sexta-feira, 28 de março de 2008

Claquete – 28 de março de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Passada a Páscoa, estamos todos com a alma leve e a consciência pesada, de todo o chocolate que rolou. Se falta coragem para a academia e as caminhadas, pelos menos podemos conferir a ação da ficção “Jumper”, do drama político “Jogos do Poder” e da comédia romântica “Maldita Sorte” (este, só no Moviecom). Continuam em cartaz, o suspense “Ponto de Vista” (veja em Filme da Semana), a fantasia “As Crônicas de Spiderwick”, o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”, o policial “Onde os Fracos Não Tem Vez”, a aventura “10.000 A.C.” e o drama “O Caçador de Pipas”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama “Antes de Partir”, e, na Sessão Cult, “A Espiã”. No Moviecom, mantém-se em cartaz “Piaf – Um Hino ao Amor” e o policial “Senhores do Crime”. Nesta semana acontece a pré-estréia do suspense “Awake – A Vida Por um Fio”.

Estréia 1: “Jumper”

David Rice (Hayden Christensen) é um "Jumper", alguém capaz de se teletransportar, podendo ir a qualquer lugar, a qualquer momento. Ele atravessar paredes, pode ver o Sol se pôr 20 vezes em um único dia, carregar a namorada ao redor do mundo num piscar de olhos e apoderar-se de milhões de dólares guardados em cofres-fortes. A vida de David sofre uma reviravolta quando ele percebe que está sendo implacavelmente perseguido por uma organização secreta com a missão de matar os Jumpers. Ele se alia a outro garoto Jumper, e embarca em uma guerra que já vem sendo travada há milhares de anos. Caçado pelo mundo todo, aos poucos ele descobre uma verdade surpreendente sobre seu próprio passado e o de sua família. A direção é de Doug Liman. “Jumper” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Jogos do Poder”

Baseado no livro do jornalista George Crile, o longa-metragem mostra a história de um trio de americanos encarregado de realizar operações secretas por todo o mundo. Tom Hanks vive o congressista democrata Charlie Wilson, que une forças junto a um agente descrente da CIA Gust Avrakotos (Philip Seymour Hoffman) e a uma mulher da alta sociedade de Houston, Joanne Herring (Julia Roberts). Juntos, Charlie, Gust e Joanne formam alianças em nome dos EUA com o Paquistão, Israel e Egito, ao mesmo tempo em que financiam os rebeldes afegãos em sua luta contra a União Soviética. Esses esforços contribuirão para a queda desse regime e a colocar um fim à Guerra Fria. A direção é de Mike Nichols. “Jogos do Poder” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 3: “Maldita Sorte”

Aos dez anos Charlie Logan (Connor Price) recusou-se a beijar uma garota numa brincadeira, o que fez com que ela jogasse um feitiço nele. 25 anos depois, Charlie (Dane Cook) é um dentista bem-sucedido, mas, não consegue encontrar a garota certa. Para piorar a situação, ele descobre que toda mulher com quem transou acaba descobrindo o verdadeiro amor logo após deixá-lo. Isto faz com que diversas mulheres desejem ter com ele uma transa rápida, visando a felicidade posterior que encontrarão. Entretanto, esta vida repleta de sexo e ausente de amor torna Charlie uma pessoa bastante solitária. Quando ele conhece Cam Wexler (Jessica Alba), se apaixona por ela e agora precisa desesperadamente encontrar um meio de evitar que sua maldição faça com que ela fuja dos seus braços. “Maldita Sorte” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Classificação indicativa 18 anos.

Sessão Cult: “A Espiã”

Durante a 2ª Guerra Mundial, Rachel Stein (Carice van Houten), uma linda cantora judia, e um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista. Entretanto, o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir de então, ela se une à Resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso, a Resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental. A direção é de Paul Verhoeven. A partir desta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 15h. Classificação indicativa 16 anos.

Pré-Estréia: “Awake – A Vida Por um Fio”

Clayton Beresford Jr. (Hayden Christensen) parece ter tudo: está noivo da linda Samantha Lockwood (Jessica Alba), tem uma mãe adorável, Lilith (Lena Olin), um trabalho bem-sucedido e todo o dinheiro que um rapaz poderia querer. Mas, a vida de Clay está longe de ser perfeita – seu relacionamento com Sam é um segredo, já que ela é funcionária de sua mãe autoritária, e ele precisa de um transplante de coração. Jack Harper (Terrence Howard) é amigo e cardiologista de Clay. Quando encontra o doador, sua alegria se transforma em terror, e ele experimenta uma situação que poucos imaginaram: apesar de anestesiado, fica completamente acordado durante a cirurgia, sem poder se mexer, mas, percebendo cada detalhe. A direção é de Joby Harold. “Awake – A Vida Por um Fio” terá pré-estréia durante a semana no Moviecom, na sessão de 21h40, e, no sábado, na sessão de 22h05, na Sala 5 do Cinemark.
Classificação indicativa 14 anos.


