sexta-feira, 27 de abril de 2007

Claquete – 27 de abril de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

A profusão de estréias termina levando alguns filmes a chegar com atraso em Natal. É o caso de “Apocalypto”, de Mel Gibson, e “O Bom Pastor”, de Robert de Niro, que só agora chegam aos nossos cinemas. Estréiam, também, a comédia romântica “Minha Mãe Quer Que Eu Case” (só no Cinemark) e o documentário “O Segredo” (só no Moviecom. Nas continuações, “Hannibal – A Origem do Mal” (veja em Filmes da Semana), sobre a origem do famoso vilão, o suspense “A Colheita do Mal”, com a ganhadora do Oscar Hilary Swank, o divertido road-movie “Motoqueiros Selvagens” (veja em Filmes da Semana), com Tim Allen, John Travolta, Martin Lawrence e William Macy, “A Estranha Perfeita”, suspense com Halle Berry e Bruce Willis, os infantis “As Tartarugas Ninja – O Retorno”, “A Família do Futuro”, “As Férias de Mr. Bean”, e o épico “300”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Xuxa Gêmeas”, em sessão especial, e o Moviecom, a comédia nacional “Ó Pai, Ó”. Na quinta-feira, à meia-noite, acontecerá uma sessão de pré-estréia de “Homem-Aranha 3” o Cinemark.

Estréia 1: “Apocalypto”

Jaguar Paw (Rudy Youngblood) levava uma vida tranqüila, interrompida devido à uma invasão. Os governantes de um império maia em declínio acreditavam que a chave para a prosperidade seria construir mais templos e realizar mais sacrifícios humanos. Jaguar é capturado para ser sacrificado, mas, consegue escapar, graças a um fortuito eclipse. Agora, guiado apenas pelo amor que sente por sua esposa e pela filha, ele realiza uma corrida desesperada para chegar em casa e salvar sua família. O filme é todo falado em dialeto maia. A direção é de Mel Gibson. “Apocalypto” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Estréia 2: “Minha Mãe Quer Que Eu Case”

Daphne (Diane Keaton) é uma mãe solteira que criou suas três filhas com sucesso. Temendo que a caçula, Milly (Mandy Moore), faça uma escolha equivocada, Daphne decide escolher o futuro marido dela. Para tanto, ela coloca um anúncio em um site de relacionamentos, sem contar para Milly, e começa a selecionar os pretendentes. Esta situação cria um verdadeiro cabo de guerra entre as duas. A direção é de Michael Lehmann. “Minha Mãe Quer Que Eu Case” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.

Estréia 3: “O Bom Pastor”

Desde sua trágica infância Edward Bell Wilson (Matt Damon) aprendeu a ser discreto e ter compromisso com a honra. Em 1939, quando era aluno da Universidade de Yale, foi recrutado para participar da sociedade secreta Skull and Bones, uma fraternidade voltada para desenvolver futuros líderes mundiais. Sua mente afiada, a reputação irretocável e sua crença nos valores americanos o tornaram o candidato ideal para uma carreira na Inteligência. Com isso Edward é selecionado para integrar o Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), durante a 2ª Guerra Mundial. Neste período, Edward e seus companheiros trabalham na criação da CIA, uma organização em que a duplicidade é uma exigência e que nada aparenta ser o que realmente é. A direção é de Robert de Niro. “O Bom Pastor” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Estréia 4: “O Segredo”

Ao longo da existência da humanidade, um grande segredo foi protegido a ferro e fogo. Homens e mulheres extraordinários o descobriram, e, não só alcançaram feitos incríveis, como também mudaram o curso de nossa história. Platão, Leonardo Da Vinci, Galileu, Thomas Edison, Beethoven, Napoleão, Abraham Lincoln e Einstein foram alguns dos grandes homens que controlavam a força desse mistério. E agora, após milhares de anos, o Segredo será revelado para todo o mundo! Confira nesta superprodução histórias reais e incríveis testemunhos de pessoas comuns que transformaram profundamente suas vidas. Como? “O Segredo” lhe contará tudo! A direção é de Drew Heriot. “O Segredo” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Censura livre.




Novidades

“Pequena Miss Sunshine”, em DVD

A família Hoover é um pendor de desajustes. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida e o avô foi expulso de uma casa de repouso por usar heroína. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é selecionada para um concurso de beleza. Durante três dias eles deixam todas as suas diferenças de lado e se unem para atravessar o país numa Kombi caindo aos pedaços. Ganhador de dois Oscars. Nas locadoras.

“Fonte da Vida”, em DVD

Na Espanha do século 16, o navegador Tomas Creo parte para o Novo Mundo em busca da lendária árvore da vida. Nos tempos atuais a mulher do pesquisador Tommy Creo está morrendo de câncer, mas ele busca desesperadamente a cura que pode salvá-la. Uma terceira história une as duas primeiras: no século 26, o astronauta Tom finalmente consegue a resposta para as questões fundamentais da existência. Dirigido por Darren Aronofsky e com Hugh Jackman e Rachel Weisz. Nas locadoras.

