quarta-feira, 29 de junho de 2016

Coluna Claquete – 29 de junho de 2016 - Programação dos cinemas de 30/06 a 06/07/2016





 

Newton Ramalho

 

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O que está em cartaz

Atentados sangrentos, políticos corruptos, gente intolerante, golpe, nenhuma novidade boa, tirando os arraiais de São Pedro. Enquanto isso, nos cinemas, as estreias da semana são a animação da Pixar “Procurando Dory”, a comédia nacional “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício”, e o drama de guerra “Filho de Saul”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Independence Day: O Ressurgimento”, a cinebiografia “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo”, “As Tartarugas Ninja – Fora das Sombras”, “Truque de Mestre: O Segundo Ato”, “Como Eu Era Antes de Você”, e “Invocação do Mal 2”.

Estreia 1: “Procurando Dory”

Um ano após ajudar Marlin (Albert Brooks) a reencontrar seu filho Nemo, Dory (Ellen DeGeneres) tem um insight e lembra de sua amada família. Com saudades, ela decide fazer de tudo para reencontrá-los e na desenfreada busca esbarra com amigos do passado e vai parar nas perigosas mãos de humanos. Sequência de “Procurando Nemo” (2003). A direção é de Andrew Stanton e Angus MacLane. “Procurando Dory” estreia nesta quinta-feira nas Salas 1 e 6 do Moviecom, Salas 2, 5 e 7 do Cinemark, Salas 1, 2 e 5 do Natal Shopping, e Salas 1 e 2 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “Finding Dory”)

Estreia 2: “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício”

Miguel (Gregório Duvivier) e Rodrigo (Fábio Porchat) são dois amigos que costumam realizar filmes juntos. Certa ocasião, um de seus filmes ganha um prêmio importante em um festival internacional. Animados com a premiação, os dois saem para comemorar e Rodrigo assina, em um guardanapo de bar, um contrato vitalício que garante que ele estaria em todos os filmes de Miguel dali para frente. No entanto, Miguel desaparece e só retorna dez anos depois. Quando reaparece, ele leva para Rodrigo, agora um ator consagrado, a proposta de um filme insano que pode destruir sua carreira. A direção é de Ian SBF. “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício” estreia nesta quinta-feira na Sala 5 do Moviecom, Salas 3 e 4 do Cinemark, Sala 4 do Natal Shopping, e Sala 6 do Partage Norte Shopping. Nacional. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício”)

Estreia 3: “Filho de Saul”

1944, campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. Saul (Géza Röhrig) é um judeu obrigado a trabalhar para os nazistas, sendo um dos responsáveis em limpar as câmaras de gás após dezenas de outros judeus serem mortos. Em meio à tensão do momento e às dificuldades inerentes desta tarefa, ele reconhece entre os mortos o corpo de seu próprio filho. Filme vencedor da categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar e Globo de Ouro. A direção é de László Nemes. “Filho de Saul” estreia nesta quinta-feira na Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Saul Fia”)

terça-feira, 28 de junho de 2016

Coluna Claquete – 28 de junho de 2016 - Filme da Semana: “Decisão de Risco”



Filme da Semana: “Decisão de Risco” 

English version                                                                                                                                                   Version français

