sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Claquete – 25 de janeiro de 2008


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Sol, praia, veraneio e agito, teu nome é Natal. E, para quem não pode se dar ao luxo de tudo isso, restam as estréias do cinema. As novidades são a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos”, com Nicolas Cage, e o policial “O Gangster”, com Denzel Washington. Continuam em cartaz a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith, a fantasia “Os Seis Signos da Luz” (os dois, nos Filmes da Semana), o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny”, o infantil “Alvin e os Esquilos”, o drama “P.S.: Eu Te Amo”, e a fantasia “A Bússola de Ouro”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe, na Sessão Cult, a produção francesa “Medos Privados em Lugares Públicos”, enquanto que o Moviecom mantém em cartaz o drama “Conduta de Risco”, a ficção-científica “Alien Vs Predador 2” e a comédia romântica “Diário de uma Babá”.

Estréia 1: “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos”

Ben Gates (Nicolas Cage), depois de encontrar o fabuloso tesouro dos Cavaleiros Templários, se tornou o caçador de tesouros mais famoso do mundo. Ben e seu pai, o professor universitário Patrick Gates (Jon Voight), são surpreendidos pela descoberta de uma das páginas do diário do assassino de Abraham Lincoln, John Wilkes Booth, que indicam que Thomas Gates, um ascentral de Ben, seria um dos conspiradores do assassinato do presidente. Ben precisa trabalhar junto a sua agora ex-namorada, a arquivista de História norte-americana Abigail Chase (Diane Kruger) e seu parceiro expert em tecnologia Riley Poole (Justin Bartha) para desvendar o mistério, passando por Washington, Paris, Londres e a terra do coração norte-americano. Ben, Patrick, Abigail e Riley meticulosamente desvendam pistas que ameaçam virar a História e suas vidas de cabeça para baixo. Entre os vários mistérios da caçada, um deles envolve o livro mais bem guardado do planeta e, a partir daí, a um famoso e mitológico tesouro. Para consternação de Patrick, Ben recorre a uma arma secreta - sua formidável mãe, a ex-mulher de Patrick e professora de lingüística Emily Appleton (Helen Mirren) - que não fala com Patrick há 32 anos. A direção é de Jon Turteltaub, que também fez o primeiro filme. “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom (dublado) e na Sala 2 do Cinemark (legendado). Para maiores de dez anos.

Estréia 2: “O Gangster”

“O Gangster” conta a história de Frank Lucas (Denzel Washington), considerado o rei do tráfico de heroína e o policial Richie Roberts (Russell Crowe), que comandou uma força tarefa federal e trouxe Lucas à justiça. A história de Lucas não é igual a de qualquer traficante. Ele cresceu na Carolina do Norte, um ambiente impregnado pelo racismo e, quando criança, viu seu primo ser morto por membros da Ku Klux Klan (KKK), simplesmente por olhar para uma garota branca. Lucas conseguiu chegar a Harlen, em New York, e usou de seu charme para conseguir chegar até ao "Triângulo de Ouro da Ásia", conseguindo suas próprias conexões para o tráfico. Ele embarcou heroína para os Estados Unidos em caixões que vinham do Vietnam. Lucas tinha a melhor heroína do mercado norte-americano, fazendo até um milhão de dólares por dia, tornando-se alvo dos investigadores de narcóticos. A direção é de Ridley Scott. “O Gangster” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e Sala 6 do Cinemark. Para maiores de 18 anos.

Sessão Cult: “Medos Privados em Lugares Públicos”

O novo filme de Alain Resnais é uma simpática comédia em uma Paris em que neva o tempo todo e se passa em torno da Biblioteca François Miterrand. São pessoas frágeis que fazem pequenos encontros de amizade ou amorosos. Um filme delicado, como o nome indica; Coeurs (Corações). Se passando em uma Paris dominada pelo frio e a neve, conta a história de seis pessoas cujas vidas são interligadas por coincidências e pelo acaso. Dentre essas pessoas, um casal prestes a casar, mas, com diversos problemas, uma religiosa com segredos, um agente de imobiliária distante de sua jovem esposa e um ‘barman’ cuidando de seu pai. A partir desta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 16 anos.




Lançamentos em DVD

“Manhã Sangrenta”, em DVD

Dois alunos fazem um pacto para se vingarem de colegas de escola que os humilharam. O plano é matá-los e logo após cometer suicídio. Filmado em tempo real, mostra a vida de vários personagens desde quando acordam até o massacre final. Flashbacks mostram o porquê os futuros atiradores Daniel e Barry, chegaram aos seus limites. Assim que as aulas começarem, dois assassinos descarregarão sua fúria. Dramatização da tragédia de Columbine. Com Jurgen Prochnow e Michael Paré. O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio Dolby Digital 2.0. Nas locadoras.

“O Homem Que Desafiou o Diabo”, em DVD

Zé Araújo (Marcos Palmeira) é um homem boêmio, que adora bebida e mulheres. Após tirar a virgindade de uma moça, ele é obrigado pelo pai dela a se casar. Após anos de humilhações, ele se revolta, destrói o armazém do sogro e ainda dá uma surra na esposa. Ao terminar, monta em seu cavalo e parte sem destino, decidido a ter uma vida de aventuras. A partir deste dia Zé Araújo passa a ser conhecido como Ojuara, enfrentando inimigos e vivendo situações inusitadas. Entre eles, estão a perigosa Mãe de Pantanha e o próprio Diabo! A direção é de Moacyr Góes, baseado no livro "As Pelejas de Ojuara", de Nei Leandro Castro, dois ilustres potiguares. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.Nas locadoras.

“Nome de Família”, em DVD

Ashoke (Irfan Khan) e Ashima (Tabu) são jovens indianos que têm seu casamento arranjado, seguindo a tradição de seu país. Eles trocam a Índia por Nova York, onde iniciam uma nova vida e se conhecem melhor. Logo, eles têm um filho, Gogol (Kal Penn). Ao crescer, Gogol passa a buscar sua própria identidade, tendo que lidar com as tradições de sua família e a cidadania americana. Ele passa a rejeitar seu próprio nome e namora Maxine Ratliff (Jacinda Barrett), uma garota rica. Enquanto planeja cursar arquitetura em Yale, Gogol se afasta cada vez mais das tradições da família, tendo que lidar com a idéia de que não pertence a nenhuma das duas culturas. A direção é de Mira Nair ("Um Casamento à Indiana"). O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Comentário em áudio da diretora; Cenas excluídas; “A anatomia de Nome de Família”; “O personagem de Kal Penn”; Trailer e Clipe musical.

Eventos

Inscrições abertas para o Revelando os Brasis Ano III

Estão abertas até o dia 28 de março as inscrições para o Concurso de Histórias do Revelando os Brasis Ano III. O projeto tem como objetivo viabilizar a produção de vídeo digitais nas pequenas cidades brasileiras. Serão selecionadas 40 histórias que depois serão transformadas pelos seus autores em um filme com duração de 15 minutos. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e o Instituto Marlin Azul, com patrocínio da Petrobras. Mais informações nos sites www.revelandoosbrasis.com.br e http://www.cultura.gov.br/, pelo telefone (27) 3327-2751 ou através do e-mail revelandoosbrasis@gmail.com.

