sábado, 8 de abril de 2006

Claquete 08 de abril de 2006


Claquete

Newton Ramalho - claquete@pop.com.br

O que está em cartaz


Quem não tem cão, caça com gato. A estréia do belo filme de Zhang Yimou, “O Clã das Adagas Voadoras”, talvez sirva de consolo, para os desesperados fãs de “Herói”, que não conseguem entender porque o filme demora tanto para chegar em Natal, duas semanas após a sua estréia nacional. Aliás, com a quantidade de estrangeiros circulando em Natal, dá pra pensar que estamos mesmo fora do Brasil... Nas continuações, o premiado “Ray”, biografia do cantor Ray Charles, que levou o Oscar de Melhor Ator, para Jamie Foxx, a comédia “Miss Simpatia 2”, com Sandra Bullock vivendo uma atrapalhada agente do FBI, a ótima animação, “Os Robôs”, dos mesmos autores do excelente “A Era do Gelo”, a comédia romântica, bem brasileira, “O Casamento de Romeu e Julieta”, e, os suspenses “Constantine”, com Keanu Reeves, “Reencarnação”, com a talentosa Nicole Kidman, e, “O Chamado 2”, com Naomi Watts, e, Sissy Spacek, às voltas com a misteriosa fita assassina. No sábado, acontece a pré-estréia de “O Lenhador”, com Kevin Bacon. Na sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, a produção espanhola “Minha Mãe Gosta de Mulher”.



Estréia: “O Clã das Adagas Voadoras”

Neste final de semana, estréia, para valer, mais um belo filme do diretor Zhang Yimou, “O Clã das Adagas Voadoras”, que concorreu ao Oscar de Melhor Fotografia. No ano de 859, a China passa por terríveis conflitos. A dinastia Tang, antes próspera, está decadente. Corrupto, o governo é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes, que se prooliferam. O mais poderoso, e, prestigiado deles, é o Clã das Adagas Voadoras. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois soldados do exército oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder do grupo rebelde, e, para tanto, elaboram um plano: Jin se disfarça como um combatente solitário, ganha a confiança da bela revolucionária cega Mei (Zhang Ziyi), e, assim, infiltra-se no grupo. Mas, a dupla não contava com a paixão que Mei despertaria nos dois. Para quem tiver alguma dúvida sobre o talento do diretor Yimou, é só lembrar que são dele os belos filmes “Lanternas Vermelhas”, e, “Caminho Para Casa”. “O Clã das Adagas Voadoras” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 1, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Pré-Estréia: “O Lenhador”

Depois de 12 anos na prisão, por pedofilia, Walter (Kevin Bacon) retorna à sua cidade natal, para tentar uma nova vida. Após arrumar um emprego numa serraria, ele conhece Vickie (Kyra Sedgwick), com quem inicia um romance. Seu cunhado (Benjamin Bratt) o recebe de braços abertos, e, ajuda Walter a se instalar no novo apartamento. Mas, ainda que Walter tente deixar seu passado para trás, ele é observado, com suspeita, por Mary-Kay (Eve), funcionária da serraria, e, pelo detetive Lucas (Mos Def). Qualquer movimento em falso pode custar-lhe muito caro. Filme de estréia da diretora Nicole Kassell, recebeu quatro indicações ao Independent Spirit Awards, em Melhor Filme de Estréia, Melhor Ator (Kevin Bacon), Melhor Atriz (Kyra Sedgwick), e, Melhor Ator Estreante (Hannah Pilkes), e, ganhou o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Deauville. A pré-estréia acontece neste sábado, no Cine 2 do Moviecom, na sessão de 23h10.


Festival de Cinema Gay de Miami

Se antes o assunto ficava restrito aos “armários”, hoje, o homossexualismo já encontra seus canais de comunicação com o mundo. O Festival de Cinema Gay e Lésbico de Miami (MGLFF, na sigla em inglês), chega à sua sétima edição, desta vez, com 84 filmes, de 12 países, abordando a questão do ressurgimento da AIDS. Entre os concorrentes, a produção alemã “Summer Storm”, sobre dois jovens remadores, o curta-metragem mexicano "Nalguita", de Beto Gómez, no qual dois policiais encontram mais do que procuram, quando se infiltram, disfarçados, num bar gay da fronteira do México com os EUA, e, até da longínqua Taiwan, com “Fórmula 17”. O festival acontece de 22 de abril a 1º de maio. O site oficial é www.mglff.com.