Todos os dias vemos nos telejornais alguma notícia sobre o combate aos terroristas das mais diferentes facções, sem ter a mínima noção do que ou como aquele fato aconteceu. Um filme traz à luz uma noção da complexidade dessas operações, e dos riscos envolvidos – na maioria das vezes, para pessoas inocentes. O filme é “Decisão de Risco” (“Eye in the Sky”), dirigido por Gavin Hood.
 È curioso como muitas pessoas não tem a menor noção do que seja a luta contra os terroristas, e alguns até perguntam “porque não jogam logo uma bomba atômica e acabam como todos de uma vez?”. A verdade é que os extremistas são uma perigosa minoria infiltrada em países cheios de pessoas inocentes, que não tem nenhuma ligação com o terror, e servem como escudos humanos.
No filme, vemos está em andamento no Quênia uma operação para capturar três extremistas, uma inglesa e dois americanos, que aderiram ao perigoso grupo terrorista Al-Shabab. A ocasião revela-se extremamente fortuita, pois após anos de investigação, é a primeira vez que os três estão sob a possibilidade de serem presos.
A operação é bastante complexa, sendo coordenada pela coronel inglesa Katherine Powell (Helen Mirren), com a supervisão de seu superior, General Frank Benson (Alan Rickman), que tem próximo a ele o ministro da Defesa, o Procurador-Geral e outras autoridades.
A operação tem o suporte americano, com uma equipe no Hawaii que trabalha com o reconhecimento dos alvos, e dos pilotos de um drone, que o comandam de uma base no estado de Nevada. Quem está preparado para a ação direta é uma equipe do exército do Quênia, assim como alguns agentes de campo que fazem a vigilância direta.
As dificuldades começam a surgir quando as identidades são reveladas, bem como o objetivo do encontro. O que seria uma operação de captura passa a ser uma missão de execução. A cidadania dos alvos, bem como a possibilidade de perda de vidas inocentes dispara uma frenética saraivada de comunicações, onde o desejo de eliminar perigosos inimigos esbarra na ética.
Além de trazer à discussão esse dilema, o filme foi extremamente bem construído, trazendo um nível de tensão que vai se elevando ao longo do tempo, e que, ao contrário dos filmes de ação, não resolvido “na porrada” pelo herói invencível.
Os personagens que simbolizam o maior risco são Alia (Aisha Takow), uma menina que vende pães na rua, e o agente queniano Jama Farah (Barkhad Abdi), que usa todo o seu poder de improvisação para levar a missão a contento.
Helen Mirren, eficiente como sempre, é quem conduz a história, com seu personagem mandando, implorando, bajulando e chantageando, para conseguir os seus objetivos. Alan Rickman, em seu último trabalho, mostra que foi um magnífico ator até o final, totalmente livre do seu personagem mais famoso, o professor Snape da saga Harry Potter.
Ao contrário de filmes como “Guerra ao Terror” e “Sniper Americano”, “Decisão de Risco” mostra situações diferentes de uma guerra obscura, onde pessoas em países amigos passam a ser encaradas como objetos em uma decisão estatística, e o dano maior não parece ser uma vida humana perdida, e sim o efeito de um vídeo no Youtube.
Como diz a primeira mensagem do filme, em uma guerra a primeira vítima é a verdade. Recomendo a todos, não apenas por ser bom cinema, mas por levantar uma importante discussão sobre o que pode ou não ser feito em nome do combate ao terrorismo.
 Título original: “Eye in the Sky”

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Coluna Claquete – 22 de junho de 2016 - Programação dos cinemas 23 a 29/06/2016



 

Newton Ramalho

 

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O que está em cartaz

Os invasores alienígenas voltam à Terra em “Independence Day: O Ressurgimento”, espero que passem primeiro em uma cidade do Planalto Central. As outras estreias da semana são a cinebiografia “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo”, o suspense nacional “O Caseiro”, e a comédia romântica “Casamento de Verdade”. Nesta semana teremos também a reexibição do clássico de Tarantino “Pulp Fiction – Tempos de Violência”, e da animação “Procurando Nemo”, além da pré-estreia de “Procurando Dory”. Continuam em cartaz “As Tartarugas Ninja – Fora das Sombras”, “Truque de Mestre: O Segundo Ato”, “Como Eu Era Antes de Você”, e “Invocação do Mal 2”. Nas programações exclusivas o Moviecom exibe “Alice Através do Espelho” e “X-Men: Apocalipse”, enquanto o Natal Shopping mantém o drama “Ave, César!”

