sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Claquete – 26 de janeiro de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Final de férias com muita coisa boa nos cinemas. Se o problema era falta de opções, deixa de existir. Neste final de semana entram em cartaz a produção alemã “Perfume – A História de um Assassino” (veja em Filme da Semana), baseada no livro de Patrick Süskind, a comédia nacional “A Grande Família – O Filme” e um forte candidato ao Oscar, “Babel”, com Brad Pitt e Cate Blachett (este só no Cinemark). Nas continuações, temos a divertida comédia “Uma Noite no Museu”, a animação “O Mar Não Está Para Peixe”, o drama de ação “Diamante de Sangue” e as comédias nacionais “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, e “Xuxa Gêmeas”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem o suspense “Déjà Vu”, com Denzel Washington, “007 – Cassino Royale”, o romance “O Amor Não Tira Férias”, a animação “Por Água Abaixo” e o terror chinês “Silk – O Primeiro Espírito Capturado”. No Moviecom, continuam em cartaz o musical “Ela Dança, Eu Danço”, o drama nacional “O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias” e o drama futurista “Os Filhos da Esperança”,.

Estréia 1: “Perfume – A História de um Assassino”

Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) foi abandonado pela mãe, imediatamente após o nascimento, em um mercado de peixes em Paris, no Século 18. Dois aspectos tornavam o jovem um fenômeno. Além de não exalar nenhum odor, ele era dotado de uma refinada percepção olfativa. Depois de trabalhar anos em um curtume, Grenouille torna-se um aprendiz de um renomado perfumista. Logo, graças ao seu poderoso olfato, supera seu mestre na manipulação de essências, ao mesmo tempo em que aprende as diferentes técnicas de criação de perfumes. Ele fica obcecado pelo desejo de criar um perfume com o irresistível aroma de uma jovem adolescente. Para realizar a sua obsessão, Grenouille mata doze garotas. O pânico invade as pessoas, mas, Grenouille ainda procura o ingrediente final para compor o seu aroma ideal, uma adolescente virgem. "Perfume – A História de um Assassino” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 2: “A Grande Família – O Filme”

Ao retornar do enterro de um colega de repartição, Lineu (Marco Nanini) se sente mal e vai ao médico, de onde sai com a certeza quase absoluta de que morrerá em breve. Deprimido, ele esconde a situação da família e desiste de ir ao tradicional baile onde começou a namorar Nenê (Marieta Severo). Sem entender o que está acontecendo, Nenê decide provocar o marido e convida um ex-namorado, Carlinhos (Paulo Betti), para o baile. A chegada de Carlinhos atiça Agostinho (Pedro Cardoso) e Tuco (Lúcio Mauro Filho), que buscam algum meio de aproveitar dele, além de atrair a atenção de Marilda (Andréa Beltrão), que deseja conquistá-lo. A situação piora ainda mais quando Mendonça (Tonico Pereira), colega de trabalho de Lineu, tenta melhorar seu ânimo ao apresentar uma nova funcionária, Marina (Dira Paes). “A Grande Família – O Filme” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de dez anos.

Estréia 3: “Babel”

Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes, estão os americanos Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett). Um tiro atinge o ônibus, ferindo Susan. Este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos do mundo: nos Estados Unidos, onde Richard e Susan deixaram seus filhos aos cuidados da babá mexicana; no Japão, onde um homem tenta superar a morte trágica de sua mulher e ajudar a filha surda a aceitar a perda; no México, para onde a babá acaba levando as crianças; e ali mesmo, no Marrocos, onde a polícia passa a procurar suspeitos de um ato terrorista. Este filme recebeu sete indicações ao Oscar. “Babel” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.



Novidades

“Xeque-Mate”, em DVD

Slevin Kelevra (Josh Hartnett) está com vários problemas em sua vida. Perdeu a casa onde morava, seus documentos foram roubados e sua namorada o traiu com outro homem. Para escapar dos problemas, ele vai passar uns dias em Nova York, na casa de um amigo. Mas, é confundido com ele e fica no fogo cruzado entre dois perigosos chefes mafiosos cheios de planos de vingança. Policial acima da média, cheio de reviravoltas, com Bruce Willis, Morgan Freeman, Ben Kingsley e Lucy Liu. Nas locadoras.

“Cavaleiros do Ar”, em DVD

Durante uma feira internacional de aviação, um avião de caça de última geração, o Mirage 2000, se afasta misteriosamente. Dois pilotos recebem ordem de localizar o caça e escoltá-lo de volta à base militar. Mas, são surpreendidos quando o Mirage assume a posição de ataque e parte para cima deles. O misterioso Mirage é abatido, mas, este incidente é só o início deste complexo jogo de intrigas e espionagem internacional. Produção francesa, com direção de Gerard Pírès. Nas locadoras.

“Ricardo III – Um Ensaio”, no Projeto Cinema e Literatura

O Cineclube Natal, em parceria com a Livraria Bortolai, apresenta neste sábado, dia 27, a primeira edição de 2007 do Projeto “Cinema e Literatura”. Em cartaz, o documentário “Ricardo III – Um Ensaio”, do diretor e ator Al Pacino, que mergulha na obra de Shakespeare, para mostrar a modernidade da obra do dramaturgo e poeta inglês. Tudo isso com paixão, vivacidade e humor. A programação começa às 18h, no auditório da livraria, na Avenida Afonso Pena, 805, Tirol. O acesso é gratuito. Para maiores de 14 anos.