Lançamentos em DVD

“Conduta de Risco”, em DVD

Michael Clayton (George Clooney) trabalha numa das maiores firmas de advocacia de Nova York, tendo por função limpar os nomes e os erros de seus clientes. Ex-promotor de justiça e vindo de uma família de policiais, Clayton é o responsável por realizar o serviço sujo da firma, que tem Marty Bach (Sydney Pollack) como um de seus fundadores. Apesar de estar cansado e infeliz com o trabalho, Clayton não tem como deixar o emprego, já que está cheio de dívidas. Quando Arthur Evans (Tom Wilkinson), o principal advogado da empresa, sofre um colapso, Clayton é enviado para solucionar o problema. É quando ele nota a pessoa em que se tornou. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Doutor Estranho”, em DVD

Embarque com Dr. Stephen Strange numa jornada fantástica pelas montanhas do Tibete, em busca da cura dos pés do misterioso Ancient One. Mas, antes de curar suas feridas, Dr. Estrange precisa libertar-se de seu passado doloroso e dar vazão a seu raríssimo dom da magia. Agora, como o novo Mago Supremo, Dr. Estrange testa seus limites, combatendo os monstros que guardam os portões e enfrentando a mais terrível entidade conhecida pela humanidade. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1 e, como extras, Trailers dos próximos lançamentos; Trailer do filme; Sinopse; Ficha técnica; “Quem é o Doutor Estranho?” e “Conceito artístico de Doutor Estranho”. Nas lojas e locadoras.

“A Ponte”, em DVD

Muitas pessoas escolhem terminar suas vidas na Golden Gate em São Francisco, nos Estados Unidos, mais do que em qualquer outro lugar do mundo. O número de mortes é chocante, porém, não surpreende. O diretor e a equipe filmaram a ponte, de dois pontos diferentes, durante todo o ano de 2004, gravando a maioria dos 24 suicídios naquele ano (e prevenindo muitos outros). Foram gravadas entrevistas com amigos, familiares e testemunhas, que recontam em detalhes dolorosas histórias de lutas contra a depressão, abuso de substâncias e doenças mentais. “A Ponte” é um documentário profundo e poético, uma jornada visual e visceral por um dos aspectos mais sombrios da natureza humana. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.


Eventos

“Cléo das 5 às 7”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “Cléo das 5 às 7”, do diretor Agnes Varda. Cléo é uma jovem cantora a espera do resultado de um exame que confirmará se ela tem câncer ou não. Das 5 às 7 horas, ela vaga por Paris e se questiona sobre o seu futuro. O filme se passa em tempo real, ou seja, a ação que acontece nessas duas horas se passa de minuto a minuto, mas com capítulos temporais. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Classificação indicativa 14 anos.

Piratas 1

Foi-se o tempo em que os piratas ofereciam cópias feitas grosseiramente no cinema. Hoje, é possível encontrar DVDs piratas de filmes que estão em cartaz, como “Senhores do Crime” e “Piaf – Um Hino ao Amor”, ou, que nem chegaram a Natal, como “Elizabeth – A Era de Ouro”. Como isso é possível? Simples, as distribuidoras demoram tanto a lançar os filmes por aqui, que os pirateiros só tem o trabalho de copiar uma matriz, colocar as legendas em português e lançar os produtos no “mercado”.

Piratas 2

Como fazer para combater esse novo tipo de pirataria? É bobagem pensar só na repressão. Basta diminuir a “janela”, isto é, o tempo entre o lançamento lá fora e aqui, além de pensar seriamente em reduzir os preços do DVD original. É difícil entender qual é o preço real de um disco original, quando o mesmo é vendido para as locadoras por 120 reais, três meses depois, chega às lojas por 40 reais e com mais um pouco de paciência, é possível encontrar muita coisa boa nas bancas promocionais, por 12,90!

Cinema e Ditadura na América Latina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte promove um ciclo de filmes e debates que versam sobre fatos das ditaduras na história recente latino-americana. Entre os filmes que serão apresentados estão: 03/04 – “Machuca”, de Andrés Wood, Chile/Espanha, 2004; 10/04 – “Chove Sobre Santiago”, de Helvio Soto, França, 1976; 17/04 – “Desaparecido”, de Constantin Costa-Gavras, EUA, 1982, e 24/04 – “Estado de Sítio”, de Constantin Costa-Gavras, França/Itália/Alem., 1973. Os filmes serão exibidos no Auditório A – CCHLA (Azulão), sempre às 19 horas. Mais informações, através do email
gvitullo@hotmail.com.


Filme da Semana: “Ponto de Vista”

A quem interessa a paz?

No curso de jornalismo, os professores sempre insistiam que era preciso escutar os dois lados de um fato, antes de escrever sobre ele. Bem, dois é o mínimo que se pode pensar, mesmo que chegue à conclusão de que um mesmo fato gerador pode ter infinitas versões, já que cada um a verá sobre a sua ótica. É sobre isso que versa o interessante filme “Ponto de Vista”, em cartaz em nossos cinemas.

Toda a ação do filme se concentra no centro da cidade espanhola de Salamanca (reconstruída em estúdio, no México), onde uma multidão aguarda a chegada do presidente americano (William Hurt), que irá propor, aos dirigentes de todos os países do mundo, uma nova abordagem para lidar com o terrorismo, buscando o diálogo, ao invés do confronto.

