sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Claquete 27 de janeiro de 2006




Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Com o fim do veraneio, e, com o iminente início das aulas, começam a chegar filmes mais adultos. O mais esperado é “Munique”, do diretor Steven Spielberg, que sai da área fácil do entretenimento, para penetrar nas raízes de seu povo, narrando a reação ao atentado das Olimpíadas de Munique, em 1972. Estréiam, também, o drama mexicano “A Mulher do Meu Irmão”, de Ricardo de Montreuil, e, a comédia romântica “Dizem Por Aí”, com Kevin Costner, e, Jennifer Aniston, ex-Friends e ex-Brad Pitt. Nas continuações, “O Senhor dos Ladrões”, produção alemã baseada em livro de grande sucesso, “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada”, a última loucura de Emma Thompson, “As Loucuras de Dick & Jane”, com o careteiro Jim Carrey, a comédia romântica “Tudo em Família”, estrelada por Diane Keaton e Sarah Jessica Parker, a ótima comédia nacional “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires, “Didi – O Caçador de Tesouros”, com Renato Aragão, e, o suspense “Escuridão”, “A Passagem”, drama estrelado por Ewan McGregor e Naomi Watts.

Estréia 1: “Munique”

No início de setembro de 1972, quando o mundo comemorava as Olimpíadas de Munique, um acontecimento abalou os Jogos e a atenção do mundo. O grupo terrorista Setembro Negro, ligado ao grupo Fatah, do finado Yasser Arafat, seqüestrou vários atletas israelenses. Ao perceber que seriam presos, mataram todos os reféns, num total de onze atletas de Israel. Por determinação do governo israelense, o Mossad montou um grupo que iria assassinar participantes do seqüestro, ou, parentes próximos, num ato de vingança política. O esquadrão Cesárea, ou, Fúria de Deus, como ficou conhecido em Israel, é formado por cinco agentes da polícia secreta israelense, liderados por Avner Kauffman. Eles caçam os militantes onde estiverem, e, matam em nome de uma missão patriótica e divina. Esta é a história narrada em “Munique”, do diretor Steven Spielberg. Embora seja baseado em fatos reais, há uma forte dose de ficção, o que garante muita ação, bem ao estilo do diretor. Nos papéis principais, Eric Bana, Daniel Craig, Geoffrey Rush, Mathieu Kassovitz e Kurt Russell. “Munique” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 18 anos.

Estréia 2: “A Mulher do Meu Irmão”

Após dez anos de casamento, Zoe (Bárbara Mori) sente-se entediada com a vida, carente de paixão, e, surpresas. Aos poucos, Zoe deixa-se seduzir pelo cunhado. A partir desta situação, desencadeia-se uma série de eventos, que levarão os personagens a um arriscado jogo de vinganças secretas, e, paixões. Dois irmãos e uma mulher: o triângulo se forma, de uma maneira inquietante. É uma bomba que vai desenterrar segredos familiares, o furor contido do desejo, a força sem governo do amor. O filme é baseado no livro homônimo do jornalista Jaime Bayly. A direção é de Ricardo de Montreuil. “A Mulher do Meu Irmão” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Dizem Por Aí”

Após um longo tempo, Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) aceitou casar-se com Jeff (Mark Ruffalo), seu namorado. Mas, na verdade, ela ainda está em dúvida sobre se realmente quer se casar. Sua vida profissional também está confusa, já que Sarah, uma aspirante a jornalista, não consegue deixar a área de obituários do New York Times. Para piorar ainda mais a situação, ela precisa ir ao casamento de sua irmã, o que significa ter que passar muito tempo com sua família, o que sempre a deixou deslocada. Porém, sua vida muda radicalmente quando conhece o milionário Beau Burroughs (Kevin Costner), que a ajuda a conhecer quem realmente é, e, a conhecer melhor a sua própria família. Comédia romântica, dirigida por Bob Reiner (“Harry e Sally – Feitos um Para o Outro”), conta, ainda, com a participação da grande dama do cinema Shirley MacLaine. “Dizem Por Aí” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estúdio perde na justiça o direito de proibir locação de DVD sell-thru

A Warner australiana, que proibia as locadoras de alugar DVDs sell-thru, esses que são vendidos para o usuário final, foi surpreendida com a decisão da justiça daquele país, que deu ganho de causa à Associação Australiana de Videolocadoras (AVRA) em ação movida contra a distribuidora. A ação foi motivada pelo fato da Warner Home Vídeo vender DVDs a dois preços – rental, bem mais caro, que chega primeiro nas locadoras, e, sell-thru, que é vendido, nas lojas. Aqui no Brasil ainda se pratica isso, custando, um lançamento, cerca de cem reais, a versão de locação (rental), e, quarenta a cinqüenta reais, a das lojas (sell-thru). Além de ser uma prática lesiva para as locadoras, é um dos maiores incentivos para os piratões do mercado, Abram o olho, pessoal!