Estreia 1: “Independence Day: O Ressurgimento”

O planeta Terra volta a ser objeto de um ataque alienígena aproximadamente de 20 anos após o retratado em “Independence Day” (1996). Na verdade, do ponto de vista dos aliens, são passadas poucas semanas, mas o que para eles são dias de viagem no espaço, para a Terra são muitos anos. Usando a tecnologia alienígena recuperada, as nações da Terra têm colaborado em um programa de defesa imenso para proteger o planeta. Mas, nada pode nos preparar para a força avançada e sem precedentes dos alienígenas. Somente a ingenuidade de alguns valentes homens e mulheres pode trazer nosso mundo de volta da beira da extinção. A direção é de Roland Emmerich. “Independence Day: O Ressurgimento” estreia nesta quinta-feira nas Salas 1 e 6 do Moviecom, Salas 2, 3 e 5 do Cinemark, Salas 1 e 5 do Natal Shopping, e Salas 1 e 2 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “Independence Day: Resurgence”)

Estreia 2: “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo”

Nascido e criado em Manaus, José Aldo (José Loreto) precisa lidar com a truculência do pai, Seu José (Jackson Antunes), que além de se embebedar constantemente ainda por cima bate na esposa, Rocilene (Cláudia Ohana), com frequência. Enfrentando constantemente seus demônios internos, Aldo encontra na luta sua válvula de escape. Acreditando em seu futuro como lutador, ele aceita se mudar para o Rio de Janeiro e morar de favor no pequeno alojamento de uma academia. Lá ele recebe o apoio do amigo Marcos Loro (Rafinha Bastos) e conhece Vivi (Cleo Pires), uma jovem que vai constantemente à academia. Precisando ralar um bocado para se manter, Aldo enfim consegue um voto de confiança do treinador Dedé Pederneiras (Milhem Cortaz), iniciando assim sua carreira no mundo do MMA. A direção é de Afonso Poyart. “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo” estreia nesta quinta-feira na Sala 5 do Moviecom, Salas 1 e 3 do Cinemark, Sala 4 do Natal Shopping, e Salas 3 e 4 do Partage Norte Shopping. Nacional. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo”)

Estreia 3: “O Caseiro”

Davi (Bruno Garcia), um cético professor de psicologia, é famoso por escrever um livro que explica aparições sobrenaturais através da psicanálise. Após anos sem atender pacientes, ele viaja para o interior buscando investigar o caso de um homem que acredita que sua filha vem sendo assombrada pelo fantasma do antigo caseiro de sua propriedade, que se suicidou. A direção é de Julio Santi. “O Caseiro” estreia nesta quinta-feira na Sala 2 do Moviecom. Nacional. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “O Caseiro”)

Estreia 4: “Casamento de Verdade”

Jenny (Katherine Heigl) é uma mulher adulta que sofre grande pressão da família para encontrar um marido e se casar. Mas os pais ainda não sabem que Jenny é lésbica, e namora Kitty (Alexis Bledel), que todos acreditam ser apenas uma colega. Quando revela sua orientação sexual, a família entra em crise. Mesmo assim, Jenny pretende se casar, com a aprovação dos pais ou não. A direção é de Mary Agnes Donoghue. “Casamento de Verdade” estreia nesta quinta-feira na Sala 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Jenny’s Wedding”)

Pré-Estreia: “Procurando Dory”

Um ano após ajudar Marlin (Albert Brooks) a reencontrar seu filho Nemo, Dory (Ellen DeGeneres) tem um insight e lembra de sua amada família. Com saudades, ela decide fazer de tudo para reencontrá-los e na desenfreada busca esbarra com amigos do passado e vai parar nas perigosas mãos de humanos. Sequência de “Procurando Nemo” (2003). A direção é de Andrew Stanton e Angus MacLane. “Procurando Dory” terá pré-estreia na sessão de meia-noite da próxima quarta-feira na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Exibição em 3D, cópia dublada. (T. O.: “Finding Dory”)

Clássicos Cinemark: “Pulp Fiction – Tempos de Violência”


Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) são dois assassinos profissionais trabalham fazendo cobranças para Marsellus Wallace (Ving Rhames), um poderosos gângster. Vega é forçado a sair com a garota do chefe, temendo passar dos limites; enquanto isso, o pugilista Butch Coolidge (Bruce Willis) se mete em apuros por ganhar uma luta que deveria perder. A direção é de Quentin Tarantino. “Pulp Fiction – Tempos de Violência” será exibido no Cinemark no domingo às 12h10 (Sala 5), terça-feira às 21h20 (Sala 7), e quarta-feira às 21h15 (Sala 4). Classificação indicativa 18 anos. (T. O.: “Pulp Fiction”)