Museu virtual do som

Está no ar o primeiro museu virtual brasileiro sobre a história da gravação, o Odisséia do Som. Nele, é possível ter acesso a mais de 250 músicas em mp3 para download gratuito e cerca de 1300 para serem ouvidas em streaming, gravadas com as principais bandas, intérpretes e orquestras do início do século 20. O site oferece ainda, para download, quase 300 partituras e apresenta os primeiros registros sonoros da humanidade, inclusive dos experimentos de Thomas Alva Edison, o criador da indústria fonográfica. O endereço é www.odisseiadosom.com.br.

Encontro Internacional de Música de Cinema

De 5 a 13 de maio será realizado, no Rio de Janeiro, o primeiro Encontro Internacional d Música de Cinema. Serão várias palestras e debates sobre o papel, a concepção e a utilização da música no cinema, com importantes figuras ligadas à indústria. Acontecerão, também, shows com o maestro Ennio Moriconne, Julio Medaglia, Wagner Tiso e muitos outros nomes da música cinematográfica. Mais informações no site www.musicaemcena.com.br.

AXN Film Festival 2007

Estão abertas inscrições para festival de curtas metragens do canal AXN, o AXN Film Festival 2007. Os vencedores terão suas produções divulgadas em todos os países da América do Sul onde o canal é exibido. O material pode ser enviado em VHS, DVD ou mini-DV. As inscrições estarão abertas até 20 de julho de 2007. Mais informações no site axnfilmfestival.iconos.com.ve.

Cine PE - Festival do Audiovisual

Ainda dá tempo para quem quiser conferir o 11º Cine PE – Festival do Audiovisual, que acontece até domingo, no Centro de Convenções de Recife. A cerimônia de encerramento e premiação dos vencedores será transmitida, ao vivo, pelo Canal Brasil.

“A Revolução dos Bichos” no Projeto Cinema e Literatura
O Cineclube Natal, em parceria com a Livraria Bortolai, exibem, neste sábado, o longa-metragem “A Revolução dos Bichos”, do diretor John Stephenson. O filme é uma adaptação do clássico homônimo de George Orwell, o mesmo do fantástico "1984". A entrada é gratuita, mas, os interessados devem confirmar presença pelo telefone 3201 – 2611. A Livraria Bortolai fica na Av Afonso Pena, 805, Tirol, próximo ao Banco do Brasil. A sessão inicia às 18h. Para maiores de dez anos.

Cineclube Natal exibe “Caché”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro da Cultura Popular (TCP), exibem, neste domingo, do filme "Caché”, de Michael Haneke. Após receber uma fita de vídeo com imagens de sua casa, um casal (Juliette Binoche e Daniel Auteuil) tenta descobrir quem é a pessoa que os está espionando. Parábola sobre a Europa atual e suas relações com os imigrantes pobres. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Logo em seguida haverá debate com a platéia e sorteios de um DVD e pôsteres da Limbo Quinquilharias. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 16 anos.


Filmes da Semana: “Hannibal – A Origem do Mal” e “Motoqueiros Selvagens”

O samurai sem honra e os rebeldes sem calças

Duas estréias do final de semana passado remetem a um retorno à juventude, embora de maneiras bem diferentes. “Hannibal – A Origem do Mal” volta à infância de Hannibal Lecter para penetrar nas raízes que criaram um dos maiores vilões da telona. Já “Motoqueiros Selvagens” nos leva em uma divertida e confusa viagem no tempo, procurando manter acesa a chama da juventude, embora os sinais da idade já se mostrem gritantes.

“Hannibal – A Origem do Mal” é um filme sombrio, que inicia na Lituânia, em plena Segunda Guerra Mundial. A família Lecter, de uma antiga linha de nobreza, sobrevive à guerra como pode, e, enquanto os alemães e os lituanos colaboracionistas tentam conter o avanço dos russos, o casal e os dois filhos, Hannibal e Misha, escondem-se em uma pequena cabana de caça.

Um confronto com os russos faz com que todos os adultos morram. Sozinhas, as duas crianças são encontradas por um bando de saqueadores lituanos, que foge tanto dos russos quanto dos próprios compatriotas a quem eles reprimiam. O isolamento do inverno e a fome os leva a assassinar Misha, o que ficaria marcado em Hannibal para sempre.

Anos depois, Hannibal é um rapaz criado em um orfanato comunista. Calado e reticente, ele reage a tudo com violência e frieza. Quando consegue por a mão em antigas cartas de sua mãe, ele foge em direção ao oeste, chegando na França, após uma longa viagem. Ele procurava o irmão de seu pai, mas, descobre que aquele morrera, e só restava a viúva, a senhora Murasaki (Gong Li).

Acolhido por ela, Hannibal tem algum sossego, mas, logo a sua natureza violenta se fará presente, ao matar friamente um peixeiro que ofendera sua protetora. Logo, os dois se vêm forçados a mudar para Paris, onde Hannibal começa a estudar na Escola de Medicina, onde se dedica a dissecar cadáveres, para prepara-los para as aulas.

