, e, na equipe técnica estão Ana Lúcia Gomes, Edileusa Martins e Fernanda Gurgel, entre outros.

Cineclube Natal exibe “Laranja Mecânica”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 19, o filme “Laranja Mecânica”, do diretor Stanley Kubrick. Baseado em livro de Anthony Burgess, o filme mostra uma sociedade do futuro, onde a violência é comum, a ética não vale muito, e, as aparências é que importam. Será exibido, também, o curta-metragen “Flying Padre”. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 18 anos.


Filme da Semana: “Os Infiltrados”

Quem é quem?

O sonho de todo cidadão de bem é ter uma polícia que consiga prender os bandidos. Só que, a maioria das pessoas não imagina o que pode ser necessário fazer, para conseguir isso. Não é raro que um policial precise se passar por bandido, para investigar as operações criminosas. E, infelizmente, o inverso também ocorre, quando policiais se vendem para o Lado Negro, e, passam informações valiosas para os bandidos. É exatamente este universo que é explorado por Martin Scorsese, no filme “Os Infiltrados”, em cartaz nos nossos cinemas.

Fugindo do clichê dos filmes de gângsteres, que sempre tratam de mafiosos italianos em Chicago ou Nova York, Scorsese leva a ação para Boston, no rico estado de Massachusetts, onde o crime organizado é controlado por Frank Costello (Jack Nicholson), chefe de uma quadrilha que domina a colônia irlandesa. É nesse ambiente que crescem, e, tomam destinos parecidos dois jovens. Um deles é Colin Sullivan (Matt Damon), que cresce aos cuidados de Costello, e, entra na polícia, graduando-se com distinção. O outro, Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) vinha de uma família de pessoas à margem da lei, cujo único homem totalmente honesto fora o seu pai. Ele também entra para a academia de polícia, mas, é desligado a poucos dias da formatura, por ter se desentendido com um instrutor.

Os dois se apresentam no mesmo dia, Colin, bastante festejado, indo direto para um grupo de elite de combate ao crime organizado, enquanto Billy recebe uma proposta para trabalhar sob disfarce, fingindo-se de bandido. A intenção do capitão Queenan (Martin Sheen) e do sargento Dignam (Mark Wahlberg) é de infiltrar um rosto desconhecido na quadrilha de Costello, para poder prende-lo. O problema é que Colin, o afilhado do bandido, está sempre passando as informações para o chefão, que sempre consegue evitar as situações de perigo.

Os dois passam a viver uma vida dupla, enredando-se cada vez mais nas suas respectivas armadilhas, e, dia após dia, crescem as suspeitas, nos dois grupos, sobre os espiões infiltrados. Ao invés de heróis indestrutíveis, os dois mostram suas faces humanas, com medos, dúvidas, e, sem ter mais parâmetros dos seus próprios valores, sem saber onde termina o fingimento e onde inicia a realidade.

A história do filme se desenrola em um intrincado jogo de gato e rato, onde cada um dos infiltrados tenta se proteger, e, desmascarar o outro. Como se poderia esperar, os acontecimentos caminham para um clímax, onde todas as faces serão expostas. Ninguém espere um final feliz, pois numa história onde todos têm algum tipo de culpa, dificilmente alguém sairá impune.

Além de um excelente tratamento psicológico dos personagens, Scorsese questiona o uso da mentira. Até que ponto é correto mentir? Desde uma simples desculpa, para fugir a um encontro chato, ou, manter uma vida dupla de assassino?

Este filme é baseado em um cultuado filme policial chinês “The Infernal Affairs” (Mou Gaan Dou), embora também tenha traços da história de Whitey Bulger, um gângster de sangue irlandês, que cumpriu pena em Alcatraz, supostamente forneceu armas ao IRA e que permanece na lista dos dez fugitivos mais procurados do FBI por uma série de assassinatos nos anos 70.

Embora seja um pouco mais longo que a maioria das produções, com 149 minutos, o filme certamente agradará tanto aos amantes dos filmes de ação, quanto aos que gostam de um bom suspense psicológico.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Claquete

Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Após a tempestade, vem a calmaria... Enquanto o Brasil se re-arruma, na velha/nova ordem, nas plagas potiguares, a novidade fica por conta da Mostra Competitiva Nacional, principal evento do FESTNATAL 2006, que ocorrerá no Moviecom esta semana (mais detalhes no box). Fora isso, teremos duas estréias, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, e, “Terror em Silent Hill”, filme baseado em um conhecido videogame. Nas continuações, o ótimo “O Grande Truque”, misto de drama e suspense, do diretor Christopher Nolan, o suspense “Efeito Borboleta 2”, o terror “Jogos Mortais 3”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, a comédia “Fica Comigo Esta Noite”, e, no Moviecom, os dramas “Vôo United 93”, “O Sacrifício”, o romance “A Casa do Lago”, e, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (este, com preços promocionais).