Semana do Filme Cult - I

O Cineclube Natal, em conjunto com o jornalista Rodrigo Hammer e com a parceria do Teatro de Cultura Popular (TCP), realizará, de 29 de janeiro a 02 de fevereiro, a Semana do Filme Cult. Serão exibidos cinco filmes representativos do movimento cult. São eles: 29/01 – “O Incrível Homem Que Encolheu” (EUA, 1957, Jack Arnold); 30/01 – “Stereo” (Canadá, 1969, David Cronenberg); 31/01 – “The Night of the Bloody Apes”, (México, 1969, René Cardona); 01/02 – “A Meia Noite Levarei Sua Alma” (Brasil, 1964, José Mojica Marins) e 02/02 – “Shanty Tramp” (EUA, 1967, Joseph G. Prieto.). Os filmes serão exibidos sempre às 18h30, no próprio teatro, ao lado da Fundação José Augusto.

Semana do Filme Cult - II

A Semana do Filme Cult também terá na sua programação um curso sobre "A História da Linguagem no Cinema", ministrado pelo Prof. Máximo Barro da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP/SP). O Curso acontecerá em paralelo à exibição dos filmes, do dia 30 de janeiro a 02 de fevereiro, sempre das 15h às 18h, no Cine SESC, ao lado do restaurante do SESC (Av. Rio Branco, 375, Cidade Alta). As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo e-mail cineclubenatal@grupos.com.br

80 anos de Jobim é celebrado com lançamento em DVD

Se Tom Jobim estivesse vivo, teria completado 80 anos. Entre as inúmeras homenagens, foi lançado um box, "Maestro soberano" (Biscoito Fino Jobim), com três DVDs, dirigidos por Roberto Oliveira, que destacam aspectos essenciais da obra e do gênio de Tom. O primeiro volume, "Chega de saudade", enfoca a criação da bossa nova, o segundo, “Águas de Março”, a relação de Tom com a ecologia e, o terceiro, “Ela é carioca”, a paixão do mestre pelo Rio de Janeiro.



Filme da Semana: “O Perfume – A História de um Assassino”

O aroma da morte

Nunca um mês de janeiro esteve tão pródigo em oferta de novos títulos nos cinemas de Natal como agora. Entre a semana passada e hoje, poderia recomendar, de olhos fechados, pelo menos cinco filmes, cada um em um gênero e públicos específicos. De cara, “Babel”, indicado para sete Oscars, incluindo Melhor Filme e Diretor; “A Grande Família – O Filme”, deliciosa transposição para as telas de uma série que se mantém seis anos em cartaz, com altos níveis de audiência; o divertido musical “Ela Dança, Eu Danço”, com um ritmo bem familiar aos brasileiros e o delicado e sensível drama “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, que mostra a repressão militar durante a Copa do Mundo de 1970, tudo pela ótica inocente de uma criança. Mas, vou falar um pouco mais sobre “O Perfume – A História de um Assassino”.

O paradigma “o livro era melhor” é uma constante, quando se tenta fazer alguma adaptação literária para as telas do cinema. É compreensível a insatisfação, pois, além de serem linguagens diferentes, os públicos também o são. Mas, se houver reclamação sobre “O Perfume – A História de um Assassino”, será pela fidelidade ao texto, embora, pela questão do tempo disponível, muita coisa teve que ser deixada de lado.

O personagem principal é Jean-Baptiste Grenouille, nascido em um mercado de peixes de Paris, em 1738. Seu nascimento já é uma comoção, já que a mãe o abandona para morrer. Ao ser descoberto o fato, ela é presa, e posteriormente, executada, enquanto que a criança é entregue em um orfanato.

O jovem, já ao nascer, apresenta duas características que o tornariam único. Além de não exalar nenhum odor, possuía um olfato extremamente aguçado, capaz de perceber e reconhecer pessoas apenas pelo cheiro. Como não conseguia distinguir o que era um cheiro agradável de um ruim – para ele, tudo era uma coisa diferente – não lhe foi difícil trabalhar em um curtume, onde os odores fétidos deixavam todos doentes. Introvertido e voltado para o seu universo próprio, a única diversão do rapaz era passear pelas ruas de Paris, conhecendo e identificando novos aromas.

Nessas andanças, ele conheceu Baldini (Dustin Hoffman), um conhecido perfumista, que escondia sua incompetência espalhando maledicências sobre os concorrentes. Quando o rapaz reproduz, facilmente, o perfume de um outro produtor, Baldini percebe que tem um tesouro nas mãos, contratando-o imediatamente.

Sem se importar com dinheiro, Grenouille se adapta à nova situação, tendo a oportunidade de aprender as diversas maneiras de fabricação de óleos, essências e fragrâncias. Aos poucos, vai tomando forma a sua única e secreta ambição, a de criar um perfume que reproduzisse o odor de uma jovem mulher.

Em suas incipientes tentativas, ele tenta destilar um gato. Antes, já havia matado, involuntariamente uma mulher, ao tentar mantê-la quieta, e descoberto os cheiros intoxicantes de seu corpo.

Despedindo-se de Baldini, Grenouille resolve mudar para a cidade de Grasse, a capital mundial dos perfumes, onde tem uma experiência mística, ao perceber que seu corpo não tem um cheiro específico. A partir daí, começa a seqüência de mortes de mulheres, necessário para a criação de sua grande obra. À medida que as mortes acontecem, o pânico se espalha pela cidade.

Enquanto as pessoas se mudam, fogem, ou se trancafiam, para proteger suas filhas, Grenouille tenta criar seu perfume final, uma junção de odores retirados das mulheres que ele persegue e mata. Para o toque final, precisará de uma derradeira vítima, a bela e pura Laure Richis.

“O Perfume”, escrito pelo alemão Patrick Süskind em 1985, alcançou um tremendo sucesso, chegando a vender 15 milhões de cópias em mais de quarenta línguas. Para se ter idéia, até o roqueiro Kurt Cobain, fã de Süskind, compôs a música "Scentless Appretince", do álbum "In Utero", baseada nesse livro.