Durante toda a sua vida, Hannibal vive atormentado pela lembrança da trágica morte da irmã. Com o auxílio de drogas usadas para extrair confissão de criminosos, ele consegue ter uma lembrança real do acontecido.

Iniciando sua jornada de vingança, ele retorna à Lituânia, procurando os homens que mataram Misha. O restante do filme é um jogo de gato e rato, com atos cruéis de ambos os lados, até chegar ao ponto em que a Sra. Murasaki percebe que não há mais humanidade em Hannibal. Estava criado o monstro.

Embora esse filme não tenha o clima de suspense de “O Silêncio dos Inocentes”, nem a presença primorosa de Anthony Hopkins, é uma visão interessante, um apêndice da obra sobre o famoso assassino. A escolha de Gaspard Ulliel, para o jovem Lecter, foi acertadíssima. A personagem da Sra Murasaki também dá um tom diferente à história, embora seja estranho uma japonesa ser interpretada pela chinesa Gong Li. Depois, não reclamem se a bilheteria no Japão for pequena.

O filme tenta humanizar Hannibal Lecter, dando-lhe razões para ser um vingador, e não o assassino sádico e refinado dos outros filmes. É meio difícil acreditar nisso, principalmente vendo-o brincar de samurai. Talvez seja um novo Anakin Skywalker, optando pelo Lado Negro da Força...

Se “Hannibal” transborda violência, “Motoqueiros Selvagens” vira uma grande brincadeira. A história gira em torno de quatro amigos de meia-idade, com todos os problemas e frustrações comuns aos homens da classe média americana.

Doug Madsen (Tim Allen) é um dentista complexado, a ponto de sempre se apresentar como médico. Ele ressente-se da indiferença do filho, que o considera um chato. Woody Stevens (John Travolta) é um executivo rico e carismático que parece ser um grande vencedor, mas, além de ter sido abandonado pela mulher, desmoronou os negócios e está falido. Bobby Davis (Martin Lawrence) é um encanador desempregado, dominado pela esposa, Karen (Tichina Arnold), que decidiu ficar sem trabalhar por um ano para tentar, sem sucesso, tornar-se um escritor. Dudley Frank (William H. Macy) é um solteirão que, apesar de ser um gênio da informática, tem o incrível dom de se meter em situações embaraçosas.

Por influência de Woody, que não explica a sua real situação, eles decidem fazer uma viagem de moto, em direção à Califórnia, sem programação ou celular, no melhor estilo “Easy Rider”. Empolgados, os amigos se lançam na viagem, metendo-se em confusões seguidas, que vão de queimar as barracas de dormir a enfurecer um grupo de motoqueiros da pesada, os Del Fuegos, liderados por Jack (Ray Liotta).

Ao escapar de Jack, eles chegam a uma pequena e acolhedora cidade, onde tudo parece tranqüilo e divertido. É lá que Dudley encontra Maggie (Marisa Tomei) a dona de uma lanchonete, por quem ele se apaixona, e – o mais incrível – ela também se interessa por ele (isso é Hollywood, afinal de contas).

Mas, o idílio não vai durar muito, pois logo, os Del Fuegos invadem a cidade, em busca dos quatro amigos, para resolver as contas pendentes.

O filme brinca com a crise da meia-idade e com um dos arquétipos americanos, o motoqueiro rebelde, que anda sem destino pelas rodovias ensolaradas. Não é para menos que a estrela do famoso filme “Easy Rider”, Peter Fonda, faz uma sugestiva ponta no clímax do filme. Falando-se em pontas, é bom ficar atento ao bar onde os amigos se encontram, para uma rápida aparição de Paul Sênior e Paul Junior, do reality show “American Chopper”, um popular programa sobre construção de motos.

Ninguém espere o enfoque dramático de “Beleza Americana”. Esse é um filme divertido, que mostra que não é necessário as caretas de Jim Carrey ou os gritos histéricos de Eddie Murphy para fazer a platéia dar gostosas risadas. A graça vai até os créditos finais, quando há uma outra aparição da trupe do reality show “Reconstrução Total”.

Talvez a maior mensagem deste filme sem pretensões seja lembrar que a juventude tanto reside na capacidade de rir de si mesmo, quanto, no quão jovem e livre o nosso espírito pode ser.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Claquete – 20 de abril de 2007


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Entre Tiradentes e São Jorge, este cronista, definitivamente torna-se uma boa idéia. Enquanto isto, nos cinemas de Natal, chegam algumas estréias interessantes. De cara, “Hannibal – A Origem do Mal”, contando a formação do maior assassino do cinema. Tem, também, o suspense “A Colheita do Mal, com a ganhadora do Oscar Hilary Swank, e o divertido road movie “Motoqueiros Selvagens”, com Tim Allen, John Travolta, Martin Lawrence e William Macy. Nas continuações, “A Estranha Perfeita”, suspense com Halle Berry e Bruce Willis, “As Tartarugas Ninja – O Retorno”, grande sucesso dos anos 80, a produção da Disney “A Família do Futuro”, “As Férias de Mr. Bean”, “300”, épico co-estrelado por Rodrigo Santoro, e as comédias nacionais “Caixa 2” e “Ó Pai, Ó”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Xuxa Gêmeas”, em sessão especial.