Estréia 1: “Os Infiltrados”

A polícia trava uma verdadeira guerra contra o crime organizado em Boston. Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), um jovem policial, recebe a missão de se infiltrar na Máfia, mais especificamente, no grupo comandado por Frank Costello (Jack Nicholson). Aos poucos, Billy conquista sua confiança, ao mesmo tempo em que Colin Sullivan (Matt Damon), um criminoso que foi infiltrado na polícia como informante de Costello, também ascende dentro da corporação. Tanto Billy, quanto Colin, sentem-se aflitos, devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação de sempre obter informações. Porém, quando os bandidos e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo. A direção é de Martin Scorsese, de volta ao tema de “Os Bons Companheiros” e “Cassino”. “Os Infiltrados” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 18 anos.

Estréia 2: “Terror em Silent Hill”

Rose da Silva (Radha Mitchell) é uma mulher atormentada, já que sua filha Sharon (Jodelle Fernand) está morrendo, devido a uma doença fatal. Contrariando seu marido, Rose decide levá-la a uma cidade que a menina sempre menciona em seus sonhos, quando está sonâmbula. No caminho para encontrá-la, Rose atravessa um portal, que a leva à cidade deserta de Silent Hill. Lá, Sharon desaparece, o que faz com que Rose procure a menina por todos os lugares. É quando Rose descobre que a aparente cidade deserta é, na verdade, habitada por criaturas demoníacas, que surgem de praticamente todos os lugares em que toca. O filme é baseado nos dois primeiros jogos da série "Silent Hill". A direção é de Christophe Gans. “Terror em Silent Hill” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 18 anos.

“Carros”, em DVD

Relâmpago McQueen é um carro de corridas ambicioso, que já em sua primeira temporada na Copa Pistão, torna-se um astro. Ele sonha em ser o primeiro estreante a vencer o campeonato. A fama faz com que Relâmpago acredite que não precisa da ajuda de ninguém, sendo uma "equipe de um carro só". Esta arrogância lhe custa caro, pois perde a penúltima corrida. A caminho da próxima, fica preso em uma cidadezinha, onde convive com pessoas simples e verdadeiras, o que o leva a pensar em mudar de atitude. Simpática animação da Pixar, a última antes de ser comprada pela Disney. Com formato de tela Widescreen, e, áudio em Inglês e Português Dolby Digital 5.1, o disco traz, como extras, Cenas inéditas, Curta animado inédito, Making of, Jogos e atividades, Comentários do diretor e Easter eggs.

“Fome de Viver”, em DVD

Um dos filmes cult dos anos 80 chega, com muito atraso, em DVD. O filme é “Fome de Viver”, do, então, estreante diretor Tony Scott. “Fome de Viver” é considerado um dos melhores filmes de vampiros dos últimos anos. Baseado no livro homônimo de Whitley Strieber, o filme propõe a existência de seres imortais que se alimentam de sangue e da força vital dos humanos. O enredo gira em torno de Miriam Blaylock (Catherine Deneuve), aquela que seria a última da espécie, e, de suas relações amorosas e predatórias com humanos de ambos os sexos. No elenco estão, também, David Bowie e Susan Sarandon. O disco traz formato de tela widescreen anamórfico, que preserva a belíssima fotografia do filme, e, como extras, comentários de Tony Scott e Susan Sarandon, Trailer de cinema e Galeria de imagens.


16º Festival de Cinema de Natal – FESTNATAL 2006

Mostra Competitiva Nacional de Ficção

Hoje inicia a Mostra Competitiva Nacional de Ficção, principal evento do 16º Festival de Cinema de Natal, com “Vestido de Noiva”, filme de estréia do diretor Joffre Rodrigues. A Mostra segue até o dia 16 de novembro, com sete produções em competição, e, dois filmes convidados, que serão exibidos no Cine 3, da Rede Moviecom, com várias sessões diárias, e, com ingressos promocionais, no valor único de três reais. O Festival de Cinema de Natal, o FESTNATAL, é fruto da cruzada pessoal do colega Valério Andrade, que consegue levar ao ar a 16ª edição do festival. Os filmes são os seguintes:

10/11 - “Vestido de Noiva” – Após ser atropelada, a bela Alaíde (Simone Spoladore) é levada para o hospital com muitas dores, alucinação e perda de memória. Ela se lembra de sua vida desde o momento em que leu o diário da cafetina Madame Clessi (Marília Pera), ao mudar-se para a casa que fora há 37 anos um bordel. Nesse misto de alucinação e memória ela se encontra com a mítica cafetina, a quem conta tudo o que se passou após a morte desta. Alaíde também consegue se lembrar das brigas que teve com sua irmã, que amava o homem que na época era seu noivo e depois tornou-se seu marido. Outra lembrança é que horas antes do atropelamento Alaíde tinha descoberto o plano de sua irmã e seu marido para matá-la e, após sua morte, se casarem. Mas esta ela não sabe se realmente aconteceu ou se é fruto de sua imaginação. A direção é de Joffre Soares. Para maiores de 14 anos. Sessões às 14h, 16h30, 18h45 e 21h.