Fãs de “Star Wars” fazem fila no cinema errado

Isso, sim, é que é ser fã. Sete semanas antes da estréia de “Star Wars: Episódio 3 - A Vingança dos Sith”, que acontecerá no dia 19 de maio, já tem gente plantada na frente do cinema. O problema é que, a fila está se formando na frente do Grauman's Chinese Theater, em Los Angeles, mas, os produtores do filme já informaram os ansiosos fãs de que, a estréia, na verdade, ocorrerá no complexo de salas ArcLight, a cerca de dois quilômetros dali. Apesar do aviso do local correto, os fãs estão relutando em deixar o Chinese Theater, acreditando tratar-se de um boato. Como muitos fãs fazem questão de assistir estas estréias vestidos de Darth Vader, a explicação maldosa é de que eles tem medo de ser reconhecidos...



Filme de Arte: “Minha Mãe Gosta de Mulher”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz esta semana a produção espanhola “Minha Mãe Gosta de Mulher”. Elvira (Leonor Watling) é uma jovem de 22 anos, tão bonita quanto insegura. Ela se encontra com suas irmãs, Jimena (Maria Pujalte), e, Sol (Silvia Abascal), na casa de sua mãe, Sofia (Rosa Maria Sardà), uma famosa pianista, que, há muitos anos, está separada do pai de suas filhas. Sofia aproveita a ocasião de seu aniversário para anunciar que está novamente apaixonada. Suas filhas a parabenizam. A mãe explica que o seu novo amor tem menos idade que ela, nasceu na República Tcheca, e, também toca piano. E, é uma mulher. A expansiva Sol, a responsável Jimena, e, a neurótica Elvira, tentam agir como mulheres compreensivas, e, tolerantes, mas, isso é só fachada, pois, as três irmãs logo se juntam, para sabotar o novo relacionamento da mãe. Escrito e dirigido por Daniela Fejerman, e, Inés Paris, o filme recebeu três indicações ao Goya, o Oscar espanhol, nas categorias Melhor Atriz (Leonor Watling), Melhor Diretor Novato, e, Melhor Trilha Sonora. Ganhou o Prêmio do Público, e, o de Melhor Atriz (Leonor Watling), no Festival Hispânico de Miami. “Minha Mãe Gosta de Mulher” terá sessão única, às 21h do dia 12, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 14 anos.


“Ran”, em DVD

Uma das mais belas obras de Akira Kurosawa, “Ran”, chega, agora, em DVD. O genial diretor transportou a obra “Rei Lear”, de Shakespeare, numa adaptação livre, para o universo medieval japonês. Japão, século XVI. Hidetora (Tatsuya Nakadai), o poderoso chefe do clã dos Ichimonjis, decide dividir, em vida, seus bens, entre seus três filhos: Taro Takatora (Akira Terao), Jiro Masatora (Jinpachi Nezu), e, Saburu Naotora (Daisuke Ryu). Com o primeiro, fica a chefia do feudo, as terras, e, a cavalaria. Os outros dois ficam com alguns castelos, terras, e, o dever de ajudar, e, obedecer Taro. No entanto, Hidetora exige viver no castelo de alguns deles, manter seus trinta homens, seu título, e, a condição de grão-senhor, mas, Saburu, o predileto, prevendo as desgraças que viriam com tal decisão, mostra-se contrário à decisão paterna. Assim, é expulso do feudo, e, acaba sendo acolhido por Nobuhiro Fujimaki (Hitoshi Ueki), que se mostra impressionado com sua decisão de contrariar o pai, casando-o com a sua filha. Hidetora vai ao seu castelo, que agora é de Taro, e, não é bem recebido, pois seu primogênito é encorajado por Kaede (Mieko Harada), sua mulher, para ter liberdade para tomar decisões, e, chefiar o feudo. Kaede quer vingar a morte dos pais, que foram mortos por Hidetora, em um incêndio, e, guarda muito rancor do velho suserano. Hidetora sente isso quando vai ao castelo de Jiro, e, assim se vê isolado em seu ex-império, muito próximo da insanidade. O DVD, embora não traga nenhum extra, oferece a trilha sonora original, em japonês, em Dolby Digital 5.1, e, em português, 2.0. O formato de tela, que evidencia as paisagens estonteantes do filme, foi mantido em widescreen anamórfico. “Ran” ganhou o Oscar de Melhor Figurino, além de ter sido indicado nas categorias Melhor Diretor, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia.




