sexta-feira, 29 de julho de 2005

Claquete 29 de julho de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Em meio ao festival de denúncias que ameaça o país, o brasileiro, antes de tudo, um forte, vai sobrevivendo. De novidade, a estréia de “Amaldiçoados”, última novidade de Wes Craven, desta vez, arriscando-se com os lobisomens. Tem também, só no final de semana, a pré-estréia de “A Sogra”, com Jane Fonda e Jennifer Lopez. Nas continuações, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, dirigida por Tim Burton, e, estrelada por Johnny Depp, “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”, fantasia de Robert Rodriguez, “O Castelo Animado”, mais uma animação do criador de “A Viagem de Chihiro”, Hayao Miyazaki, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, com Christian Bale, no papel-título, “Guerra dos Mundos”, refilmagem de uma história de H.G.Wells, da dobradinha Spielberg/Tom Cruise, ”Quarteto Fantástico”, novo filme de ação baseado em personagens de quadrinhos, e, “Em Boa Companhia”, com Dennis Quaid. Para a criançada, “Herbie Meu Fusca Turbinado”, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks, e, “Pokemón 4 – Viajantes do Tempo”. No filme de arte, a produção franco-libanesa “Sob o Céu do Líbano”.


Pré-Estréia: “A Sogra”

Após anos procurando seu príncipe encantado, Charlotte Cantilini (Jennifer Lopez) se apaixona por Kevin Fields (Michael Vartan). O problema é a mãe dele, Viola (Jane Fonda), que foi recentemente demitida do cargo de âncora de um jornal de rede nacional. Após perder o emprego, Viola teme perder também o filho, e, para evitar isso, decide, então, espantar a futura nora, tornando-se a pior sogra do mundo. Para isso, conta com a ajuda de sua assistente de longa data, Ruby (Wanda Sykes), que faz de tudo para que Viola leve adiante seus planos malucos. Acontece que Charlotte resolve revidar, e, as duas vão ter de disputar, para ver quem é que manda, afinal. Este filme marca o retorno de Jane Fonda às telas de cinema, após quinze anos de afastamento. Jennifer Lopez, loiríssima, foge ao habitual papel de latina. A pré-estréia de “A Sogra” será neste final de semana, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 21h. Para maiores de 12 anos.

Estréia: “Amaldiçoados”

O diretor Wes Craven, autor de filmes de terror famosos, como “A Hora do Pesadelo” e “Pânico”, está de volta à sua seara, desta vez com os lobisomens. A jovem produtora de TV, Ellie (Christina Ricci), vive com o irmão caçula Jimmy (Jesse Eisenberg), e, ainda administra a insegurança de seu namorado Jake (Josua Jackson). Uma noite, ao se envolverem num acidente na estrada, são atacados por um estranho animal. Da pior maneira, descobrem que há um lobisomem à solta, em Los Angeles, e, eles foram contaminados pela maldição, que só será quebrada quando a criatura for morta. O filme teve problemas na produção, chegando a sofrer atraso de mais de um ano no lançamento nos cinemas. “Amaldiçoados” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Filme de Arte: “Sob o Céu do Líbano”


Uma visão estranha, da realidade do Oriente Médio, chega aos nossos cinemas, através do olhar do diretor Randa Chahal Sabag. Uma cidade libanesa é dividida pelo exército de Israel, o que obriga parentes e amigos a se comunicarem por meio de alto-falantes e lenços vermelhos e brancos. Mas, a vida continua, e, Lamia, uma bela jovem de 16 anos, é autorizada a casar-se com um primo, que vive no outro lado da barreira. Após muitas negociações, o passe é acertado, e, Lamia pode atravessar as barreiras. Após despedir-se da família, e, dos amigos, numa cerimônia simples, em silêncio, ela parte para a nova vida. O véu branco enrosca no arame farpado, sob a vista ansiosa de um jovem soldado, que acompanha o trajeto com as lentes de seu binóculo. Lamia, porém, recusa-se a assumir sua nova vida, decidindo, então, voltar para casa. “Sob o Céu do Líbano” ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Veneza. O filme de arte será exibido no Cine Natal 1, na terça-feira, dia 2, em sessão única, às 21h. Para maiores de 14 anos.


“Alexandre”, em DVD

Um dos filmes mais polêmicos do ano, “Alexandre”, do diretor Oliver Stone, chega, agora, em DVD. Oliver Stone recria a poderosa e verdadeira história de Alexandre o Grande (Colin Farrell), que no quarto século antes de Cristo havia conquistado a Grécia, a Pérsia, o Afeganistão e a Índia - ou seja, 90% do "Mundo Conhecido" até então. Mesmo tendo enfrentado os maiores exércitos de sua época, ele nunca perdeu uma batalha. Visionário, explorador e sonhador, ele era também um filho carinhoso, ferido pelo amor e pela ambição de sua mãe (Angelina Jolie) e pela eterna necessidade de agradar a seu pai (Val Kilmer). Seu sonho moldou o mundo como o conhecemos hoje. O filme causou certa comoção por exibir comportamento bissexual do conquistador. O DVD vem em edição dupla, com formato de tela widescreen anamórfico, e, som Dolby Digital 5.1, em inglês e português. Como extras, os documentários “Ressuscitando Alexandre”, “O bom e o perfeito são inimigos” e “A morte de Alexandre”, além de comentários do diretor Oliver Stone e do historiador Robin Lane Fox. Já nas locadoras.

“Machuca”, em DVD

Chile, 1973. Gonzalo Infante (Matías Quer) é um garoto que estuda no Colégio Saint Patrick, o mais conceituado de Santiago. Gonzalo é de uma família de classe alta, morando em um bairro na área nobre da cidade com seus pais e sua irmã. O padre McEnroe (Ernesto Malbran), o diretor do colégio, inspirado no governo de Salvador Allende decide implementar uma política que faça com que alunos pobres também estudem no Saint Patrick. Um deles é Pedro Machuca (Ariel Mateluna) que, assim como os demais, fica deslocado em meio aos antigos alunos da escola. Provocado, Pedro é seguro por trás e um deles manda que Gonzalo o bata, que se recusa a fazer isto e ainda o ajuda a fugir. A partir de então nasce uma amizade entre os dois garotos, apesar do abismo de classe existente entre eles. Do diretor Andrés Wood, recebeu uma indicação ao Goya de Melhor Filme Estrangeiro em Língua Espanhola.


“Desde Que Otar Partiu”, em DVD

Três mulheres de diferentes gerações vivem em um mesmo apartamento, em Tbilissi, capital da Geórgia. A primeira é a matriarca Eka (Esther Gorintin), que anseia que seu filho Otar, médico, que saiu do país para trabalhar como operário em Paris, volte para casa. A segunda é sua filha Marina (Nino Khomasuridze), que se ressente do amor de sua mãe pelo filho. A terceira é Ada (Dinara Drukarova), filha de Marina, uma jovem rebelde, que deseja uma vida mais agitada. Quando um amigo de Otar surge com uma notícia, Marina e Ada precisam decidir se dão esta notícia a Eka. Primeiro filme de ficção da diretora Julie Bertucelli, ganhou o Cesar de Melhor Filme de Estréia, o Prêmio da Semana da Crítica, no Festival de Cannes, e, o prêmio de Melhor Roteiro - Filme Francês, no Festival de Deauville.


“O Operário”, em DVD

A última vez em que Trevor Reznik (Christian Bale) dormiu foi há um ano, sendo que, desde então, o cansaço vem destruindo progressivamente sua saúde física e mental. Ele trabalha numa fábrica, operando maquinário pesado, e, faz de tudo para manter seu emprego. Envergonhado por causa de seu problema, Trevor isola-se cada vez mais, tornando-se paranóico. Depois de se envolver em um acidente no trabalho em que um homem perde um braço, Trevor começa a crer que seus colegas estão conspirando para demiti-lo. Ele precisará lutar não apenas para se manter no cargo, mas também para manter a sanidade. Christian Bale perdeu 28 quilos para interpretar seu personagem em O Operário. A dieta feita pelo ator consistia apenas em uma lata de atum e uma maçã por dia. Poucos acreditaram que ele conseguiria o papel de Batman, em “Batman Begins”, mas, o ator não apenas recuperou, como exibiu um corpo atlético como o homem-morcego. O DVD traz o formato de tela widescreen anamórfico, som DD 5.1, e, como extras, comentários do Diretor; “The Machinist: Quebrando As Regras”, Versão Alternativa da cena na prisão, cenas inéditas, e, trailer de cinema.


Petrobras abre inscrições para programa cultural

Estão abertas as inscrições do Programa Petrobras Cultural, para a seleção pública de difusão de filmes de longa-metragem, que apóia o lançamento de longas brasileiros em circuito comercial. O valor máximo para o patrocínio é de R$ 300 mil por projeto. Os formulários para as inscrições podem ser obtidos no site www.petrobras.com.br até 30 de agosto, onde podem ser obtidas maiores informações sobre o programa.