11/11 - “Dois Perdidos Numa Noite Suja” - Nova York, 2001. Paco (Débora Falabella) é uma mulher que se passa por travesti, tinha feito sexo oral com um "cliente", em um banheiro público. A situação saiu do controle, pois, ao descobrir que Paco era uma mulher, ficou violento, e, só não piorou devido à interferência de Tonho (Roberto Bomtempo), que deixou o "cliente" desacordado. Paco aproveita a situação para roubá-lo, mas, como tinha feito Tonho perder o emprego, divide com ele o dinheiro. Eles, então, descobrem que ambos são brasileiros. Tonho, com saudades de falar português, convida Paco para ficar no seu "apartamento", que é, na verdade, um galpão abandonado. Tirando o fato de serem estrangeiros, eles nada têm em comum. Enquanto Paco é uma pessoa bem determinada e agressiva, Tonho é humilde, mas, está cansado de subempregos, e, quer voltar para o Brasil. Paco, por sua vez, sonha alto, e, quer se tornar uma mega popstar. Por falta de opção, e, necessidade, eles vivem um cotidiano infernal, no qual Paco agride verbalmente Tonho praticamente o tempo inteiro. Esta convivência forçada de dois imigrantes que vivem à margem da sociedade irá revelar gradativamente a falta de esperança por uma vida mais digna. A direção é de José Joffily. Para maiores de 16 anos. Sessões às 14h15, 16h30, 18h45 e 21h.

11/11 - “O Amigo Invisível” (Filme Convidado) - Tixa é uma menina de sete anos que possui um amigo que apenas ela vê. Como suas brincadeiras com o irmão são perigosas, envolvendo golpes de jiu-jitsu e socos com lutas de boxe, Tixa prefere brincar com Gabriel, nome de seu amigo invisível, com quem pula corda e brinca de boneca. Porém, esta amizade é vista com estranheza por sua família, que acredita que ela está falando sozinha. Com Isabela Garcia, Paulo César Grande, Zezé Motta e Chico Diaz. A direção é de Maria Letícia, que fez o roteiro baseado em livro de sua autoria. Sessão única, às 11h. Censura livre.

12/11 – “Benjamim” - Ao conhecer a jovem Ariela Masé (Cléo Pires), de espantosa semelhança com o grande amor de seu passado, o veterano e esquecido modelo publicitário Benjamim Zambraia (Paulo José) revive as delícias e horrores da paixão. A “reencarnação” da sua amada Castana Beatriz tem algo mais a lhe oferecer: um acerto de contas com a sua própria consciência. Baseado em livro de Chico Buarque de Hollanda. A direção é de Monique Gardenberg. Para maiores de 12 anos. Sessões às 14h15, 16h30, 18h45 e 21h.

12/11 - “O Amigo Invisível” (Filme Convidado) - Sessão única, às 11h. Censura livre.

13/11 – “O Outro Lado da Rua” - Regina (Fernanda Montenegro) é uma mulher de 65 anos, que vive em Copacabana, com sua cachorrinha vira-lata. Para esquecer a solidão e se distrair ela participa de um serviço da polícia, no qual aposentados denunciam pequenos delitos. Em uma noite de abandono, “fiscalizando” com seu binóculo o que acontece nos prédios do outro lado da rua, Regina presencia o que parece ser um homem matando sua mulher, com uma injeção letal. Ela chama a polícia, mas, o óbito é dado como morte natural. Desmoralizada, Regina resolve provar que estava certa, e, acaba se envolvendo com o suposto assassino. A direção é de Marcos Bernstein. Para maiores de 12 anos. Sessões às 14h15, 16h30, 18h45 e 21h.

14/11 – “No Meio da Rua” - Leonardo (Guilherme Vieira) é um garoto de onze anos, de família de classe média alta, cheio de atividades, e, até carro, com motorista. A caminho da escola, enquanto seu carro aguarda em um sinal de trânsito, ele conhece Kiko (Cleslay Delfino), um garoto de sua idade, que faz malabarismos na rua para ganhar alguns trocados. Logo, os dois se tornam amigos, o que faz com que Leonardo empreste seu Game Boy para Kiko. Isso faz com que Leonardo receba uma bronca de sua mãe, Márcia (Flávia Alessandra), que não vê com bons olhos esta amizade. Decidido a recuperar o videogame, Leonardo falta uma aula para encontrar Kiko. Porém, Kiko lhe diz que não está mais com o jogo, que foi pego por dois olheiros que trabalham para o traficante Baratão (João Antônio Jamaica). É quando os dois amigos decidem subir o morro para recuperar o Game Boy a todo custo. A direção é de Antonio Carlos da Fontoura. Para maiores de dez anos. Sessões às 14h, 15h45, 17h30, 19h15 e 21h.

15/11 – “O Caminho das Nuvens” - Romão (Wagner Moura) é um caminhoneiro desempregado. Sem conseguir emprego, e, tendo que sustentar sua mulher Rose (Cláudia Abreu) e seus cinco filhos, ele decide partir, em busca de um local onde possa conseguir o sonhado emprego que lhe pagará o salário de R$ 1000,00. Romão e sua família partem, numa jornada de 3200 km, saindo da gloriosa Santa Rita, na Paraíba, até o Rio de Janeiro, de bicicleta. O filme é baseado na história real de Cícero Ferreira Dias. A direção é de Vicente Amorim. Para maiores de 14 anos. Sessões às 14h, 15h45, 17h30, 19h15 e 21h.