Filme recomendado: “O Mistério da Libélula”

Mensagem de amor, do além...


Histórias de fantasmas não são nenhuma novidade no mundo do cinema. De “O Morro dos Ventos Uivantes” a “Ghost”, passando por “Gasparzinho”, e, “Além da Eternidade”, muitos sustos e risadas já foram provocados pelos espíritos, explícitos, ou, subtendidos. Mas, o que acontece quando um falecido tenta se comunicar com seus entes queridos através de terceiros? E, quando os intermediários não são médiuns, como o garotinho de “Sexto Sentido”, mas, pessoas à beira da morte? Essa é a situação apresentada por “O Mistério da Libélula”, curioso filme estrelado por Kevin Costner.

O personagem de Costner é Joe Darrow, um médico, cuja esposa morreu em um acidente na selva sulamericana, sem que seu corpo jamais tenha sido encontrado. Em meio à dor, e, à confusão da perda, ele começa a perceber que fatos estranhos estão ocorrendo ao seu redor, principalmente com os pacientes terminais. A trama combina elementos de mistério, suspense, e, amor, com um toque de horror, prendendo a atenção do espectador para o final surpresa. Além de diversão, “O mistério da libélula” traz uma mensagem para quem possa entender a dor da perda de um ente querido, preocupa-se com a própria mortalidade ou com o que possa existir após a morte.

O roteiro brinca com a desconfiança do espectador, fazendo-o enxergar os fatos sempre através da ótica de Joe, ora, confuso, pelos acontecimentos estranhos, ora, descobrindo “evidências” de que estes acontecimentos seriam armações. Esses eventos misteriosos - objetos que se movem, sinais de pacientes que sobreviveram a experiências quase fatais, e, vozes estranhas, terminam convencendo-o de que sua mulher está tentando entrar em contato com ele. Mas, o filme prossegue, num crescente de situações cada vez mais emocionantes, culminando em uma jornada ao interior da selva amazônica, em busca do espírito da mulher amada.

Apesar das limitações de Costner, este parece ser o papel perfeito para ele. Confuso, e, atormentado, o personagem vaga pela vida, em busca de respostas às suas perguntas. É o personagem ideal, para um ator que não muda de expressão, quaisquer que sejam os filmes. Infelizmente, a ótima atriz Kathy Bates, ganhadora do merecido Oscar de Melhor Atriz, em 1991, por “Louca Obsessão”, fica restrita a um papel secundário. Uma curiosidade, sobre este filme, é que o ator cogitado era Harrison Ford, que o recusou porque queria ficar um ano afastado das telas. Além disso, Ford já teve a sua cota com o sobrenatural em “Revelação”, com Michele Pffeifer.

“O Mistério da Libélula” foi produzido com um orçamento de 60 milhões de dólares, logo depois que Costner participou de “Os Treze Dias Que Abalaram o Mundo”, sobre a crise dos mísseis de Cuba, embora só agora tenha chegado aos cinemas brasileiros. O filme arrecadou 30 milhões de dólares só nos Estados Unidos, e, curiosamente, atraiu um público maior aqui no Brasil, com 472 mil pagantes, e, um milhão e meio na Espanha!

Pena que o DVD nacional, lançado pela Buena Vista, não tenha trazido um extra nem para remédio. Contudo, foi mantido o formato de tela widescreen anamórfico original, e, a trilha sonora remasterizada em Dolby Digital 5.1, tanto em inglês, como em português. Enquanto isto, o pessoal da matriz, região 1, teve direito a trilha adicional DTS, cenas deletadas, Making Of, e, um documentário com a escritora Betty Eadie, sobre sua experiência no limiar da morte. Esperemos que, algum dia, saia uma versão um pouco melhor deste filme.

sábado, 1 de abril de 2006

Claquete 01 de abril de 2006


Claquete

Newton Ramalho - claquete@pop.com.br

O que está em cartaz

Hoje é o dia da Mentira? Olhando as manchetes, dá pra pensar que o ano inteiro é assim... Mas, enquanto continuamos, inexplicavelmente, sem a estréia de “Herói”, ao menos podemos conferir “Ray”, biografia do cantor Ray Charles, que levou o Oscar de Melhor Ator, para Jamie Foxx. Para os que gostam de comédias, estréia também a continuação de “Miss Simpatia”, com a mesma Sandra Bullock. Nas continuações, a ótima animação, “Os Robôs”, dos mesmos autores do excelente “A Era do Gelo”, a comédia romântica, bem brasileira, “O Casamento de Romeu e Julieta”, o premiado “Menina de Ouro”, ganhador de quatro Oscars, e, os suspenses “Constantine”, com Keanu Reeves, “Reencarnação”, com a talentosa Nicole Kidman, e, “O Chamado 2”, com Naomi Watts, e, Sissy Spacek, às voltas com a misteriosa fita assassina. Na sexta-feira e sábado, acontece a pré-estréia de “O Clã das Adagas Voadoras”. Na sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, “Antes do Pôr do Sol”, com Ethan Hawke, e, Julie Delpy.