Filme recomendado: “Menino do Rio”

Retorno à califórnia carioca


É bem verdade que, apesar de possuirmos mais de sete mil quilômetros das mais belas praias do planeta, muitos brasileiros nascem e morrem sem jamais ter visto o mar. Isso não impede que sonhem com ele, com o ideal de liberdade a ele associado, pois, liberdade, além da calça azul e desbotada, está na capacidade de sonhar. Este sonho ficou muito bem representado numa modesta produção nacional, que representou as fantasias de toda uma geração: “Menino do Rio”.

É curioso como um filme com uma história para lá de simples, com atores desconhecidos, cenários abertos, e, mostrando até uso de drogas, tenha feito tanto sucesso. É possível que o “algo mais” estivesse entre a poltrona e a tela, pois o filme mexia com o menino de praia escondido dentro de todo espectador.

O enredo é de uma simplicidade de causar inveja para novelista mexicano. Valente (André de Biase) é um jovem independente, que, apesar de ser filho de um empresário bem sucedido, prefere viver sozinho, na beira da praia, fabricando e vendendo pranchas de surfe. Na hora que quer, sai para surfar ou voar de asa delta, sempre acompanhado pelo amigo Zeca (Sérgio Mallandro).

Numa dessas vezes, literalmente esbarram com Pepeu (Ricardo Graça Mello), um jovem órfão, que caminha pelo mundo, acompanhado pela cadela Kika. Logo, Pepeu vai morar com Valente, ajudando-o na oficina de pranchas.

Num lual, na beira da praia de Saquarema, Valente conhece uma misteriosa jovem, que parece ser bem diferente de todas as garotas que está acostumado. A jovem é Patrícia (Cláudia Magno), patricinha, filha de família rica, noiva do enjoado Adolfinho (Ricardo Zambelli).

Como acontece em toda boa trama folhetinesca, o acaso não tarda em colocar Valente e Patrícia frente a frente. Aos poucos, os dois vão se envolvendo, enquanto a moça foge do assédio de Adolfinho, e, esquece de sua atração platônica por um homem mais velho, que, por coincidência, é o próprio pai de Valente...

Enquanto as tramas românticas se acendem, Pepeu sente na carne os ardores dos hormônios a mil, mas, é recompensado com o surgimento da bela Soninha (Cláudia Ohana), tornando-o o mais invejado de toda a sua geração.

Mas, tanto Adolfinho, quanto o pai de Patrícia, não desistem fácil, e, o ex-noivo da moça tenta de tudo, de emboscada a roubar cartas pessoais da moça, para acabar com o romance com Valente.

Não é preciso dizer que o final é legal, como o filme todo, embora o “felizes para a sempre”, da geração surfista fossem efêmeros como a areia da praia, mais ao estilo “que seja eterno enquanto dure”.

Na época, a crítica foi dura com o filme, já que os produtores optaram por colocar breves cenas de nudez e uso de drogas, numa época em que a censura ainda dava os últimos estertores. Bem, se isso foi politicamente incorreto, o que não se pode dizer do conteúdo das nossas novelas atuais, ou, até mesmo dos noticiários dos mensalões...

“Menino do Rio” foi uma produção ousada, não pelas cenas mencionadas acima, mas, pelo uso de atores iniciantes, um roteiro frouxo, e, poucos recursos. Contudo, a aposta nas belas cenas de esportes radicais, a vida vista pela ótica de jovens, e, uma trilha sonora repleta de belas músicas, transformou o filme num hit de verão, no início dos anos 80, e, em uma valiosa peça de recordação, com o lançamento em DVD.

É muito divertido, ver André de Biase, hoje gordinho e careca, exibindo os músculos e uma basta cabeleira a la Príncipe Valente (daí o nome do personagem, que ganha até uma revista do herói), Evandro Mesquita, em pleno auge da banda Blitz, que só não era mais magro do que este cronista (na época, é claro...), Cissa Guimarães exibindo o melhor estilo hiponga, Nina de Pádua, e, Cláudia Ohana, na beleza primaveril de seus dezoito anos.

Todos estes atores viriam a desenvolver carreiras no cinema e na televisão, principalmente na Globo. André de Biase desenvolveria um personagem semelhante, ao lado de Kadu Moliterno e Andréa Beltrão, mas, a fórmula desgastou-se, ao longo dos anos, assim como a cabeleira do ator.

Cláudia Magno, que estreara no cinema neste filme, prosseguiu trabalhando, principalmente em novelas, mas, viria a falecer precocemente, em 1995, aos 35 anos de idade. Ricardo Graça Mello, que é filho de Marília Pêra, ainda atuaria em mais dois filmes, mas enveredaria, na música, seu habitat natural.

O DVD não é tão elaborado quanto se gostaria, mas, ao menos, foi mantido o formato de tela original, mesmo sem ser anamórfico. O áudio é em português mono, e, como extras, somente trailer de cinema, notas sobre filmografia, e, galeria de fotos.

Talvez o leitor estranhe que eu recomende um filme com tantos defeitos, e, numa edição de DVD tão pobre. Contudo, este é um dos casos em que o conteúdo emocional é mais importante do que a forma. Mesmo mono, é delicioso escutar músicas como "De Repente Califórnia", "Menino do Rio", "Corpos de Verão", "Para Sempre Amantes", "Tesouro da Juventude", e, "Perdidos na Selva", de Nelson Motta, Guilherme Arantes e Lulu “dos” Santos, como ainda se chamava. O diretor Antonio Calmon nos brinda com belíssimas cenas, de um Rio anos-luz da violência atual, de um tempo onde a camisinha era apenas para evitar gravidez, e, a AIDS ainda uma mera suposição para os cientistas.

Para quem duvidar, assista os primeiros cinco minutos do filme, mergulhando com o herói num vôo onírico, ao som de “Garota, eu vou pra Califórnia / Viver a vida sobre as ondas / Vou ser artista de cinema / O meu destino é ser star...”. Esse filme é para os que nunca desistiram deste sonho.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Claquete 22 de julho de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

A chuva deu uma trégua, e, a cidade está com cara de férias, embora muitos garotos já tenham voltado às aulas. É uma pena, pois, as estréias da semana estão todas voltadas para o público infantil. De cara, a nova versão de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, dirigida por Tim Burton, e, estrelada por Johnny Depp. De Robert Rodriguez, “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”, fantasia, segundo a lenda, baseado em idéias do próprio filho de sete anos do diretor. Por fim, mais uma animação do criador de “A Viagem de Chihiro”, Hayao Miyazaki, “O Castelo Animado”. Continuam em cartaz, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, com Christian Bale, no papel-título, “Guerra dos Mundos”, refilmagem de uma história de H.G.Wells, da dobradinha Spielberg/Tom Cruise, ”Quarteto Fantástico”, novo filme de ação baseado em personagens de quadrinhos, “Sr. e Sra. Smith”, com Brad Pitt e Angelina Jolie, e, “Em Boa Companhia”, com Dennis Quaid. Para a criançada, “Herbie Meu Fusca Turbinado”, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks, e, “Pokemón 4 – Viajantes do Tempo”. Não haverá sessão de arte nesta semana.


Estréia 1: “A Fantástica Fábrica de Chocolates”

Um dos filmes que mais encantaram, e, ainda encantam as crianças, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, de 1971, mereceu uma refilmagem, à altura do filme original. Desta vez, o papel de Willy Wonka, vivido magistralmente por Gene Wilder, no primeiro filme, é de Johnny Depp, e, a direção é por conta de Tim Burton. A história é a mesma, em ambos os filmes, baseada no livro homônimo de Roald Dahl. Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da maior fábrica de doces do planeta, que, um belo dia, decide realizar um concurso mundial, para escolher um herdeiro para seu império. Cinco crianças de sorte, entre elas, Charlie Bucket (Freddie Highmore), encontram um convite dourado, escondido nas barras de chocolate Wonka, e, com isso, ganham um passeio pela lendária fábrica de chocolate, que não era visitada, por ninguém, há 15 anos. Embora maravilhados com as delícias da fábrica, os visitantes descobrem, a duras penas, que, nem todo mundo merece entrar lá. Uma pitada de cultura inútil: a Nestlé providenciou 1850 barras de chocolate verdadeiro para os sets de filmagens, e, foram usados cerca de 800 mil litros de chocolate falso, para compor o rio de chocolate. “A Fantástica Fábrica de Chocolates” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada!

Estréia 2: “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”


Max (Cayden Boyd) é um solitário garoto de dez anos, que se perde em seu próprio mundo de fantasia, para escapar das confusões diárias, decorrentes do contato com seus pais, dos valentões da escola, e, de férias de verão, nem um pouco divertidas. Porém, quando Max descobre que os super-heróis que julgava imaginários podem ser bem mais reais do que ele sonhava, seu mundo se transforma completamente. Max, então, parte em uma viagem interplanetária, rumo ao estranho planeta Baba. Lá, ele encontra Sharkboy (Taylor Lautner), um garoto que é metade tubarão, e, metade humano, que foi criado por tubarões após se perder no mar. Ao seu lado está Lavagirl (Taylor Dooley), uma jovem vulcânica, que lança chamas, e, pedras incandescentes. O planeta Baba parece um paraíso infantil, repleto de montanhas-russas gigantescas, e, com um céu violeta, mas, o lugar enfrenta uma perigosa ameaça: o Sr. Elétrico (George Lopez), que tem, por objetivo, acabar com os sonhos das crianças, para sempre. Com Sharkboy, e, Lavagirl, em perigo, cabe a Max salvá-los, tendo que usar sua imaginação para conseguir derrotar o Sr. Elétrico. O roteiro do filme foi baseado nas aventuras intergalácticas criadas por Racer Max Rodriguez, filho do diretor Robert Rodriguez, de apenas 7 anos. “As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl em 3-D” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 4 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada!