16/11 – “O Homem Que Copiava” - André (Lázaro Ramos) é um jovem de 20 anos que trabalha na fotocopiadora da papelaria Gomide, localizada em Porto Alegre. André mora com a mãe e tem uma vida comum, basicamente vivendo de casa para o trabalho e realizando sempre as mesmas atividades. Um dia, André se apaixona por Sílvia (Leandra Leal), uma vizinha, a qual passa a observar com os binóculos em seu quarto. Decidido a conhecê-la melhor, André descobre que ela trabalha em uma loja de roupas, e, para conseguir uma aproximação, tenta de todas as formas conseguir 38 reais para comprar um suposto presente para sua mãe. O elenco conta, ainda, com Luana Piovani, Pedro Cardoso e Paulo José. A direção é de Jorge Furtado. Para maiores de 14 anos. Sessões às 14h, 16h20, 18h40 e 21h.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Claquete


Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Passadas as eleições, entre mortos e feridos, o Brasil tenta voltar ao normal. A novidade da semana, além das estréias nos cinemas, é a Mostra Vidas na Tela, evento do FESTNATAL 2006, que ocorrerá no Moviecom esta semana (mais detalhes no box). As estréias são “O Grande Truque”, misto de drama e suspense, do diretor Christopher Nolan, “Efeito Borboleta 2”, suspense, e, o drama “Vôo United 93”, este último só na rede Moviecom. Nas continuações, o terror japonês “O Grito 2”, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água”, de Daniel Filho, a animação “O Bicho Vai Pegar”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem as comédias “Fica Comigo Esta Noite”, “Um Cara Quase Perfeito”, e, o drama “O Diabo Veste Prada”. No Moviecom, a comédia juvenil “Ela é o Cara”, o drama “O Sacrifício”, o romance “A Casa do Lago”.

Estréia 1: “O Grande Truque”

Na Londres do final do século 19, a grande diversão era o teatro de variedades, e, em especial, os mágicos ilusionistas, que se esforçavam para conseguir os truques mais impressionantes. Robert Angier (Hugh Jackman, o Wolverine de “X-Men”) e Alfred Borden (Christian Bale, o Homem-Morcego, de “Batman Begins”) se conhecem há muitos anos, desde que eram aprendizes de mágicos. Uma fatalidade, em pleno palco, faz com que a amizade se transforme em uma grande rivalidade. Ao longo dos anos, o ódio apenas aumenta, e, cada um faz o possível para prejudicar o outro, sabotando os truques, causando acidentes, mentindo e iludindo. Quando Alfred apresenta uma mágica revolucionária, Robert fica obcecado em descobrir como ele consegue realizá-la. Para conseguir o seu objetivo, ele empreende uma longa viagem, para retornar a Londres não apenas com o truque perfeito, mas, com os meios para, finalmente, vingar-se do adversário pela dolorosa perda que este causou. O filme conta, ainda, com cantor David Bowie, como o inventor Nikola Tesla, a bela Scarlett Johansson, e, o magnífico Michael Caine. A direção é de Christopher Nolan, de “Amnésia” e “Batman Begins”. “O Grande Truque” está em cartaz no Cine 4 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Vôo United 93”

Em 11 de setembro de 2001, um dos quatro aviões seqüestrados pelos terroristas não chega até o seu alvo, graças ao heroísmo de seus ocupantes. Naquele fatídico dia, o vôo 93, da United Airlines, permaneceu no ar durante 90 minutos, Período em que os passageiros decidem reagir para evitar que os planos terroristas sejam concluídos. Como herança da paranóia resultante daquele dia, até o ator Lewis Alsamari, que interpreta o líder dos terroristas, foi impedido de entrar nos Estados Unidos para a pré-estréia do filme em Nova York, por ter servido no exército iraquiano. “Vôo United 93” está em cartaz no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 3: “Efeito Borboleta 2”

Nick Larson (Eric Lively) está feliz da vida: a empresa em que trabalha vai muito bem e seu namoro com Julie (Erica Durance) parece perfeito. Porém, tudo muda, quando ele recebe um telefonema de seu supervisor, que exige sua presença exatamente no dia do aniversário de Julie. Devido a isto, uma série de eventos acontece, resultando na morte de três pessoas, inclusive a própria Julie. Um ano mais tarde, Nick passa a ter estranhos surtos epilépticos, onde mantém a consciência, mas, tem a impressão de estar viajando no tempo. É quando ele resolve mudar o ocorrido em sua vida, evitando que a morte de Julie aconteça. Mas, a missão é mais difícil do que aparenta, já que qualquer pequeno detalhe modificado no passado pode significar uma enorme reviravolta no futuro. “Efeito Borboleta 2” está em cartaz no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

“Os Sem-Floresta”, em DVD

Uma das animações mais divertidas do ano chega em edição digital. A primavera chegou, o que faz com que os animais da floresta despertem da hibernação. Ao acordar, eles logo têm uma surpresa, ao descobrir, ao redor de seu habitat natural uma grande cerca verde. Inicialmente, temerosos, são tranqüilizados por RJ, um guaxinim malandro, que revela que, no mundo dos humanos, há as mais diversas guloseimas, convencendo-os a atravessar a cerca. Entretanto esta atitude desagrada o cauteloso Verne, que achava melhor permanecer onde estavam inicialmente. Com formato de tela Widescreen, e, áudio em Inglês e Português Dolby Digital 5.1, o disco traz, como extras, Curta animado "Aventura de Hammy com o Bumerangue", Trailers, Jogos e Atividades. Nas locadoras.