“Traídos Pelo Desejo”, em DVD

Fergus (Stephen Rea), um guerrilheiro do IRA, seqüestra um soldado britânico chamado Jody (Forrest Withaker), e, fica no aguardo de ordens sobre o destino do seu prisioneiro. Mas, com o passar do tempo, os dois acabam se aproximando, e, criando um laço de amizade, que termina fazendo com que Dil (Jaye Davidson), a namorada do soldado, acabe se envolvendo com o guerrilheiro. Muito comentado, e, controverso, na época de seu lançamento, “Traídos Pelo Desejo” traz performances magistrais, em um roteiro intrigante, inteligente, e, repleto de nuances e segredos. Miranda Richardson, Stephen Rea, indicado ao Oscar por seu papel nesse filme; o vencedor do prêmio de melhor ator em Cannes, Forrest Whitaker, e, a intrigante estréia de Jaye Davidson. Um dos melhores e mais polêmicos filmes dos anos 90. Indicado a seis Oscars, incluindo o de Melhor Filme, foi vencedor na categoria Melhor Roteiro Original. O disco traz formato de tela widescreen anamórfico, e, áudio em inglês e português 2.0.




A volta do Superman

Esta notícia não se trata do próximo filme do Superman, que estréia em 2006, ou, dos estrelados pelo saudoso Christopher Reeve, mas, do seriado que passava na televisão, nos anos 50, estrelado por George Reeves. São 661 minutos de aventuras, com todos os episódios da primeira temporada de “As Aventuras de Superman”, produzida por Robert J. Maxwell (que também havia produzido a versão para o rádio), e, Bernard Luber (um veterano dos seriados em Hollywood). Se achar pouco, os filmes de Christopher Reeve estão disponíveis em um pack de três discos, a Coleção Superman, e, tem, também o recente seriado “Lois & Clark”, também disponível, em DVD. É uma overdose do Homem de Aço!

250 do nascimento de Mozart

Hoje, 27 de janeiro, comemora-se 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart, considerado um dos maiores gênios da música de todos os tempos. Nascido em Salzburgo, em 1781, Mozart abandonou sua cidade natal, para fixar-se em Viena, onde se casou, no ano seguinte, com Constance Weber. O compositor passou os últimos dez anos de vida na capital austríaca, deixando um legado de músicas maravilhosas, e, várias lendas sobre a sua vida, e, até sobre a sua morte. Morto precocemente, aos 35 anos, até o seu túmulo é um mistério ainda não resolvido. Sua vida foi romanceada no filme “Amadeus”, do diretor Milos Forman, vencedora de oito Oscars (incluindo o de Melhor Filme), e, que mereceu uma edição especial, em DVD. Que tal comemorar o aniversário dele com uma sessão especial do filme?




Filme Recomendado: “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”

O triunfo do caos

O que existe de mais fascinante, no cinema, é a possibilidade de revisitar um tema, já muito explorado, e, ainda conseguir mostrá-lo sob uma nova ótica. Já foram feitos mais de quinhentos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, mas, a produção alemã “A Queda – As Última Horas de Hitler” ainda consegue surpreender.

Apesar de ser uma obra ficcional, e, ter sido pesquisada de várias fontes, o filme baseia-se fortemente no testemunho de Traudl Junge, na época, uma jovem de 24 anos, que, como secretária pessoal de Hitler, esteve presente, no centro do poder, nos momentos finais da guerra, e, da vida do líder alemão.

O filme inicia, em 1942, quando Traudl, junto com outras jovens, submete-se ao teste para o cargo de secretária, e, conhece Hitler, para elas, o homem mais importante do mundo. Muito nervosa, ela mal consegue datilografar o que ele dita, mas, termina conseguindo o emprego. Apesar da resistência da família, ela está feliz, com o que parece ser o melhor trabalho da Alemanha.

Após este brevíssimo prólogo, a história avança para abril de 1945, quando o panorama já se apresenta totalmente diferente do início do filme. Após seis anos de luta com o resto do mundo, a Alemanha está sendo fustigada, dentro de suas fronteiras, à ocupação russa, de um lado, e, dos americanos e ingleses, do outro. No dia 20 de abril, aniversário de Hitler, as tropas russas fecham o cerco à capital, Berlim, com ataques esmagadores.

A situação é de confusão e desespero totais. Nas ruas, crianças de dez anos, e, velhos octogenários são recrutados, à força, para lutar contra os invasores. Quem se recusa, ou, foge do posto, é caçado como desertor, ou colaborador, e, a única punição é a execução sumária, por enforcamento ou fuzilamento. Não há comida, água, ou, energia para a população civil, que fica acuada, sem saber para onde ir. Mata-se mais alemães do que soldados inimigos.

No bunker, o abrigo subterrâneo da Chancelaria, de Hitler, de onde são comandadas todas as ações, a confusão não é menor. Enquanto escutam o impacto das bombas e da artilharia inimiga, Hitler, entre os espasmos do Mal de Parkinson, e, delírios de grandeza, vocifera ordens e blasfêmias contra os generais, acusando-os de incompetência, exigindo movimentos de tropas imaginárias, e, prometendo vitórias impossíveis.

Alguns dos generais, mais conscientes da realidade, tentam alertar contra os riscos à população civil, mas, Hitler, e, Goebbels, o poderoso Chanceler e Ministro da Propaganda, além de não dar importância a isto, consideram que se o Nazismo se acabar, o povo alemão deve morrer com ele. É como se o povo, e, não ele, Hitler, tivesse decidido guerrear contra o resto do mundo...