Durante anos, diversos cineastas, como Tim Burton, Martin Scorsese e Milos Forman, interessaram-se em levar o livro às telas. Stanley Kubrick também chegou a considerar o projeto, até concluir que o livro era infilmável. Só em 2001, o produtor Bernd Eichinger conseguiu convencer Süskind, pagando 10 milhões de euros pelos direitos.

O orçamento de “Perfume - A História de um Assassino” foi de US$ 65,8 milhões. Trata-se do filme mais caro já feito na Alemanha até agora. Boa parte dessa dinheirama foi gasta na excelente ambientação do século 18, tanto cenários quanto figurinos. Se o elenco, formado em sua maioria por atores ingleses, é a grande sustentação do filme, a direção segura de Tom Tykwer completa o quadro. Para quem duvidar da competência dele, é bom lembrar de “Corra, Lola, Corra”, o surpreendente clip-movie estrelado por Franka Potente.

Para quem se interessar em ver o filme, e, de repente, ler o livro, uma dica. Enquanto a maioria das obras, literárias ou cinematográficas, expõem sua narrativa através da linguagem visual (formas, cores, belo, feio, claro, escuro, etc.), “O Perfume” inovou, ao alicerçar a sua narrativa na sensação do olfato.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Claquete – 19 de janeiro de 2007


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Chuva, enchentes, crateras e deslizamentos. Ninguém lembrou à Natureza que é verão? Neste final de semana, as estréias são exclusivas. No Cinemark, entram em cartaz o suspense “Déjà Vu”, com Denzel Washington, e, o terror chinês “Silk – O Primeiro Espírito Capturado”. No Moviecom, por sua vez, estréiam o musical “Ela Dança, Eu Danço” e o drama nacional “O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias”. Nas continuações, temos a divertida comédia “Uma Noite no Museu”, com Ben Stiller, a animação “O Mar Não Está Para Peixe”, com a voz de Tom Cavalcante, o drama de ação “Diamante de Sangue”, com Leonardo DiCaprio, a fantasia “Eragon”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem o romance “O Amor Não Tira Férias”, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet e a animação “Por Água Abaixo”. E, no Moviecom, o drama futurista “Os Filhos da Esperança”, com Clive Owen (veja em Filme da Semana), e o infantil “A Menina e o Porquinho”.

Estréia 1: “Déjà Vu”

Doug Carlin (Denzel Washington) trabalha para a Agência do Tabaco, Álcool e Armas de Fogo. Chamado para recuperar provas após a explosão de uma bomba em uma balsa localizada em Nova Orleans, Carlin descobre que aquilo que a maioria das pessoas acredita estar apenas em sua mente é bem mais poderoso do que se imagina. Com a ajuda de Denny (Adam Goldberg), um cientista, Carlin e seu parceiro Pryzwarra (Val Kilmer) voltam no tempo para tentar impedir um terrorista (Jim Caviezel) de explodir um embarcadouro. Déjà vu é a sensação que se tem de já ter vivido uma determinada situação anteriormente. A direção é de Tony Scott (“Top Gun – Ases Indomáveis”). "Déjà Vu” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Silk – O Primeiro Espírito Capturado”


Um grupo de cientistas liderado por Hashimoto (Yosuke Eguchi) conseguiu capturar a energia de um fantasma infantil graças a uma nova invenção. O espírito, isolado num apartamento vazio, fala um linguajar que ninguém entende. Hashimoto convoca um agente especialista em leitura de lábios para descobrir o que o menino fala. Mais um exemplar do terror oriental, dirigido pelo diretor chinês Chao-Bin Su. “Silk – O Primeiro Espírito Capturado” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Ela Dança, Eu Danço”

O rebelde Tyler Gage (Channing Tatum) vive aprontando nas ruas de Baltimore, enquanto sonha ser alguém na vida. Quando é pego depredando uma escola, ele é sentenciado a prestar serviço comunitário no próprio colégio. O prédio é a sede da escola de Artes, onde ele conhece Nora (Jenna Dewan) a primeira bailarina da escola. Nora está procurando desesperadamente por alguém para substituir seu parceiro, que havia se machucado antes do mais importante show da escola. Quando se encontram, ela vê um potencial enorme no garoto. Quando ela decide tentar substituir seu ex-parceiro por Tyler, a tensão entre eles e as pessoas à sua volta e todo o seu passado começa a se tornar um grande problema. Os dois terão que enfrentar vários obstáculos para conseguir realizar o futuro que cada um deseja para si. Tyler terá somente uma chance de mostrar e provar para Nora e para si mesmo que pode ir além de sua vida vazia. “Ela Dança, Eu Danço” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 4: “O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias”

1970. Mauro (Michel Joelsas) é um garoto mineiro de 12 anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade os pais de Mauro foram obrigados a fugir por serem de esquerda e serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo com o avô paterno (Paulo Autran). Porém o avô enfrenta problemas, o que faz com que Mauro tenha que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário que é seu vizinho. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo. A direção é de Cao Hamburger. “O Ano Que Meus Pais Saíram de Férias” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de dez anos.



Novidades

“Táxi 3”, em DVD

Não confunda este filme com aquele que Gisele Bundchen participou, ao lado de Queen Latifah. O filme em questão é uma produção francesa, que mistura ação policial e muito humor, sob a direção de ninguém menos que Luc Besson. Quem está acostumado a filmes tensos como “O Profissional” ou “Joana DArc” irá se surpreender com “Táxi 3”. Um policial atrapalhado terá que contar com um alienado motorista de táxi para capturar uma misteriosa quadrilha que age disfarçada de Papai Noel. Pena que a imagem seja em tela cheia, mas, o som original em francês está em Dolby Digital 5.1 impecável. Nas locadoras.