“Trilogia das Cores”, em DVD

A Trilogia das Cores, obra-prima do cineasta Krzysztof Kieslowski, está sendo lançada em edição definitiva, com os filmes em versões restauradas no formato de tela widescreen anamórfico, e, com quase três horas de extras. Os filmes são “A Liberdade é Azul”, “A Igualdade é Branca”, e, “A Fraternidade é Vermelha”. Além dos filmes, os discos trazem, como extras, A Lição de Cinema de Kieslowski, Homenagem a Kieslowski, Entrevistas, Cenas Comentadas, Apresentação de Andrea França, Making of, “A Fraternidade é Vermelha” em Cannes, Trailer de Cinema, e, Vida e Obra de Kieslowski.

DVD ultrapassa o cinema

Era previsível, mas, mesmo assim, os números são surpreendentes. Em 2005, o mercado americano de DVD faturou 15 bilhões de dólares, contra nove bilhões nas bilheterias dos cinemas. Não é que o disquinho tenha tomado o lugar do cinemão. Nos Estados Unidos a freqüência aos cinemas está estagnada desde 2000. No Brasil, houve até crescimento, pois, em 2004 foram vendidos 114 milhões de ingressos, contra 75 milhões em 2001. Mesmo assim, aqui, também, o mercado de DVD está crescendo muito mais – isso sem contar o nebuloso mercado pirata. A verdade é que o cinema tradicional virou uma espécie de outdoor de luxo, para que as pessoas procurem o DVD depois.

Cineclube Natal exibe “Os Sonhadores”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 5, o filme “Os Sonhadores”, do diretor Bernardo Bertolucci. O filme é ambientado na inquieta Paris de 1968, que vive uma rebelião estudantil que se estenderia por toda França. É neste clima que vivem uma estranha relação um jovem estudante americano, Matthew (Michael Pitt), e, os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel). Além da amizade, e do amor pelo cinema eles vivem uma relação de amor com poucos limites. Serão exibidos cinco curtas-metragens: “Estibordo”, de Marcelo Coutinho e Mariah Benaglia, “Terno e Gravata”, de Tiago Penna, “Cons(c)erto”, de Fabiano Gonper e Sacha Teixeira e “Bailarina” e “Desejo Citrullus”, ambos de Ana Bárbara Ramos. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia, e, sorteio de um DVD e pôsteres. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 18 anos.


16º Festival de Cinema de Natal – FESTNATAL 2006

Mostra “Vidas na Tela”

A Mostra de documentários em longa-metragem “Vidas na Tela” - edição 2006, evento integrante do Festival de Cinema de Natal, inicia nesta sexta-feira, indo até 9 de novembro. Serão sete produções, que serão exibidas no Cine 3, da Rede Moviecom, com várias sessões diárias, e, com ingressos promocionais, no valor único de três reais. Os títulos retratam a vida de personalidades e histórias da cultura brasileira. São eles: “Vinícius”, de Miguel Faria Jr, “Garrincha - Estrela solitária”, de Milton Alencar Jr; “Lara”, de Ana Maria Magalhães; “O Sol - Caminhando Contra o Vento”, de Tetê Moraes; “A Pessoa é Para o Que Nasce”, de Roberto Berliner; “Soy Cuba - O Mamute Siberiano”, de Vicente Ferraz, e, “Moacir Arte Bruta”, de Walter Carvalho.

03/11 - “Vinícius” – Belíssima colagem de apresentações, fotos, filmes caseiros, e, não poderia faltar, muita música, em homenagem a Vinícius de Moraes, reconstruindo a carreira do cantor e compositor. Com Camila Morgado e Ricardo Blat no papel dos atores do pocket show, o filme traz aparições e participações de Renato Braz, Yamandú Costa, Adriana Calcanhoto, Olívia Byington, Mônica Salmaso, Mariana de Moraes, Zeca Pagodinho, Mart'Nália, MS Bom, Nego Jeff, Lerov, Antônio Cândido, Caetano Veloso, Carlos Lyra, Carlinhos Vergueiro, Chico Buarque, Ferreira Gullar, Edu Lobo, Francis Hime, e, Gilberto Gil, entre outros. Para maiores de dez anos.