Em meio às notícias nervosas sobre a guerra, o bunker vive os seus momentos de frivolidade. Jantares suntuosos, festas, e, muita bebida continuam rolando, enquanto a cidade é destruída pelas bombas, e, os feridos amontoam-se nos hospitais.

Tudo é visto através do olhar inocente de Traudl, que, como a maioria do povo alemão, crescera envolvida pela propaganda nazista, e, não tinha idéia das atrocidades cometidas nos campos de concentração, contra os judeus, comunistas, e, outras minorias.

À medida que os últimos dias de abril se arrastam, mais mortes e destruições acontecem, principalmente pela recusa de Hitler em admitir a derrota. Na sua concepção, a única saída é a morte. No dia 29 de abril, ele se casa com a companheira Eva Brown, e, no dia seguinte, quando os russos invadem a cidade, os dois suicidam-se. Em obediência a suas ordens, os dois corpos foram encharcados com gasolina, queimados e enterrados nos jardins do quartel-general nazista. O fiel seguidor, Goebbels, e, sua mulher, o imitam, não sem antes matar os próprios filhos, “para que não crescessem em um mundo sem o nazismo”, segundo as suas palavras. Esta cena, aliás, é uma das mais impressionantes do filme.

Muita gente criticou o filme, por “humanizar” Hitler, já que mostra o ditador com os sintomas do Mal de Parkinson, trocando gentilezas com pessoas mais próximas, etc. Mas, o filme não deixa de mostrar os rompantes de cólera, e, os valores absurdos, que o tornaram um dos maiores flagelos da Humanidade. Todo tirano, ou, benfeitor, não deixa de ser um homem, o que o torna diferente é a conjuntura que o conduz ao poder, e, o que ele faz, com este poder. No caso de Hitler, a destroçada Alemanha pós-Primeira Guerra foi a massa ideal para trabalhar o nazismo, e, por em prática as suas idéias expansionistas e de expurgo racial.

Se há um pecado no filme, é o de não contextualizar o que acontece ali, a guerra, o momento histórico. Este não é um filme para não-iniciados na história da Segunda Guerra Mundial. Os principais nomes do nazismo, Himmler, Goebbels, Goering, desfilam, ao longo do filme, sem que haja qualquer apresentação sobre os mesmos. O autor presume que o espectador já os conhece bem.

Mas, o que há de mais poderoso no filme é a apresentação, de uma maneira crua, sem os heroísmos hollywoodianos, a face suja da guerra, a ótica de quem está no meio do fogo cruzado, impotente quanto ao seu próprio destino, que é decidido por pessoas com mentes totalmente corrompidas.

A jovem Traudl, como a maioria do povo alemão, era ignorante sobre o que era feito nos campos de extermínio de judeus, e, fora criada sob uma fortíssima propaganda estatal, que endeusava Hitler, e, pregava a superioridade da raça ariana. Para se ter uma boa idéia dessa propaganda, sugiro o filme “O Triunfo da Vontade”, onde o Congresso do Partido Nazista Alemão, de 1934, é documentado, de maneira impressionante, pela cineasta Leni Riefenstahl. Este filme, um importante documento histórico, está disponível em DVD.

Quanto à edição de “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, em DVD, é de lamentar a pobreza da edição. O formato de tela é letterbox, não-anamórfico, e, o áudio está disponível em alemão e português 2.0. Extras, nenhum. Faz falta, por exemplo, o documentário “Eu Fui a Secretária de Hitler”, de 2002, onde a própria Traudl Junge narra as suas experiências ao lado do ditador. Apesar dos pontos negativos apresentados, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler” é um filme interessante, seja do ponto de vista histórico, seja para comprovar, mais uma vez, a inutilidade e a estupidez das guerras. Confira, e, forme a sua própria opinião.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Claquete 20 de janeiro de 2006



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Verão, férias, calor, praia, veraneio, gringos, este é o típico janeiro de Natal. Fazendo a sua parte, o cinema oferece nada menos do que sete títulos infantis, e, alguns estréiam agora. “O Senhor dos Ladrões”, produção alemã baseada em livro de grande sucesso, “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada”, a última loucura de Emma Thompson, e, “As Loucuras de Dick & Jane”, com o careteiro Jim Carrey em um dos seus melhores papéis, chegam para reforçar as bilheterias. Nas continuações, “Zathura, Uma Aventura no Espaço”, aventura nos moldes de “Jumanji”, a comédia romântica “Tudo em Família”, estrelada por Diane Keaton e Sarah Jessica Parker, as comédias “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires, “Doze é Demais 2”, com Steve Martin, “Didi – O Caçador de Tesouros”, com Renato Aragão, “As Crônicas de Nárnia”, com batalhas épicas entre personagens lendários, os desenhos animados “Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço”, e, “Valiant”, da Disney, o suspense “Escuridão”, “A Passagem”, drama estrelado por Ewan McGregor e Naomi Watts, e, “King Kong”, de Peter Jackson, também com Naomi Watts.