Nos 23 minutos que se passam entre a saída do presidente do hotel, o atentado que se segue e a explosão de uma bomba, diferentes pessoas são afetadas pelos eventos: Thomas Barnes (Dennis Quaid) e Kent Taylor (Matthew Fox), agentes do Serviço Secreto americano, Howard Lewis (Forest Whitaker), um turista americano que estava gravando tudo para mostrar aos filhos, do policial Javier (Edgar Ramirez) e dos terroristas Suarez (Saïd Taghmaoui) e Veronica (Ayelet Zurer).

Ao final deste tempo, o relógio corre para trás, e tudo recomeça, só que, desta vez, do ponto de vista de uma das pessoas envolvidas. Esse truque para contar a história se repete várias vezes, de modo que o espectador se inteira de todos os segredos, truques, mentiras, medos e motivações de cada uma das pessoas retratadas.

O curioso é que, à medida que as óticas individuais são apresentadas, o espectador vai se inteirando de novos elementos que vão modificando a imagem que se fazia dos personagens no período inicial do filme. Vê-se que nem sempre quem parece inocente o é, quem parece 100% culpado está sendo coagido, e até mesmo o presidente americano não é quem diz ser. Nada é o que parece.

A partir das versões apresentadas, o filme prossegue, seguindo a narração tradicional, com um jogo de gato e rato onde as perseguições acontecem em tempo real, no meio da extrema confusão após o atentado, com muitos tiros, explosões, perseguições de carro alucinantes e com todos os personagens dando a impressão de que irão se destruir mutuamente.

Mais do que um simples filme de ação e suspense, “Ponto de Vista” é um interessante exercício do tipo “não julgue pela primeira impressão”. Além de tratar de temas atualíssimos, como o terrorismo, o filme também propõe, muito discretamente, algumas perguntas incômodas, como, a quem interessa a paz ou a manutenção do terrorismo, quem é que financia e arma os terroristas, etc..

Embora seja uma obra de entretenimento que visa lucro, como qualquer outra, “Ponto de Vista”, propositalmente, deixa mais perguntas do que respostas, e apresenta discretas críticas à agressiva política externa americana e aos seus incentivadores. Será que um mundo em paz agradaria aos políticos que usam o terror como bandeira de campanha, aos fabricantes de armas, aos líderes religiosos fundamentalistas e à própria imprensa? A resposta, cada um deverá buscar, pois não existe uma única, assim como os infinitos pontos de vista.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Claquete – 14 de março de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Enfim, o grande vencedor do Oscar chega a Natal. A bola da vez é “Onde os Fracos Não Tem Vez”, ganhador da estatueta de Melhor Filme. As outras estréias são o suspense “Ponto de Vista” e o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”. Continuam em cartaz: a aventura “10.000 A.C.”, e os dramas “O Caçador de Pipas” e “Juno”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Sangue Negro”, “Antes de Partir”, “Meu Monstro de Estimação” e, na Sessão Cult, “A Vida dos Outros”. No Moviecom, mantém-se em cartaz “Piaf – Um Hino ao Amor” (veja em Filme da Semana) e “Rambo IV”. Na próxima quinta-feira, os filmes “As Crônicas de Spiderwick” e “Um Amor de Tesouro” farão suas pré-estréias.

Estréia 1: “Onde os Fracos Não Tem Vez”

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro, mesmo sabendo que, em breve, alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo, Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém, para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones). O filme é baseado no romance do americano Cormac McCarthy, “Onde os Velhos Não têm Vez”, premiado com o Pulitzer. Adaptado e dirigido pelos irmãos Ethan e Joel Coen, este filme ganhou os Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado, além de outras quatro indicações. “Onde os Fracos Não Tem Vez” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom e na Sala 5 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.

Estréia 2: “Ponto de Vista”

O presidente dos Estados Unidos, Ashton (William Hurt), participará de uma conferência mundial sobre o combate ao terrorismo em Salamanca, na Espanha. Thomas Barnes (Dennis Quaid) e Kent Taylor (Matthew Fox) são os agentes do Serviço Secreto encarregados de protegê-lo durante o evento. Entretanto, logo em sua chegada, o presidente é baleado, o que gera um grande tumulto. Na multidão que assiste ao atentado está Howard Lewis (Forest Whitaker), um turista americano que estava gravando tudo para mostrar aos filhos quando retornasse para casa. A partir da perspectiva de diversos presentes no local, antes e depois do atentado, é que se pode chegar à verdade sobre o ocorrido. A direção é de Pete Travis. “Ponto de Vista” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 3: “Horton e o Mundo dos Quem”

Horton (voz de Marcos Moreira) é um elefante que, um dia, ouve um pedido de socorro vindo de uma partícula de poeira que flutua no ar. Surpreso, ele passa a desconfiar que possa existir vida dentro daquela partícula. Trata-se dos Quem, seres que ignoram a existência de vida fora da cidade em que vivem, a Quemlândia. Mesmo com todos à sua volta acreditando que perdeu o juízo, Horton decide ajudar os moradores de Quemlândia. Tom Cavalcante dubla o prefeito da cidade. “Horton e o Mundo dos Quem” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 6 e 7 do Moviecom e nas Salas 2 e 3 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.