04/11 - “Garrincha, Estrela Solitária” - O filme expõe a vida do “demônio das pernas tortas” dentro e fora do campo, confrontando o mito do futebol mundial ao homem humilde do interior. Mané Garrincha é recriado a partir das lembranças de pessoas que lhe foram muito próximas, e, que o amaram, de diferentes maneiras. As histórias que Elza Soares, Iraci, Sandro Moreyra e Nilton Santos viveram com Garrincha compõem uma visão multilateral de sua intrigante personalidade e de seu destino de glórias e tragédias. Recheado de humor e romantismo, o filme aborda principalmente a fase ascendente da sua carreira - de 1953 até o bicampeonato mundial e carioca, em 62 - e a sua polêmica relação amorosa com a cantora Elza Soares. Com André Gonçalves, Taís Araújo e muitos outros. Para maiores de 16 anos.

05/11 – “Lara” - Lara Brandini era uma criança triste e solitária, após a morte de sua mãe por suicídio. Na adolescência viveu em uma pensão modesta com seu pai, Francesco (Camilo Bevilacqua), uma imigrante italiano. Ao crescer e se tornar atriz ela passa a viver com Guima (Caco Ciocler), um dramaturgo que teve sua peça teatral censurada pelo governo. Após a liberação da peça, ela é montada, com Lara no elenco, mas, logo depois, ela e Guima se separam. Em busca da ascensão profissional, ela se dedica totalmente à carreira, e, acaba sendo premiada como a melhor atriz do ano, até descobrir que o sucesso artístico não a fizera feliz como almejava ser. Para maiores de 16 anos.

06/11 – “O Sol – Caminhando Contra o Vento” - O filme de Tetê Moraes conta, através de inúmeras entrevistas, a história do jornal-escola “O Sol”, considerado uma experiência única no jornalismo e um símbolo de uma época. Entre 1967 e 68, no Brasil pós-golpe militar, e, ainda antes do AI-5, nascia, no Rio de Janeiro, O Sol. Mesmo tendo vida curta, o jornal fez história, representando o espírito daquele efervescente período. O filme mostra um rico material de arquivo, além de músicas e depoimentos de pessoas da chamada “geração 68” que participaram do jornal. Para maiores de 12 anos.

07/11 – “A Pessoa é Para o Que Nasce” - Três irmãs cegas. Unidas por esta incomum peripécia do destino, Regina, Maria e Conceição viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas, nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos destas mulheres, e, revela suas curiosas estratégias de sobrevivência, das quais participam parentes e vizinhos. Acompanha também, numa reviravolta inesperada, o efeito do cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades. Para maiores de 12 anos.

08/11 – “Soy Cuba - O Mamute Siberiano” - No início dos anos 60, o diretor soviético Mikhail Kalatozov, juntamente com uma equipe de 200 pessoas, rodou, em Cuba, a superprodução "Soy Cuba". A intenção original era que o filme fosse uma poderosa arma de divulgação sobre a revolução cubana, mas, ele terminou sendo ignorado após sua estréia, tanto em Havana, quanto em Moscou. O filme ficou, então, desconhecido para o Ocidente até a década de 90, quando foi descoberto pelos diretores Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. O documentário apresenta depoimentos dos atores e técnicos sobreviventes de "Soy Cuba", mostrando o contraste entre as culturas cubana e eslava. Censura Livre.

09/11 – “Moacyr Arte Bruta” - Quinze anos atrás, Moacir foi descoberto por Walter Carvalho (diretor de “Abril Despedaçado”), em uma de suas viagens pelo interior do Brasil. Negro, com problemas de audição, fala e formação óssea, Moacir tem 42 anos, e, desde os sete anos se expressa através de desenhos. A arte de Moacir expressa sensualidade e erotismo, mesclando seres humanos, animais, plantas, figuras satânicas e místicas. Além de Moacir, o elenco traz Domingos Soares de Farias e Siron Franco. Censura Livre.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Claquete - 27/10/2006


Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Às vésperas das eleições, nem os cinemas, nem as emissoras trazem novidades de impacto. As estréias da semana são “Fica Comigo Esta Noite”, comédia nacional, de João Falcão, a comédia juvenil “Ela é o Cara”, o drama “O Sacrifício”, remake de um suspense dos anos 70, e, o drama nacional “Árido Movie”, do diretor Lírio Ferreira. O primeiro só passa no Cinemark, e, os outros três, só no Moviecom. Nas continuações, o road-movie “Cinema, Aspirinas e Urubus”, do diretor Marcelo Gomes, a comédia besteirol “Dois é Bom, Três é Demais” (os dois, na rede Moviecom), e, a comédia romântica “Um Cara Quase Perfeito” (na rede Cinemark), o terror japonês “O Grito 2”, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água”, de Daniel Filho, a animação “O Bicho Vai Pegar”, o romance “A Casa do Lago”, o drama “As Torres Gêmeas”, com Nicolas Cage (apenas no Cinemark), e, “O Diabo Veste Prada”.