Para os novos autores - I

Lembro aos novos escritores e poetas de Natal que estão abertas as inscrições para os concursos literários Câmara Cascudo (prosa) e Othoniel Menezes (poesia), promovidos pela prefeitura de Natal. As inscrições vão até o dia 9 de fevereiro. Mais informações e regulamento, na sede da Funcart, e no site da Prefeitura do Natal (http://www.natal.rn.gov.br/).

Para os novos autores - II

Estão abertas as inscrições para o Prêmio de Literatura Juvenil Ferreira de Castro, destinado a jovens brasileiros. Promovido pela associação portuguesa do mesmo nome, o prêmio revela e divulga valores literários em países de língua portuguesa. Podem concorrer estudantes brasileiros e portugueses residentes no Brasil, nas faixas de 12 a 15 anos (Escalão A) e de 16 a 20 anos (Escalão B). As modalidades são prosa e poesia, com tema livre. Mais informações no site www.prof2000.pt/users/apnljfc.





Filme da Semana: “Filhos da Esperança”

Cinzas do futuro

Já imaginaram como seria um mundo sem crianças? Mesmo o Herodes mais ranzinza seria obrigado a encarar o fato de que este seria um mundo fadado à extinção, já que uma criança representa a continuidade da Vida. Esta realidade amarga e cruel é apresentada no filme “Filhos da Esperança”, do diretor mexicano Alfredo Cuarón.

A trama se passa duas décadas no futuro, no ano de 2027. Algo aconteceu, arma biológica ou algum outro desastre, que provocou a infertilidade da população. As pragas, a poluição e outros malefícios causados pelo próprio homem provocaram mortes em massa – e as crianças, mais frágeis, foram as principais vítimas. Neste mundo de adultos, o ser humano mais jovem tem dezoito anos.

Tantos acontecimentos ruins levaram o mundo ao caos. Guerras fraticidas arruinaram a ordem mundial. A Inglaterra, onde se passa a história, fechou suas fronteiras para o resto do mundo, e, agora, o governo caça os imigrantes ilegais, para expulsa-los do país. Como cada ação causa reação, grupos clandestinos surgem em todo lugar, reagindo através de atentados terroristas.

É neste universo conturbado que vive Theodore Faron (Clive Owen), um antigo ativista político, hoje cumprindo o expediente de funcionário público. No dia em escapa, por um triz, de uma explosão em uma cafeteria, recebe a notícia de que o homem mais jovem do mundo, um argentino de dezoito anos, fora morto por um fanático.

Como se fossem poucas as surpresas para um mesmo dia, ele é seqüestrado pelos Peixes, um dos mais poderosos grupos aliados dos imigrantes. Ao tirarem a venda de seus olhos, é surpreendido pela visão de sua ex-mulher, que não via a mais de vinte anos. Julian (Julianne Moore) pede sua ajuda para conduzir uma pessoa através do país.

Theo não entende a urgência do pedido, principalmente porque, na situação atual, ninguém viajava, a não ser por algum motivo extremamente grave. Mas, para atender Julian, ele vai até um parente que ocupa um cargo de ministro, para conseguir o documento.

Ao iniciar a viagem, junto com Julian, outros ativistas e a misteriosa Kee (Claire-Hope Ashitey), eles são emboscados por atacantes fanáticos. Conseguindo refugiar-se em uma fazenda, Theo descobre porque Kee é tão importante. A garota está grávida, e, é a primeira pessoa a ficar neste estado em dezoito anos.

A partir daí, a vida de Theo vira um inferno, pois ele descobre que todos, governo e terroristas, querem usar Kee e seu bebê como arma política. Ele terá que enfrentar milhares de inimigos, muito fanatismo e toda sorte de dificuldades para conduzir a moça e sua preciosa carga em segurança, até o Projeto Humano, uma misteriosa organização que tenta reconstruir a Humanidade.

O tom sombrio do filme parece ser uma característica de Alfredo Cuarón, este mexicano que tem em seu currículo títulos tão díspares quanto “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” e o road-movie “E Sua Mãe Também”. O clima do filme é proporcionado, principalmente, pela maravilhosa fotografia de Emmanuel Lubezki, companheiro de Cuarón em vários filmes. O elenco todo está perfeito, destacando-se a figura do eterno hippie Jasper (Michael Caine), impecável como sempre.

O filme é baseado no livro “Children of Men”, da escritora inglesa P.D. James. O tema apocalíptico do fim da humanidade não é novo, tendo sido usado por outros autores, como Brian Aldiss, em “Jornada da Esperança” e Arthur C. Clarke, em “O Fim da Infância”.

É claro que uma obra de ficção usa o exagero para expressar a sua mensagem, e “Filhos da Esperança” não foge à regra. Contudo, não é difícil imaginar um futuro sombrio quando os valores mais importantes são o sucesso a qualquer preço, a riqueza, o prazer egoísta, o indivíduo prevalecendo sobre o grupo. Se pararmos para pensar no aumento do aquecimento global, nas infindáveis guerras motivadas por petróleo e outras riquezas, em doenças como a gripe aviária e AIDS, será que um mundo como o do filme realmente é exagerado?