Estréia 3: “O Castelo Animado”

Em meio à mesmice das produções infantis, um desenho japonês chega aos nossos cinemas, tendo, como maior referência, o diretor Hayao Miyazaki, que já nos brindou com os belíssimos “Princesa Mononoke” e “A Viagem de Chihiro”. O filme atual conta a história de Sofia, uma jovem de 18 anos, que trabalha na chapelaria de seu pai. Em uma de suas raras idas à cidade, ela conhece Hauru, um mágico bastante sedutor, mas, de caráter duvidoso. Ao confundir a relação existente entre eles, uma feiticeira lança sobre Sofia uma maldição, que faz com que ela aparente 90 anos. Desesperada, Sofia foge, e, termina por encontrar o Castelo Animado de Hauru. Escondendo sua identidade, ela consegue ser contratada, para realizar serviços domésticos no local. Aos poucos, vai se envolvendo com os demais moradores do castelo, em especial com Karushifã, um ser que vive no fogo, que também foi amaldiçoado, e, por isso, eles fazem um pacto para se ajudarem. “O Castelo Animado” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. O filme terá apenas uma sessão diária, sempre às 12h50. Censura livre. Atenção: cópia dublada.


“Meu Tio Matou Um Cara”, em DVD

Lá do sul, da Casa de Cinema de Porto Alegre, chega mais uma boa produção nacional, agora no formato digital. Éder (Lázaro Ramos) é preso, ao confessar ter matado um homem. Duca (Darlan Cunha), um menino de 15 anos, que é sobrinho de Éder, quer provar a inocência do tio. Ele tem certeza que o tio está assumindo o crime para livrar a namorada, Soraya (Deborah Secco), ex-mulher do morto. Duca também quer conquistar o coração de Isa (Sophia Reis), uma colega de escola que parece estar mais interessada em seu melhor amigo, Kid (Renan Gioelli). Para conseguir provar sua teoria, Duca recebe a ajuda de Isa, e, Kid, nas investigações. Um texto inteligente, boa atuação do elenco, e, a direção segura de Jorge Furtado, garantem uma boa diversão. A trilha sonora foi produzida por Caetano Veloso e André Moraes. Já nas locadoras.

“Em Boa Companhia”

Dan Foreman (Dennis Quaid) é o chefe de vendas de publicidade da revista Sports América, e, aos 51 anos, leva uma vida tranqüila. Mas, após a revista ser adquirida pela multinacional Globecom, Dan perde sua função, na empresa, para o jovem Carter Duryea (Topher Grace), um ambicioso publicitário de 26 anos. Em casa, Dan enfrenta, ainda, novos problemas, com a inesperada gravidez de sua esposa, e, os gastos extras, com as faculdades de suas filhas, Alex (Scarlett Johansson), e, Jana (Zena Grey). Por causa das novas despesas, Dan não pode, de maneira alguma, perder seu atual emprego, e, tenta, de todas as formas, manter um clima amigável com o intragável Carter. Mas, a situação muda de figura, quando Carter, que se divorciou recentemente, começa a namorar Alex. “Em Boa Companhia”, com direção de Paul Weitz, está em cartaz no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


“Vozes do Além”, em DVD

O suspense sobrenatural “Vozes do Além” parte de uma prática espírita Electronic Voice Phenomenon (Fenômeno da Voz Eletrônica - FVE), para contar uma história de terror, com toques de romance. Esse fenômeno baseia-se na comunicação que os mortos tentam fazer, com os vivos, usando aparelhos eletrônicos, como televisores, e, rádios. Jonathan Rivers (Michael Keaton) é um arquiteto, que fica viúvo, quando sua segunda esposa morre, em um misterioso acidente. Ele tenta seguir a vida, mas, não consegue. Um dia, conhece um estranho, que diz que a falecida está se manifestando usando o EVP. Rivers não acredita nisso, mas, quando faz o primeiro contato com sua mulher, fica fascinado. A partir daí, passa a estudar o fenômeno, e, se comunicar, com freqüência, com sua mulher. Ela começa a lhe dar pistas, para ajudar pessoas. Mas, algo de estranho acontece, pois ele começa a ouvir vozes de pessoas que ainda estão vivas, ma, que morrerão, em breve. Rivers tenta de tudo, para ajudá-los, mas, espíritos do mal vão impedi-lo. O disco traz a imagem em widescreen anamórfico, e, como extras, os documentários “Fazendo Contato: Experimentos de FVE”; “Como Gravar FVE, a Vida após a Morte”; “Ouvir é Acreditar: Sessões Reais de FVE”, comentários do diretor e de Michael Keaton; cenas excluídas. Já nas locadoras.



Abertas inscrições para o Festival do Minuto Vivo

Estão abertas, até o dia 31 de julho, as inscrições para o Festival do Minuto Vivo. O tema deste ano é “Silêncio”. Os concorrentes podem enviar obras realizadas em qualquer tipo de equipamento que produza imagens em movimento: câmeras de vídeo, câmeras de aparelhos de celular, câmeras de foto digital (inclusive seqüências de fotos) ou animações em formato Flash, feitas em computador. Para efeito de inscrição, os trabalhos podem ser entregues em fita de vídeo VHS, mini-DV, ou, ainda, em CD. Os trabalhos devem ter no mínimo um frame, e, no máximo, 60 segundos, incluídos os créditos. A cada bimestre, três trabalhos recebem premiação de mil reais, além do Troféu Minuto, e, de um curso de computação gráfica e vídeo digital. Informações no site www.festivaldominuto.com.br/.




Filme recomendado: “Tango”

O vôo de Saura, nas plagas de Gardel


Será que poderíamos imaginar algum cineasta estrangeiro, vindo ao Brasil para fazer um filme sobre o samba? No entanto, o diretor espanhol atreveu-se a tarefa semelhante, indo filmar, na Argentina, uma produção sobre o tango, e, toda a sua presença na história e cultura portenha. Fugindo de uma narração tradicional, o diretor conseguiu passar, pelo menos para os não-argentinos, a sensação de ter cumprido a missão a contento. O filme é “Tango”, de 1998.

Como falar de um valor cultural argentino, que não apenas embala a vida de seus habitantes, mas entranha-se em suas emoções, boas e más, sensuais ou dolorosas, sempre a dois, num estranho jogo de movimentos, desigualmente simétricos, tanto quanto o homem e a mulher que o interpretam?

Ao invés de um roteiro linear e tradicional, Saura optou por uma linha tênue e sinuosa, vagamente conduzida por um personagem central, Mario Suarez (Miguel Ángel Sola), autor e diretor teatral. Mário, apesar da fama, está em crise. Toda uma carreira gloriosa ficou para trás, e, ele, agora, depara-se com vários fantasmas, que o atormentam. A mulher, principal estrela do filme que está produzindo, o abandonou, reconstruindo sua vida com outro companheiro. A saúde é precária, pois um grave acidente de carro quase o fez perder a perna. A idade o lembra de que não é mais jovem, não lhe restando mais tanto tempo para a vida aventureira que sonhara. E, a mais triste das maldições: a inspiração parece ter se perdido, em meio a tantas crises convergentes.

Apesar de tudo, Mário é querido por seus amigos e companheiros, que procuram ajuda-lo, através de seu filme, a reencontrar a paz de espírito. A produção, sobre o tango, leva-o a paraísos de Buenos Aires, onde a arte mostra o seu valor, através de velhos, jovens, e, crianças, que mantêm viva a beleza da dança.

Numa destas visitas, encontra-se com Angelo Larroca (Juan Luis Galiardo), um mafioso que patrocina a maior parte do filme de Mário. Ele pede a Mario que dê um papel, no filme, à sua protegida, Elena (Mía Maestro), uma jovem e bela bailarina. Incerto, a princípio, aos poucos, Mário fica impressionado com o talento e beleza da jovem. Não tarda muito, para que se tornem amantes, a despeito dos avisos de todos.

Algumas partes da história Argentina são encenadas através da dança, como a chegada dos imigrantes, no final do século XIX, ou, a repressão militar do século XX. Em todas, a presença do tango era constante, até mesmo para abafar os gritos dos torturados, como afirma um dos personagens.

Na apoteótica chegada dos imigrantes, que se rendem à bela dança portenha, um vulto malévolo esgueira-se entre os dançarinos. Um punhal é brandido, em direção à bela Elena, que cai, o sangue manchando a sua roupa. O diretor corre em sua direção, apavorado. Terá sido esta a vingança do mafioso? Para saber mais, assista ao filme.