Estréia 1: “Fica Comigo Esta Noite”

Edu (Vladimir Brichta) e Laura (Alinne Moraes) se conheceram ainda jovens. Apaixonados, decidiram casar-se, e, anos mais tarde, passaram a viver uma crise no casamento. Em meio às turbulências no relacionamento Edu, repentinamente, morre. Decidido a se despedir de Laura, de qualquer forma, e, querendo saber qual era o segredo que ela ia lhe contar, pouco antes de morrer, Edu busca uma maneira de comunicar-se com ela. Só que o único ser que podia ajudá-lo era o fantasma do coração de pedra (Gustavo Falcão), uma assombração experiente, que detesta a companhia de outras pessoas. A direção é de João Falcão. “Fica Comigo Esta Noite” estréia, nesta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark. Para maiores de 10 anos.

Estréia 2: “Ela é o Cara”

Viola (Amanda Bynes) é uma boa jogadora de futebol, mas, é sempre impedida de jogar com os garotos de sua escola, devido ao preconceito de que mulher não pode ser tão boa no esporte quanto um homem. Furiosa, Viola aproveita a viagem de seu irmão Sebastian (James Kirk), e, decide passar-se por ele em sua escola, jogando no time masculino de futebol. Ela tem apenas duas semanas para mostrar que sabe jogar futebol, mas, acaba se apaixonando por Duke (Channing Tatum), seu companheiro de quarto, que acredita que ela é um homem. “Ela é o Cara” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Censura livre.

Estréia 3: “O Sacrifício”

Após presenciar um trágico acidente, diante do qual nada pôde fazer, o policial Edward Malus (Nicolas Cage) fica muito abalado. Recebe, então, uma carta de sua ex-noiva, que o abandonara anos atrás sem explicações. Ela pede ajuda: sua filhinha, Rowan (Erika-Shaye Gair), desapareceu em Summerisle, uma ilha isolada na costa do estado americano do Maine. Lá, ele se vê cercado por uma série de estranhos eventos, que vão se tornando cada vez mais grotescos, à medida que avançam os preparativos para a festa anual da colheita, promovida pela comunidade. Até que Edward é surpreendido por um encontro com o Homem de Palha. “O Sacrifício” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 4: “Árido Movie”

Jonas (Guilherme Weber) é o repórter do tempo de uma grande rede de TV, que mora em São Paulo, mas, vai à sua cidade natal, localizada no interior do nordeste. O motivo é a morte de seu pai (Paulo César Pereio), com quem teve pouquíssimo contato, e, que foi assassinado inesperadamente. Jonas enfrenta problemas para chegar à cidade, até que recebe carona de Soledad (Giulia Gam), uma videomaker que está fazendo um documentário sobre a água no sertão. Ao chegar, ele encontra uma parte da família a qual não conhecia até então, que lhe cobra que se vingue da morte do pai. Este é o segundo filme do diretor Lírio Ferreira. O anterior foi Baile Perfumado (1997). “Árido Movie” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

“Fahrenheit 451” no Projeto Cinema e Literatura

O Cineclube Natal e a Livraria Bortolai exibirão “Fahrenheit 451”, de François Truffaut, no Projeto “Cinema e Literatura”. O filme, baseado em livro de Ray Bradbury, mostra uma sociedade do futuro, onde os livros foram banidos, e, a função dos bombeiros é descobri-los e queimá-los. Um deles, entretanto, começa a questionar essa linha de raciocínio, quando vê uma mulher imolar-se no fogo, junto com seus livros. Com Oskar Werner e Julie Christie. A exibição começa às 19h, no auditório da própria livraria, na Avenida Afonso Pena, 805, Tirol. Ao término da sessão haverá debate com a platéia. O acesso é gratuito. Para maiores de 12 anos.

“Macunaíma”, em DVD

Um dos maiores sucessos do cinema brasileiro em todos os tempos, “Macunaíma”, do diretor Joaquim Pedro de Andrade, é apresentado em versão restaurada digitalmente, graças ao patrocínio da Petrobras. O filme é uma adaptação da rapsódia de Mário de Andrade, sobre a história de um anti-herói, ou, "um herói sem nenhum caráter", nascido no fundo da mata virgem. De preto (Grande Otelo), vira branco (Paulo José), troca a mata pela cidade, onde vive incríveis aventuras, acompanhado de seus irmãos (Milton Gonçalves e Rodolfo Arena). Lá, conhece, e, ama a guerrilheira Ci (Dina Sfat), e, enfrenta o vilão milionário, Venceslau Pietro Petrarca (Jardel Filho). Vitorioso, Macunaíma retorna à floresta, carregado de eletrodomésticos inúteis, troféus da civilização. O disco traz apresentação do próprio diretor Joaquim Pedro de Andrade, e, como extras, traz os documentários “Brasília, Contradições de Uma Cidade Nova”, realizado em 1967, mas, ainda inédito ao grande público, devido à censura política da época, “Paulo José, à Maneira de Mario de Andrade”, “Making Of da restauração”, e, “Heloísa Buarque de Hollanda fala de Macunaíma”. Já em pré-venda, para a segunda semana de novembro.