Sessão Cult: “A Vida dos Outros”

Nos anos 80, quando a Alemanha ainda era dividida, o bem-sucedido dramaturgo Georg Dreyman (Sebastian Koch) e sua companheira, a famosa atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck), vivem em meio à elite intelectual da Alemanha Oriental. Quando o Ministro da Cultura (Thomas Thieme) se interessa pela atriz, o agente do serviço secreto Wiesler (Ulrich Mühe) recebe a missão de observar o casal, mas sua vida o seduz muito mais do que sua missão. Ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A direção é de Florian Henckel Von Donnersmarck. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 15h. Classificação indicativa 12 anos.

Pré-Estréia 1: “As Crônicas de Spiderwick”

Fatos estranhos começam a acontecer no momento em que a família Grace muda-se de Nova York para um velho e isolado casarão herdado de um tio-avô, Arthur Spiderwick. Sem conseguir explicar os estranhos desaparecimentos e acidentes que ocorrem diariamente no novo lar, os irmãos Jared, Simon e Mallory investigam o que realmente está acontecendo e descobrem uma extraordinária verdade sobre a casa. A partir daí, cara a cara com criaturas mágicas e às vezes assustadoras, eles irão viver uma grande aventura. Baseado na série de livros homônima de Tony DiTerlizzi e Holly Black. A direção é de Mark Waters. “As Crônicas de Spiderwick” terá pré-estréia na quinta-feira, no Cine 2 do Moviecom e na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.

Pré-Estréia 2: “Um Amor de Tesouro”

Ben "Finn" Finnegan (Matthew McConaughey) é um surfista amante da natureza que é obcecado por sua busca a um lendário tesouro perdido no mar desde 1715. Em sua procura, Finn deixa de lado tudo que é importante em sua vida, incluindo seu casamento com Tess Finnegan (Kate Hudson). Ela está disposta a reconstruir sua vida e começa a trabalhar no iate do bilionário Nigel (Donald Sutherland). Quando tudo parecia estar perdido para Finn, ele descobre uma pista importante, que pode levá-lo direto ao tão sonhado tesouro. Tess passa ajudá-lo e, nesta aventura, eles irão redescobrir o amor que os uniu. Porém, outras pessoas estão interessadas em achar o tesouro. A direção é de Andy Tennant. “Um Amor de Tesouro” terá pré-estréia na quinta-feira, na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.


Lançamentos em DVD

“Viagem a Darjeeling”, em DVD

Francis (Owen Wilson), Peter (Adrien Brody) e Jack (Jason Schwartzman) são irmãos, mas não se falam a um ano. Eles decidem realizar uma viagem de trem pela Índia, na intenção de acabar com a barreira existente entre eles e, também, para autoconhecimento. Entretanto, devido a incidentes envolvendo a compra de analgésicos sem prescrição médica, o uso de xarope para tosse indiano e um spray de pimenta, a viagem logo muda de rumo e faz com que o trio fique perdido no meio do deserto, tendo apenas onze malas, uma impressora e uma máquina plastificadora. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Chumbo Grosso”, em DVD


Nicholas Angel é um policial tão bom que faz todos os outros parecerem incompetentes. Por isso seus superiores decidiram mandá-lo para uma cidadezinha. Angel se esforça para adaptar-se à nova situação. Quando tudo parecia perdido, uma série de acidentes horríveis motiva Angel a entrar em ação. Convencido de que há algo de errado, ele percebe que Sandford talvez não seja tão tranqüila quanto parece. Arrastando o seu novo parceiro devoto, Angel luta para provar que seus instintos estão corretos e descobrir a verdade sobre a cidade. Qualquer que seja a verdade, a tranqüila cidade vai explodir de ação e imprevistos. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital. Nas locadoras.

“O Sobrevivente”, em DVD

Dieter Dengler (Christian Bale) é um piloto nascido na Alemanha, e que emigrou para os EUA depois da 2ª Guerra Mundial, ganhando a cidadania norte-americana para realizar o sonho de tornar-se piloto militar. Dieter foi abatido com seu caça logo em seu primeiro vôo, quando realizava bombardeios secretos sobre o Laos, uma operação ligada à guerra do Vietnã. Capturado por guerrilheiros locais, o piloto sofre torturas, fome, sede e é enviado para um campo de prisioneiros cercado pela selva mais inóspita. Deste campo, ele escapa, meses depois, e é um dos poucos a sobreviver a um período perdido na mata, até ser resgatado por aviões norte-americanos. Posteriormente, foi condecorado por bravura. A direção é de Werner Herzog, com Christian Bale e Steve Zahn no elenco. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

Eventos

“Matar ou Morrer”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “Matar ou Morrer”, do diretor austríaco Fred Zinnemann. No dia do seu casamento, o xerife Will Kane recebe a notícia de que um criminoso que ele havia mandado para a cadeia está livre em condicional e quer cumprir uma antiga vingança. Uma particularidade importante do filme é que a ação acontece praticamente em tempo real. Este filme ganhou os Oscars de Melhor Ator (Gary Cooper), Trilha Sonora, Canção e Montagem. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Para todas as idades.

“Senhores do Crime”, no Cine Vanguarda

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), apresenta neste domingo, dia 16, o longa-metragem “Senhores do Crime”. Após uma jovem morrer durante um parto realizado no Natal, uma parteira decide avisar sua família pessoalmente. Só que, em sua busca pela identidade da falecida, ela entra em choque com uma estranha e perigosa família. A família faz parte da irmandade do crime Vory V Zakone, dirigida por Semyon, proprietário de um charmoso restaurante russo, que encobre a real origem de sua fortuna. Dirigido por David Cronenberg e com Naomi Watts, Viggo Mortensen, Vincent Cassel e Armien Mueller-Stahl no elenco. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Os ingressos custam R$ 2,00.