Estréia 1: “Motoqueiros Selvagens”

Doug Madsen (Tim Allen) é um dentista tão complexado que sempre se apresenta como médico. Woody Stevens (John Travolta) é um executivo rico e carismático que parece ser um grande vencedor, mas, sofre com seus problemas pessoais. Bobby Davis (Martin Lawrence) é um encanador desempregado dominado pela esposa, Karen (Tichina Arnold), que tenta, sem sucesso, tornar-se um escritor. Dudley Frank (William H. Macy) é um solteirão que é também um gênio da informática, mas que vive se metendo em situações constrangedores. Nos fins de semana, eles se reúnem para andar de moto. O grupo decide agitar suas vidas monótonas com a realização de uma viagem de moto, sem destino definido. Eles conseguem tirar uma folga de seus trabalhos e se preparam para a viagem, sendo que, ao iniciá-la, não têm a menor idéia do que está por vir. Com o tempo, eles começam a dividir segredos, até que enfrentam uma gangue de motoqueiros chamada Del Fuegos, liderada por Jack (Ray Liotta). “Motoqueiros Selvagens” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “Hannibal – A Origem do Mal”

No leste da Europa, pouco após o fim da Segunda Guerra Mundial, o menino Hannibal Lecter (Gaspard Ulliel) assiste de perto a morte violenta de seus pais. Sem apoio, ele é obrigado a morar em um orfanato soviético, onde sua família morava anteriormente. Algum tempo depois, Lecter parte para Paris, na tentativa de encontrar seu tio, mas, é recebido pela sra. Murasaki Shikibu (Gong Li), uma viúva bela e misteriosa, que lhe dá carinho e amor. Na cidade, Lecter decide estudar Medicina, como forma de aumentar suas habilidades para poder fazer justiça contra os criminosos de guerra que o perseguem. Os eventos deste filme são anteriores aos mostrados nos demais filmes já feitos com o personagem Hannibal Lecter: “Dragão Vermelho” (1986), “O Silêncio dos Inocentes” (1991), “Hannibal” (2001) e “Dragão Vermelho” (2002). A direção é de Peter Webber e o roteiro é do próprio Thomas Harris, autor dos livros em que os filmes são baseados. “Hannibal – A Origem do Mal” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 18 anos.

Estréia 3: “A Colheita do Mal”

Katherine Winter (Hilary Swank) era uma missionária cristã que perdeu a fé após ver sua família ser brutalmente assassinada. Com isto, ela passou a se dedicar a desmascarar supostos fenômenos paranormais, tarefa esta que lhe trouxe fama. Katherine é chamada para investigar estranhos acontecimentos numa pequena cidade em Louisiana, que, aparentemente, está sofrendo das pragas bíblicas. Ao investigar o caso, ela passa a acreditar que a ciência não pode explicar o que está ocorrendo ali e que, para ajudar os moradores locais, ela precisa recuperar sua própria fé. A direção é de Stephen Hopkins. “A Colheita do Mal” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, e no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.



Novidades

“Perfume – A História de um Assassino”, em DVD

Jean-Baptiste Grenouille é um francês que nasceu sem cheiro próprio, mas com o olfato apuradíssimo. Tendo aprendido a manipular perfumes quando jovem, ele passa a capturar vários odores, em busca do que ele venha a considerar o perfeito. Até que ele fica obcecado com um: o perfume de uma bela e jovem virgem. Belíssimo filme alemão, muito fiel ao livro de Patrick Süskind. Nas locadoras.

“Carmen de Saura”, em DVD

Coreógrafo procura dançarina para o papel-título de espetáculo baseado na ópera Carmen, de Bizet. A narrativa não é linear: a vida real confunde-se com a própria trama de Bizet. Baseado na ópera Carmen, de Georges Bizet, com livreto de Prosper Mérimée. Carmen é mais popular de todas as óperas. Uma das obras mais empolgantes do diretor espanhol Carlos Saura. O formato de tela é Fullscreen e o áudio em Dolby Digital. Nas locadoras.

Monteiro Lobato

Esta semana, no dia 18 de abril, comemorou-se o Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi escolhida por ser o aniversário do genial escritor Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, com os personagens que já habitam na mente de muitas gerações. Este ano, além dos 125 de nascimento do escritor, comemora-se os 80 anos do polêmico personagem Jeca Tatu. Lobato foi um ferrenho defensor dos valores nacionais, levantando sempre a bandeira de que o país seria um grande produtor de petróleo e outros recursos. Como morreu em 1948, não viu nascer a Petrobras, mas, o destino prestou-lhe uma homenagem, já que o primeiro poço de petróleo comercial do Brasil foi descoberto na localidade de Lobato, na Bahia.

Festival de curtas-metragens da UNE


Abertas inscrições para festival de curtas metragens da UNE, relacionados ao tema de Movimentos Estudantis. Para mais informações, consulte o site da entidade, no endereço http://www.une.org.br/, ou através do e-mail da coordenadora do evento, lestropp@gmail.com.