Inscrições abertas para concursos literários na Funcart

Os concursos Othoniel Menezes (poeisa) e o Câmara Cascudo (prosa) estão com as inscrições abertas até 29 de janeiro de 2008. O ganhador de cada categoria ganhará R$ 3 mil. As obras concorrentes devem ter no mínimo de 40 páginas e, no caso do prêmio de prosa, devem ser etnográficas ou ficcionais. A participação é gratuita, e os interessados devem procurar a Fundação Cultural Capitania das Artes, na Biblioteca Municipal Esmeraldo Siqueira, no horário das 9h às 13h, até 29 de janeiro. O resultado será divulgado em 6 de março de 2008, e a premiação, tradicionalmente, é realizada em 14 de março, Dia da Poesia. Mais informações no número 3232-4944.





Filmes da Semana: “Os Seis Signos da Luz” e “Eu Sou a Lenda”

A eterna luta entre a luz e as trevas

A milhares de anos atrás, quando o homem ainda vivia em estado selvagem, certamente ele já associava a escuridão ao Mal e a luz ao Bem, embora estes conceitos nem existissem, em suas frágeis mentes, voltadas inteiramente para a sobrevivência. Para eles, o dia representava luz, calor e segurança, enquanto que a noite vinha repleta de perigos, reais e imaginários. Ao longo dos séculos, essa associação manteve-se, e, a literatura e o cinema continuam a perpetuá-la, como podemos observar nos filmes “Os Seis Signos da Luz” e “Eu Sou a Lenda”, ambos em cartaz nos nossos cinemas.

No dia em que completou 14 anos, Will (Alexander Ludwig) não conseguia ver nada diferente em si mesmo. Como todo adolescente, tinha que lidar com a insegurança de que não é nem menino nem adulto, começava a se interessar pelas mulheres, e tinha que suportar o fato de ser o mais novo filho homem em uma família grande.

Mas, durante a comemoração do Natal, ele descobre que o seu destino é muito mais importante do que poderia imaginar. Ele é herdeiro de uma estirpe de guerreiros lendários, cuja missão é combater os perigosos e malignos guerreiros da escuridão. Ele é orientado por um grupo de anciões, que irão ajudá-lo a salvar o mundo, mas, para isto, será necessário encontrar um conjunto de poderosos amuletos, os Seis Signos da Luz.

O tempo, porém, corre contra Will. O poderoso Cavaleiro (Christopher Eccleston), o senhor da Escuridão, fica mais forte a cada dia, e o menino terá menos de uma semana para reunir todos os signos, antes que as Trevas dominem o mundo. Para isso, terá que viajar no tempo, enfrentar várias situações perigosas, lidar com bruxas traiçoeiras e até com ataques de seus próprios irmãos.

O filme tem ótimos efeitos especiais, que ajudar a tornar convincente a atmosfera sombria, muito semelhante aos dos filmes de Tim Burton. O roteiro, com seus altos e baixos, é carregado, principalmente, pelo jovem protagonista Alexander Ludwig, embora o elenco de apoio complemente bem. Não há nenhum nome famoso, embora a maioria milite em programas da tv americana.

A história é baseada em uma série de livros de fantasia escritos pela escritora Susan Cooper, e que, só agora, aproveitando o lançamento do filme, estão à venda no Brasil, através da editora Novo Século. E antes que alguém faça alguma alusão a Harry Potter, saiba que este livro foi publicado originalmente em 1967, e que a sua autora já ganhou inúmeros prêmios com este e outros títulos.

O outro filme da semana, “Eu Sou a Lenda”, também foi inspirado em um livro muito conhecido, de mesmo título, escrito pelo autor de ficção-científica Richard Matheson. Na história original, um vírus transforma todos os habitantes da Terra em vampiros, à exceção do cientista Robert Neville, que tem que lutar contra todos.

Na versão atual, o vírus origina-se de uma pretensa cura do câncer, mas, que mostra-se capaz de uma incrível destruição. Nas primeiras semanas, 90% dos habitantes da Terra morrem por conta do vírus. Entre os sobreviventes, uma pequena parte revela-se imune ao vírus, mas, os demais transformam-se em zumbis enlouquecidos, que são atraídos pelo sangue das pessoas normais e alimentam-se de carne humana. Estes seres tem um sensibilidade exacerbada na pele, de modo que a simples exposição aos raios ultra-violeta emitidos pelo sol é capaz de queima-los.

Neste universo é que vive Robert Neville (Will Smith), um cientista do exército americano, que, imune ao vírus, permanece em Manhattan, a ilha central de Nova York, onde pesquisa incessantemente alguma maneira de debelar o vírus que destruiu o mundo.

Enquanto circula pela cidade, acompanhado pela cadela Samantha, Neville luta contra os zumbis, procura manter a sanidade e sofre com a falta da família morta na ocasião em que a cidade foi isolada.

Ele usa os meios possíveis para se comunicar com outros possíveis sobreviventes, emitindo mensagens pelo rádio, na esperança que mais gente esteja na mesma situação que ele. Quando já está praticamente se entregando ao desespero, é surpreendido pela chegada de Anna (Alice Braga) e seu filho Ethan (Charlie Tahan), dois sobreviventes que vieram de São Paulo. Claro que não se explica que os dois são brasileiros (se é que são), afinal de contas, todo americano sabe que no Brasil se fala espanhol e a nossa capital é Buenos Aires...

Eles ainda terão que resistir a uma batalha final onde os zumbis parecem começar a criar uma hierarquia e organização, para destruir o seu pior inimigo.

Esta é a terceira versão cinematográfica baseada no livro de Matheson. A primeira foi “Mortos que Matam” (“The Last Man on Earth”), de 1964, com Vincent Price, e, a segunda e mais conhecida, "A Última Esperança Sobre a Terra" (“The Omega Man”), de 1971, estrelada por Charton Heston. Em ambas as versões, os seres dominados pela praga são mostrados como vampiros, como está no livro. Apenas o primeiro pode ser encontrado em DVD no Brasil. Espero que, com o sucesso do filme atual, haja interesse em lançar a versão de 1971.

Os dois filmes discutidos nesta resenha são frutos da nova geração do cinema, onde a história fica meio sufocada em meio à profusão de efeitos especiais. Some-se a isto o maniqueísmo tão presente na cultura ocidental, onde, em nossa forma de pensar simplista, o mundo é visto como que dividido em dois: o do Bem e o do Mal. Bem e Mal, claro e escuro, luz e trevas. Certamente, essas histórias, contadas por orientais, teriam uma ótica completamente diferente.

Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Pensando em termos de cinema, os dois filmes mostram-se repletos de ação e fortes apelos visuais e sonoros, que, certamente agradarão às gerações mais novas. Se alguém quiser se aprofundar mais nos temas, recomendo que procurem os livros, ambos à disposição no mercado nacional. Boa diversão!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Claquete – 18 de janeiro de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com


O que está em cartaz

Em plenas férias, os lançamentos que chegam são endereçados ao público infanto-juvenil. As novidades são a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith, e a fantasia “Os Seis Signos da Luz”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Alien Vs Predador 2”, o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny”, a comédia romântica “Diário de uma Babá”, o infantil “Alvin e os Esquilos”, o drama “P.S.: Eu Te Amo”, com Hillary Swank, a fantasia “A Bússola de Ouro”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe, na Sessão Cult, a produção francesa “A Coragem de Amar”, do genial Claude Lelouch, enquanto que o Moviecom mantém em cartaz o drama “Conduta de Risco” (veja em Filme da Semana).