Com um roteiro quase inexistente, e, pouquíssimas personagens, Saura utilizou outros elementos, para compor o quadro completo de “Tango”. Tendo, à sua disposição a fina flor dos músicos, atores, e, bailarinos argentinos, não foi preciso ir muito além. Numa bela utilização de metalinguagem cinematográfica, Saura confere, ao seu diretor-personagem, o poder de apresentar belas referências a grandes nomes do tango, como Carlos Gardel e Astor Piazzola. Através das fantasias de Mário, é possível ter várias visões da dança, que vão, de um sensual embate entre sua antiga e atual amadas, até a exibição de “La Cumparsita”, certamente o mais conhecido e tocado tango, qualquer que seja o lugar no mundo.

Com uma trilha sonora maravilhosa, criada sob a batuta do argentino Lalo Schiffrin, e, a fotografia estudada, do fotógrafo italiano Vittorio Storaro, Saura nos presenteia com uma serie de quadros, onde a batida forte da música embala os sensuais movimentos dos casais.

Originariamente, o tango nasce no final do século XIX, de uma mistura de vários ritmos, provenientes dos subúrbios de Buenos Aires. Esteve associado, desde o princípio, com bordéis e cabarés, âmbito de contenção da população imigrante, massivamente masculina. Devido a que só as prostitutas aceitariam esse baile, em seus começos, era comum que o tango fosse dançado por um casal de homens.

Mas, o tango, como dança, não se limitou às zonas baixas, ou, a seus ambientes próximos. Estendeu-se também aos bairros proletários, e, passou a ser aceito "nas melhores famílias", principalmente depois que a dança teve sucesso na Europa.

O DVD, distribuído no Brasil pela Europa, não manteve o formato da edição americana, e, prejudicou a maravilhosa fotografia do filme. Mas, o som oferece as opções português e espanhol (Dolby Digital 5.1 e 2.0). Como extras, notas sobre a produção e elenco, e, um making of, legendado, além de trailer de cinema.

Este filme, que mereceu o prêmio técnico de Cannes em 1998, além da indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro de 1999, certamente irá agradar a maioria das pessoas, que sentem prazer com a música e a dança. Diferente dos enfadonhos musicais de Hollywood, em “Tango”, nada é gratuito, e, mesmo sendo uma colcha de retalhos, é uma bela coleção de retalhos de imagens e sons que irão permanecer em suas mentes, mesmo depois de desligar a tv. Experimentem.

sexta-feira, 15 de julho de 2005

Claquete 15 de julho de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Enquanto a guerra de lama corre solta, Brasil a fora, sobram poucas opções para o natalense, que não quer ficar vendo depoimentos de CPI na TV. Nas estréias, a nova versão de “Guerra dos Mundos”, dirigido por Spielberg, e, estrelado por Tom Cruise, e, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador. Continuam em cartaz, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, dirigido por Christopher Nolan, o diretor de "Amnésia", com Christian Bale, no papel-título, “A Casa de Cera”, refilmagem de um clássico de terror, no estilo mata-mata de adolescentes, os filmes de ação “Sr. e Sra. Smith”, com Brad Pitt e Angelina Jolie, e, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks. Na próxima quinta-feira, acontece a pré-estréia de “Quarteto Fantástico”. Não haverá sessão de arte nesta semana.

“O Clã das Adagas Voadoras”, em DVD

Mais um ótimo filme, “O Clã das Adagas Voadoras”, de Zhang Yimou, chega às locadoras. No ano de 859 a China passa por terríveis conflitos. A dinastia Tang, antes próspera, está decadente. Corrupto, o governo é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes que se insurgem. O mais poderoso e prestigiado deles é o Clã das Adagas Voadoras. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois soldados do exército oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder das Adagas Voadoras, e, para tanto, elaboram um plano: Jin se disfarça como um combatente solitário, ganha a confiança da bela revolucionária cega Mei (Zhang Ziyi), e, assim, infiltra-se no grupo. Mas, a dupla não contava com a paixão que Mei despertaria nos dois. O filme recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Fotografia. Este é o terceiro filme em que o diretor Zhang Yimou e a atriz Zhang Ziyi trabalham juntos. Os anteriores foram “O Caminho para Casa” (1999), e, “Herói” (2002). Além do filme, o disco traz, como extras, comentários do Diretor e da Atriz Zhang Ziyi, Clipe da Música "Lovers", Storyboards, Galeria de Fotos, e, Making Of dos Efeitos Especiais. Nas locadoras.

“Hitch - Conselheiro Amoroso”, em DVD

“Hitch – Conselheiro Amoroso”, uma divertida comédia romântica, estrelada por Will Smith, chega agora, ao mercado doméstico. Muito mais à vontade aqui, Will vive Alex "Hitch" Hitchens, um lendário, e, propositalmente anônimo, "doutor do amor", que age em Nova York. Em troca de uma determinada taxa, ele se dispõe a ajudar homens tímidos a conquistar as mulheres de seus sonhos. Enquanto trabalha para Albert (Kevin James), um contador que se apaixonou pela socialite Allegra Cole (Amber Valetta), Hitch conhece a mulher que acredita ser sua própria cara-metade: a jornalista Sara Melas (Eva Mendes). Apaixonado, Hitch decide conquistá-la, mesmo correndo o risco de ter sua identidade desvendada pelo jornal em que Sara trabalha. Além do filme, o disco traz “Erros de Gravação”, “Cenas Excluídas”, Videoclipe "1 Thing" de Amerie, e, Trailers de cinema. O formato de tela é widescreen, e, o áudio, em inglês, português e espanhol, Dolby Digital 5.1. Já nas locadoras.


“Reencarnação”, em DVD

Um dos mais estranhos filmes estrelados por Nicole Kidman foi “Reencarnação”, de 2004. Dez anos após a morte de seu marido, Anna (Nicole Kidman), finalmente, conseguiu reconstruir sua vida, estando prestes a casar-se novamente. Repentinamente, surge, em sua vida, um garoto de dez anos, que se apaixona por ela, e, diz ser a reencarnação de seu falecido marido. Anna, inicialmente, considera a história totalmente absurda, mas, alguns detalhes, de situações ocorridas entre ela e seu falecido marido, contados pelo garoto, fazem com que ela fique intrigada. Aos poucos, Anna começa a relembrar fatos de seu passado, e, começa a questionar as escolhas que fez na vida, o que faz com seu noivo, a família dele, e, sua melhor amiga fiquem preocupados. Além de Nicole, o filme tem a participação de Lauren Bacall e Anne Heche. Uma cena do filme que escandalizou os mais conservadores, é quando Nicole beija o garoto na boca. Nas locadoras.

Abertas inscrições para o 9º Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba

Estão abertas, até o dia 30 deste mês, as inscrições para o Festival de Cinema, Vídeo e DCine de Curitiba, que chega à sua nona edição em 2005, com o intuito de estimular e divulgar a produção cinematográfica local e nacional. Os filmes selecionados deverão ser apresentados em 16mm e 35 mm. Os vídeos, em BETACAM/SP no sistema NTSC, e, no caso do DCine, a obra deverá ser captada em câmera digital (Beta Digital, DVCam ou MiniDV, finalizada em digital e quinescopada), e, apresentada para projeção em 35mm ou 16mm. Para melhores informações, sobre regulamento e inscrições, consultar o próprio site do festival: www.festcinecuritiba.com.br.


Curta curtas agora, no CurtaAgora

A internet brasileira dispõe de mais um site sobre curtas-metragens. É o www.curtagora.com. O site contém um acervo com mais de 4.000 filmes cadastrados, constantemente acrescidos e atualizados. No Curtagora é possível consultar títulos, sinopses e fichas técnicas, dar o seu voto, escrever comentários, ver fotos, assistir trailers e filmes online, indicar filmes para amigos, pesquisar filmografias, catálogo de profissionais e outros recursos inéditos dentro do panorama audiovisual brasileiro. Integram nesta pesquisa produções em cinema (35mm, 16mm e Super-8) e vídeo (Betacam, DV, Hi-8, S-VHS, VHS, U-Matic), com duração máxima de 60 minutos e nos gêneros de ficção, documentário, experimental, animação, educativo, videoarte e videoclipe. Experimente.

“A Volta ao Mundo em 80 Dias”, em DVD

Londres, final do século XIX. O inventor Phileas Fogg (Steve Coogan) é visto pela conservadora comunidade científica, liderada por Lorde Kelvin (Jim Broadbent), como um excêntrico, pois acham suas idéias mirabolantes. Fogg está usando um oriental, que diz chamar-se Passepartout (Jackie Chan), como piloto de testes. Na verdade ele é Lau Xing, um chinês que pegou de volta o Buda de Jade, um estatueta que protegia seu povo, e, tinha sido roubada por uma facção rival, e, colocada no Banco da Inglaterra. Recuperar a estatueta não é suficiente para Lau, pois ele precisa levá-la de volta para sua aldeia. Assim, instiga Fogg a fazer uma aposta com Lorde Kelvin, que não envolvia dinheiro e sim prestígio. Para vencê-la Fogg precisa dar a volta ao mundo em, no máximo, oitenta dias, algo impensável para a época. Fogg aceita o desafio, que em si já é bem difícil, ainda mais com Lorde Kelvin e seus amigos fazendo todo o tipo de trapaça para que perca a aposta. Logo no segundo dia de viagem, em Paris, Monique La Roche (Cécile de France), uma garçonete que sonha em ser pintora, se une aos dois amigos, em uma viagem cheia de aventuras e perigos através do mundo. Baseado em livro de Júlio Verne, é refilmagem da versão de 1956, com David Niven e Cantinflas.