Filme da Semana: “O Silêncio dos Inocentes”

O lobo na idade do lobo

Com a estréia, hoje, do filme “Hannibal – A Origem do Mal”, já serão quatro produções com o personagem Hannibal Lecter. Unindo uma crueldade sem limites a uma inteligência fora do comum, o intrigante assassino continua despertando a curiosidade dos cinéfilos. Contudo, fica difícil entender o personagem sem assistir “O Silêncio dos Inocentes”, o primeiro filme da série.

Neste filme, de 1991, a história é apresentada através da ótica de Clarice Sterling (Jodie Foster) uma jovem estudante do centro de treinamento de agentes do FBI. Embora seja uma das alunas mais aplicadas, Clarice fica surpresa ao ser convidada por Jack Crawford (Scott Glenn) para ajudar em um caso que atemoriza o país.

Um serial killer, que se intitula Buffalo Bill, seqüestra mulheres jovens, mata-as e abandona os corpos em locais ermos. A última vítima é filha de uma senadora, o que causou maior pressão junto ao FBI para investigar o caso.

Clarice é enviada para entrevistar Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), um perigoso assassino que está numa penitenciária de segurança máxima, que afirma saber informações sobre Buffalo Bill. Habilidoso, Lecter fala a Clarice através de enigmas, sem nunca afirmar ou contradizer nada. Ele quer falar diretamente com a senadora cuja filha foi raptada.

Enquanto Clarice prossegue nas investigações, apoiada nas mínimas pistas que Lecter solta, este consegue fugir espetacularmente mesmo estando sob uma guarda extremamente rigorosa.

Contrariando o seu superior, e arriscando-se a ser reprovada no curso, Clarice persegue caminhos desprezados pelos investigadores oficiais, aproximando-se cada vez mais do perigoso Buffalo Bill.

O embate final ocorrerá num território dominado por ele, onde só o rigoroso treinamento que ela percorreu, mais o seu próprio instinto, irá servir no perigoso jogo de gato e rato com o serial killer.

Embora não seja o alvo principal, o personagem Lecter, vivido magistralmente por Hopkins, é quem domina a história. Mesmo sem demonstrar o feitos cruéis que lhe são atribuídos (a não ser no momento da fuga), ele manipula, habilidosamente, os seus carcereiros, levando-os à situação que ele deseja.

O filme, de 1991, já passou até na TV aberta e está disponível em DVD, numa edição primorosa. Além do formato de tela widescreen anamórfico, o áudio está em Dolby Digital 5.1 que contribui bastante para manter o clima de suspense do filme. Como extras, estão disponíveis o documentário “Dentro do Labirinto”, Making Of original de 1991, Cenas Deletadas, Galeria de Fotos, Trailer de cinema, spots de TV e comentário em áudio de Anthony Hopkins. Este filme ganhou os cinco principais Oscars, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Anthony Hopkins), Melhor Atriz (Jodie Foster) e Melhor Roteiro Adaptado. Foi indicado, ainda, em outras duas categorias, de Melhor Som e Melhor Edição.

Foi feita uma continuação deste filme, “Hannibal, aonde a personagem de Clarice foi vivida por Julianne Moore, mas, sem o mesmo charme do original. Houve, ainda, um terceiro filme, “Dragão Vermelho”, com Edward Norton, com acontecimentos imediatamente anteriores aos de “O Silêncio dos Inocentes”. Nos três filmes, o personagem Lecter foi interpretado por Hopkins.

O filme que estréia hoje, “Hannibal – A Origem do Mal” narra os acontecimentos da vida do jovem Hannibal Lecter (Gaspard Ulliel) que o levaram a tornar-se um terrível e cruel criminoso.



O som do filme

Na semana passada, noticiei nesta coluna o padrão de som que será adotado pela futura TV digital brasileira e a minha preocupação quanto à escolha. O padrão adotado, AAC (Advanced Audio Coding), desenvolvido pela Apple, apesar de ser um padrão que atende todos os requisitos técnicos, só é adotado pelo próprio fabricante, em seus produtos. Isso nos coloca em uma situação delicada, principalmente quem investiu em um home theater.

O problema é que, em praticamente todos os DVDs lançados no mercado, bem como nos players e nos amplificadores e decodificadores, é quase universal o Dolby Digital 5.1 e todas as suas variantes. Mesmo o concorrente DTS, originário das salas de cinema, tem pouca penetração neste mercado. Os países que definiram seus padrões de TV digital pelo ATSC americano ou DVB europeu também optaram pelo Dolby Digital como padrão de som.

Como falei, isso será um problema para quem tem home theater, já que, quem for usar o som da própria televisão, terá um som, no máximo, estéreo. Mas, antes de começarmos a chorar em uníssono, o que é um som 5.1?

Quando um filme é preparado para ser lançado em DVD, sua trilha sonora, que inclui diálogos, músicas e efeitos sonoros, é cuidadosamente distribuída, pelos vários canais, para que o espectador tenha a sensação de envolvimento, de estar no meio da ação.