Fiocruz Audiovisual

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai premiar com R$ 480 mil, seis filmes sobre Saúde Pública: um de ficção, em média-metragem, com R$ 100 mil; dois documentários e três animações de curta-metragem, com R$ 60 mil cada. As inscrições serão aceitas durante a semana de 10 a 17 de abril. Os editais estão disponíveis na página www.fiocruz.br/. Outras informações: fiocruzvideo@fiocruz.br/.



Filme da Semana: “Piaf – Um Hino ao Amor”

O pequeno pardal

Reza a lenda que, para uma atriz bonita ganhar o Oscar, ela precisa ser enfeada através de maquilagem. Deu certo para Charlize Theron em “Monster”, Nicole Kidman em “As Horas”, e, agora, para Marion Cottilard, a francesa que ganhou como Melhor Atriz por sua atuação em “Piaf – Um Hino ao Amor”. Só isso? Não, além de ter sido uma justíssima premiação para a moça, o filme é realmente muito bom.

É possível que as novas gerações não tenham idéia de quem foi Edith Piaf, e, muito menos, da importância que teve no mundo da música, não apenas na França, sua terra natal, mas, em todo mundo. Muitas das músicas que estão no filme são velhas conhecidas nossas, algumas, que ficaram famosas pelas versões gravadas por cantores brasileiros, como é o caso da que completou o título nacional, “Um Hino ao Amor”. A canção, que aparece no momento mais emocionante do filme, era uma das favoritas do meu pai, e, toda uma geração irá reconhecê-la (“Um punhado de estrelas / No infinito irei buscar / E aos teus pés, esparramar...”).

Edith, como tantos artistas de sua geração, teve uma existência breve e marcada por sucessos e tragédias. Pequenina, rosto redondo, sem atrativos físicos, cabelos em desalinho, vestido longo escuro, seria reprovada em qualquer concurso de beleza. Mas, sob a luz do palco ela era indomável, irresistível, arrebatadora, dominava o público com a sua voz marcante, com uma interpretação absolutamente sua.

O filme resgata fatos da infância de Piaf pouco conhecidos do público em geral. Enquanto o pai, Louis Gassion (Jean-Paul Rove) lutava na Primeira Guerra Mundial, a menina vivia com a mãe, que cantava pelas ruas e feiras. A mãe, um dia, decide abandonar tudo, e quando o pai regressa, leva-a para a casa da sua mãe, dona de um bordel na Normandia. Lá, Edith (Pauline Burlet) viverá os melhores anos de sua infância, embora uma estranha doença a deixe completamente cega por algum tempo. A doença sumiu tão misteriosamente quanto viera.

Um dia, o pai regressa e a obriga a partir com ele. Os dois acompanham um circo até que ele decide trabalhar sozinho. É quando a menina descobre o poder de sua voz, que garantirá o seu sustento, cantando nas ruas de Paris.

Aos 15 anos, consciente de sua bela voz, ela abandonou as apresentações com o pai e passou a cantar em dupla com sua amiga Simone Berteaut, apelidada Momone (Sylvie Testud). Esperta e sagaz, Momone iniciou Edith nos usos e costumes da vida noturna da Paris marginal. A aparência de Edith era péssima, mas, a voz poderosa despertava a atenção. Cantava pelas ruas, em troca de algumas moedas que lhe atiravam das janelas e assim ia levando a vida...

Aos 17 anos, ela se apaixonou por Louis Dupont, que instalou Edith e Momone em um quartinho de hotel. Em fevereiro de 1933, Edith deu à luz a Marcelle, apelidada de Cécelle. Mais tarde, Edith e Louis se separaram e ele levou a filha. Em 1935, Louis trouxe uma triste notícia: a menina estava gravemente enferma. Edith correu ao hospital, mas, a criança morrera, de meningite. Tinha 2 anos e cinco meses de idade e sua mãe, apenas 19 anos e meio.

Aos vinte anos, Edith (Marion Cottilard) é descoberta por Louis Leplée (Gérard Depardieu), gerente do elegante Cabaré Le Gerny’s. Com a sua ajuda, ela começa a ter uma atividade mais profissional. Foi ele quem deu o nome pelo qual ela ficaria famosa, o pequeno pardal (môme piaf, em francês).

Edith saiu das ruas, mas, as ruas não saíram dela. Ao longo de uma curta existência (47 anos), ela viveria várias paixões e casos arrebatadores, e, a boemia, as privações na infância, o vício da morfina e o hábito do álcool, iriam debilitar a sua saúde a ponto de não conseguir mais quase andar.

O filme segue mais ou menos uma linha cronológica, embora ocorram vários flashbacks (e, outros tantos flashforwards), mostrando cenas do passado e outras já perto do final de sua vida, mas, nada que impeça o correto entendimento da história. Dos traços de sua infância, que influenciaram a sua postura independente e livre, a história pula para meados dos anos 30, quando ela, já uma jovem mulher, começa a fazer sucesso, embora sempre esteja envolvida com elementos do submundo parisiense.