Filme recomendado: “Nathalie X”

Dupla sedução


A infidelidade no casamento é um tema corriqueiro na ficção, principalmente em se tratando de filmes franceses. Contudo, uma reação inusitada da parte traída traz uma ótica diferente para o tema, como o fez a diretora Anne Fontaine. O filme é “Nathalie X”, já exibido no circuito de Arte, e, está disponível em DVD.

Catherine (Fanny Ardant) é o retrato de uma mulher realizada. Médica bem conceituada, vive uma vida tranqüila, ao lado do marido, e, do filho, num casamento sólido, de 25 anos. Charmosa e atraente, Catherine acreditava que nada poderia abalar o seu mundo, até o dia em que descobre que seu marido, Bernard (Gerard Depardieu), tivera um caso com outra mulher.

Inquirindo-o para saber a verdade dos fatos, Catherine enfrenta uma outra realidade. Apesar da ótima convivência dos dois, os anos os afastaram um do outro, a ponto de nada saberem mais do que agrada, ou não, ao outro. Eles não conseguem lembrar, sequer, qual a última vez que fizeram amor. Gerard insiste que o caso nada representa, para ele, mas, a descoberta abala Catherine profundamente.

Atônita, ela descobre que deixou-se levar pela rotina, e, que, o marido que ama, tornou-se um estranho, com desejos, e, necessidades, que ela desconhece, tanto quanto os seus próprios.

Um dia, ao sair do consultório, passa pela porta de um bordel de luxo, vizinho ao seu trabalho. Sem saber direito o porquê, Catherine entra no bordel, sentando-se para tomar uma bebida. Uma jovem aproxima-se, e, começa a conversar com ela. Marlene (Emanuelle Béart), de algum modo, desperta, em Catherine, um projeto maluco, que ela propõe, à jovem. A garota de programas, sob o pseudônimo de Nathalie, deverá aproximar-se, e, seduzir Bernard, contando, em detalhes, para Catherine, tudo o que acontecer entre os dois.

As duas passam a encontrar-se diariamente, para que a jovem possa fazer os seus relatos. No primeiro dia, Catherine fica chocada, quando Nathalie lhe revela que os dois fizeram sexo. Entre o espanto, e, a curiosidade, a última é mais forte, e, os detalhes são revelados pela moça.

À medida em que o tempo vai passando, as duas vão ficando mais próximas, a ponto de Catherine levar a jovem para cuidar de sua mãe, com problemas nos cabelos, pois a jovem entendia do assunto. Aos poucos, ao mesmo tempo em que absorve os relatos da jovem com o seu marido, Catherine busca, dentro de si mesma, os momentos em que vivera situações parecidas.

A situação começa a complicar-se quando a jovem revela que ele ameaça deixar a mulher, para viver com ela. Por sua vez, Bernard suspeita que Catherine está tendo um caso, pois nota mudanças na atitude da mulher. Um caso, na vida de Catherine, realmente acontece, mas, tem mais a ver com a redescoberta de sua sensualidade adormecida, do que uma represália contra o marido.

Quando as coisas parecem ter chegado a um ponto extremo, Catherine decide tomar uma atitude ousada, reunindo o marido, e, a amante dele, para um encontro de revelações. A surpresa acontece, mas, ela também é surpreendida. Ponto. Para saber mais, assista ao filme.

O ponto de partida do filme, a idéia de forçar uma amante para o marido que acabara de traí-la, pode parecer muito estranho. Não há dúvidas de que, o fator vingança estava por trás da idéia, além da curiosidade sobre as reações dele, e, o poder de dominar a situação, já que era ela quem controlava todos os fatores.

Contudo, o que Catherine não poderia prever era a reação que tudo aquilo provocaria nela mesma. As narrativas de Nathalie, descrevendo, com detalhes, tudo o que fazia e sentia, despertaram em Catherine, além da satisfação da curiosidade, um erotismo, há muito, esquecido, relembrando-a de suas próprias aventuras, quando jovem estudante. A reconstrução de Catherine faz-se, aos poucos, sob os olhos angustiados do marido.

O elenco do filme, embora enxuto, está maravilhoso. A diretora conseguiu reunir três dos maiores nomes do atual cinema francês, num filme onde a atuação é o único efeito especial permitido. Gerard Depardieu, embora num papel secundário, consegue passar, com falas mínimas, toda a angústia e desnorteamento do marido. Emanuelle Béart, que é mais conhecida fora da Europa por sua participação no primeiro “Missão Impossível”, tem aqui uma atuação irretocável, numa mistura de inocência e sensualidade. Fanny Ardant, por sua vez, traz todo o charme da maturidade, mostrando, sem palavras, os sentimentos que exalam de sua personagem. Outros filmes famosos, em que Fanny atuou foram “Sabrina”, “8 Mulheres”, e, “Retratos da Vida”.

O DVD traz o filme com formato de tela widescreen, e, áudio em francês e português Dolby Digital 2.0. Como extras, o disco traz algumas informações sobre o elenco, trailer de cinema, e, um Making Of de meia hora, onde tem algumas entrevistas com a diretora e elenco, e, muitas cenas de bastidores. O documentário é legendado em português.

“Nathalie X” é um filme extremamente interessante, pois aborda temas como relacionamento familiar, sexualidade na maturidade, e, as fantasias sexuais. Os conservadores de plantão podem ficar tranqüilos, pois o sexo é apenas falado, nunca exibido. A diretora Anne Fontaine consegue provar que, para se fazer um bom cinema, não é necessário efeitos de computador para criar uma realidade, e, sim, despertar a imaginação das pessoas, para que esta realidade seja criada na mente do espectador. Boa diversão!

sexta-feira, 8 de julho de 2005

Claquete 08 de julho de 2005


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com


O que está em cartaz

Foram-se as festas juninas, junto com os balões e os fogos, mas, ficaram as fortes chuvas, que fazem Natal parecer uma filial de Veneza. Nas estréias, a nova versão de “Guerra dos Mundos”, dirigido por Spielberg, e, estrelado por Tom Cruise, e, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador. Continuam em cartaz, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, dirigido por Christopher Nolan, o diretor de "Amnésia", com Christian Bale, no papel-título, “A Casa de Cera”, refilmagem de um clássico de terror, no estilo mata-mata de adolescentes, os filmes de ação “Sr. e Sra. Smith”, com Brad Pitt e Angelina Jolie, e, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks. Na próxima quinta-feira, acontece a pré-estréia de “Quarteto Fantástico”. Não haverá sessão de arte nesta semana.

Estréia: “Quarteto Fantástico”

Mais um desenho da Marvel chega às telas de cinema. A vez, agora, é do “Quarteto Fantástico”, criado em 1961, por Stan Lee e Jack Kirby. Um desastre atinge uma nave espacial, fazendo com que os quatro tripulantes sofram modificações em seus organismos, ganhando poderes especiais. Reed Richards (Ioan Gruffudd), o líder do grupo, passa a ter a capacidade de esticar seu corpo feito borracha. Sue Storm (Jessica Alba), sua namorada, ganha poderes que a permitem ficar invisível, e, criar campos de força. Johnny Storm (Chris Evans), irmão de Sue, pode aumentar o calor do seu corpo, enquanto que Ben Grimm (Michael Chiklis) tem seu corpo transformado em pedra, e, ganha uma força sobre-humana. Ao retornar a Terra, eles passam a lidar com seus novos poderes, decidindo formar o grupo de super-heróis, Quarteto Fantástico, para combater os vilões que ameaçam a Terra. Este filme chegou a ter cenas alteradas, devido à animação “Os Incríveis”, que tinha muitas semelhanças. Houve uma outra versão, de 1994, que nunca chegou aos cinemas, pois a única intenção da empresa era manter os direitos de adaptação. Stan Lee, que apareceu em algumas pontas em “Hulk” e “Homem-Aranha”, interpreta, desta vez, um personagem, Willy Lumpkin, velho carteiro que trabalha para o grupo. A direção é de Tim Story. “Quarteto Fantástico” estréia, para valer, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Moviecom, em salas ainda não definidas. Para maiores de 12 anos.


Vale à pena comprar uma TV widescreen?

Em meio às ofertas de tvs de plasma, LCD, projetores, as velhas tvs de tubo de imagem lutam bravamente, contando, a seu favor, com o elemento preço, já que ainda representam a opção mais barata. Contudo, muitos compradores ainda ficam indecisos quanto à novidade widescreen. Como são mais caras do que as tvs tradicionais, resta a dúvida: qual a vantagem das telas retangulares? Para responder a isso, o espectador tem que fazer, a si mesmo, a pergunta: qual a sua programação preferida? Se a resposta for o conteúdo normal das emissoras, sejam abertas ou pagas, a melhor opção é o velho formato 3x4 mesmo. Mas, se a preferência for assistir filmes em DVD, as tvs widescreen são mais apropriadas, oferecendo recursos como entradas videocomponentes, progressive scan, e, sem as barras pretas que tanto irritam alguns espectadores. Se levarmos em conta que, uma widescreen de 32 polegadas oferece mais ou menos a mesma área útil de uma tv convencional de 38 polegadas, a vantagem econômica ficará, disparada, com a widescreen. É pesquisar e escolher!