Um home theater básico compõe-se de um receiver ou amplificador multicanal, de uma caixa central, duas laterais e duas traseiras, além de um subwoofer. Para poder aproveitar isso, é necessário que a fonte geradora (o tocador de DVD) tenha uma saída digital, que será conectada em uma entrada, também digital, do amplificador. Obviamente, o disco também precisa conter uma trilha masterizada em Dolby Digital 5.1, para que tudo funcione.

Cada caixa de som tem uma função específica. Na caixa central concentra-se a maior parte dos diálogos, embora também reproduza parte dos efeitos sonoros e música. As caixas traseiras, normalmente, só funcionam em cenas de ação, quando se investe mais nos efeitos sonoros.

Um equipamento à parte, que é responsável por muito da emoção causada por um home theater é o subwoofer. Responsável pelos sons muito graves, muitos dos quais os nossos ouvidos não são capazes de escutar, o subwoofer produz ondas de choque que, literalmente, nos fazem vibrar. Isso é comum em cenas de ação, com tiros, explosões e outros momentos impactantes. Um bom subwoofer pode ser tão caro quanto todo o resto das caixas, mas, o investimento vale à pena, pelo menos para quem quer ter a sensação de estar com um cinema em casa.

Resta saber se os fabricantes de home theater irão incorporar em seus equipamentos um padrão de som que só o Brasil irá adotar – ou se teremos um recurso que ninguém mesmo irá utilizar.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Claquete – 13 de abril de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Chega o mês de abril e já vamos pulando uma Claquete, por conta do feriado da Semana Santa. Mas, neste final de semana também tem estréias interessantes, como “A Estranha Perfeita”, suspense com Halle Berry e Bruce Willis, “As Tartarugas Ninja – O Retorno”, grande sucesso dos anos 80, e “O Mestre das Armas” (só no Moviecom), épico chinês com Jet Li. Nas continuações, a produção da Disney “A Família do Futuro” (veja em Filme da Semana), “As Férias de Mr. Bean”, “300”, épico co-estrelado por Rodrigo Santoro, e as comédias nacionais “Caixa 2” e “Ó Pai, Ó”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe o policial “Atirador”, com Mark Wahlberg, enquanto que, no Cinemark, tem a ótima animação de Luc Besson, “Arthur e os Minimoys”, o romance “Um Beijo a Mais” e “Xuxa Gêmeas”, esta em sessão especial.

Estréia 1: “A Estranha Perfeita”

Rowena Price (Halle Berry) é uma repórter investigativa, que teve uma amiga assassinada recentemente. Ela descobre que este fato pode estar relacionado a Harrison Hill (Bruce Willis), um poderoso executivo de publicidade. Com a ajuda de Miles Haley (Giovanni Ribisi), Rowena decide se infiltrar na empresa de Hill. Passando-se por Katherine, uma funcionária temporária na agência de Hill, e Veronica, uma garota com quem Hill flerta pela internet, Rowena passa a cercá-lo por todos os lados possíveis. Porém, ela logo descobre que não é a única que está trocando de identidade. A direção é de James Foley. “A Estranha Perfeita” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “As Tartarugas Ninja – O Retorno”

Estranhos ventos acontecem na cidade de Nova York, que precisa cada vez mais de seus antigos heróis, as lendários Tartarugas Ninja. No entanto, Rafael, Donatello e Michelangelo perderam-se em seus caminhos. Cabe a Leonardo e o mestre Splinter a missão de recuperar a disciplina ninja no grupo. A direção é de Kevin Munroe. Retomada da série, criada em 1984, quando os desenhistas de quadrinhos Peter Laird e Kevin Eastman, cansados de ver tantos programas trash na TV, desenharam uma história em preto e branco com os personagens, numa tiragem inicial de apenas três mil exemplares. O sucesso foi tão grande que poucos anos depois os personagens chegaram à TV e, posteriormente, ao cinema. “As Tartarugas Ninja – O Retorno” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, e no Cine 7 do Moviecom. Censura livre. Cópias dubladas.

Estréia 3: “O Mestre de Armas”

Huo Yuanjia (Jet Li) foi o maior e mais famoso mestre de toda a China. Porém, após uma grande guerra, o país foi dominado por estrangeiros. Decididos a acabar com a auto-estima do povo chinês, os novos governantes organizam um torneio que contará com guerreiros de vários países. A idéia é mostrar a todos a superioridade dos estrangeiros frente aos chineses. Mas, o que eles não esperavam era que Huo decidisse também participar da competição. A direção é de Ronny Yu. “O Mestre das Armas” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Novidades

“Alex Rider Contra o Tempo”, em DVD

Um órfão (Alex Pettyfer ) trabalha para a mesma MI-6 que o charmoso agente 007, mas tem apenas 14 anos. Ele não queria ser um espião. E, nem sabia que era um até perceber que fora criado pelo seu tio, Ian Rider ( Ewan McGregor ), para um dia assumir o seu posto. A hora chegou e lá vai ele para deter o maquiavélico plano de um bilionário cientista maluco. O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital. Nas locadoras.