Estréia 1: “As Loucuras de Dick e Jane”

Refilmagem de "Adivinhe Quem Vem Para o Jantar", comédia de 1977, estrelada por George Segal e Jane Fonda. Nesta nova versão, dirigida por Dean Parisot ("Heróis Fora de Órbita"), o careteiro Jim Carrey ("Todo Poderoso"), e, Téa Leoni ("Impacto Profundo") assumem os papéis do divertido casal de assaltantes. O filme conta a história de um casal, Dick (Carrey), e, Jane (Leoni) Harper, que se vê endividado quando Dick é despedido. Desesperados para arrumar uma forma de pagar suas contas, os dois decidem dar uma de Bonnie e Clyde, e, passam a fazer assaltos. Mas, seus planos nem sempre correm como eles esperam. Uma evolução do tipo de comédia, principalmente as de Carrey, é que se valoriza mais o humorismo visual do que o verbal, com uma forte crítica ao relacionamento indiferente das corporações, que só almejam o lucro. “As Loucuras de Dick & Jane” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “O Senhor dos Ladrões”

A mãe de Bo e Próspero acaba de morrer, deixando para os garotos apenas as belas histórias de fantasia, e, magia, sobre Veneza. Órfãos, eles são separados pelos tios, que querem adotar apenas Bo. Mas, os dois garotos fogem, e, conseguem chegar em Veneza. Lá, juntam -se a uma gangue de jovens ladrões comandados por Scipio, o Senhor dos Ladrões. Ele é um garoto de 15 anos, com uma mascara de nariz pontudo, e, botas, que o fazem parecer mais alto. O Senhor dos Ladrões percorre as vielas da "cidade da lua" e faz visitas noturnas a casas e palácios em busca de jóias e antiguidades de valor. Seus seguidores são a gentil Vespa, o atrapalhado Riccio, e, o sonhador Mosca, que vivem no Stella, um cinema abandonado. O bando sobrevive com o dinheiro arrecadado com a venda dos artigos roubados. Os tios dos garotos contratam um detetive particular, para encontrar Bo. Quando ele descobre os dilemas dos garotos, acaba decidindo ajudá-los, e, protegê-los, ao invés de separá-los. Produção alemã, baseada no best seller da escritora Cornélia Funke. A direção é de Richard Claus. “O Senhor dos Ladrões” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de dez anos. Atenção: cópia dublada.

Estréia 3: “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada”

Os sete filhos do dedicado sr. Brown (Colin Firth) podem ser as crianças mais malcriadas do mundo. A mãe deles morreu há apenas um ano, e, a imperiosa Tia Adelaide (Angela Lansbury), ameaça cortar a pensão à família se o sr. Brown não se casar dentro de um mês. Suas dívidas o levariam à prisão, e, o destino das crianças seria inimaginável. O pai opta por não lhes contar a verdade, mas, quando as crianças descobrem, acham que seu pai não gosta o bastante delas para contar que logo terão uma madrasta. Como resultado, seus comportamentos pioram e elas conseguem pôr a 17a babá para correr. O sr. Brown vive ouvindo que a pessoa que seus filhos precisam é alguém chamada babá McPhee (Emma Thompson), mas, ele não tem idéia de quem ela seja, nem de como achá-la. Certa noite, aparece a lendária babá McPhee (Emma Thompson), uma pequena mulher comicamente feia e austera. Mas, uma batida da bengala mágica da babá McPhee muda tudo, e, as crianças percebem que toda a “arte” que fizerem será usada contra elas. “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada” estréia nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada.

“O Jardineiro Fiel” é indicado para dez premiações do BAFTA

Mal terminou a entrega do Globo de Ouro, que rendeu uma estatueta para Rachel Weisz, e, “O Jardineiro Fiel”, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, já está na expectativa de novos prêmios. O Oscar Britânico, o BAFTA, anunciou os finalistas, e, o filme do brasileiro está indicado em dez categorias (Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Melhor Ator, Melhor Atriz, Cinematografia, Edição, Som, Filme Britânico de Destaque do Ano, Conquistas em Direção e Conquistas em Trilha Sonora). A entrega dos prêmios acontecerá no dia 19 de fevereiro, em Londres.

Faça o seu filme na internet


O portal “AnyFilms.net”, mantido pela Sansung, permite, ao usuário, criar o seu próprio filme, a partir de pequenas produções de diretores de Hollywood. Esses filmes podem ser assistidos on-line, ou, em celulares da marca, que possuam o recurso vídeo player, via download. Mas, a atração do site é a possibilidade de criar um filme interativo, ao escolher a opção “Interactive Films”. Através desta plataforma, os usuários podem se tornar produtores, ao montar, e, adaptar o conteúdo, por meio de diversas combinações de enredo, estilo e humor. Para saber mais, consulte o site www.anyfilms.net.


CURTAS

Muita gente nem percebeu, mas, a trilha sonora de “Se Eu Fosse Você” tem a participação da cantora Marina Elali, com as canções “Mulheres Gostam” e “Hipnotizar Vocês”. # Na mesma trilha sonora, duas deliciosas interpretações da 9ª Sinfonia de Beethoven, pelas Jovens Princesas de Petrópolis. # O cineasta Breno Silveira recebeu, nos Estados Unidos, o prêmio John Schleisinger, no Festival de Palm Springs, pelo trabalho em “2 Filhos de Francisco”. O prêmio é dirigido para diretores estreantes, com filmes de ficção, ou, documentário, que demonstrem potencial, e, promessa de grande carreira, e, estilo marcante. # Acabou o Ano Novo, já é Carnaval. O site oficial do Carnaval 2006 da Rede Globo traz informações sobre desfiles, escolas de samba e história dos carnavais paulista e carioca. Estão disponíveis as fichas técnicas das escolas, letras dos sambas, notícias sobre os eventos, como participar dos ensaios, e, até mesmo, desfilar. www.globo.com/carnaval2006.