Anima Mundi

Quem for para o Sul-Maravilha por estes dias, terá oportunidade de conferir o Anima Mundi, o único festival de animação da América Latina. Patrocinado pela Petrobras desde 1997, o evento apresenta, no Rio de Janeiro (8 a 17 de julho), e, São Paulo (20 a 24 dejulho), uma seleção de curtas, longas-metragens, seriados, e, comerciais realizados em diversos estilos visuais, linguagens narrativas e técnicas de animação. A competição com júri popular é dividida nas categorias: Curta-Metragem, Curta Infantil, Animação Brasileira, Portfólio, Primeira Obra, e, Animação em Curso. As premiações por júri profissional estão organizadas em Melhor Animação, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, e, Melhor Design. O festival também promove o Anima Mundi Web, concurso para animações produzidas exclusivamente para veiculação na Internet. Informações no próprio site do festival www.animamundi.com.br.



Mais clássicos em DVD

Os amantes dos filmes clássicos estão menos órfãos. Antes limitados a pequenas distribuidoras, como a Magnus Opus, Versátil, ClassicLine, e, Continental, os clássicos do cinema mundial ganharam mais dois distribuidores. Uma é a Aurora (www.auroradvd.com.br), que entra no mercado com os títulos “Rififi”, de Jules Dassin, “O Beijo Amargo”, de Samuel Fuller, “Anos de Rebeldia”, de Dennis Hopper, e, “Brinquedo Proibido”, de René Clement. Uma major, a Fox, entrou pesado no mercado, com os títulos “Como Era Verde o Meu Vale”, “Como Agarrar um Milionário” e “Os Homens Preferem as Louras”, com Marilyn Monroe, “Comancheros” e “Fúria no Alaska”, com John Wayne, e, “A Bíblia...No Início”, com George C. Scott, Ava Gardner, Peter O´Toole, e, Richard Harris. Parabéns para os cinéfilos!

Porta-Curtas Petrobras

Gosta de curtas-metragens? Pois saiba que há uma porção deles, à disposição no site www.portacurtas.com.br. Patrocinado pela Petrobras, o site disponibiliza 289 curtas para assistir através da internet, além de informações sobre mais 2854 filmes e 11500 profissionais do ramo. Entre os títulos disponíveis estão o premiado “Ilha das Flores”, “A Sauna”, “Almas em Chamas”, “Deus é Pai”, e, muitos outros. O acesso é gratuito, e, os filmes, para serem assistidos, precisam do Windows Media Player, que pode ser baixado do próprio site. O acesso tanto pode ser feito por modem como por banda larga.


Espadas laser de Star Wars vão a leilão

A famosa espada a laser de Luke Skywalker, herói da primeira trilogia Star Wars, será leiloada, junto com vários objetos da série de George Lucas, pela casa Profiles in History, que organiza o evento. A espada, até hoje propriedade do produtor Gary Kurtz, vale de US$ 60 mil a US$ 80 mil, de acordo com a estimativa dos organizadores, especializados na venda de objetos de filmes. O leilão será em 29 de julho, em Beverly Hills. Kurtz, produtor do primeiro “Star Wars”, em 1977, colecionou vários objetos ligados à saga galáctica. Os fãs poderão participar do leilão pela Internet, acessando a página www.ebayliveauctions.com. O catálogo está disponível no endereço www.profilesinhistory.com. Entre os objetos à venda, está a outra espada, usada por Darth Vader, no episódio “O Império Contra-Ataca” (1980), estimada em entre US$ 40 mil e US$ 60 mil, e, a máscara do personagem de Yoda (US$ 8 mil a US$ 10 mil). Alguém se habilita?



007 na TNT

O canal pago TNT estará exibindo, nos próximos meses o Festival 007, com os filmes do mais famoso espião do cinema. No mês de julho, estão programados os títulos “007 Contra o Satânico Dr. No”, o primeiro filme oficial da grife, “Moscou Contra 007”, “Goldfinger”, e, “007 Contra a Chantagem Atômica”. Todos estes filmes são estrelados por Sean Connery, o que melhor encarnou o mítico personagem criado pelo escritor Ian Fleming. As exibições seguirão a seqüência acima, sempre com uma sessão na terça-feira, às 22h, e, reprise no sábado, às 0h30. O festival continua até novembro.

“Ruas de Fogo”, em DVD

Em algum lugar no tempo, numa cidade que pode ser a nossa, a violência urbana chega em níveis insustentáveis. Cada vez mais, as gangues de rua se apoderam dos espaços públicos, fazendo de cada quarteirão o seu verdadeiro domínio de violência. Os representantes da lei já não controlam mais a situação. É nesta situação caótica que uma cantora de rock é seqüestrada, por uma gangue de motoqueiros. Seu namorado retorna, então, à cidade, e, ao descobrir que ela é mantida refém, parte para o resgate. Mas, para isso, ele deverá passar por um inferno de gangues rivais, verdadeiros selvagens sem lei, que não medem esforços para proteger seus domínios. Cult dos anos 80, dirigido por Walter Hill (48 Horas), muito lembrado pela trilha sonora com músicas da banda The Blasters, Dan Hartman e Ry Cooder, entre outros. No elenco, Michael Paré, Diane Lane, Willem Dafoe. O som é Dolby Digital 2.0 e o formato de tela widescreen anamórfico. Nas locadoras.

Cineclube Natal exibe filme nesta sexta

Pouca gente sabe, mas Natal possui um Cineclube, muito ativo, por sinal. Com uma proposta de pluralidade de programação, o Cineclube Natal exibe clássicos, curtas-metragens, cinema nacional, e, produções européias recentes, para os amantes da Sétima Arte. Nesta sexta-feira, está programada uma sessão, com o documentário irlandês “A Revolução Não Será Televisionada”, dos diretores Kim Bartley e Donnacha O'Briain. O filme será apresentado pelo professor Arnon de Andrade, chefe do Departamento de Educação da UFRN. A sessão começa às 19h, no auditório do Sebrae, em frente ao ginásio Machadinho. A entrada (taxa de manutenção) custa R$1,00. Mais informações: 8813 – 9002 / 8805 – 4666 / 8838 - 2112 ou pelo e-mail cineclubenatal@grupos.com.br.


Morre o roteirista de “Noviça Rebelde”

Faleceu, no último sábado, o excepcional roteirista Ernest Lehman, autor de clássicos famosos, como “Sabrina”, “A Embriaguez do Sucesso” e “Intriga Internacional”, além de algumas das mais bem sucedidas adaptações da Broadway, como “A Noviça Rebelde”, “Amor, Sublime Amor”, e, “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”. Lehman ainda escreveu outros filmes memoráveis, como “Domingo Negro”, para o diretor John Frankenheimer, e, “Trama Macabra”, que viria a ser o último filme de Alfred Hitchcock. Lehman foi o único roteirista a receber um Oscar honorário da Academia.

Filme recomendado: “O Pagamento”

Cigano eletrônico


O que você faria, se pudesse adivinhar o futuro? Jogaria na Megasena, evitaria a sua própria morte, tentaria salvar o mundo?... Bem, considerando-se que adivinhar não é um dado de realidade, fica difícil imaginar o que se poderia fazer. Mas, o filme “O Pagamento”, dirigido por John Woo explora tudo isso, em meio a muitas cenas de ação explosiva, marca registrado do diretor.

Michael Jennings (Ben Affleck) é um engenheiro de computação brilhante, que constantemente é contratado, por grandes empresas, para trabalhar em projetos secretos. Esses projetos, quase sempre fazendo engenharia reversa, que é um nome bonito para pirataria, garantem, para as empresas, milhões de dólares economizados, em produtos gerados a partir dos concorrentes. Para evitar processos judiciais, após concluir seus serviços, Jennings passa por um processo onde parte de sua memória de curto prazo é apagada.

O último trabalho de Jennings foi para um amigo, James Rethrick (Aaron Eckhart), proprietário de um conglomerado de empresas. O projeto é tão grande, que leva três anos, para que Jennings o complete, mas, pode lhe render bilhões de dólares como pagamento. Após ter a sua memória apagada, como sempre, o engenheiro, ao invés de receber seu pagamento, recebe apenas um envelope, contendo dezenove estranhos objetos, e, a informação de que, por vontade própria, abriu mão dos bilhões de dólares a que tinha direito.

Estranhando a situação, Jennings decide investigar a empresa, com a ajuda de uma companheira de trabalho, Rachel (Uma Thurman), mas, é surpreendido com a notícia de que a polícia está atrás dele, por algo que não se recorda de ter feito.

Como todos os filmes de John Woo, o filme é uma seqüência de cenas de ação repletas de tiros, explosões, e, perseguições em alta velocidade. O espectador é levado, pelo diretor, a encarar os acontecimentos através da ótica do desmemoriado Jennings, sem saber direito o que está acontecendo, mas, lutando com todas as armas disponíveis, que, curiosamente, são os singelos objetos do envelope que o engenheiro endereçou a si mesmo.