“O Pacto”, em DVD

Quatro jovens herdam os poderes de bruxaria e misticismo de seus ancestrais, linhagem longínqua que remonta à Caça às Bruxas de Salem, no século 17. O líder dos jovens, Caleb (Steven Strait), mais consciente e mais velho, está prestes a alcançar o ápice do poder. O problema é que isso pode se tornar um vício, uma ruína. Caleb não quer que o poder o corrompa. Mas, quando surge um estranho, descendente da quinta família de bruxos, que todos julgavam extinta, o jovem precisará se defender. Nos extras, comentário do Diretor Renny Harlin, “Quebrando o Silêncio: Expondo O Pacto” e Trailers. O formato de tela é Fullscreen e o áudio em Dolby Digital. Nas locadoras.

Para os jovens escritores

Com apoio da Embaixada da França e de vários outros parceiros, a Maison des Ecrivains Etrangers et des Traducteurs (MEET) organiza no Brasil o Prêmio da Jovem Literatura Latino-Americana. A MEET é uma residência que convida e hospeda, em Saint-Nazaire, na França, escritores e tradutores do mundo inteiro. O Prêmio é organizado cada vez em um país diferente na América Latina. Este ano, o prêmio é dirigido a autores brasileiros, com idade inferior a 35 anos, que ainda não tenham livros publicados. Os manuscritos (romance curto ou contos) devem ser encaminhados até 30 de junho, para a Aliança Francesa de São Paulo.

“A Magia do Cinema”

Neste sábado, dia 14, às 16h, o Cineclube Natal, em parceria com o Centro Che de Língua Espanhola, promovem a palestra “A magia do cinema”, onde os participantes terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a importância do roteiro cinematográfico como peça para a estruturação e elaboração de um filme. O evento terá como palestrante o roteirista e cineasta cubano Felipe Espinet e será realizado no próprio centro de idiomas, na rua Praia Diogo Lopes, 2197, Ponta Negra (em frente à rua da Panificadora Búzios). A entrada é gratuita.

Cineclube Natal estréia filme no Brasil

Neste domingo, às 17h, no Teatro de Cultura Popular (TCP), o Cineclube Natal exibirá, com exclusividade, o último trabalho do diretor Michel Gondry, “A Ciência do Sono”. Mesmo após seu aclamado “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” ter levado, em 2005, o Oscar de Melhor Roteiro Original, “A Ciência do Sono” passou em branco no circuito nacional. A sessão deste dia 15, portanto, será a primeira exibição do filme no Brasil. Também serão exibidos curtas-metragens de diversos diretores catarinenses. Os filmes fazem parte da sexta edição do Circuito Cineclubista de Estréias. Em seguida, haverá debate com a platéia e sorteio de um DVD. Os ingressos custam R$ 2,00. Sócios do Cineclube e da Adurn não pagam. Classificação etária: 16 anos.

Festivais de cinema abrem inscrições

Dois festivais de cinema estão com inscrições abertas, a partir deste mês, visando o mercado nacional e internacional. O primeiro é o Festival Santa Maria (RS), que será realizado de 9 a 14 de julho, com inscrições até 10 de maio. Para informações, consulte o site www.smvc.org.br, ou, o email festivalsantamnaria@yahoo.com.br. O outro é o Festival de Biarritz, na França, que acontecerá de 24 a 30 de setembro, com inscrições até 30 de junho. Mais informações, no site http://www.festivaldebiarritz.com/.



Filme da Semana: “A Família do Futuro”

Um pé no futuro e outro na tradição

“Siga em frente” – era o lema de Walt Disney, que é utilizado, também, por um dos personagens do filme “A Família do Futuro”, no ano em que se completa 70 anos desde lançamento de “Branca de Neve e os Sete Anões”, em 1937. A frase não entra apenas como retórica, já que, em “A Família do Futuro”, o estúdio parece ter optado por um caminho diferente de outros, que lançam filmes infantis para todas as idades, onde “Shrek” é o exemplo mais notável. Aqui, o que se vê é um filme para crianças, numa volta às origens surpreendente.

Este filme é baseado no livro "A Day with Wilbur Robinson", de William Joyce. O herói é Lewis, um garoto brilhante, que foi abandonado, ainda bebê, na porta de um orfanato. Inteligente, inventivo e irrequieto, o menino vive criando máquinas estranhas e surpreendentes – embora a maioria apresente problemas na hora de usar.

Enquanto cria suas invenções e é recusado para adoção, Lewis sonha em conhecer a sua mãe biológica. Para vê-la, ao menos, ele decide criar um scanner de memória, que permitirá rever a única lembrança que tem dela, do dia em que foi abandonado no orfanato.

Mas, quando vai apresentar a máquina em uma feira de ciências do colégio, seu invento é sabotado por um misterioso homem e seu chapéu coco robô. Ao mesmo tempo, recebe a visita de Wilbur Robinson, um garoto que se diz vindo do futuro, justamente para protege-lo do Bandido do Chapéu Coco. O homem termina roubando a máquina, e só resta a Lewis a opção de acompanhar Wilbur ao futuro, para resgata-la.