Comédia faz bem ao coração

Que a alegria faz bem ao coração, já se desconfiava. Agora, uma pesquisa aplicada por uma equipe da universidade americana de Maryland, comprovou que, assistir comédias faz aumentar o fluxo sanguíneo, pois o ato de rir tem o efeito de expandir as artérias. Por outro lado, os filmes tristes ou tensos, provocam o efeito contrário. Segundo o chefe da equipe, Michael Miller, o impacto de assistir a um filme engraçado foi equivalente a uma sessão de exercícios aeróbicos, ou, do início de um tratamento com estatina, droga utilizada para reduzir o colesterol. Obviamente, não se pode generalizar, pois cada um tem o seu tipo de comédia favorito, seja com Jim Carrey, Casseta & Planeta, ou, “Todo Mundo em Pânico”. O que importa mesmo, é dar boas risadas.



Filme Recomendado: “FormiguinhaZ”

Formiguinha quase perfeita


Dizem que, para ser considerado bom, um filme infantil deve manter as crianças rindo, ao mesmo tempo em que mantém Papai e Mamãe acordados. Acrescentaria a isso, "entediado", que é a maior reclamação de quem assiste esses desenhos repletos de cantorias. Neste momento, estão em cartaz nada menos do que sete títulos infantis, e, alguns não passariam na prova acima. Seria interessante, então, revisitar um filme que passaria, com louvor, "FormiguinhaZ", da Dreamworks.

A história é curiosa. Uma formiga operária, Z, vive incomodada com o fato de ser uma parcela insignificante da sociedade coletiva formada pelo formigueiro. Por um acaso, conhece a princesa Bala, a herdeira do trono, no bar do formigueiro. Apaixonado, convence o seu melhor amigo, o soldado Weaver, a trocar de lugar com ele, para que possa rever a princesa. Para seu azar, o grupo de soldados em que se encontra é mandado para uma guerra suicida contra os terríveis cupins.

Após uma batalha sangrenta, apenas Z consegue sobreviver, voltando para o formigueiro como herói. Ao ser desmascarado, ele, acidentalmente, seqüestra a princesa, e, inicia com ela a jornada para um mítico lugar conhecido como Insetopia, onde a comida nunca falta. Enquanto isso, o malévolo General Mandíbula leva adiante o seu plano de eliminar todo o formigueiro, ficando só com os soldados "puros".

Correndo contra o tempo, Z busca uma maneira de salvar o formigueiro, e, a sua amada Bala, destinados a uma horrível morte por afogamento. Para saber o desfecho, assista o desenho.

"FormiguinhaZ" é desenho animado, tem uma história clássica do tipo menino-pobre-que-vence-os-bandidos-e-casa-com-a-princesa, tem muitas situações cômicas, ou, de ação incessante, mas, ao mesmo tempo, é uma festa para os olhos, em especial, para o apreciador de cinema. Isso se deve a um notável trabalho de seleção, e, criação dos personagens, que os transformou num alter ego dos dubladores originais. Deixe-me explicar melhor.

O personagem principal, a formiguinha operária Z, é a cópia fiel de Woody Allen, e, seus personagens autobiográficos, a ponto de muitas pessoas pensarem que ele teve participação na produção, direção ou roteiro de "FormiguinhaZ". Na verdade, Z foi elaborado para assemelhar-se ao famoso ator e diretor, não só na verborragia incessante, repleta de neuroses, como também no físico miúdo. Só faltaram mesmo os onipresentes óculos de Allen.

Os outros personagens também estão perfeitos: o fortão Weaver é a cara de Stallone no melhor estilo Rambo, Gene Hackman encarna o general Mandíbula, Christopher Walken faz o coronel Cutter, braço direito do general, e, Danny Glover dá vida ao veterano soldado Barbatus. As presenças femininas ficam por conta de Anne Bancroft, como a Rainha-Mãe, Jennifer Lopez, como Azteca, e, Sharon Stone, como princesa Bala. Ou seja, só pessoal da pesada. Mas, a criação de cada personagem não se resumiu à semelhança física. A atuação de cada figurinha lembra, de imediato, o seu inspirador, pois a forma de atuar foi copiada tal e qual. As porradas de Stallone, o jeito ácido de Walken, a tranqüilidade de Glover, a sensualidade de Sharon Stone, tudo isso está muito transparente, no filme.

Mas, "FormiguinhaZ" não se resumiu a um elenco de primeira, diálogos inteligentes e um roteiro bem amarrado. O trabalho de computação gráfica foi perfeito, e, só no documentário adicional é que se tem idéia de quantos meses foram gastos, apenas para definir a forma inicial dos personagens. Que não se dirá então de todo o filme! Talvez esse seja o aspecto que empatou com o concorrente "Vida de inseto", produzido, pela Disney, na mesma época.