Estréia 1: “Ray”

Em 1932, Ray Charles (Jamie Foxx) nasce em Albany, uma pequena, e, pobre cidade do estado da Georgia. Ray fica cego aos sete anos, logo após testemunhar a morte acidental de seu irmão mais novo. Inspirado por uma dedicada mãe independente, que insiste que ele deve fazer seu próprio caminho, no mundo, Ray encontra o seu dom em um teclado de piano. Fazendo um circuito através do sudeste, ele ganha reputação. Sua fama explode mundialmente quando, pioneiramente, incorpora o gospel , country, e, jazz, gerando um estilo inimitável. Ao revolucionar o modo como as pessoas apreciam música, ele, simultaneamente, luta conta a segregação racial em casas noturnas, que o lançaram como artista. Mas, sua vida não foi só vitórias, pois, sua vida pessoal, e, profissional, é afetada, ao se tornar um viciado em heroína. Dirigido por Taylor Hackford (“Advogado do Diabo”, “A força do Destino”), o filme ganhou dois Oscars, de Melhor Ator (Jamie Foxx), e, Melhor Som, tendo, ainda, sido indicado em outras quatro categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Figurino e Melhor Edição. O cantor Ray Charles faleceu em 10 de junho de 2004, pouco após o término das filmagens de “Ray”. O filme estréia, nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.


Estréia 2: “Miss Simpatia 2: Armada e Poderosa”

Ter combatido uma ameaça, em um concurso de miss, nos Estados Unidos, faz da policial Gracie Hart (Sandra Bullock) uma verdadeira celebridade. Isso não a agrada muito, já que a fama repentina a impede de trabalhar sob disfarce. Por causa disto, ela é remanejada, para realizar a única função que pode fazer no momento, dentro da corporação policial: percorrer o circuito de programas de TV, e, ser o "rosto oficial do FBI". Relutante, de início, aos poucos, Gracie passa a aceitar melhor a idéia, e, até mesmo, gostar da atenção que recebe. Chamada de "Barbie da agência", especialmente por sua nova parceira Sam Fuller (Regina King), Gracie precisa voltar à ativa, quando seus amigos Stan Fields (William Shatner), apresentador de concursos, e Cheryl Frazier (Heather Burns), a vencedora do concurso que participou, são seqüestrados, em Las Vegas. Mantendo as aparências, o FBI envia Gracie para uma conferência de imprensa, em Las Vegas, juntamente com Sam, que tem a função de ser sua guarda-costas. Juntas, elas precisam resolver o caso. A direção é de John Pasquin. “Miss Simpatia 2” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Pré-Estréia 1: “O Clã das Adagas Voadoras”

Enquanto continuamos, inexplicavelmente, aguardando a estréia de “Herói”, pelo menos, teremos um outro filme do mesmo diretor, Zhang Yimou, “O Clã das Adagas Voadoras”, que concorreu ao Oscar de Melhor Fotografia. No ano de 859, a China passa por terríveis conflitos. A dinastia Tang, antes próspera, está decadente. Corrupto, o governo é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes, que se prooliferam. O mais poderoso, e, prestigiado deles, é o Clã das Adagas Voadoras. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois soldados do exército oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder do grupo rebelde, e, para tanto, elaboram um plano: Jin se disfarça como um combatente solitário, ganha a confiança da bela revolucionária cega Mei (Zhang Ziyi), e, assim, infiltra-se no grupo. Mas, a dupla não contava com a paixão que Mei despertaria nos dois. Para quem tiver alguma dúvida sobre o talento do diretor Yimou, é só lembrar que são dele os belos filmes “Lanternas Vermelhas”, e, “Caminho Para Casa”. “O Clã das Adagas Voadoras” terá pré-estréia, nas próximas sexta-feira e sábado, no Cine 5 do Moviecom, na sessão de 23h50. Para maiores de 14 anos.