A esperança, do título nacional, é expressada em uma tocante cena do filme, quando a simples visão de um bebê é capaz de cessar toda hostilidade, lembrando a todos da importância da continuidade da vida. Assista e tire as suas próprias conclusões.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Claquete – 12 de janeiro de 2007



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Para ocupar a criançada nas férias de verão, o cinema ainda é a melhor diversão. Para sorte dos pais, há uma variedade de bons títulos em cartaz. Nas estréias da semana, a divertida comédia “Uma Noite no Museu” (veja em Filmes da Semana), com Ben Stiller, a animação “O Mar Não Está Para Peixe”, com a voz de Tom Cavalcante e o drama futurista “Os Filhos da Esperança”, com Clive Owen (só no Moviecom). Nas continuações, o infantil “A Menina e o Porquinho”, o drama de ação “Diamante de Sangue” (veja em Filmes da Semana), com Leonardo DiCaprio, a fantasia “Eragon”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas” e a animação “Por Água Abaixo”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem a comédia “O Dono da Festa 2” e o romance “O Amor Não Tira Férias”, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet.

Estréia 1: “Uma Noite no Museu”

O idealista e sonhador Larry Daley (Ben Stiller) aceita trabalhar no turno da madrugada no Museu de História Natural de Nova York. Durante seu trabalho, porém, coisas estranhas começam a acontecer, já que tudo no museu ganha vida à noite – guerreiros maias, gladiadores romanos e cowboys saem de suas maquetes e travam batalhas épicas; em sua busca por fogo, um homem das cavernas queima sua vitrine; Átila - O Huno começa a pilhar a sua ala do museu e um Tiranossauro lembra a todos os motivos pelos quais ele é considerado o maior predador de todos os tempos. Em meio ao caos, a única pessoa que pode ajudar Larry é a figura de cera do presidente Teddy Roosevelt (Robin Williams). A direção é de Shawn Levy. "Uma Noite no Museu” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 4 (dublado) e 6 (legendado) do Moviecom e nas Salas 2 (dublado), 5 e 6 (legendado) do Cinemark. Censura livre.

Estréia 2: “Filhos da Esperança”

Num futuro apocalíptico, a população cai em anarquia, quando se descobre que nenhuma mulher consegue mais engravidar. O mais novo cidadão do mundo acaba de falecer, aos 18 anos, e a humanidade está enfrentando a possibilidade de extinção. Numa Londres arrasada pela violência e por seitas nacionalistas em guerra, Theo (Clive Owen), um burocrata desiludido, se torna um sobrevivente. Procurado por sua ex-esposa Julian (Julianne Moore), Theodore é apresentado a uma jovem que, misteriosamente, está grávida. Eles passam a protegê-la a qualquer custo, por acreditar que a criança por vir seja a salvação da humanidade. O filme, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, é baseado no clássico da ficção científica escrito por P. D. James. O elenco conta ainda com Michael Caine. “Filhos da Esperança” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Estréia 3: “O Mar Não Está Para Peixe”

Pê (Felipe Dylon) é um simpático peixinho órfão, que chegou recentemente a um belo recife e está em busca de sua tia Pérola. Logo ele começa a se enturmar com os moradores locais e se apaixona por Cordélia (Grazielli Massafera), uma peixinha cor-de-rosa que atrai as atenções de todos os peixes. Troy (Tom Cavalcante), um perigoso tubarão, também está interessado em Cordélia. Para proteger Cordélia, Pê decide enfrentar Troy e fazer com que o recife fique livre de uma vez por todas de sua ameaça. “O Mar Não Está Para Peixe” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, e, na Sala 5 do Cinemark. Censura livre. Cópia dublada.



Novidades

Campeões de bilheteria em 2006

Como era de se esperar, os blockbusters foram as maiores bilheterias nacionais em 2006. O campeão foi “A Era do Gelo 2” e o vice, o polêmico “Código Da Vinci”. Vale comemorar o terceiro lugar de “Se Eu Fosse Você”, deliciosa comédia nacional de Daniel Filho, que bateu “X-Men” e “Piratas do Caribe”, quarto e quinto colocados. O público infanto-juvenil foi que ditou o mercado, com “Carros”, “As Crônicas de Nárnia”, “Superman – O Retorno”, “Os Sem-Floresta” e “Click”, do sexto ao décimo lugar.

Divulgada cota de tela nacional para 2007

Na última semana de 2006 saíram as regras para a cota de tela dos filmes brasileiros nos cinemas em 2007. Para quem não sabe, a cota de tela estipula o número mínimo de dias em que as salas precisam exibir filmes nacionais ao longo do ano, sendo calculado de acordo com a participação do próprio cinema nacional no mercado no ano anterior. Para este ano houve uma redução no número de dias para cinemas que tenham até quatro salas. Os cinemas de apenas uma sala deverão exibir filmes nacionais por 28 dias em 2007. Os de duas salas têm a cota de 70 dias, os de três, 126 dias e os de quatro, 196 dias. Para cinemas entre cinco e oito salas, as cotas são as mesmas de 2006: 280, 378, 441 e 448, respectivamente.

“Cassino Royale” – a trilha sonora

Se você gostou do último filme de James Bond, “007 – Cassino Royale”, saiba que já está disponível, em CD, a trilha sonora do filme. Ao todo, são 25 faixas que traduzem momentos de tensão, romance e ação do filme, incluindo "African Rundown", "The Bitch Is Dead" e "The Bad Die Young", alguns dos destaques. O disco é da Sony & BMG.


Filmes da Semana: “Uma Noite no Museu” e “Diamante de Sangue”

Valores e Missão, do Museu até a África

Depois de uma entressafra de lançamentos mornos, chegam aos cinemas dois filmes para lá de interessantes, embora cada um com uma temática e públicos bem diferenciados. Os filmes são a comédia de família “Uma Noite no Museu” e o drama “Diamante de Sangue”. Além de terem todos os elementos para os seus públicos, os dois filmes ainda conseguem mostrar algumas mensagens nas entrelinhas, para quem quiser enxergá-las.