Mas, enquanto a computação gráfica faz a festa para os olhos e ouvidos, é muito interessante perceber a mensagem antimilitarista do filme, e, a crítica à padronização da moda, da música, da dança... Com muito humor, é mostrada uma rave que parece mais uma parada militar, com todos dançando com movimentos iguais. As cenas de batalha, por outro lado, conseguem trazer uma sensação da crueldade da guerra, que dificilmente se imaginaria em um filme infantil.

A edição, em DVD, traz o formato de tela Widescreen, e, o áudio em inglês, português, e, espanhol, todos em Dolby Digital 5.1. As legendas trazem essas mesmas opções mais o cantonês. Como extras, comentários em áudio do diretor Tim Johnson e Eric Darnell, documentários "Behind-the-scenes Featurette", "Basic of Computer Animation", "Facial Animation", e, "Early design process", além de trailer de cinema. Tudo isso detalhadamente explicado... em inglês, sem nenhuma legenda, nem para remédio. Se você não tiver alguma fluência na língua madrasta, vai ficar só vendo as figurinhas. Outro gol contra da Dreamworks.

Apesar deste (péssimo) aspecto do disco, "FormiguinhaZ" é um filme excelente, divertido, e, envolvente, que, certamente, garantirá mais do que os oitenta minutos regulamentares de entretenimento. Conforme disse no início, é um filme que traz diversão para todos, dos pequerruchos aos grandalhões da casa. Prepare a pipoca e o refrigerante e bom filme!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Claquete 13 de janeiro de 2006




Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Chegou 2006, trazendo as férias de verão, muitos turistas, e, muitos filmes para todos os públicos. Nas estréias, “Zathura, Uma Aventura no Espaço”, aventura nos moldes de “Jumanji”, a comédia romântica “Tudo em Família”, estrelada por Diane Keaton e Sarah Jessica Parker, e, o suspense “Escuridão”. Continuam em cartaz, “Didi – O Caçador de Tesouros”, com Renato Aragão, “Soldado Anônimo”, drama de guerra, com Jamie Foxx, “A Passagem”, drama estrelado por Ewan McGregor e Naomi Watts, as comédias “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires, “Doze é Demais 2”, com Steve Martin, “E Se Fosse Verdade”, comédia romântica com toques de espiritismo, estrelada por Reese Whiterspoon, “King Kong”, de Peter Jackson, também com Naomi Watts, “As Crônicas de Nárnia”, com batalhas épicas entre personagens lendários, e, “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, quarto filme do bruxinho mais famoso do mundo. Tem, ainda, o desenho animado “Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço”, e, “Valiant”, da Disney. Acontece neste final de semana a pré-estréia de “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada”.

Estréia 1: “Zathura, Uma Aventura no Espaço”

Após a saída do pai (Tim Robbins), para o trabalho, Danny (Jonah Bobo), de seis anos, e, Walter (Josh Hutcherson), de dez, ficam sob os cuidados da irmã mais velha (Kristen Stewart), e, ficam aborrecidos, sem ter o que fazer. Ao brincar no porão, eles descobrem um velho jogo, de tabuleiro de metal desgastado, chamado "Zathura". Depois de tentar, sem sucesso, fazer o irmão jogar com ele, Danny começa a jogar sozinho. Desde a primeira jogada, ele percebe que aquele não era um jogo comum. Sua peça, em formato nave especial, se movimenta sozinha, e, quando atinge um espaço, surge um cartão inscrito: "Chuva de meteoros, escape". A casa é imediatamente atacada por meteoros de metal incandescente. Quando Danny e Walter olham através de um buraco no telhado, descobrem, com espanto, que foram lançados para o mais longínquo e escuro espaço. E, eles não estão sozinhos. Aventura, com direção de Jon Favreau, “Zathura, Uma Aventura no Espaço” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada.

Estréia 2: “Tudo em Família”

O Natal é a festa favorita da família Stone, chefiada por Sybil (Diane Keaton). É quando todos podem encontrar com Everett, o filho que mora em Manhattan. A tradição é abalada com a chegada de Meredith Morton (Sarah Jessica Parker), uma típica executiva estressada de Nova York. O choque cultural é inevitável, e, ela é tratada com desprezo e gozação, o que abala os planos de Everett em pedi-la em casamento. Com a família unida contra ela, Meredith não agüenta a pressão, e, vai para um hotel. Apesar dos esforços do irmão de Everett, Ben, para consolá-la, Meredith pede que sua irmã Julie (Claire Danes) venha se juntar a ela, para lhe dar apoio moral. A chegada de Julie, e, o efeito inesperado que isso tem no futuro cunhado, deixa a família Stone mais ensandecida do que já é. A direção é de Thomas Bezucha. “Tudo em Família” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 3: “Escuridão”

Como último recurso para recompor sua família, a nova-iorquina Adelle (Maria Bello) viaja com a filha, a jovem Sarah (Sophie Stuckey), ao País de Gales para ver o marido James (Sean Bean), de quem estava separada, e, tentar a reconciliação na velha propriedade da família, no alto de um rochedo. Mas, os piores pesadelos de Adelle se tornam realidade quando, Sarah é tragicamente tragada pelo mar, arrastada às profundezas, apesar do esforço desesperado da mãe para salvá-la. Enquanto James conduz a busca pelo corpo de Sarah, uma Adelle tomada pela culpa é assombrada por visões e pistas da filha - quase como se Sarah tivesse sido capturada em algum lugar dentro da própria casa. Ao ouvir uma antiga lenda local sobre um lugar chamado Escuridão, Adelle se convence de que Sarah está tentando se comunicar com ela, do seu sinistro universo paralelo. A direção é de John Fawcett. “Escuridão” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Pré-estréia: “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada”