A chegada ao futuro deixa Lewis maravilhado, principalmente quando ele conhece a família de Wilbur, com o avô que usa as roupas ao contrário, a mãe que treina sapos para cantar, os gêmeos que se digladiam na hora do jantar, e muitas outras maluquices. Mas, o que mais o encanta é o amor e a união daquela família.

Mas, Lewis terá que lutar contra o Bandido do Chapéu Coco e o próprio chapéu, Doris, que tem planos malévolos de dominação do mundo do futuro. Para isso, terá que voltar ao seu tempo, impedir que os fatos sejam modificados e preservar o futuro que ele tanto adorou.

Este é o segundo filme dos Estúdios Disney em animação feita em computador, já apresentando um padrão de qualidade equivalente ao da Pixar (que foi comprada pela Disney). Se não chega a rivalizar com sucessos recentes do estúdio, como “Rei Leão”, “A Bela e a Fera” e “A Pequena Sereia”, já apresenta evolução em relação a “O Galinho Chicken Little”, por exemplo.

Se, por um lado, vê-se mantido o espírito Disney na onírica imagem do mundo do futuro, com pessoas sendo transportadas em bolhas, prédios multicoloridos e um céu sempre azul, por outro, já não há a profusão de cantigas tão comuns nos outros filmes do estúdio. A única cena, dos sapos cantores, é deliciosa. Aliás, fez falta uma animação que passava em outras sessões, com estes mesmos sapos cantores ensinando os espectadores do cinema regras de civilidade, como desligar celulares, evitar conversas e outras coisas mais.

Por falar em sessão, antes do filme, foi exibido um curta-metragem de 1938, "Engenheiros Desastrados" onde Mickey, Donald e Pateta decidem construir um navio em homenagem a Minnie, com um barco pré-fabricado, mas que dá tudo errado quando o trio coloca o barco no mar.



TV Digital: Um outro PAL/M?

Quando começaram a circular as notícias sobre as especificações do Sistema Brasileiro de TV Digital, ou melhor, do ISDTV (International System for Digital TV, novo nome do SBTVD), muita gente da minha geração, que viu nascer a TV em cores no Brasil, deve ter ficado de orelha em pé. Na época, início da década de 70, foi decidido adotar um sistema chamado PAL/M, que incorporava características do PAL alemão e do NTSC americano – sem ser compatível com nenhum dos dois. O resultado foi que apenas os equipamentos fabricados no Brasil operavam neste sistema, e mais nenhum outro lugar do mundo.

Essa lembrança assusta quem aguarda a nova TV Digital brasileira, face ao que está sendo anunciado. Em primeiro lugar, resolvemos adotar o sistema japonês ISDB, que só foi adotado pelo Japão, ao invés do DVB europeu ou do ATSC americano, ambos com muitos países adeptos.

Outra divergência que se observa é a adoção do padrão de compressão de vídeo H.264 ou MPEG-4. Para quem não é familiarizado com o assunto, é a compressão utilizada pelo formato DivX, que permite baixar filmes na internet com arquivos muito menores do que o MPEG-2, que é o padrão utilizado no DVD. Os outros sistemas de TV digital do mundo irão utilizar o MPEG-2, o que já nos deixa diferente.

Outra novidade – ruim – é que a resolução máxima que conseguiremos será 1080i, ou seja, 1080 linhas horizontais entrelaçadas. Isso já é quatro vezes mais que a tv de hoje e duas vezes a resolução do DVD, mas, em outros países irá se chegar a 1080p. Explico: uma imagem entrelaçada é uma mistura de um frame (quadro), que é formado nas linhas pares, enquanto que, nas ímpares, é colocado o frame seguinte. Como isso é muito rápido, a ilusão ótica permite ver uma imagem muito boa. Mas, não tão boa quanto seria o 1080p, quando TODAS as linhas seriam formadas progressivamente (daí o “p”), formando uma única imagem – com o dobro da resolução do 1080i!

Para completar, o padrão de som adotado é o AAC, da Apple, que o utiliza em seus tocadores de musica. O AAC é legal, permite gravação multicanal, mas, enquanto que o resto do mundo adota o Dolby Digital, que está presente em quase todo DVD, DVD player e home theater, o AAC só é conhecido nos iPods da Apple.

Newton, você é mesmo um chato, dirão os meus leitores. Afinal de contas, a grande maioria dos brasileiros ainda assiste TV aberta em receptores de 20 polegadas, que mal dá para assistir um filme em DVD. Essas pessoas não pensam em home theater ou TV de alta definição. Bem, se é assim, para que, então, uma TV Digital?

O risco que corremos é de ficar incompatíveis com qualquer outro sistema no mundo, o que nos deixa reféns – de novo – dos humores e preços da indústria nacional. Os mais velhos certamente lembrarão o sufoco que era conseguir uma transcodificação para poder usar um videocassete importado, já que os nacionais eram monstrengos caríssimos e de poucos recursos.

Segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 92% dos domicílios brasileiros têm pelo menos um aparelho de TV. Considerando-se a proporção deste mercado, que terá que se adequar totalmente à recepção digital em dez anos, dá para ter idéia do tamanho do problema – e da grana envolvida. Quem viver, verá.