Estréia 1: “Eu Sou a Lenda”

Um vírus, desenvolvido por cientistas, é divulgado como a cura universal para o câncer. Mas, ele degenera em praga letal. Os governos declaram a quarentena e evacuam cidades como Nova York e Tóquio. No fim do ano, o vírus Krippin mata 90% da população. Sobrevivem 9,8% infectados – e só 0,2% imunes. Como resultado, hordas de mutantes passam a atacar as minorias, à cata de sangue puro. Robert Neville (Will Smith) é um cientista brilhante, por sorte, imune ao vírus. Há três anos ele percorre a cidade, enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Dois sobreviventes de São Paulo, a bela Anna (Alice Braga) e seu filho, ouvem a mensagem e vão a seu encontro. Os três formam uma nova família humana. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo. Paralelamente, ele realiza testes com seu próprio sangue, buscando encontrar um meio de reverter os efeitos do vírus. Este filme é baseado no livro homônimo, de Richard Matheson, e é a segunda adaptação, já que, em 1971, Charlton Heston protagonizou “O Último Homem Sobre a Terra”. Neste filme, como no livro, os mutantes viram vampiros, enquanto que, na versão atual, são mutantes zumbis. “Eu Sou a Lenda” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e nas Salas 1 e 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Os Seis Signos da Luz”




Aos 13 anos, Will (Alexander Ludwig), que sempre se imaginava uma pessoa comum, descobre que é um Old One, um mago dotado de poderes especiais. Ele conhece o mago Merriman Lyon, conhecido como Merlin, que o guia na luta contra o mal ao lado da reencarnação do Rei Arthur Pendragon. Durante um Natal, as forças do mal atacam Will em uma igreja, e ele descobre seus poderes. Como está no meio de uma antiga batalha entre o bem (luz) e o mal (trevas), Will precisa viajar no tempo para encontrar as seis chaves (madeira, bronze, ferro, água, fogo, rocha), para assim liberar a luz e evitar que o mal prevaleça. O filme é baseado em uma série de cinco livros escrita pela inglesa Susan Cooper, em 1967, muito antes de Harry Potter, e nunca foram publicados no Brasil. “Os Seis Signos da Luz” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom (legendado) e Sala 4 do Cinemark (dublado). Para maiores de 12 anos.



Sessão Cult: “A Coragem de Amar”

Diversas histórias se mesclam para falar de questões humanas rotineiras. Entre elas, há a esposa de um policial que decide trocá-lo pelo amante casado, um carismático vendedor de rua, uma ladra, a atendente de um clube de jazz que é perseguida pelo chefe, um sem-teto que diz ser Deus, uma dupla de cantores de rua formada por um italiano cinqüentão e uma pós-adolescente e uma empregada doméstica que trabalha para uma atriz extravagante, que está dividida entre o proprietário de uma pequena rede de pizzarias e o motorista da casa. Se o roteiro parece confuso, saiba que a direção é de um mestre, Claude Lelouch, autor do inesquecível “Um Homem, Uma Mulher”. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 14 anos.


Lançamentos em DVD

“A Maldição da Flor Dourada”, em DVD



Inspirada na peça Thunderstorm, de Cao Yu (1910-1996), a trama é ambientada durante a Dinastia Tang (618-907), das mais opulentas da China milenar, mas também das mais trágicas. Gong Li e Chow Yun-Fat interpretam a Imperatriz Fênix e o Imperador Ping - ele se casou por interesse e quer matá-la, ela está apaixonada pelo filho do primeiro casamento do imperador e também não o suporta. Surge aí um sangrento combate por honra e poder. A Direção é de Zhang Yimou. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Especial Segredos, Pré-Estréia em Los Angeles e Trailers. Nas locadoras.

“Amor e Outros Desastres”, em DVD



Emily "Jacks" Jackson (Brittany Murphy) é uma jovem americana, alegre e cheia de energia. Ela mora em Londres e trabalha na revista de moda Vogue. Hiperativa, não pára de falar e tem como especialidade arranjar “pares perfeitos” para seus amigos próximos: Tallulah Wentworth (Catherine Tate), caçadora neurótica de homens, e Peter Simon (Matthew Rhys), gay aspirante a escritor, com quem ela divide apartamento. Jacks se gaba de ter o melhor radar para gays da cidade e faz de Peter o principal objeto de suas tramas casamenteiras. Quando o atraente Paolo Sarmiento (Santiago Cabrera) começa a trabalhar no estúdio da revista, como modelo, Jacks decide armar para juntar os dois. Só que Paolo não é gay e está interessado em Jacks. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making Of, Slide Show, Trailers e Novidades. Nas locadoras.

“Um Certo Olhar”, em DVD



Durante uma viagem, Alex Hughes dá carona a Vivienne, mas acabam se envolvendo em um terrível acidente de carro, causando a morte da garota. Atormentado pela culpa, Alex resolve procurar a mãe de Vivienne e encontra Linda, uma mulher muito especial que enxerga o mundo de uma forma diferente. Enquanto eles tentam lidar com suas perdas de diferentes maneiras, Alex se envolve com a vizinha de Linda e experimenta uma profunda cadeia de emoções. “Um Certo Olhar” é um filme sobre confiança, aceitação e o poder da amizade nas mais diversas formas. A direção é de Marc Evans, e, no elenco, estão Alan Rickman, Carrie-Anne Moss e Sigourney Weaver. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Slide Show, Trailer e Novidades.

“Free Zone”, em DVD



Rebecca (Natalie Portman) é uma americana que vive em Jerusalém há alguns meses. Ao entrar no táxi da israelense Hanna (Hana Laszlo), Rebecca aceita acompanhá-la, quando esta revela que está a caminho da "zona franca" na Jordânia, local onde pessoas do Iraque, Egito, Síria e Israel circulam livremente, para fazer negócios. Lá, a palestina Leila (Hiam Abbass) explica para Hanna sobre o desaparecimento do homem que devia dinheiro a ela e a seu marido. A partir deste momento, as três mulheres, de origens e histórias de vida distintas, deverão manter-se unidas nesta noite em que tudo pode acontecer. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0.

Eventos




Livros x Filmes

O livro era melhor, diz o velho chavão. Será? Para quem quiser fazer a comparação com os filmes que estão em cartaz, pode começar com “A Bússola de Ouro”, primeiro volume da trilogia Fronteiras do Universo, de Philip Pullman (Editora Novo Século), “Eu Sou a Lenda”, de Richard Matheson (Editora Nova Fronteira), e, adiantando o lançamento, “O Caçador de Pipas”, de Khaled Hosseini (Editora Nova Fronteira). Comentários para esta coluna serão muito bem vindos.

Filme da Semana: “Conduta de Risco”

Faxineiro de luxo

É sempre interessante ver como o ser humano é capaz de se superar e realizar feitos fora do comum. O cinema está repleto de fatos assim, quase sempre, gestos heróicos ou humanitários, de pessoas movidas pelas virtudes. Mas, a vida também tem muitos exemplos negativos, onde as pessoas fazem coisas detestáveis, movidas por maldade, pela sede de poder, pela ambição – dinheiro, enfim. Uma situação dessas é mostrada em “Conduta de Risco”, em cartaz nos nossos cinemas.

Se tem alguém que não se sente nem um pouco heróico, este alguém é Michael Clayton (George Clooney). Ex-promotor de justiça, e vindo de uma família com longa tradição na polícia, Michael está extremamente insatisfeito com a sua vida. Embora esteja trabalhando a dez anos em uma importante firma de advocacia em Nova York, Michael, mesmo ganhando muito bem, continua sendo um simples funcionário. Na verdade, a sua função mais importante é quebrar galhos para clientes importantes, resolver situações embaraçosas e evitar que os problemas se agravem. Como ele próprio se denomina, é um simples faxineiro.