No pós-guerra, quando o mundo e, principalmente, a França ocupada, se refazia dos horrores do conflito, Edith firma-se como uma estrela maior, graças à parceria com a grande amiga Marguerite Monnot (Marie-Armelle Deguy) e Raymond Asso (Marc Barbé), um ex-legionário que decidira entrar nos meios musicais parisienses. Tratando-a com disciplina digna dos quartéis da Legião Estrangeira, ele conseguiu lapidá-la, criando a artista integrada, que finalmente unia a voz a uma impressionante interpretação gestual.

Edith teve muitos amantes, mas, uma das pessoas mais importantes na sua vida foi o pugilista franco-argelino Marcel Cerdan (Jean-Pierre Martins). Marcel era casado, tinha filhos, que viviam com a mulher em Casablanca. Nessa época, os dois estavam em Nova York, cada um se firmando em seu meio. O romance terminou tragicamente, com a morte de Marcel em um acidente de avião, em 1949. É nesse ponto que é mostrada a já citada música “Hino ao Amor”, num dos momentos mais emocionantes do filme.

À insuportável dor da perda, juntou-se uma intensa dor física, provocada pelo reumatismo, que se apresentou de forma exacerbada, o que levou os médicos a prescrevem morfina. Um grave acidente de carro debilitou, ainda mais, a saúde da cantora. Poucos meses depois, de volta ao palco, Piaf desmaiou no meio de um espetáculo em NY. Foi hospitalizada e submetida a uma cirurgia de emergência. Indiferente aos conselhos dos médicos e amigos, Piaf se recusava a abandonar os palcos, embora voltasse a desmaiar em meio aos espetáculos, repetidas vezes. Ela viria a falecer no dia 11 de outubro de 1963.

O filme “Piaf – Um Hino ao Amor”, além da interpretação fenomenal do elenco – em especial, Marion, que diziam parecer “possuída” – fez uma maravilhosa recriação de época, mesmo em se tratando de diferentes períodos históricos. Mas, o mais importante é trazer à tona o espírito inquebrantável de uma mulher que viveu a vida intensamente. Como diz a letra de uma de suas mais famosas canções, “Je ne regrette rien”: Non. Je me regrette rien/ Je me fous du passé, Não me lamento de nada/ Eu me lixo para o passado.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Claquete – 07 de março de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

As mulheres comemoram o seu Dia Internacional, embora eu continue achando que elas deveriam lutar para não precisar de um dia especial... É como os ganhadores de Oscar, que, quando chegam a Natal, não esquentam muito o lugar. Esta semana será a vez dos dramas “Sangue Negro” (só no Cinemark) e “Piaf – Um Hino ao Amor” (só no Moviecom). Estréia, também a aventura “10.000 A.C.”. Continuam em cartaz: “Rambo IV”, com Sylvester Stallone, o drama “O Caçador de Pipas” (veja em Filme da Semana), “Vestida Para Casar”, “Juno” e “Meu Monstro de Estimação”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Antes de Partir”, “Meu Nome Não é Johnny” e, na Sessão Cult, o nacional “Jogo de Cena”. No Moviecom, mantém-se em cartaz “O Gangster”, “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, “Hitman – Assassino 47” e “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”.

Estréia 1: “Sangue Negro”

“Sangue Negro” é a história da vida e do mundo de Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), que consegue sair da condição de um mineiro derrotado e pai solteiro para magnata do petróleo, graças a seus próprios esforços. Quando Plainview fica sabendo da existência de uma pequena cidade no Oeste onde o petróleo, uma riqueza, ainda pouco compreendida, está transbordando do solo, ele segue para lá com seu filho, H.W. (Dillon Freasier), para tentar a sorte na pequena e empoeirada Little Boston. Mas, quando o ouro negro lhes traz toda a fortuna, nada permanecerá igual, pois uma série de conflitos irá por os valores em perigo, por causa da corrupção, fraude e do petróleo. O filme foi escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, e ganhou o Oscar de Fotografia e de Melhor Ator (Daniel Day-Lewis), além de ter sido indicado para mais seis categorias. “Sangue Negro” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.


Estréia 2: “Piaf – Um Hino ao Amor”

A vida de Edith Piaf (Marion Cottilard) foi sempre uma batalha. Abandonada pela mãe, foi criada pela avó, dona de um bordel na Normandia. Dos três aos sete anos de idade fica cega, recuperando-se milagrosamente. Mais tarde, vive com o pai alcoólatra, a quem abandona aos 15 anos. Depois de crescida e independente de seu pai, Edith segue inconscientemente os passos da mãe, cantando nas ruas de Paris, em troca de moedas. Em 1935 é descoberta por um dono de boate e, neste mesmo ano, grava seu primeiro disco. A vida sofrida é coroada com o sucesso internacional. Fama, dinheiro, amizades, mas também a constante vigilância da opinião pública. Como suas músicas, a sua vida é repleta de amores e tragédias. O filme ganhou os Oscars de Melhor Atriz (Marion Cotillard) e Melhor Maquiagem, sendo, ainda, indicado para Melhor Figurino. A direção é de Olivier Dahan. “Piaf – Um Hino ao Amor” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 3: “10.000 A.C.”