Os sete filhos do dedicado sr. Brown (Colin Firth) podem ser as crianças mais malcriadas do mundo. A mãe deles morreu há apenas um ano, e, a imperiosa Tia Adelaide (Angela Lansbury), ameaça cortar a pensão à família se o sr. Brown não se casar dentro de um mês. Suas dívidas o levariam à prisão, e, o destino das crianças seria inimaginável. O pai opta por não lhes contar a verdade, mas, quando as crianças descobrem, acham que seu pai não gosta o bastante delas para contar que logo terão uma madrasta. Como resultado, seus comportamentos pioram e elas conseguem pôr a 17a babá para correr. O sr. Brown vive ouvindo que a pessoa que seus filhos precisam é alguém chamada babá McPhee (Emma Thompson), mas, ele não tem idéia de quem ela seja, nem de como achá-la. Certa noite, aparece a lendária babá McPhee (Emma Thompson), uma pequena mulher comicamente feia e austera. Mas, uma batida da bengala mágica da babá McPhee muda tudo, e, as crianças percebem que toda a “arte” que fizerem será usada contra elas. “Nanny McPhee, Uma Babá Encantada” terá pré-estréia, apenas no sábado e domingo, na sesssão de 14h20, no Cine 5 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada.

“Didi - O Caçador de Tesouros”

Didi (Renato Aragão) é o mordomo de Dr. Samuel Walker, pai de Pedro, menino de dez anos. Ao achar um mapa escondido em um velho álbum de fotos, Didi e Pedro vão parar em um misterioso hotel abandonado, no interior de São Paulo, onde podem existir pistas sobre a história do avô de Pedro, um tenente da força aérea britânica, que morreu no fim da segunda grande guerra, em circunstâncias vergonhosas. Quando morreu, em 1945, na explosão do avião em que estava, Lucas Walker foi considerado um desertor do exército britânico, porque estava na companhia do capitão Nigel, e, três soldados, que haviam fugido com um carregamento de ouro, roubado pelos nazistas. A explosão do avião fez com que Lucas e os outros se tornassem fantasmas, presos entre a terra e o céu, à espera de que alguém, de coração puro, encontrasse o ouro para libertá-los. Didi, que sempre sonhou em ser um caçador de tesouros, parece ser a pessoa que pode achar o ouro, mas, vai encontrar obstáculos do outro mundo... “Didi o Caçador de Tesouros” está em cartaz no Cine 3 do Moviecom. Censura livre.

“Soldado Anônimo”


Neste filme, a guerra do Golfo é descrita pelas memórias de um fuzileiro naval americano. Anthony “Swoff” Swofford (Jake Gyllenhaal, de "Donnie Darko"), o protagonista, se alista devido à tradição familiar, e, às suas memórias de bombardeios em Beirute, quando morava em um quartel. O problema é que, uma vez na guerra, Swoff percebe que detesta aquilo. Para piorar, ele sente falta de sua namorada (Brianne Davis), e, seus hormônios o deixam louco, pensando no que ela estaria fazendo (e, com quem). A situação melhora quando a marinha manda Swoff para o pelotão de atiradores, onde ele descobre sua vocação, e, sossega. A unidade é liderada pelo Coronel Kazickis (Chris Cooper, de "Adaptação"), mas, os fuzileiros respondem ao comando imediato do Sargento Siek (Jamie Foxx, de "Ray"). A direção é de Sam Mendes. “Soldado Anônimo” está em cartaz no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 21h35. Para maiores de 16 anos.

“Valiant”

Parceria da Vanguard Animation com a Disney, “Valiant” conta a história de um pequeno pombo chamado Valiant, que sonha em se juntar à elite Royal Homing Pigeon Service (Serviço Real de Pombo-Correio), e, servir ao seu país durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de sua baixa estatura, as ambições de Valiant são enormes, uma vez que ele mantem-se rígido por sobre seu bico, e, resiste aos rigorosos treinamentos, preparando-se para uma perigosa missão, cujo objetivo é entregar uma mensagem vital para as tropas que estão atrás das linhas do inimigo. Com a escassez de poderes aéreos na frota real, devido aos ataques permanentes da brigada de falcões inimigos (liderados pelo impiedoso General Von Talon), a missão fica nas mãos, ou melhor, nas asas de Valiant, que também recebe a importante ajuda dos ratinhos da Resistência Francesa. “Valiant” está em cartaz no Cine 7 do Moviecom. Censura livre. Atenção: cópia dublada.

Globo de Ouro, no SBT

Na próxima segunda-feira, dia 16, a partir das 22h30, o SBT transmite, ao vivo, a 63ª edição do Globo de Ouro (Golden Globe), com apresentação de Analice Nicolau e Rubens Ewald Filho. O Globo de Ouro é considerado uma prévia do Oscar, premiando 24 categorias - treze para o cinema, e, onze para a televisão. Este ano, o destaque é o filme “O Jardineiro Fiel”, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, que foi indicado em três categorias, de Melhor Filme – Drama, Melhor Atriz Coadjuvante (Rachel Weisz), e, Melhor Diretor (Fernando Meirelles).