O roteiro brinca com a questão da mutabilidade do tempo. Partindo do princípio de que se sabe o que vai acontecer, existe a opção de mudar os fatos? Se você acha que a idéia lembra “Minority Report – A Nova Lei”, onde mutantes previam crimes que iriam acontecer, acertou em cheio, pois ambos os filmes são baseados em contos do escritor Philip K. Dick. Outros contos do autor que viraram filmes foram “Blade Runner – Caçador de Andróides”, “Vingador do Futuro” e “O Impostor”.

Longe de ser uma viagem no tempo, a aventura de Jennings é uma luta desesperada pela sobrevivência, sempre caminhando para um desfecho sombrio, que ele espera poder evitar.

O DVD, distribuído pela Dreamworks, traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico, e, som Dolby Digital 5.1, em inglês, português e espanhol, o que justifica o preço do hometheater. Além do filme, o disco traz um final alternativo, seis cenas cortadas ou ampliadas, e, 34 minutos de documentários, “O Pagamento: Concebendo o Futuro”, e, “Desafiando o Destino: As Cenas de Ação de O Pagamento”, além de comentários em áudio pelo diretor John Woo, e, pelo roteirista Dean Georgaris, todos os extras devidamente legendados, em português, inglês e espanhol.

Apesar das incoerências científicas (viva a liberdade poética), “O Pagamento” reúne os elementos que fazem um bom filme de ação, tornando-o uma opção de entretenimento interessante. Confira e forme a sua própria opinião.



sexta-feira, 1 de julho de 2005

Claquete 01 de julho de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Foram-se as festas juninas, junto com os balões e os fogos, mas, ficaram as fortes chuvas, que fazem Natal parecer uma filial de Veneza. Nas estréias, a nova versão de “Guerra dos Mundos”, dirigido por Spielberg, e, estrelado por Tom Cruise, e, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador. Continuam em cartaz, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, dirigido por Christopher Nolan, o diretor de "Amnésia", com Christian Bale, no papel-título, “A Casa de Cera”, refilmagem de um clássico de terror, no estilo mata-mata de adolescentes, os filmes de ação “Sr. e Sra. Smith”, com Brad Pitt e Angelina Jolie, e, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks. Na próxima quinta-feira, acontece a pré-estréia de “Quarteto Fantástico”. Não haverá sessão de arte nesta semana.

Pré-Estréia: “Quarteto Fantástico”

Mais um desenho da Marvel chega às telas de cinema. A vez, agora, é do “Quarteto Fantástico”, criado em 1961, por Stan Lee e Jack Kirby. Um desastre atinge uma nave espacial, fazendo com que os quatro tripulantes sofram modificações em seus organismos, ganhando poderes especiais. Reed Richards (Ioan Gruffudd), o líder do grupo, passa a ter a capacidade de esticar seu corpo feito borracha. Sue Storm (Jessica Alba), sua namorada, ganha poderes que a permitem ficar invisível, e, criar campos de força. Johnny Storm (Chris Evans), irmão de Sue, pode aumentar o calor do seu corpo, enquanto que Ben Grimm (Michael Chiklis) tem seu corpo transformado em pedra, e, ganha uma força sobre-humana. Ao retornar a Terra, eles passam a lidar com seus novos poderes, decidindo formar o grupo de super-heróis, Quarteto Fantástico, para combater os vilões que ameaçam a Terra. Este filme chegou a ter cenas alteradas, devido à animação “Os Incríveis”, que tinha muitas semelhanças. Houve uma outra versão, de 1994, que nunca chegou aos cinemas, pois a única intenção da empresa era manter os direitos de adaptação. Stan Lee, que apareceu em algumas pontas em “Hulk” e “Homem-Aranha”, interpreta, desta vez, um personagem, Willy Lumpkin, velho carteiro que trabalha para o grupo. A direção é de Tim Story. A pré-estréia de “Quarteto Fantástico” acontece nesta quinta-feira, no Cine Natal 1, e, nos Cines 3 e 7, do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Estréia 1: “Guerra dos Mundos”

Um dos livros mais famosos de H.G.Wells, “Guerra dos Mundos”, retorna às telas do cinema, desta vez com a dobradinha Steven Spielberg, na direção, e, Tom Cruise, no papel principal. Ele vive Ray Ferrier, um homem divorciado, que trabalha nas docas. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas, precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem, Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão, e, incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extra-terrestres. O livro de Wells serviu para o evento mais famoso no meio da indústria de comunicação: a famosa transmissão radiofônica de Orson Welles, em 1938, que levou ao pânico boa parte da população americana. Apesar do caráter ficcionista do livro, o autor embutiu uma forte crítica ao imperialismo e à beligerância das nações ocidentais. Esperemos que algo desta mensagem tenha permanecido neste filme, já que estamos tão necessitados de uma boa dose de pacifismo, nos dias atuais. “Guerra dos Mundos” está em cartaz, no Cine Natal 2, e, nos Cines 6 e 7 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”

Na noite de novembro de 1942, quando Traudl Junge (Alexandra Maria Lara) foi selecionada para trabalhar como secretária pessoal de Hitler, a sua felicidade na poderia ser maior, já que serviria um dos homens mais poderosos do mundo. Três anos depois, em abril de 1945, o cenário era outro. Uma Alemanha dizimada resistia, como podia, ao avanço dos Aliados. Berlim sucumbia ante as tropas russas. Em meio a tudo isso, Hitler mantinha a sua pose e arrogância, ainda acreditando em uma hipotética vitória. O filme narra as últimas horas do ditador, do ponto de vista da jovem Traudl, que sobreviveu, para contar o que viu. A direção é de Oliver Hirschbiegel. “A Queda – As Últimas Horas de Hitler” terá apenas uma sessão diária, após 21h, até quarta-feira, no Cine 2, e, na quinta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

“Ray”, em DVD

Chega às locadoras a premiada cinebiografia do músico Ray Charles, que rendeu um merecido Oscar ao ator Jamie Foxx. O próprio Ray participou da seleção musical do filme, embora não tenha sobrevivido até o lançamento nos cinemas. É exposta, com muita crueza, toda a vida do cantor, desde a infância pobre, sem pai, ao lado da mãe e do irmão menor. Uma tragédia irá marca-lo para sempre. Apesar da cegueira, Ray enfrenta todos os obstáculos para levar a sua música, tocando de igrejas a bordéis. O talento para os negócios, e, a sua música de excepcional qualidade, o levaram ao sucesso. A fama e o dinheiro, porém, trouxeram outros malefícios, como as drogas, que o afastaram da família. A redenção chegou, mais uma vez, graças à sua extraordinária força de vontade. O DVD duplo traz, além do filme (com formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital 5.1), diversos extras: Cenas Excluídas, comentadas pelo diretor, Cenas Musicais ampliadas, os documentários “Preparando-se para o papel”, “Lembrando-se de Ray”, “Bastidores”, “Ray - Trilha Original do filme”, e, “Genius: Um Tributo a Ray Charles”, além do trailer de cinema.


Abertas inscrições para o 3° Festival Curta Santos

A Oficina Regional Pagú está com as inscrições abertas, até o dia 20 de agosto, para o 3º Festival Curta Santos. Os participantes deverão apresentar curtas-metragens com temas livres, com no máximo 25 minutos de duração, nos formatos: ficção, documentário, ou, animação. O único requisito é que o trabalho não tenha participado das edições passadas no festival. Para maiores informações, inscrições, e, regulamento, entrar em contato com a Oficina Cultural Regional Pagú - Praça dos Andradas, s/nº - Santos - SP - Telefones: (13) 3219-7456/ 3219-2036.

Abertas inscrições para o Festival do Rio 2005

Estão abertas inscrições para PREMIÈRE BRASIL - Mostra Competitiva de Curta e Longa-Metragem Brasileiros, do Festival do Rio 2005, que, este ano, acontecerá de 22 de setembro a 6 de outubro. Poderão participar do Festival do Rio filmes de longa e curta-metragem, sendo os curtas-metragens produzidos entre 2003 e 2005, com cópia em 35mm ou digital (HDCam, Digi-beta Pal ou Mini DV, DVCam). A data limite para as inscrições, e, postagem dos filmes, é dia 20 de julho. Regulamento e inscrições online, no próprio site do festival www.festivaldorio.com.br.


“Garrincha – Estrela Solitária”, em DVD

Um dos heróis brasileiros, que, devido a suas qualidades e fraquezas, talvez melhor represente o espírito de nosso povo, foi Garrincha, jogador de futebol do Botafogo, e, da Seleção Brasileira, que, com suas pernas tortas, alucinava os adversários. Chega agora, em DVD, o filme “Garrincha – Estrela Solitária”, do diretor Milton Alencar, baseado no livro homônimo, de Ruy Castro. A vida de Garrincha, o "demônio das pernas tortas", dentro e fora do campo, confrontando o mito do futebol mundial ao homem humilde do interior. Em 1980, a escola de samba Mangueira homenageia Garrincha, que desfila em um carro alegórico, especialmente preparado para ele. As várias facetas de Mané Garrincha são mostradas, a partir das lembranças de pessoas que lhe foram muito próximas, e, que o amaram, de diferentes maneiras. As histórias que Elza Soares, Iraci, Sandro Moreyra e Nilton Santos viveram com Garrincha compõem uma visão multilateral de sua personalidade, e, de seu destino, de glórias e tragédias. Nos papéis centrais, André Gonçalves (Garrincha), e, Taís Araújo (Elza Soares). Nas locadoras.