Ambientado em uma época remota, 10 mil anos antes de Cristo, o filme narra a saga de D'Leh (Steven Strait), um jovem caçador de mamutes, cujo pai supostamente abandonou seu povo. Sua maior vontade é provar sua coragem e conquistar o coração de Evolet (Camilla Belle), por quem é apaixonado. Evolet surgiu na tribo como filha de uma profecia. Ela só poderia se entregar àquele que conseguisse matar o “rei” dos mamutes. Antes que alguém consiga tal feito de verdade, a tribo é invadida por misteriosos guerreiros que seqüestram a moça. D'Leh sai em busca da amada, e, no caminho, ele se depara com tigres dentes-de-sabre, tribos desconhecidas e com seu próprio passado. Ele consegue juntar um enorme exército e não só a vida de Evolet, como a de todo seu povo, vai depender de suas decisões. A direção é de Roland Emmerich. “10.000 A.C.” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom (dublado) e na Sala 2 do Cinemark (legendado). Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “Jogo de Cena”

Atendendo a um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio. 23 delas foram selecionadas, em junho de 2006, sendo filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, várias atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas por estas mulheres. “Jogo de Cena” é o décimo longa-metragem de Eduardo Coutinho, um dos maiores documentaristas brasileiros em atividade. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Classificação indicativa livre.

Lançamentos em DVD

“Primo Basílio”, em DVD

O clássico de Eça de Queiroz é ambientado em São Paulo, 1958. A jovem Luísa (Débora Fallabela) casada com o engenheiro Jorge (Reynaldo Gianecchini), sofre com as constantes ausências do marido, envolvido na construção de Brasília. O reencontro de Luísa e seu primo Basílio (Fábio Assunção) coloca o casamento da jovem sonhadora em risco, já que ela se envolve num caso extraconjugal. Juliana (Glória Pires), sua invejosa governanta, descobre o romance proibido e faz de tudo para infernizar a vida de Luísa, ameaçando revelar seu segredo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas lojas e locadoras.

“Planeta Terror”, em DVD

O casal de médicos William (Josh Brolin) e Dakota Block (Marley Shelton) é surpreendido no hospital por uma multidão de homens e mulheres cheios de feridas e mutilações, que vagam com um suspeito olhar perdido. Entre eles está Cherry (Rose McGowan), uma dançarina de boate cuja perna foi arrancada num ataque noturno. Com uma metralhadora no lugar da perna decepada, ela vai liderar, acompanhada por El Wray (Freddy Rodríguez), um exército de inválidos assassinos. A direção é de Robert Rodriguez. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital. Nas lojas e locadoras.

“O Invisível”, em DVD

Nick Powell, um escritor com uma carreira brilhante, é brutalmente atacado numa noite e abandonado, praticamente sem vida, em um lugar estranho. Preso entre o mundo dos vivos e dos mortos, ele só poderá contar com a ajuda de Annie, a única que consegue vê-lo e ouvi-lo. Para salvá-lo da morte iminente, precisarão trabalhar juntos e descobrir o que realmente aconteceu. Mas, como solucionar um mistério quando a vítima é você mesmo? O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em Áudio do Diretor David S. Goyer e da escritora Christine Roum, Cenas Inéditas e Videoclipes. Nas lojas e locadoras.


Eventos


“Festim Diabólico”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “Festim Diabólico”, do diretor Alfred Hitchcock. Dois rapazes matam um colega de escola, apenas para terem a sensação de praticar um assassinato e provar que conseguem realizar o crime perfeito. Para desafiar os amigos e a família, fazem uma festa no apartamento deles, e colocam a comida em cima de um baú onde está o corpo da vítima. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Para maiores de 14 anos.

"ALIENAÇÃO" no Projeto Café Teatro 2008

No próximo sábado, 8 de março, em continuidade ao projeto Café Teatro, será encenada a peça "ALIENAÇÃO", no Nalva Melo Café Salão. O espetáculo é dirigido por Ramona Lina e conta, no elenco, com os atores, Arlindo Bezerra, Daniel Eshofuni, Doc Câmara, Luana Vesceslau e pelos músicos Clóvis Neto e Felipe Serquiz. O Projeto Café Teatro 2008 tem por objetivo apresentar, ao público natalense, trabalhos de atores locais e oferecer um espaço alternativo para as artes cênicas. A exibição começa às 19h30, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$5,00. Para maiores de 18 anos.

Sessão Maldita da Tapiocaria: “O Estranho Sem Nome”

A Sessão Maldita da Tapiocaria exibe no próximo domingo (09/03) o filme “O Estranho Sem Nome” (1973), de Clint Eastwood. O segundo filme de Clint Eastwood como diretor, ele interpreta um misterioso estranho que emerge do escaldante calor do deserto e cavalga em direção à pecaminosa cidade Lago. Após cometer três assassinatos e um estupro, “O Estranho” é contratado pela cidade para protegê-la de três criminosos fugidos da prisão. Ele manda pintar toda a cidade de vermelho e a rebatiza como Inferno. Dessa forma incomum, ele espera os bandidos para um confronto final. A exibição será no domingo, dia 9, às 17h30, na Tapiocaria do Shopping do Artesanato Popular, ao lado do Praia Shopping. Consumação mínima de R$ 2.