Sua vida pessoal também está em frangalhos. Divorciado, com um filho, ele está em sérios problemas financeiros, devendo para agiotas, por conta de um negócio fracassado, em que entrou para ajudar um irmão, que tem problemas de alcoolismo. Ele mesmo tem que controlar o vício do jogo, que já o deixou em sérios problemas, no passado.
No meio de tudo isso, uma crise acontece na firma. Marty Bach (Sydney Pollack), um dos sócios principais, pede a Michael que vá socorrer Arthur Evans (Tom Wilkinson), que sofreu um ataque nervoso e causou um escândalo dentro de um tribunal de outro estado. Evans, o mais conceituado advogado da firma, há anos vinha conduzindo a defesa da poderosa indústria de química para agricultura, a U/North, em um processo bilionário que era movido por parentes de pessoas que morreram devido a efeitos colaterais dos produtos da empresa.

No seu surto, Evans tem uma tomada de consciência, e resolve mudar de lado, com a idéia de trazer justiça para as pessoas que sofreram com as mortes dos parentes. Isso deixa todos em pânico, tanto em sua firma, quanto na U/North, já que ele conhecia profundamente o processo – e todos os documentos comprometedores da empresa.

Isso preocupa bastante Karen Crowder (Tilda Swinton), uma ambiciosa executiva da U/North, que acaba de assumir um importante cargo, que tem, entre suas atribuições, acompanhar o processo contra a sua companhia. Insatisfeita com a maneira como Michael está tentando resolver a crise originada por Evans, ela contrata um grupo de espiões industriais, capazes de usar qualquer meio para chegar aos objetivos contratados.

A atitude da executiva esbarra na obstinação de Michael, que não se satisfaz com nenhuma solução que lhe oferecida. Ele percebe que alguma coisa está profundamente errada, e tem a sensação de que ele mesmo está enterrado no lamaçal criado pela sua empresa e pela petroquímica.

George Clooney, mais uma vez, participa de filmes políticos, de forte denúncia, que já foram demonstrados em “Boa Noite e Boa Sorte”, sobre a censura e perseguição política do macarthismo, e “Syriana – A Indústria do Petróleo”, onde mostrava que os interesses das empresas de petróleo eram considerados mais importantes do que os dos Estados Unidos e dos países produtores. É bem verdade que, retratando uma situação doméstica, e simplificando muito a trama, “Conduta de Risco” mostra como os interesses empresariais passam por cima do bem estar da população – mesmo a americana, que não se dirá do resto do mundo.

“Conduta de Risco”, na mesma linha de “O Jardineiro Fiel”, mostra a falta de escrúpulos das grandes corporações, onde altos executivos tomam decisões que afetam populações inteiras, sem o menor peso na consciência. A mão que assina o cheque pode ser a mesma que mata, sem ter que apertar o gatilho. Confiram, vale o preço do ingresso.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Claquete

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Divididos entre as confraternizações de final de ano, as compras de Natal, e, as férias dos pimpolhos, os olhos se voltam para os cinemas, que atendem adultos, crianças e colunas-do-meio. Nas estréias da semana, o mais esperado é “007 – Cassino Royale” (veja em Filme da Semana), ação, com o novo James Bond, vivido por Daniel Craig. As outras estréias são “Xuxa Gêmeas”, e, a ótima animação “Por Água Abaixo”. Nas continuações, “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, e, a animação “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, e, “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke. No Moviecom, tem o drama “O Grande Truque”, o nacional “Sonhos e Desejos”, e, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Na sexta-feira e no sábado, acontece a pré-estréia da comédia romântica “O Amor Não Tira Férias”, somente no Cinemark.

Estréia 1: “007 – Cassino Royale”

A primeira missão do agente secreto James Bond (Daniel Craig) o leva a Madagascar. Sua tarefa é espionar o terrorista Mollaka (Sebastien Foucan), mas, nem tudo sai como o planejado. Bond decide espionar por conta própria o restante da célula terrorista, nas Bahamas. Lá, ele conhece Alex Dimitrios (Simon Abkarian), e, sua namorada Solange (Caterina Murino). Alex está envolvido com Le Chiffre (Mads Mikkelsen), o banqueiro de organizações terroristas espalhadas pelo planeta, que pretende conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 envia Bond para jogar contra Le Chiffre, sabendo que, caso Le Chiffre perca a partida, isto desmontará sua organização. Para esta tarefa, Bond terá a companhia da sedutora Vesper Lynd (Eva Green), enviada por M (Judi Dench) para acompanhá-lo na missão. A direção é de Martin Campbell. “007 – Cassino Royale” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 6 e 7 do Moviecom, e, nas Salas 5 e 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Xuxa Gêmeas”

Duas gêmeas idênticas foram separadas quando ainda eram bebês, já que uma delas saiu engatinhando do carro de luxo dos pais, e, entrou, acidentalmente, no trailer de uma trupe de artistas. Trinta anos depois, Elisabeth (Xuxa) é a presidente do império gráfico do pai, enquanto que sua irmã gêmea, Mel (Xuxa), dirige uma escola de artes cênicas, voltada para uma comunidade carente. A vida delas se cruza quando Elisabeth corta o patrocínio da empresa à escola de Mel, o que faz com que ela vá à empresa para reclamar. A direção é de Jorge Fernando. “Xuxa Gêmeas” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 1 e 3 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 3: “Por Água Abaixo”

Nova e divertida animação da DreamWorks, contando a história de Roddy, um rato da alta sociedade, que vive em um luxuoso apartamento em Kensington. Quando um rato comum de esgoto, chamado Syd, aparece, quem acaba indo por água abaixo é Roddy, indo bater na agitada Ratópolis. Lá, Roddy encontra Rita, uma ratazana empreendedora que pilota um barco nos esgotos, e, se dispõe a ajudá-lo. Mas, o perverso sapo Toad tem alguns propósitos malignos, e, envia seus dois miseráveis ratos-de-confiança, Spike e Whitey, para fazer o trabalho. Quando eles falham, Toad manda chamar seu primo francês, o temido mercenário, Le Frog. No filme todo é utilizada a técnica claymotion (animação de massinhas). “Por Água Abaixo” estréia nessa sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom, e, nas Salas 2 e 3 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Pré-Estréia: “O Amor Não Tira Férias”

Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) são duas mulheres que vivem distantes uma da outra, uma nos Estados Unidos, outra na Inglaterra. Mas, as duas têm estão cansadas de suas vidas, e, precisam desesperadamente dar uma renovada. Conhecendo-se na Internet, resolvem trocar de casas durante os feriados natalinos. É nessa troca que elas descobrem que uma mudança de endereço realmente pode mudar as suas vidas. A diretora Nancy Meyers reuniu um elenco de peso, com Jude Law, Jack Black, Edward Burns e Rufus Sewell. "O Amor Não Tira Férias” terá pré-estréia neste sábado e domingo, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.


Cineclube Natal exibe “Limite”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 17, o filme “Limite”, de Mário Peixoto. Este filme, de 1931, foi o único, porém, surpreendente, longa-metragem do genial cineasta. Será exibido, também, o curta-metragem “O Obsessor”, de Felipe Cataldo. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia, e, sorteio de brindes. Os ingressos custam R$ 2,00.

Filmes para ver antes de morrer

Chegou às bancas de jornais o livro “300 filmes para ver antes de morrer”. A publicação é muito interessante, e, como diz o título, explora os 300 filmes que, na opinião dos autores, destacaram-se na história do cinema. E, para cada um, dizem o porquê. Certamente, a seleção do leitor será diferente da minha, que é diferente do livro, mas, o que importa é que o cinéfilo tem, à disposição, uma antologia de cinema interessante, publicada com ótima qualidade. Por vinte pilas, vale à pena dar uma conferida.



Filme da semana: “007 – Cassino Royale”

A primeira missão a gente nunca esquece...