O que vem por aí

Para o pessoal que gosta de clássicos, ou, mesmo, de filmes difíceis de encontrar, nas locadoras, a mídia DVD está dando uma “mãozinha”. Nos próximos dias, chegarão às prateleiras coleções como: Charles Bronson (“Kinjite - Desejos Proibidos”, “O Vingador”, “O Mensageiro da Morte” e “Desafiando o Assassino”), Steve McQueen (“Quando Explodem as Paixões”, “Mesa do Diabo”, “Os Implacáveis - Ed. Especial”, e, “Tom Horn”); Gangsteres - Volume Um (“Alma no Lodo”, “A Floresta Petrificada”, “O Inimigo Público nº 1”); Gangsteres - Volume Dois (“Anjos de Cara Suja”, ”Heróis Esquecidos”, “Fúria Sanguinária”); Errol Flynn (“Capitão Blood”, “Uma Cilada que Surge”, “Meu Reino por um Amor”, “Gavião do Mar”, “O Intrépido General Custer”); Fletch (“Assassinato por Encomenda” e “Fletch Vive”). Tem, ainda, a coleção Jurassic Park (“O Parque dos Dinossauros”, “O Mundo Perdido”, e, “Jurassic Park III”). Aguardem.

“Closer – Perto Demais”, em DVD

Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa bem sucedida, que se divorciou recentemente. Ela conhece, e, seduz Dan (Jude Law), um aspirante a romancista, que ganha a vida escrevendo obituários. Apesar do romance, ela se casa com Larry (Clive Owen). Dan mantém um caso secreto com Anna, mesmo após ela se casar, e, usa Alice (Natalie Portman), uma stripper, como musa inspiradora para ganhar confiança e tentar conquistar o amor de Anna. Essa inteligente, e, estranha, história de amor, é baseada em uma consagrada peça teatral de Patrick Marber. O DVD traz som Dolby Digital 5.1 e formato de tela em widescreen. Como extras, apenas o videoclipe “The Blower´s Daughter”, apresentado por Damien Rice, e, trailers de cinema. Por enquanto, só nas locadoras.

Curta Brasil, na TV Educativa

O "Curta Brasil", programa patrocinado pela Petrobrás, é dedicado à exibição de filmes brasileiros, nos formatos de curta e média-metragem. Por meio de entrevistas, o programa abre espaço para realizadores, e, personalidades da cultura brasileira, e, discute os aspectos ligados à linguagem e à produção cinematográficas. O programa é veiculado, em rede nacional, pelas afiliadas da TVE BRASIL sendo exibido sábado, à meia noite, com apresentação de Ivana Bentes. Neste sábado, serão exibidos “Cega Seca”, de Sofia Federico, e, “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante.



Filmes da Semana

Guerra(s) dos Mundos


É curioso, como um diretor do quilate de Steven Spielberg, consegue dar umas derrapadas em sua carreira, alternando produtos brilhantes, com outros, de qualificação duvidosa. Também, não ajuda muito, se o astro principal, o megastar Tom Cruise, prefere falar de sua religião, a cientologia, do que promover o filme. O fato é que, a maioria das pessoas, ao sair de uma sessão de “Guerra dos Mundos”, fica perguntando para o vizinho: “O que foi que aconteceu com os alienígenas, no final do filme?”. Bem, o final desta versão é o mesmo da primeira, de 1953, que é o mesmo do livro, escrito por H.G.Wells, em 1898 (calma, não vou contar o final, pelo menos, não no primeiro parágrafo...).

A história retratada nos dois filmes, e, no livro, é exatamente a mesma. Um belo dia, sem aviso, seres vindos do espaço invadem a Terra, e, começam a matar e destruir tudo o que os seus raios mortíferos alcançam. O que eles querem? Dominar a Terra, tomar os seus recursos naturais, e, escravizar os habitantes, supõe-se. Se este resumo parece familiar, o leitor estará coberto de razão, e, para nossa tristeza, vemos que a Humanidade não mudou muito, da época de Wells, para cá.

O escritor inglês Herbert George Wells, ou H.G.Wells, como é mais conhecido, foi um dos precursores da moderna Ficção Científica. Entre suas obras mais conhecidas, estão “A Máquina do Tempo”, “A Ilha de Dr. Moreau”, “O Homem Invisível”, e, talvez a sua mais popular novela, “A Guerra dos Mundos”, publicada em 1898. O que poucos lembram é que Wells era um ferrenho crítico do imperialismo, numa época onde metade do mundo era constituída de colônias dos países europeus. Através de seus escritos, e, em particular, “A Guerra dos Mundos”, Wells passava a sua impressão do que era ser invadido, espoliado, e, escravizado, dentro de seu próprio país.

Na versão de 1953, dirigida por Byron Haskin, o mundo vivia, então, em plena Guerra Fria, enquanto o macartismo atiçava a paranóia dos americanos, que imaginavam que um comunista, comedor de criancinhas, poderia aparecer a qualquer instante, para soltar uma bomba atômica. Os abrigos nucleares estavam em moda, na época, com incentivo e propaganda do próprio governo. Isso parece ter vindo a calhar com este filme, que contribui para a paranóia do pós 11 de setembro, onde o medo dos cidadãos favorece o sonho armamentista dos governantes...

Mas, interpretações à parte, voltemos à vaca fria, isto é, ao filme de Mr Spielberg. Deixando de lado os alienígenas bonzinhos de “ET”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, e, “Inteligência Artificial”, o filme mostra os novos visitantes da Terra, como seres que, além de destruidores, e, impiedosos, são sugadores de sangue, com um requinte de deixar o Drácula morto de inveja.

Por algum motivo, que não é explicado no filme, os alienígenas deixaram suas máquinas de destruição enterradas nas profundezas da Terra, milhares de anos antes de existir qualquer tipo de civilização humana. Um belo dia, resolvem retornar, pegar suas máquinas de destruição, e, saem matando e queimando tudo o que vêem.

No meio de tudo isso está Ray Ferrier, um operador de guindaste, que viu-se obrigado a tomar conta dos filhos no final de semana. Divorciado, Ray não tem boa relação com os filhos, principalmente com o mais velho, Robbie, um adolescente rebelde. A menina, ainda tenta manter um relacionamento acima do superficial, o que é prejudicado pela própria maneira de ser de Ray.

De uma hora para outra, o mundo muda radicalmente. Máquinas gigantescas, operadas por seres desconhecidos, saem do chão, e, iniciam uma jornada de destruição, com raios mortíferos, que reduzem as pessoas a pó (embora poupem as roupas, sabe-se lá porque...).

Apavorado, Ray rouba um carro, fugindo da destruição com os filhos. Em meio ao caos em que as cidades se transformaram, a civilização parece ter se desfeito, num fogo cruzado entre os alienígenas, os militares, e, a própria população, desesperada para fugir da morte.

Fugindo do campo de batalha, com a filha, Ray encontra abrigo na casa de Ogilvy, cuja família fora inteiramente massacrada pelos alienígenas. Ray tem que controlar os próprios temores, o descontrole do novo companheiro, e, de quebra, fugir dos ets, que capturam os seres humanos para roubar-lhes o sangue. Só resta uma alternativa, continuar fugindo, para buscar a sobrevivência de qualquer maneira. Ponto. Não falo mais nada, para não estragar a surpresa, para os que não conhecem a história.

O principal pecado de Spielberg parece ter sido o de não decidir o papel do seu herói. No livro, o personagem principal é um observador, um cronista dos fatos, que apenas relata, ao leitor, o que vê, deixando, para este, o julgamento. Na versão de 1953, o herói é um cientista, que lidera a sua equipe na luta contra os invasores. No filme atual, Ray é um homem confuso e aterrorizado, mas, que é capaz de lidar com granadas, notar coisas que mesmo os militares não percebem, e, até matar outro ser humano. Embora tenha sido uma excelente atuação de Tom Cruise, seu personagem não é fácil de se identificar, principalmente quando o imaginamos em “Missão Impossível”, ou, “Minority Report – A Nova Lei”, do mesmo Spielberg.

Como se poderia esperar, o filme é repleto de efeitos especiais, muito bem feitos, por sinal, com seqüências de ação estonteantes. Os furos do roteiro atrapalham, mas, não invalidam o filme, como resgate de uma das mais conhecidas histórias de ficção científica. Para se ter uma boa idéia, seria interessante dar uma conferida na versão de 1953, disponível em DVD, ou, melhor ainda, dar uma lida no livro original. Lembrem que, muito antes das versões cinematográficas, um ousado jovem, Orson Welles, aterrorizou os Estados Unidos, com uma transmissão radiofônica da história, levando milhares de pessoas a crer que realmente estava ocorrendo uma invasão alienígena.