O Maravilhoso Mundo da Disney: “Procurando Nemo”


O passado reserva tristes memórias para Marlin nos recifes de coral, onde perdeu sua esposa e toda a ninhada. Agora, ele cria seu único filho Nemo com todo o cuidado do mundo, mas o pequeno e simpático peixe-palhaço acaba exagerando durante uma simples discussão e acaba sendo capturado por um mergulhador. Agora, o pai super protetor precisa entrar em ação e parte numa busca incansável pelo mar aberto, na esperança de encontrar seu amado filhote. No meio do caminho, ele acaba conhecendo Dory e, juntos, a dupla vai viver uma incrível aventura. Enquanto isso, Nemo também vive uma intensa experiência ao lado de seus novos amigos habitantes de um aquário, pois eles precisam ajudá-lo a escapar do destino que lhe foi reservado: ir parar nas mãos da terrível Darla, sobrinha do dentista que o capturou. “Procurando Nemo” será exibido no Cinemark no sábado e domingo às 12h00 na Sala 2. Classificação indicativa livre. Cópia dublada, exibição em 3D. (T. O.: “Finding Nemo”)

terça-feira, 21 de junho de 2016

Coluna Claquete – 21 de junho de 2016 - Filme da Semana: "A Três Vamos Lá"



Filme da Semana: “A Três Vamos Lá” 


Nestes tempos estranhos que vivemos, em que as pessoas vagueiam entre a mais pura intolerância e a cobrança pela correção política, é muito agradável assistir um filme em que a única coisa que importa é o relacionamento entre as pessoas – mesmo que este relacionamento seja diferente daquilo que é considerado “normal”. O filme em questão é “A Três Nós Vamos” (“A trois on y va”, 2014) do diretor Jérôme Bonnell.
Como o título sugere, a história gira em torno de três pessoas: Charlotte (Sophie Verbeeck) e Micha (Félix Moati), que estão juntos há quatro anos, e a amiga do casal, Mélodie (Anaïs Demoustier). Os três são jovens e lutam com as dificuldades de um começo de vida.
Charlotte e Micha tem um problema a mais, já que o relacionamento que vivem sofre com o desgaste da monotonia. Isso fez levou Charlotte a ter um caso com Mélodie, situação que já dura alguns meses, mas que também sofre com as dúvidas e problemas das duas mulheres.
Por sua vez, Micha sente-se atraído por Mélodie, e algumas circunstâncias os levam, também, a um novo ângulo deste triângulo amoroso. Apenas Mélodie tem consciência do que está acontecendo, e ela tenta a todo custo evitar que os amigos e amantes sejam magoados, ao mesmo tempo em que tenta sobreviver às suas próprias dificuldades financeiras.
O filme é construído de uma forma leve e divertida, com algumas situações engraçadas, típicas de uma comédia romântica, mas sem nunca descambar para os exageros dos filmes de Hollywood. O espectador fica livre tanto das piadas escatológicas quanto dos clichês e pieguices sentimentais.
As relações entre os personagens, por sua vez, são construídas em cima das paixões que os unem, refletindo um pouco do imediatismo e fragilidade que compõem os relacionamentos de hoje em dia.
O aspecto mais notável do filme é a forma como o assunto é tratado, sem envolver questões morais. O fato de duas mulheres manterem um caso não é visto pela ótica da homossexualidade, assim como não é visto como adultério o envolvimento dos parceiros com uma terceira (e mesma) pessoa. A questão maior é a dos sentimentos dos seres envolvidos.
O trio central está muito bem, o que reflete diretamente o trabalho do diretor francês Jérôme Bonnell. Mas, o sucesso do filme deve-se principalmente à atuação da promissora Anaïs Demoustuer, que já havia brilhado em “Uma Nova Amiga”, já resenhado nesta coluna.
“A Três Vamos Lá” é um filme leve e divertido, obviamente que para um público menos conservador, mas que esteja com o espírito aberto para entender que o que une as pessoas não são as convenções morais, políticas e religiosas, mas, sobretudo, o amor.  
 Título original: “A trois on y va”