Bond, James Bond. Este chavão, que se tornou a marca registrada do espião mais famoso do cinema, será repetido mais uma vez, na mais recente produção sobre 007. Contudo, “007 – Cassino Royale” promete ser diferente de tudo que já foi mostrado sobre Bond, nos vinte filmes da lista oficial. Curiosamente, este Bond, literalmente, novinho em folha, está muito mais próximo do personagem criado pelo escritor Ian Fleming do que os protagonistas dos filmes anteriores.

“Cassino Royale” é o primeiro livro com o personagem James Bond, escrito pelo escritor e jornalista inglês Sir Ian Lancaster Fleming em 1952. A história é baseada nas próprias experiências do autor, que foi correspondente durante a Segunda Guerra Mundial, ingressando, depois, no Serviço de Inteligência da Marinha britânica.

Este foi o único livro, dos 14 com o personagem James Bond, que o produtor Harry Saltzman não obteve os direitos de adaptação para o cinema, em 1961. Isto fez com que ele fosse adaptado por outros produtores em 1967, estrelado por David Niven. Só agora, após muitos acordos, é que pode ser realizado pelos produtores da série oficial.

Após tanto tempo, era chegado o momento de inovar. Mesmo tendo passado por cinco atores diferentes, Sean Connery, George Lazemby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan, James Bond parecia estar se tornando, cada vez mais, um mero operador de geringonças eletrônicas. A mudança não poderia ser mais radical, a começar pelo ator escolhido, Daniel Craig. “Louro, feio e musculoso”, apregoam os insatisfeitos, indiferentes à longa carreira do ator, mais apegados a um padrão definido pelos filmes mais recentes do espião.

O Bond de Craig, na verdade, é muito mais parecido com o Bond dos livros, principalmente com o de “Cassino Royale”, o primeiro de todos. Em sua primeira missão, James Bond tem que suar, para merecer o duplo zero, que dá permissão para matar. Como nos livros, as armas mais valiosas deste novo Bond serão a sua inteligência, coragem e habilidades, qualidades desejadas para um super-espião.

A sua primeira missão de Bond leva-o a Madagascar, com o objetivo de espionar um terrorista, Mollaka (Sebastien Foucan). Mas, nem tudo corre como planejado, e, em vez de obedecer às ordens de M (Judi Dench), ele resolve investigar por conta própria, e, capturar o resto da célula terrorista.

Seguindo uma pista até as Bahamas, ele conhece Dimitrios (Simon Abkarian) e sua namorada, Solange (Caterina Murino). Lá, ele descobre que Dimitrios está envolvido com Le Chiffre (Mads Mikkelsen), banqueiro de organizações terroristas do mundo todo. A Inteligência do Serviço Secreto revela que Le Chiffre planeja conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 designa 007 para jogar contra ele, sabendo que se Le Chiffre perder, destruirá sua organização.

M envia Bond sob os olhos atentos da sedutora Vesper Lynd (Eva Green). Incrédulo a princípio quanto à possível contribuição que Vesper poderia prestar, o interesse de Bond por ela aumenta depois que eles sobrevivem, juntos, a muitos perigos, e, até à tortura, nas mãos de Le Chiffre. Em Montenegro, Bond se associa a Mathis (Giancarlo Giannini), um agente de campo local do MI6, e, Felix Leiter (Jeffrey Wright), representante dos interesses da CIA. O jogo prossegue como uma maratona de golpes baixos e agressões, em que está em jogo o próprio sangue, até chegar a um clímax apavorante.

Se o espectador irá encontrar um Bond que resolve as coisas “no braço”, poderá se surpreender com os traços mais humanos, do agente. Por sua vez, a Bond-girl de Eva Green a invés de imitar as figurantes exóticas dos outros filmes, será alguém que irá influenciar o caráter e o comportamento do futuro 007. Algumas heresias serão observadas pelos fãs, como não dar importância ao jeito de preparar o martini. O “batido, não mexido” foi substituído por “eu lá dou importância a isso?”...

Os fãs do personagem poderão matar a saudade dos filmes anteriores com o relançamento em luxuosas edições em DVD, dos vinte filmes da série. Os filmes podem ser adquiridos na coleção completa, com uma bonita (e cara) maleta, em packs de quatro filmes, ou isoladamente, todos em edição dupla, com formato de tela widescreen anamórfico, som remasterizado e diversos extras. Rever estes filmes, certamente ajudará as novas gerações a entender a magia do personagem, que, de tão famoso, virou até sinônimo de pasta de executivo (para quem não sabe o porquê, assista “Moscou Contra 007”).

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Claquete – 11 de janeiro de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois das festas, voltam as estréias, aproveitando as férias da garotada. As novidades são a ficção “Aliens Vs Predador 2”, o drama “Conduta de Risco”, o nacional “Meu Nome Não é Johnny” e a comédia romântica “Diário de uma Babá”. Continuam em cartaz: “Alvin e os Esquilos”, mistura de animação com atores reais, os dramas “P.S.: Eu Te Amo” (veja em Filme da Semana), com Hillary Swank, e “O Amor nos Tempos do Cólera”, baseado no livro de Garcia Márquez, as fantasias “A Bússola de Ouro” e “Encantada”, da Disney, e a animação “Bee Movie – A História de uma Abelha”. Nas programações exclusivas, o Cinemark mantém o suspense “P2 – Sem Saída”, e, na Sessão Cult, o drama nacional “Querô”.

Estréia 1: “Aliens Vs Predador 2”

Desta vez, os extraterrestres mais temidos do cinema levam sua guerra para a pequena cidade de Gunnison, no Colorado. Quando a nave dos Predadores aterrissa, os Aliens que estavam escondidos a bordo matam todos os Predadores, com exceção de um. Este sobrevivente terá de destruir todos os Aliens se quiser continuar vivo. Porém, no meio dessa luta sangrenta e destrutiva estão os seres humanos. Este é o sexto filme onde o alienígena aparece, desde “Alien – O 8º Passageiro”, em 1979. “Aliens Vs Predador 2” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.


Estréia 2: “Conduta de Risco”

Michael Clayton (George Clooney) trabalha numa das maiores firmas de advocacia de Nova York, tendo por função limpar os nomes e os erros de seus clientes. Ex-promotor de justiça e vindo de uma família de policiais, Clayton é o responsável por realizar o serviço sujo da firma, que tem Marty Bach (Sydney Pollack) como um de seus fundadores. Apesar de estar cansado e infeliz com o trabalho, Clayton não tem como deixar o emprego, já que está cheio de dívidas. Quando Arthur Evans (Tom Wilkinson), o principal advogado da empresa, sofre um colapso, Clayton é enviado para solucionar o problema. É quando ele nota a pessoa em que se tornou. “Conduta de Risco” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e Sala 4 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.

Estréia 3: “Meu Nome Não é Johnny”

João Guilherme Estrella (Selton Mello) nasceu em uma família de classe média do Rio de Janeiro. Filho de um diretor do extinto Banco Nacional, ele cresceu no Jardim Botânico e freqüentou os melhores colégios, tendo amigos entre as famílias mais influentes da cidade. Carismático e popular, João viveu intensamente os anos 80 e 90. Neste período ele conheceu o universo das drogas, mesmo sem jamais pisar numa favela. Logo se tornou o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro, sendo preso em 1995. A partir de então, passou a enfrentar o cotidiano do sistema carcerário brasileiro. A direção é de Mauro Lima. “Meu Nome Não é Johnny” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom e Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.