Procura-se um 007

Quem diria, o posto do espião mais famoso do mundo está vago, após a aposentadoria compulsória de Pierce Brosnan. Candidatos, há vários: Orlando Bloom, Julian McMahon e Daniel Craig, entre outros. Mas, quem parece estar mais perto da Walther PPK é Clive Owen, que trabalhou em “Rei Artur”, e, foi indicado ao Oscar de coadjuvante por “Closer - Perto Demais”. Apesar do estúdio ainda não ter confirmado, o próprio ator está confiante que vestirá a pele do espião inglês no próximo filme da grife, “Cassino Royale”, que será dirigido por “Martin Campbell”. Por enquanto, a única confirmada para o elenco é a honorável Judi Dench, novamente vivendo M, a chefe de 007.


Meninos do Brasil, em DVD

Um dos melhores filmes de ação e suspense da década de 70, “Os Meninos do Brasil”, está retornando às locadoras, agora, em DVD. Baseado no romance homônimo de Ira Levin, e, dirigido por Franklin J. Schaffner, “Meninos do Brasil” começa com um jovem militante encontrando pistas de Joseph Mengele (Gregory Peck), o médico nazista que comandou experiências atrozes com judeus, durante a Segunda Guerra, agora refugiado na América do Sul. Mengele parece estar envolvido com um diabólico plano de clonagem inédito. Erza Lieberman (Laurence Olivier), um velho caçador de nazistas, descobre que está sendo realizado um antigo projeto do alto escalão do Partido Nazista, cujo objetivo é reproduzir Hitler, através de clonagem de suas células, congeladas, com óvulos de mulheres parecidas com sua mãe. A experiência prevê, não apenas a reprodução genética de Hitler, mas, também, a repetição de todo o contexto familiar do ditador, assim como dos principais acontecimentos que marcaram sua vida. O filme recebeu três indicações ao Oscar: Melhor Ator (Laurence Olivier), Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora. Na vida real, enquanto “Os Meninos do Brasil” estava sendo produzido, o verdadeiro Dr. Josef Mengele ainda estava vivo, e, morando tranqüilamente, em São Paulo. Mengele faleceu em 1979, poucos meses após o lançamento do filme.



Filme de Arte: “Antes do Pôr do Sol”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz esta semana a produção “Antes do Pôr do Sol”. Este filme é uma continuação do belíssimo “Antes do Amanhecer”, que fala sobre o encontro de um casal de viajantes, que vive uma noite de sonho, ao viajar pela Europa Central. Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) conheceram-se, por acaso, em uma viagem de trem, indo de Budapeste para Viena, passando o dia juntos, e, se separando, no início do dia seguinte. Nove anos depois, eles se reencontram, novamente, por acaso. Jesse, agora, é um conhecido escritor, enquanto que Celine trabalha para uma organização de proteção ao meio-ambiente. Jesse está em Paris, para promover seu mais novo livro, e, após reencontrar Celine, passa com ela algumas horas, onde discutem o que aconteceu em suas vidas em todos estes anos. O filme mereceu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. A direção é de Richard Linklater. “Antes do Pôr do Sol” terá sessão única, às 21h do dia 5, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 12 anos.


O que chega em abril

As distribuidoras prometem muitas novidades, para este mês de abril. Para começar, o delicioso “Os Incríveis”, em edição especial dupla, com a qualidade dos produtos da Pixar. Tem o estranho “Dogville”, com um disco de extras, “Kwaidan: As Quatro Faces do Medo”, um dos mais belos filmes de terror de todos os tempos, dividido em quatro histórias, contadas pelo mestre Masaki Kobayashi, “Kill Bill 2”, de Tarantino, “Inocência”, e, “Ele, o Boto”, de Walter Lima Jr, “Giordano Bruno”, biografia do sacerdote condenado à morte pela Inquisição, realizada por Giuliano Montaldo, diretor de Sacco & Vanzetti, “Os Pássaros Feridos”, famosa minissérie, sobre o romance proibido da jovem Rachel Ward, com um padre, vivido por Richard Chamberlain, e, muitos outros. Confira, em sua locadora favorita.




Filme recomendado: “Cidade das Sombras”

Dark City, Matrix, e, os pobres mortais...