“Uma Noite no Museu” é o típico filme para assistir num domingo à tarde, com a família toda, dando muitas risadas. A história gira em torno de Larry Daley (Ben Stiller), um idealista e frustrado inventor, que luta com as dificuldades financeiras, enquanto tenta manter uma boa relação com o filho, que vive com a mãe e o novo marido. Para não ser despejado, e, perder a guarda compartilhada, ele é obrigado a pegar o primeiro emprego que aparece, o de guarda noturno do Museu de História Natural de Nova York.

O que parecia ser apenas um trabalho monótono logo vira um pesadelo, pois, à noite, tudo no museu ganha vida. Durante a noite, Larry tem que fugir de um Tiranossauro Rex, de leões selvagens, os hunos de Átila, de minúsculos e briguentos caubóis e até mesmo de um macaquinho sacana, que o inferniza, com suas estripulias. A única ajuda vem da imagem de Theodore Roosevelt (Robin Williams), que tenta explicar como as coisas funcionam por ali.

Decidido a enfrentar seus medos, Larry mergulha fundo na História, para entender e encontrar uma forma de lidar com os incontroláveis habitantes do museu. Ao mesmo tempo, ele descobre que o dá vida a tudo é um misterioso amuleto egípcio, que chegou no museu há cinqüenta anos, junto com a múmia de um faraó.

Sob ameaça de perder o emprego, Larry convida o filho para ficar com ele à noite, para conhecer as maravilhas do museu. O que ele não contava é que um grupo de assaltantes escolheu justo aquela noite para roubar os objetos valiosos. Além de combater os bandidos, ele ainda terá que trazer de volta vários personagens e animais que fugiram do museu. E, tudo isto antes do amanhecer, pois quem estiver fora será transformado em pó...

“Diamante de Sangue” não poderia ser mais oposto, principalmente pelo tema focalizado, o contrabando de diamantes que alimenta as guerras civis na África. A história se passa no final da década de 90, em Serra Leoa, país do noroeste da África, dominado por uma sangrenta guerra civil, onde o que menos importa é a ideologia do governo ou dos rebeldes. O grande combustível da guerra é a exploração de diamantes, que, além do enriquecimento ilícito dos dirigentes de ambos os lados, é utilizado para a compra de armas.

No fogo cruzado, a população civil é que sofre, tornando-se não apenas vítimas indefesas, mas, sendo obrigadas a participar do conflito, seja como soldados ou como operários das minas.

Esta era a situação de Solomon Vandy (Djimon Hounsou), um humilde pescador, extremamente dedicado à família, e, que sonhava com um futuro melhor para os três filhos. Durante o ataque à sua aldeia, Solomon é capturado pelos rebeldes, para o trabalho escravo em uma das minas de diamante dominada pelo grupo.

É lá que Solomon encontra um enorme e precioso diamante, de valor incalculável, que pode significar a salvação de sua família. Mas, o simples fato de esconde-lo implica em uma sentença de morte. O acaso, na forma de um ataque das forças do governo, ajuda Solomon, que esconde o diamante em um buraco, pensando em recupera-lo depois.

Todos são levados para a prisão, onde também se encontra Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um ex-mercenário e contrabandista de diamantes. Ele escuta os impropérios do líder dos rebeldes, mencionando Solomon e o diamante, e, resolve investigar melhor a história.

Ao sair da prisão ele conhece Maddy Bowen (Jennifer Connely), uma jornalista americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos diamantes de sangue, expondo a cumplicidade dos chefes da indústria das pedras, que optaram pelo lucro no lugar dos princípios. Os interesses mútuos unem os três aventureiros, que seguem para o interior do país, Solomon em busca de sua família, Maddy, de uma história e Danny, do diamante, que poderá assegurar a sua saída da África.

Mas, outras pessoas também procuram o diamante. Um deles é o Coronel Coetzee (Arnold Vosloo), chefe de um grupo mercenário, que lucra com a guerra, a venda de armas e com o contrabando de diamantes.

O conflito será decidido na mina de diamantes onde Solomon encontrou a pedra. Lá está um bem mais precioso do que ela, o seu filho, capturado e doutrinado pelos rebeldes. Danny precisará usar toda a sua astúcia para enfrentar os rebeldes e os seus ex-colegas mercenários, para conseguir a sua tão sonhada passagem de fuga.

Além da história envolvente, roteiro bem amarrado e uma direção segura, a fotografia reproduz com fidelidade as belíssimas paisagens das estepes e montanhas africanas. E, tudo isso embalado por uma trilha sonora eclética, que vai da tradicional orquestra ao rock pesado dos ataques rebeldes.

Muito bem, dirão os meus queridos leitores, mas, o que, afinal de contas, têm em comum uma comédia de família e um drama turbulento? A princípio, nada, além do fato de serem filmes acima do nível comum, ambos em seus gêneros. Mas, os meus colegas administradores certamente irão identificar, em ambos os filmes, a firmeza de valores e o senso de missão dos personagens.

Em “Uma Noite no Museu”, o tímido Larry, mesmo sofrendo o choque da irrealidade, ao defrontar com objetos ganhando vida, não foge às suas responsabilidades e busca a melhor maneira de administrar o caos. Aliás, falando-se em caos, não é difícil encontrar semelhanças entre o museu com os bichos vivos, e, uma empresa, ou, um governo. São equipes lutam entre si, dificuldade de comunicação, equipes isoladas e mal treinadas, etc..

Larry consegue se aproximar mais de seus pupilos quando observa as suas necessidades, cria canais de comunicação, consegue os consultores apropriados e, o mais importante, convence todos a se unir em torno de um objetivo comum. Estão duvidando? Assistam ao filme e me contem a sua percepção.