Estréia 4: “O Diário de uma Babá”

Annie Braddock (Scarlett Johansson) é uma jovem que foi contratada de maneira impulsiva para ser babá do filho de um casal de pais ausentes, cujo casamento está abalado. Logo, a garota passará a ficar ocupada demais, ouvindo aflições matrimoniais vividas pelos seus patrões, além de ter de cuidar de uma criança mimada. Tudo fica ainda mais complicado quando ela conhece o cara dos seus sonhos, e descobre que namorar um gatão de Harvard, não é assim tão fácil. “O Diário de uma Babá” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom e Sala 7 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.





Sessão Cult: “Querô”

Querô (Maxwell Nascimento) é filho de uma prostituta, que foi expulsa do bordel em que trabalhava no dia em que deu à luz. Desesperada, ela se suicida tomando querosene. Violeta, a dona do prostíbulo, decide cuidar do garoto e o apelida de Querô, em referência ao modo como sua mãe morreu. Ao crescer, Querô, revoltado com os maus tratos que recebe, passa a cometer pequenos delitos. Um dia, ele é pego e encaminhado à Febem, onde sua vida é marcada para sempre. Querô não se dobra à disciplina opressora dos reformatórios, ao jogo fácil do tráfico de drogas e aos policiais corruptos que o perseguem. Inspirado na obra do dramaturgo Plínio Marcos. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 16 anos.


Lançamentos em DVD

“Os Simpsons – O Filme”, em DVD

O alerta ambiental está apitando na poluída Springfield. Todos decidem parar de sujar o lago da cidade, só que Homer, claro, comete mais uma das suas. Não resta opção senão o governo dos EUA tomar uma medida drástica: o presidente Arnold Schwarzenegger manda isolar Springfield com uma imensa redoma de vidro. Depois e de uma fuga espetacular, onde se refugia no Alaska, os Simpsons decidem voltar e encarar as suas responsabilidades, e resta a Homer consertar a burrada que fez. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Instinto Secreto”, em DVD

Sr. Brooks é um respeitado empresário, um adorável marido e pai. Mas, ele guarda um segredo inacreditável: é viciado em matar, tão mortalmente inteligente que nunca ninguém suspeitou dele - até agora. Quando Sr. Brooks decide matar pela última vez, um fotógrafo amador testemunha o crime. Inesperadamente, o esperto assassino se vê nas mãos de um oportunista, ao mesmo tempo em que é caçado por uma obstinada detetive. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0. Nas locadoras.

“Alien – O 8º Passageiro – Ed. Definitiva”, em DVD





No primeiro filme da aterrorizante saga Alien, a tripulação da nave espacial Nostromo atende a um pedido de ajuda de um planeta isolado. Lá, encontram o remanescente de uma raça mortal de alienígenas que usa hospedeiros humanos para procriar. Agora, os tripulantes precisam lutar não apenas pela própria sobrevivência, mas pela sobrevivência de toda a raça humana. Edição especial, com um segundo disco repleto de extras, percorrendo toda a trajetória de pré-produção, produção e pós-produção do filme, indo da criação da história e seleção dos atores até efeitos musicais e premiéres. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Invasão de Domicílio”, em DVD





Will Francis (Jude Law) tem um projeto arquitetônico para fazer de King's Cross um lugar mais seguro e agradável. O problema é que o bairro londrino não colabora - mal instala seu escritório em um barracão por lá, o arquiteto tem todos os seus iMacs roubados, duas vezes. Certa noite, ele decide atocaiar o ladrão. Descobre um garoto, imigrante sérvio, que veio morar na Inglaterra junto com a mãe, Amira (Juliette Binoche). Cheio de boas intenções, Will vai atrás do menino pensando em ajudá-lo, mas acaba interessado pela mulher. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários do Diretor Anthony Minghella, “Por Trás das Câmeras de Invasão de Domicílio”, Festa de Inauguração e Trailer.

“Pixar Short Films Collection”, em DVD

Sabe aqueles ótimos curtas-metragens animados que sempre são exibidos antes dos filmes da Pixar ou nos extras dos DVDs? Eles foram compilados e agora ganham seu próprio disco. São 13 curtas animados em uma edição histórica com: “As Aventuras de André & Wally B.”, “Luxi Jr.”, “O Sonho de Red”, “Tin Toy”, “Knick Knack”, “O Jogo de Gari”, “Para os Pássaros”, “O Novo Carro de Mike”, “Pular”, “O Ataque de Zezé”, “A Banda de um Homem Só”, “Mate e a Luz Fantasma” e “Quase Abduzido”. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, “Os curtas da Pixar: Uma curta história”; “Vila Sesamo: Surpresa”; “Vila Sesamo: Leve e Pesado”; “Vila Sesamo: Em cima e em Baixo”; “Vila Sesamo: Em Frente e Atrás”; Easter Eggs: Luxo Jr. - Pencil Test - Flags and Waves - Beach Chair.

Eventos

Fotografe o seu cinema antes que ele vire igreja





A Coluna Claquete apóia a campanha da revista Moviola (http://www.revistamoviola.com/) para preservar a memória dos antigos cinemas, que estão sumindo do mapa. Não há regra nenhuma, a foto pode ser de qualquer ângulo ou formato, e o prêmio é ter a memória do seu cinema favorito preservada, junto com tantos outros deste Brasil. O Cine Pax, de Mossoró, que encerrou as atividades agora, já está no site. Um dos editores da revista é o jornalista potiguar Aristeu Araújo.


Filme da Semana: “P.S.: Eu Te Amo”

Cartas do além

Mesmo após meio século como freqüentador de cinemas, a Sétima Arte ainda consegue me surpreender, não apenas pelo valor artístico dos filmes, mas, também, pelo fascínio que exerce sobre as pessoas de todas as idades. Foi o que constatei ao assistir “P.S.: Eu Te Amo”, em uma sessão às nove e meia da noite, repleta de espectadores, composta, em sua maioria, por jovens que não devia nem ter nascido quando eu comprei o meu primeiro videocassete.

Pela sinopse, desconfiei que fosse um drama lacrimejante, e, embora constatasse vários olhos chorosos ao final da sessão, o filme mostrou um delicado equilíbrio de drama e comédia, com uma interessante visão de como encarar a morte – tanto para quem fica, quanto para quem vai.

Holly Kennedy (Hilary Swank) conseguiu o que muitas mulheres sonham a vida inteira, encontrou e casou com o homem de sua vida, Gerry (Gerard Butler), um divertido e apaixonado irlandês, que largou sua vida no Velho Continente para morar com ela em Nova York.

Mas, Holly não está feliz. Após quase dez anos de casamento, eles continuam morando em um pequeno apartamento e tem que adiar continuamente o sonho de ter um filho, em vista de sua situação financeira. Enquanto Gerry montar a sua própria empresa de limusines, Holly não consegue se ajustar em nenhum emprego. Mesmo com as freqüentes discussões, o casal sempre volta às boas, principalmente pelo bom humor de Gerry e sua capacidade de faze-la rir.

Mas, a felicidade do casal é interrompida pela morte de Gerry, vitimado por um tumor no cérebro. Mesmo com o apoio incondicional da mãe, Patrícia (Kathy Bates), e das amigas Denise (Lisa Kudrow) e Sharon (Gina Gershon), Holly entra em um estado depressivo, isolando-se em seu apartamento, ignorando o telefone, lembrando do falecido marido e enlouquecendo aos poucos.

Quando a mãe e as amigas vão ao apartamento de Holly, para comemorar o aniversário dela, um fato inusitado surpreende a todos. Um mensageiro entrega um bolo, com uma mensagem gravada por Gerry, dizendo que ela fosse comemorar, pois, no dia seguinte ela receberia uma carta dele.