Abertas as Inscrições para a Mostra do Filme Livre 2007

Estão abertas, até 31 de outubro, as inscrições de filmes para a MOSTRA DO FILME LIVRE, que acontece de 6 a 18 em fevereiro de 2007 no Rio de Janeiro. A Mostra do Filme Livre é o único evento nacional que aceita filmes de todos os formatos, gêneros, durações e épocas. Dentre as singularidades do evento, está a aceitação de filmes antigos, que concorrem ao prêmio Século XX, único no gênero no Brasil, que busca resgatar obras que, por qualquer motivo, não tiveram chance de exibição nas décadas passadas. Outra diferença é a valorização de filmes realizados sem apoio estatal, que concorrem aos dois principais prêmios: o Filme Livre! para médias e longas, e, o Curta Livre!, para filmes de até 15 minutos. Mais informações no site http://www.mostradofilmelivre.com/.

Espírito natalino no SBT

O SBT decidiu criar o Cine Belas Artes - Especial Temas Natalinos, para fazer o telespectador entrar no clima de Natal. Do dia 4 de novembro até 23 de dezembro, a emissora irá exibir filmes especiais, todos os sábados, sempre às 0h30, com temas sobre amor, fé, esperança, solidariedade e amizade. São eles: "Maria e José - Uma História de Fé", "A Cor da Amizade", "Madre Teresa de Calcutá", "Uma História de Natal", "Enquanto Você Dormia", "O Fenômeno", "O Árbitro", "Duas Vidas", "O Milagre da Vida", "Um Novo Homem", "Sofi", "Confissões de True" e "De Mal com o Natal".

Filme da Semana: “A Intérprete”

Intérprete da violência

Em um país do Terceiro Mundo, o presidente, de início, muito querido, agora é criticado por todos, e, pelo menos dois opositores querem o seu lugar. Não, não estou me referindo ao Brasil, e, o seu atual processo eleitoral. O dignitário em questão é um dos personagens do suspense “A Intérprete”, de Sidney Pollack.

Numa região remota do sul da África, um fotógrafo testemunha o assassinato de seu melhor amigo e de um líder local. Milhares de quilômetros dali, em Nova York, Silvia Broome (Nicole Kidman, mais linda que nunca), uma intérprete das Nações Unidas, por acaso, ouve uma ameaça de morte a um chefe de estado africano, planejada para ocorrer em plena Assembléia das Nações Unidas. A conversa, em um raro dialeto africano, seria ininteligível para qualquer pessoa, mas, Sílvia nascera na região onde era falado.

A partir daí, sua vida vira um pesadelo, pois, ao mesmo tempo em que sofre contínuas ameaças, é encarada, com desconfiança, por Tobin Keller (Sean Penn), o agente do Serviço Secreto designado para proteger o presidente ameaçado. Para complicar as coisas, Keller passara, recentemente, pelo drama pessoal da morte da esposa, com quem vivia uma relação conturbada.

A autoridade em questão é Marcus (Michael Wright), um líder populista, que conduz Matobo, o seu país, com mão de ferro, sendo combatido por dois opositores, Jean Gamba (Byron Utley), e, Ajene Xola (Curtiss Cook).

À medida que os acontecimentos se sucedem, Keller vai descobrindo fatos da vida pregressa de Silvia, que o levam a desconfiar de que ela possa ter algum envolvimento no atentado. Outras mortes acontecem, inclusive de civis inocentes, levando os agentes federais a ver que a situação é muito mais séria do que aparenta.

Todos os caminhos conduzem ao plenário da Assembléia geral da ONU, onde o presidente Marcus irá discursar, e, paira a ameaça do assassinato. Todas as peças envolvidas estarão presentes no local, deixando os homens da lei em polvorosa.

Este filme, além de ser um suspense acima da média, conduzido pela direção segura de Sidney Pollack, traz um atrativo a mais, por ter sido o primeiro filme rodado nas dependências da ONU, o que nunca havia sido permitido antes. Vários figurantes do filme eram, na verdade, integrantes da equipe de trabalho do prédio das Nações Unidas, que foram autorizados a participar das filmagens.

Para mim, “A Intérprete” tem um sabor especial, pois, após ter assistido o filme num sábado, na segunda-feira seguinte estava visitando os locais filmados, e, tendo idéia da grandiosidade e beleza do lugar.

Alguns fatos, desconhecidos do grande público, são mostrados no filme, como o fato do prédio da ONU ser um território internacional. É curioso ver retratada a arrogância do agente federal, ao reclamar de não poder entrar direto no prédio, e, ser corrigido pelo segurança da ONU, lembrando-o de que não está mais em solo americano.

A edição em DVD, palmas para a Universal, está primorosa. Além do formato de tela original ter sido preservado, em widescreen anamórfico, o áudio está disponível em inglês, português e espanhol, todos em Dolby Digital 5.1. Além do filme, o disco traz, como extras, Final alternativo, Cenas excluídas, comentários do diretor, e, os documentários “A diferença entre os formatos de tela widescreen e tela cheia”, “Sidney Pollack no Trabalho: Da Idéia à Sala de Edição”, “Um Grande Set de Filmagem: As Nações Unidas”, e, “Um Dia na Vida de Intérpretes de Verdade”.

Este é um bom título para se ter na estante, não apenas pelo filme em si, mas, pela qualidade do DVD.