Em “Diamante de Sangue”, além de se expor como os objetivos de grandes corporações e governos podem ser extremamente anti-éticos, ao ignorar e mesmo sacrificar as pessoas, a história mostra como os valores mais fundamentais são exatamente a base de tudo. Para Solomon, a família era o bem mais valioso, e, mesmo em meio ao caos em que viviam, mantinha padrões de comportamento éticos, pensando estrategicamente no futuro da família, buscando compensar a pobreza com a educação dos filhos. Em meio à crise, não perdeu o foco principal, que era salvar a família, mesmo que tivesse de se expor a riscos extremos.

Bem, e mesmo quem não conseguir enxergar nada dessas coisas que me chamaram a atenção, certamente o espectador não ficará desapontado, pois, qualquer um dos filmes é diversão na certa, cada um para seu público.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Claquete – 05 de janeiro de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Entre a ressaca do Ano Novo e a festa de Reis, surge um sopro de vida nos cinemas de Natal. Nas estréias da semana, teremos a refilmagem de “A Menina e o Porquinho”, a comédia “O Dono da Festa 2” e “Diamante de Sangue”, com Leonardo DiCaprio (este, apenas no Moviecom). Nas continuações, a fantasia “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, o romance “O Amor Não Tira Férias” (veja em Filme da Semana), com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério. Neste final de semana acontece a pré-estréia de “Uma Noite no Museu”, com Ben Stiller.

Estréia 1: “A Menina e o Porquinho”

Fern é uma das poucas pessoas a perceber que o porquinho Wilbur é um animal muito especial. Com seu carinho e atenção, ela ajuda a tornar Wilbur, que era o menor dos irmãos, em um porco vistoso e radiante. Quando se muda para um novo celeiro, Wilbur faz amizade com a aranha Charlotte. Os laços de amizade dos dois fazem com que os demais animais vivam como se fossem parte de uma família. Porém, quando surge a notícia de que Wilbur, em breve, será morto, Charlotte busca um meio de convencer o fazendeiro que ele merece ser salvo. Segunda adaptação para o cinema da história "Charlotte's Webb", escrita por E.B. White em 1952, que se tornou o livro infantil mais vendido em todos os tempos. “A Menina e o Porquinho” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Censura livre. Atenção, cópias dubladas.

Estréia 2: “O Dono da Festa 2”

Taj Mahal Badalandabad (Kal Penn) foi assistente do lendário Van Wilder, mas isto agora é passado. Taj partiu para a Inglaterra, onde pretende garantir seu diploma e a entrada na irmandade que sempre sonhou. Porém ao chegar tudo dá errado, o que faz com que monte sua própria irmandade. Mas os únicos integrantes que consegue atrair são justamente os rejeitados pelas demais irmandades. Seqüência de “O Dono da Festa”, de 2002, é uma mistura de “Picardias Estudantis” com “A Vingança dos Nerds”. A direção é de Mort Nathan. “O Dono da Festa 2” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.

Estréia 3: “Diamante de Sangue”

Serra Leoa, final da década de 90. O país está em plena guerra civil, com conflitos constantes entre o governo e a Força Unida Revolucionária (FUR). Quando uma tropa da FUR invade uma aldeia da etnia Mende, o pescador Solomon Vandy (Djimon Hounson) é separado de sua família. Solomon é levado a um campo de mineração de diamantes, onde é obrigado a trabalhar. Lá, ele encontra um diamante cor-de-rosa, que tem cerca de 100 quilates. Solomon consegue escondê-lo, mas, é descoberto por um integrante da FUR. Neste exato momento ocorre um ataque do governo, que faz com que Solomon e vários dos presentes sejam presos. Ao chegar na cadeia conhece Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um ex-mercenário nascido no Zimbábue, que se dedica a contrabandear diamantes para a Libéria. Danny ouve um integrante da FUR acusar Solomon de ter escondido o diamante e se interessa pela história. Ao deixar a prisão, Danny faz com que Solomon também saia, propondo-lhe um trato: que ele mostre onde o diamante está escondido, em troca de ajuda para que possa encontrar sua família. Solomon não acredita em Danny, mas, sem saída, aceita o acordo. Então, surge Maddy Bowen (Jennifer Connelly), uma jornalista americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos diamantes. A direção é de Edward Zwick. “Diamante de Sangue” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Pré-Estréia: “Uma Noite no Museu”

Larry Daley (Ben Stiller), homem ingênuo e de bom coração, aceita trabalhar no turno da madrugada no Museu de História Natural de Nova York. Durante seu trabalho, porém, coisas estranhas começam a acontecer, já que tudo no museu ganha vida à noite – guerreiros maias, gladiadores romanos e cowboys saem de suas maquetes e travam batalhas épicas; em sua busca por fogo, um neandertal queima sua vitrine; Átila - O Huno começa a pilhar a sua ala do museu e um Tiranossauro lembra a todos os motivos pelos quais ele é considerado o maior predador de todos os tempos. Em meio ao caos, a única pessoa que pode ajudar Larry é a figura de cera do presidente Teddy Roosevelt (Robin Williams). "Uma Noite no Museu” terá pré-estréia neste final de semana, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Censura livre.



Novidades

“Click”, em DVD

Uma das bilheterias mais surpreendentes de 2006, “Click” chega agora em formato digital. Michael Newman (Adam Sandler) é um arquiteto workaholic que descobre um controle remoto universal . Em vez de controlar objetos eletrônicos, o objeto é capaz de controlar as situações em sua própria vida. Os problemas acontecem quando o objeto começa a controlar as escolhas de Michael. Curiosa fábula moderna sobre a importância das decisões pessoais. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico, e, como extras, cenas excluídas e comentários do elenco e equipe de realizadores.