Aos poucos, sucessivas cartas vão chegando para Holly, sempre em momentos importantes e decisivos, deixando a moça em dúvida se era premonição do falecido marido, ou, ele a estava conduzindo por caminhos que a estavam conduzindo em uma direção que ela não conseguia definir. Ao final de todas elas, sempre a mensagem “P.S.: Eu te amo”.

Em sua jornada, Holly passa por situações inusitadas, desde a comemoração em uma boate gay, como em uma viagem à Irlanda, em uma dolorosa, mas, reconfortante volta ao passado, no encontro que uniu sua vida à de Gerry, enquanto abre portas ao futuro.

Nesse calvário pessoal, ela tem que lidar com uma dupla perda, a do marido, e outra da adolescência, quando o pai abandonou a família. Entre a sua dor e a da mãe, ela vislumbrará que, na vida, só existe o caminho para frente. É preciso enfrentar a dor, entende-la e deixa-la para trás. Não há substitutos para os mortos, mas, eles devem ficar apenas nas boas lembranças.

Apesar da temática séria e sensível, o filme segue por um caminho mais suave, fugindo das situações melodramáticas, e alternando momentos engraçados e românticos. O roteiro bem amarrado fica melhor ainda com o excelente elenco, que, embora não tenha estrelas de primeira grandeza, está muito bem servido. Hilary Swank, ganhadora de dois Oscars (“Meninos Não Choram” e “Menina de Ouro”) não resvala como a sofrida e atordoada viúva. O peso dramático fica por conta de Kathy Bates, outra oscarizada, no merecido “Louca Obsessão”, embora no secundário papel da mãe de Holly, brilha, cada vez que aparece.

O elenco de suporte também está muito bem, a começar pelo escocês Gerard Butler, o tanquinho-mor de “300”. Gina Gershon faz a amiga sensata, enquanto que Lisa Kudrow não consegue fugir da sua personagem do seriado “Friends”, a abilolada Phoebe.

De resto, a bela trilha sonora e as fantásticas locações, que alternam o familiar cenário urbano de Nova York com o bucolismo rural da Irlanda certamente completam o pacote de um dos melhores pequenos filmes de Hollywood.

E, homens, fiquem atentos, pois é revelado um dos segredos mais bem guardados do universo feminino: o que, realmente, elas querem? Quem assistir, saberá.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Claquete – 04 de janeiro de 2008





Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Ano novo, vida nova, embora tenha poucas novidades nos cinemas. A única estréia do final de semana é “Alvin e os Esquilos”, mistura de animação com atores reais. Continuam em cartaz os dramas “P.S.: Eu Te Amo”, com Hillary Swank, e “O Amor nos Tempos do Cólera”, baseado no livro de Garcia Márquez, as fantasias “A Bússola de Ouro” e “Encantada” (os três, em Filmes da Semana), da Disney, os nacionais “Os Porralokinhas”, com uma nova aventura do Tio Maneco e “Xuxa em Sonho de Menina”, o policial “Justiça a Qualquer Preço”, com Richard Gere, e a animação “Bee Movie – A História de uma Abelha”. Nas programações exclusivas, o Cinemark mantém o suspense “P2 – Sem Saída”, a comédia romântica “Antes Só do Que Mal Casado”, e, na Sessão Cult, “Transilvânia”, enquanto o Moviecom programou o suspense “30 Dias de Noite” e a fantasia “A Lenda de Beowulf”.

Estréia 1: “Alvin e os Esquilos”

Quem viveu a infância nos anos 80 certamente recordará os três irmãos esquilos cantores: Alvin, o líder, Simon, e Theodore, tímido, mas, absolutamente irresistível. Os três esquilos que vivem dentro de um pinheiro, depois de uma série de confusões, acabam por ser encontrados por Dave Seville (Jason Lee). Dave é um compositor, se sucesso, que descobre que os pequenos esquilos são ótimos cantores. Ele compõe uma canção para os três, que se torna um tremendo êxito musical, e, os pequenos esquilos, na banda da hora. Mas, um produtor sem escrúpulos arma mil subterfúgios para afastá-los de Dave e explora-los. A direção é de Tim Hill. “Alvin e os Esquilos” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e Sala 2 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Sessão Cult: “Transilvânia”

Zingarina (Asia Argento) é uma mulher grávida que viaja com a amiga Marie (Amira Casar) rumo à Transilvânia, na Romênia. Ela está à procura do homem que ama, Milan (Marco Castoldi), que conheceu na França, mas, que foi embora sem qualquer explicação. Ao reencontrá-lo, Milan rejeita Zingarina. Sua vida apenas melhora quando ela conhece Tchangalo (Biron Ünel), um homem solitário que, assim como ela, é livre. Produção francesa, dirigida por Tony Gatlif. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 14 anos.




Lançamentos em DVD

“Paranóia”, em DVD


Kale (Shia LaBeouf) está sob prisão domiciliar por três meses, e precisa lidar com o tédio. Desta forma ele vive em sua casa, jogando videogame, navegando pela internet, vendo TV e espionando as pessoas pela janela do seu quarto. Um dos seus alvos é Ashley (Sarah Roemer), sua linda vizinha que logo se torna sua amiga e também se interessa em espionar a vida alheia. Até que um dia eles passam a desconfiar que um dos vizinhos é, na verdade, um assassino. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Como extras, Comentários, Making of, Cenas Inéditas, Jogo de Perguntas, Erros de Gravação, Clipe: "Don´t Make me Wait", Galeria de Fotos e Trailers.

“A Última Legião”, em DVD

“A Última Legião” traz mais uma versão da lenda de Rei Arthur. Numa batalha devastadora, o antigo Império Romano é destruído por rebeldes e o único sobrevivente da dinastia de César é o pequeno Romulus, um garoto de 12 anos, que é capturado e exilado numa fortaleza inexpugnável. Lá, guiado pelo mago Ambrosinus, ele encontra uma misteriosa espada, que, segundo a lenda, dará força e poder à pessoa que empunhá-la. Agora, ele poderá retomar seu Império e, com a ajuda da Última Legião, reconquistar a tão sonhada liberdade de seu povo. Com Colin Firth e Ben Kingsley. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, trailers de cinema, galeria de fotos e novidades.


“Alice”, em DVD

Quando Alice seguiu o Coelho Branco no País das Maravilhas, iniciou-se, assim, uma surpreendente e perigosa aventura onírica pelo mundo infanto-juvenil. O animador tcheco Jan Svankmajer criou uma obra-prima, interpretando de maneira mais surreal e absurda possível o clássico conto de Lewis Caroll. Combinando técnicas de animação e atores reais, ele deu uma nova e fascinante dimensão para uma das melhores fantasias já escritas, até então. Produção européia, que foge ao padrão hollywoodiano.


“A História Oficial”, em DVD

Em 1985, quando a memória da mão forte da ditadura ainda era muito viva, o diretor Luis Puenzo fez um corajoso filme, “A História Oficial”, que ganhou inúmeros prêmios internacionais, inclusive o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Alicia (Norma Aleandro, vencedora da Palma de Ouro em Cannes pelo trabalho), é professora de história argentina, totalmente alienada da realidade de seu país. Bem instalada no seu status de classe média, convive com muitas pessoas sem saber dos dramas gerados pelo garrote da ditadura, e é uma mãe dedicada e atenciosa com a filha Gaby, uma criança adotiva trazida para casa pelo marido Roberto. Aos poucos, ela vai tomando consciência do que acontece, e descobre que a filha pode ter sido tomada de presos políticos, e que o marido faz parte da máquina de tortura do governo.