Na época em que o filme original da trilogia “Matrix” estourava, nos cinemas brasileiros, um outro lançamento chegava discretamente às locadoras, ainda no formato VHS: “Cidade das Sombras” (“Dark City”). Na época, considerei uma feliz coincidência, pois, apesar da apresentação diferente, a temática de ambos é semelhante: a dominação de muitos, por um pequeno grupo, através de uma ilusão de realidade. O lançamento em DVD permitiu rever o filme, desta vez, com som e imagens de melhor qualidade.

Poderíamos dizer que, ambos os filmes mencionados contém furos de roteiro, atores canastrões, violência exagerada, e, tantos outros argumentos. Não vou discordar deste aspecto. Contudo, o que achei melhor, dos dois filmes, foi o convite à reflexão, que independe da ideologia pessoal de quem quer que seja.

Em “Matrix”, a ilusão da realidade era mantida através de transmissões sensoriais, diretamente no cérebro das pessoas, por meio de uma fabulosa rede computadores. Já em “Cidade das Sombras”, a cidade, e, a sociedade, eram recriadas, a cada vinte e quatro horas, quando as memórias dos cidadãos, e, a própria estrutura física da cidade eram remodeladas. Tudo isso, para sugar calor, e, energia, no primeiro caso, e, conhecimento, para melhorar sua própria raça, no segundo. Ou seja, a classe dominante explorava a massa, sempre em benefício próprio, utilizando para isso os recursos de (des)informação disponíveis.

Onde será que já ouvimos falar disso? Será que não estamos passando por situação semelhante, sem o glamour fantástico da ficção científica? Não apenas no Brasil, mas, em todo o mundo pós-modernista, o que se vê é a insaciável sede de recursos, dos poderosos, que sugam os recursos naturais, e, dilapidam as memórias, cultura, e, valores, dos povos. Para isso, mantém, através da mídia, a ilusão de que vivemos às portas do paraíso, por conta de celulares cada vez menores, ou, carrões, importados a peso de ouro.

Lucubrações fantasiosas à parte, “Cidade das Sombras” consegue unir uma intrincada história de ficção-científica, a um ambiente noir, trazendo o clima dos filmes policiais dos anos quarenta. O filme é extremamente gótico, com traços marcantes do expressionismo alemão. A trilha sonora acompanha, de forma fantástica, as imagens, formando um conjunto quase indivisível. Um ponto alto do filme é quando a cidade está sendo remodelada, com prédios crescendo do nada, ao som de um ritmo forte, que se assemelha ao pulsar de um coração, como se a própria cidade fosse um ser vivo.

A cidade foi criada por alienígenas, que a povoaram com seres humanos raptados (ou, abduzidos, para usar o termo da moda). Os alienígenas conseguem, até mesmo, manipular, e, trocar as memórias de suas cobaias humanas, com o auxílio de um médico (Kiefer Sutherland). Como se a cidade fosse um imenso laboratório, os extraterrestres utilizam os humanos, para descobrir uma forma de preservar a sua própria imortalidade. Para isso, usam a sua fantástica capacidade de alterar a matéria, com a força da mente.

Como já enunciou Heisemberg, décadas atrás, ao observar um fenômeno físico, existe a influência, do observador, no observado. No caso do filme, um dos humanos adquire a capacidade telecinética dos alienígenas, fazendo o feitiço virar contra o feiticeiro. Na busca para encontrar a verdade sobre si mesmo, e, sobre o ambiente que o cerca, John Murdoch depara com um destino muito maior do que poderia imaginar.

O elenco é um show à parte com os veteranos Kiefer Sutherland, e, William Hart, além da linda Jennifer Connely, que, apesar de ter participado de inúmeros filmes, alcançaria a fama com “Mente Brilhante”, que lhe rendeu um Oscar de Atriz Coadjuvante.

A edição latina demorou quase dois anos, mas, valeu à pena esperar. Formato de tela widescreen, áudio em inglês e francês Dolby Digital 5.1, e, português 2.0, legendas em português, inglês, e, espanhol. Como extras, dois comentários, em áudio, notas de biografias e filmografias, e, trailer de cinema. Ficou faltando um Making Of, mostrando alguma coisa sobre os efeitos especiais utilizados.

Apesar dos furos de roteiro, e, outros defeitos, que venham a ser notados, “Cidade das Sombras” é um belo exercício de ficção-científica, na linha especulativa, para os que gostam de exercitar a imaginação. Se não for o caso, mesmo como filme de ação, com certeza, já garante um excelente custo-benefício. Boa diversão!