Caravana Cultural Petrobras

A Petrobras convida para a Caravana Cultural Petrobras, no dia 10 de janeiro, às 14 h, no Teatro de Cultura Popular, em Natal. No evento, haverá uma apresentação sobre a Edição 2006/2007 do Programa Petrobras Cultural, que abre nova seleção pública para patrocínio de projetos. A coordenadora de Artes Cênicas da gerência de Patrocínios, Taís Reis estará disponível para entrevistas e esclarecimentos sobre a seleção pública após a apresentação. Mais informações com a Assessoria de Imprensa da Petrobras no RN, através dos fones 3235-3636 e 9134-4534.

Música no Cinema

Se você é interessado em música de cinema, não deixe de conferir o site http://www.scoretrack.net/. Lá é possível encontrar, também, informações sobre filmes, CDs, DVDs, biografia de compositores, chats, livros, links, loja virtual e tudo o que diga respeito á simbiose de música e cinema.



Filme da Semana: “O Amor Não Tira Férias”

Viagens e descobertas

Nos livros de administração existe uma parábola sobre um sapo que é colocado em uma panela, que é aquecida lentamente. Ele não percebe o que acontece e morre cozinhado. Essa história ilustra o que acontece com governos, empresas e pessoas que vivem uma situação ruim sem perceber – ou pior, sem querer perceber. O filme “O Amor Não Tira Férias”, uma comédia romântica legítima, fala de pessoas que vivem assim, mas, que conseguem dar a volta por cima.

A época do final de ano sempre consegue balançar o emocional das pessoas, seja pelo espírito de confraternização, seja pelas lembranças que evoca. É para aproveitar esse ambiente emocional propício que muitos filmes românticos usam a época como pano de fundo. “O Amor Não Tira Férias” não foge à regra, e, consegue se sair bem.

A trama envolve duas personagens que vivem em lados opostos do mundo. A executiva Amanda Woods (Cameron Diaz) é um exemplo da americana bem sucedida. Dona de uma empresa produtora de trailers de filmes em Los Angeles, tem todo o conforto que uma sociedade de consumo pode oferecer. O problema é que ela descobre ter sido traída pelo namorado, um músico produtor de trilhas sonoras para o cinema. Ela o expulsa de casa, pondo fim à relação, descobrindo que, por mais que sinta falta dele, não consegue derramar uma lágrima.

Do outro lado do Atlântico, Iris Simpkins (Kate Winslet), uma inglesa romântica, trabalha no jornal Daily Telegraph, de Londres, escrevendo uma coluna sobre casamentos. Íris é apaixonada por um colega de trabalho, Jasper (Rufus Sewell), com quem mantém uma relação subserviente, às escondidas. Seu frágil mundo vem abaixo quando descobre que Jasper vai se casar com outra mulher, e, cinicamente, propõe que mantenham a relação como está.

O desencanto com suas realidades faz com que as duas mulheres entrem em um programa de troca de casas durante as férias. Esse programa, apesar de, no filme, parecer produto da internet, já é utilizado há décadas, mundo à fora. Como sempre acontece nos filmes, as duas se conhecem casualmente e decidem trocar de casa – no dia seguinte, já que, no primeiro mundo, ninguém tem problemas para tirar visto, conseguir passagens, etc..

Para Íris, o mundo de Los Angeles parece deslumbrante, com a confortável mansão de Amanda repleta de tudo o que a tecnologia pode oferecer. Para completar, ela conhece duas pessoas fascinantes. O primeiro é Arthur Abbott (Eli Wallach), um renomado roteirista de cinema aposentado, com uma vida reclusa, piorada pela dificuldade de locomoção. O outro é Miles (Jack Black), um jovem compositor de músicas para cinema. Para Miles, tudo é música, e, o filme, através dele, presta uma singela homenagem aos grandes compositores do cinema, como Ennio Morriconi (“Cinema Paradiso”), John Williams (“Tubarão”) e Max Steiner (“E o Vento Levou”). Nesta cena, acontece uma ponta de Dustin Hoffman, exatamente quando falavam do filme “A Primeira Noite de um Homem”, estrelado por ele.

Para Amanda, acostumada ao total conforto, é um choque descobrir que o lindo chalé de Íris é uma habitação rústica, em uma zona rural nas proximidades de Londres. Poucas horas após a chegada, já está de malas prontas para voltar à civilização, quando o acaso (sempre o acaso) faz com que Graham (Jude Law), o irmão de Íris, bata à sua porta. Não é difícil imaginar que aconteça o envolvimento entre os dois, embora os dois sejam muito diferentes. Mas, como diz o clichê, os opostos se atraem...

Aliás, falando-se em clichês, o filme está repleto deles. Isso não desmerece o filme, pois não há comédia romântica sem clichês. O roteiro muito bem amarrado, a ótima trilha sonora e a direção segura de Nancy Meyers, que já brilhara com “Alguém Tem Que Ceder”, tornam “O Amor Não Tira Férias” uma experiência agradável e divertida, mesmo para quem não embarque no romantismo e emotividade do enredo.

Quase sem alarde, o filme lembra que cada um de nós é o dono do próprio destino e responsável direto pela sua felicidade. São as escolhas que fazemos, alicerçadas pela coragem de enfrentar o imobilismo, é que farão toda a diferença sobre o que queremos ser quando crescer. Se der para perceber isso, já estará pago o ingresso. Como disse o pensador americano William Jennings Bryan, "O destino não é uma questão de oportunidade. É uma questão de escolha. Não é algo para se ficar esperando, é algo a ser conquistado."

Analisando friamente, “O Amor Não Tira Férias” é um romance bobinho, água-com-açúcar e com final bem previsível. Mas, todo mundo tem, pelo menos, um dia na vida que só se tem vontade de ficar assistindo um filme bobinho, água-com-açúcar e final previsível. Se for o caso, minha primeira recomendação é “O Amor Não Tira Férias”.