Filmes da Semana

Acredito que muitos dos meus queridos leitores estiveram tão envolvidos nas festas de final de ano, que passaram ao largo dos cinemas, nos últimos dias. Se for este o caso, mesmo não tendo muitas estréias, ainda há títulos interessantes a conferir, como “O Amor nos Tempos do Cólera”, “A Bússola de Ouro” e “Encantada”, respectivamente, drama, fantasia e infantil da Disney.

“O Amor nos Tempos do Cólera”

Dos títulos enunciados, este era o que despertava maior expectativa, e que – talvez, por isso mesmo – causou a maior frustração. Não que o filme seja ruim, longe disso. A bela história, extraída do romance homônimo de Gabriel Garcia Márquez, foi muito bem explorada, filmada em locações na Colômbia, com refinada recriação de época, e, com excelentes atores, do calibre de Javier Bardem e da nossa Fernanda Montenegro.
O que me causou maior irritação foi ver uma história consagrada da literatura em língua espanhola, interpretada por um elenco predominantemente latino – e, falado em inglês! Está certo que é uma produção de Hollywood, mas, será que americano não sabe ler legenda?...
O tema do filme é a história de amor em dois momentos das vidas de Florentino Ariza e Fermina Daza (Giovanna Mezzogiorno). O jovem Florentino (Unax Ugalde), ao ver a bela Fermina, se apaixona perdidamente por ela, sendo correspondido. Mas, como ele era um pobre filho ilegítimo, o pai da moça a envia para uma fazenda distante, separando-os durante anos, pois, neste ínterim, acontecem uma revolução e uma peste de cólera. Ao voltar, a moça já não tem o mesmo sentimento que Florentino, e o rejeita. Agora maduro, Florentino (Javier Bardem) continua nutrindo o mesmo amor, enquanto desenvolve uma notável habilidade como amante. Fermina se casa com o médico Juvenal Urbino (Benjamim Bratt), tem filhos e netos, e os anos se passam. Só quando fica viúva, é que Florentino, mais uma vez, declara o seu amor pela eterna musa.
Embora em um filme seja difícil explorar, com profundidade, temas como o amor juvenil e o amor na velhice, o diretor Mike Newell (de “Harry Potter e o Cálice de Fogo”) manteve um bom equilíbrio, sem escorregar nos exageros hollywoodianos. A não ser o de achar que na Colômbia todos falam inglês. Confiram o filme, eu reclamo é por ser chato...

“Encantada”

Apesar de ter sido lançado há mais tempo, eu ainda não criara coragem para encarar “Encantada”, seja por ser dublado, seja por ser um filme da Disney, que teria, com certeza, bichinhos falantes e muita cantoria. Bem, tem bichinhos e cantorias, mas, para minha surpresa, adorei o filme.
A história inicia no mundo do desenho animado, no distante reino da Andalasia, onde vivem a bela Gisele (Amy Adams), rodeada por um batalhão de bichos falantes, sempre dispostos a ajuda-la, o príncipe Edward (James Marsden), que, entre uma e outra caçada de ogro, procura a sua prometida, e a rainha Narissa (Susan Sarandon), a malvada madrasta de Edward, que arquiteta se livrar do enteado para permanecer como soberana.
Quando Edward encontra Gisele, o romance é instantâneo e irá virar casamento, com direito a serem “felizes para sempre”. Mas, com a ajuda de seu lacaio Nathaniel (Timothy Spall), a rainha consegue expulsar a moça da Andalasia, trazendo-a para o mundo real, em plena Nova York dos nossos dias.
Completamente perdida, Gisele encontra Robert (Patrick Dempsey), um advogado divorciado que vive com a filha Morgan (Rachel Covey). Penalizado, ele tenta ajuda-la, mas, aos poucos, vai se deixando envolver pela inocência e beleza de sentimentos da moça.
Enquanto isto, Edward vem, também, ao mundo real, em busca de Gisele, seguido por Nathaniel, que faz tudo para atrapalhar o encontro dos dois. As descobertas que a moça faz, em relação ao seu mundo e ao mundo em que está, no momento, dividem os seus sentimentos. Tudo isso será decidido quando a malvada rainha decide vir também, para resolver por conta própria o destino de Andalásia.
Como dá para notar, a história é bobinha, o final previsível, e, como disse antes, tem um bocado de cantoria e bichinhos animados. Contudo, o filme é leve, divertido, um misto de comédia, romance, ação e que, certamente, agradará as crianças dos cinco aos cento e cinco anos, que ainda lembram do que é ser criança. Se for o seu caso, dê uma conferida.

“A Bússola de Ouro”

É possível que muita gente vá aos cinemas, assistir “A Bússola de Ouro”, sem ter idéia da polêmica que cerca a obra original, a série de livros “Fronteiras do Universo”, do inglês Philip Pullman. Ateu declarado, Pullman criou celeuma ao moldar a poderosa organização dominante do mundo de seus livros, o Magistério, com traços muito parecidos com os da Igreja. Obviamente, como em Hollywood não tem bobos, esses aspectos “heréticos” foram muito suavizados no filme.
Nos primeiros momentos do filme, o espectador é avisado de que existem muitos mundos que convivem em universos paralelos, e, o da história, embora seja parecido, não é o nosso. Nesse mundo, cada ser humano tem um “daemon”, uma manifestação de sua própria alma em forma animal. As crianças, até alcançarem certa maturidade, tem um daemon mutável, que pode assumir diferentes formas. Ninguém pode tocar o daemon do outro, e este termina sendo um alter ego do seu dono, com quem troca confidências e opiniões.
É nesse estranho mundo que vive Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards), uma órfã que é criada na Universidade Oxford, uma das poucas organizações que não estão subordinadas ao poderoso Magistério. À margem desta sociedade estão as famílias dos Gípcios, espécie de ciganos, que tem as suas leis próprias, mas, convivem em harmonia com o resto da população.
Lyra tem um protetor, o misterioso Lorde Asriel (Daniel Craig), cuja sede de saber desafia o Magistério, que prefere ditar o que as pessoas podem conhecer e em que acreditar. Asriel descobriu a existência de uma substância conhecida apenas como “pó”, que tem uma relação com o daemon de cada um.
Um mistério assola o mundo de Lyra. Muitas crianças, principalmente filhas dos Gípcios, estão sendo tomadas e levadas para destino ignorado. Quando o melhor amigo de Lyra desaparece, ela toma para si a missão de encontrá-lo.
O reitor da universidade dá para Lyra um presente, um misterioso artefato conhecido como Bússola de Ouro, cuja finalidade e forma de utilização a criança desconhece. Nesse ínterim, aparece a misteriosa Marisa Coulter (Nicole Kidman), que se interessa por Lyra e a leva para a sua casa, em Londres.
Quando consegue perceber as reais intenções de Marisa, Lyra foge, recebendo a ajuda das famílias Gípcias, e, posteriormente, das bruxas, cuja rainha, Serafina Pekkala (Eva Green), também se põe ao seu lado.
O destino de todos será a perigosa terra do Norte, onde convivem os Ursos Polares, os perigosos nômades daquelas terras e o misterioso laboratório, onde são feitos terríveis experimentos com as crianças desaparecidas.
Independente das possíveis interpretações religiosas que possam ser feitas, “A Bússola de Ouro” é um interessante filme de aventuras, com efeitos especiais deslumbrantes e a reafirmação de valores familiares, a despeito do que possam afirmar os fanáticos. Como tem gente que acredita que os livros de Harry Potter são manuais de bruxaria (alguém sabe onde posso comprar uma varinha mágica?), pode se esperar de tudo. Mas, dêem o benefício da dúvida, e encarem “A Bússola de Ouro” como o que realmente é: diversão, e das boas.