Filme Recomendado: “Se Eu Fosse Você”

Chinelos trocados


Muitas vezes, somos levados a julgar os outros, quase sempre, baseados em nossos próprios padrões, e, referências, sem levar em conta a visão do interessado. Esse “colocar-se no lugar do outro” é muito falado, mas, pouco praticado. E, se isso acontecesse no sentido literal, isto é, você ser transportado para o corpo da pessoa a quem está criticando? Esse é o tema de “Se Eu Fosse Você”, produção nacional, em cartaz nos nossos cinemas.

Cláudio (Tony Ramos) é um publicitário, às vésperas de completar 50 anos de idade. Ele vive um casamento sólido ao lado da mulher, Helena (Glória Pires), e, da filha adolescente. Alegre, descontraído, o experiente profissional vive uma crise em sua empresa, pois, apesar de um passado de grandes campanhas, a situação financeira da companhia é difícil, levando o sócio majoritário, Marcos (Thiago Lacerda) a pensar em vendê-la.

Helena, por sua vez, é uma mulher de 40 anos, feliz com o casamento, mas, acha que falta algo em sua vida, pois vive aparando as arestas entre as relações de sua mãe com o seu marido, e, deste com a filha adolescente. Entre as idas ao analista, divide o seu tempo entre a casa, o shopping, a academia, e, ao que lhe dá mais realização, a regência do coral infantil de um colégio.

Um belo dia, tudo vem abaixo. Marcos comunica a Cláudio que vai vender a empresa, eles não conseguem nenhum prêmio por suas últimas campanhas, e, numa discussão com Helena, coisas desagradáveis são ditas, um ao outro, terminando com um “se eu fosse você...” mútuo.

No dia seguinte, tudo parece normal, a não ser o fato de que Helena está no corpo de Cláudio, e, vice-versa! Após o pânico inicial, os dois resolvem manter as aparências, enquanto procuram ajuda. Para fazer isso, terão que fingir ser o outro, para não despertar suspeitas.

Os problemas são inevitáveis, pois, apesar de viverem juntos há muitos anos, pouco conhecem da vida do outro. Helena, que todos pensam ser Cláudio, se atrapalha toda, na demonstração de uma nova campanha de lingerie, embora tenha sido a sua opinião de mulher que tenha permitido uma nova oportunidade. Cláudio, no corpo de Helena, mal consegue andar com os saltos altos, e, tem dificuldade até em encontrar a sala de ensaios do coral.

A situação vai se complicando cada vez mais, sem que haja nenhuma solução à vista. Aos poucos, os dois se dão conta de que, só conseguirão sobreviver se agirem em conjunto. Para isso, montam uma estratégia de atuação, mas, precisarão, também, colocar um pouco de si próprios no trabalho do outro, o que termina sendo a melhor solução possível.

“Se Eu Fosse Você” é cinema com cara de televisão, mas, não se poderia esperar coisa diferente, o que não desmerece o filme. Afinal de contas, o diretor Daniel Filho é uma das maiores referências em cinema e televisão no Brasil. O casal central, Tony Ramos e Glória Pires, também são imagens onipresentes nas novelas globais das últimas décadas, sendo, inclusive, estrelas de “Belíssima”, em exibição no horário nobre.

Numa visão superficial, “Se Eu Fosse Você” é uma comédia de costumes, com as gags normais, criadas em função da suposta troca de corpos. O extraordinário desempenho do casal central, entretanto, torna a hipótese extremamente verossímil, a ponto do espectador ficar preocupado se a personagem vai cair do salto alto, ou, se as pessoas vão perceber que quem está fazendo balé aquático é ela, e, não, ele...

O elenco de apoio também está ótimo, com Lavinia Vlasak, como uma perua deslumbrada, Jorge Fernando como o cientista louco, Patrícia Pillar, a médica piradona, e, até mesmo, Daniel Filho, que aparece numa ponta, a la Hitchcock. E, a grande dama Glória Menezes, como a mãe de Helena.

Mas, o que diferencia este filme de tantas comédias besteirol, que chegam, de enxurrada, de Hollywood? Aqui, se percebe a intenção de mostrar o relacionamento familiar como a base para enfrentar qualquer problema, e, a cumplicidade, como o grande instrumento. Não a cumplicidade criminosa, que se vê nas páginas policiais, mas, a relação de confiança que se forma entre um casal, ou, pessoas de um grupo familiar.

Essa relação só se torna possível, quando há realmente uma troca, quando se doa parte de si para que o outro fique bem, e, vice-versa. Como diz a minha mãe, há sempre um chinelo velho para um pé cansado. O difícil é perceber isso.

O outro detalhe fica por conta do tipo de humor. Sem as piadas infames dos American Pies, ou, os exageros das comédias pastelão, “Se Eu Fosse Você” traz um humor inteligente, onde a graça fica por conta das situações. É um filme extremamente divertido, apropriado para todas as idades, e, ideal para ser assistido em família. No cinema, as pessoas riem do começo ao fim, e, até mesmo, com os letreiros finais. Vá, e, veja que ainda existe vida inteligente abaixo do Equador.