Filme da Semana: “O Caçador de Pipas”

O caçador da redenção

Quando falei para a minha filha Marina que estava lendo “O Caçador de Pipas”, ela disse que parara no meio, o que era estranho, em uma devoradora de livros como ela. É desgraça demais, disse ela, se alguém com depressão ler esse livro, é capaz de se matar. Fui obrigado a concordar com ela, ao terminar a leitura, e fiquei apreensivo quanto ao filme, que estreou a semana passada em Natal. Mas, para a minha grata surpresa, o filme é muito bom, e, a história, embora suavizada, não deixa de cumprir o seu papel, que é o de mostrar ao mundo um pouco da realidade do sofrido Afeganistão.

A história inicia naquele país, no final dos anos 70. O país vive uma onda de inquietação política, com os embates entre os simpatizantes do comunismo e os fanáticos religiosos. Mantendo distância desses grupos, um homem de negócios ganha a vida lidando com a burocracia e a corrupção da máquina do governo. Baba (Homayoun Ershadi) é rico, para os padrões afegãos, e vive, com o seu único filho, Amir (Zekeria Ebrahimi) em uma confortável mansão. Entre os criados vive Ali (Nabi Tanha) que tem um filho da idade de Amir, Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada).

Amir é uma criança solitária, que gosta de ler e sonha em ser escritor. Seu único amigo é Hassan, que é desprezado pelos outros meninos por ser pobre e, principalmente, por ser da etnia Hazara, enquanto que a etnia dominante é a Pashtun. Mas, Hassan não se importa com isso, vive feliz ao lado do pai e de Amir, por quem mantém uma devoção a toda prova. Hassan, apesar de analfabeto, adora as histórias de Amir, é excelente no estilingue e tem uma habilidade toda especial para encontrar as pipas que caem do céu.

Como seu país, Amir vive dividido. Apesar da amizade incondicional de Hassan, ele se ressente da atenção que o seu pai dá ao filho do criado. Ele acha que o pai não gosta dele e o culpa pela morte da mãe, durante o parto. Rahim Kahn (Shaun Toub), o melhor amigo do seu pai, tenta demove-lo dessa idéia e o incentiva a continuar escrevendo.

O maior problema de Amir tem o nome de Assef (Elham Ehsas), um esnobe colega de colégio, que tem prazer em aterrorizar os garotos menores, acompanhado de dois asseclas. Quando, um dia, ele ameaça Amir, Hassan vem em seu socorro, usando o estilingue para proteger o amigo.

Esse gesto faz crescer o ódio de Assef por Hassan, que planeja a vingança. Essa acontece durante um torneio de pipas, quando Hassan é encurralado por Assef e seus comparsas. Indefeso, ele é espancado e violentado por Assef, enquanto Amir presencia tudo, escondido, incapaz de fazer nada.

O ocorrido piora a angústia de Amir, que além de se culpar por sua covardia, vê o amigo suportar tudo com estoicismo e silêncio. Juntando tudo isso com o ciúme, ele cria uma situação onde Hassan é acusado de roubo. Apesar do pai de Amir tentar impedir, Ali e Hassan abandonam a casa.

A situação política do país desmorona com a invasão soviética, em dezembro de 1979. No auge da Guerra Fria, com os Estados Unidos envolvidos numa crise com reféns no Irã, mais de cem mil soldados soviéticos impõem um governo comunista e promovem uma destruição sem precedentes no país.

Baba e Amir (Khalid Abdalla) conseguem fugir para os Estados Unidos, onde viverão modestamente, enquanto o jovem se adapta ao modo de vida ocidental. Apesar de sempre estarem em contato com outros afegãos, a dura vida em sua terra natal fica apenas nas lembranças, enquanto as notícias ruins vão chegando, com a substituição do invasor soviético pelos fundamentalistas talibãs, que pregam um retorno às origens, destruindo todo sinal de modernidade e civilização ocidental.

Amir conhece uma jovem afegã, Soraya (Atossa Leoni), por quem se apaixona e casa, com as bênçãos de ambas as famílias. Apesar de não terem filhos, vivem felizes e Amir, finalmente, realiza o sonho de publicar o seu primeiro romance. Nesse momento, ele recebe um telefonema do velho amigo Rahim Kahn, que pede que vá vê-lo no Paquistão.

Atendendo ao pedido do amigo, Amir será colocado a par de revelações que explicam os sentimentos do pai em relação a Hassan. Ele descobre, também, que o antigo amigo morrera, assassinado pelos talibãs, e que o seu único filho estava abandonado à própria sorte em Kabul.

O pacato Amir decide, então, fazer o gesto mais ousado de sua vida. Ele irá penetrar no perigoso Afeganistão dominado com mão de ferro pelos talibãs, para resgatar o filho de Hassan, e redimir um pouco da culpa que o domina desde criança. O maior obstáculo que ele irá encontrar será o seu antigo desafeto, Assef (Abdul Salam Yusoufzai), agora, um importante e cruel oficial talibã.

O maior mérito do filme “O Caçador de Pipas”, além de transformar em imagem a envolvente história de Khaled Hosseini, é o de dar uma visão, mesmo que fugaz, do horror em que se transformou o Afeganistão sob o domínio talibã. O Afeganistão, país montanhoso, com pouca área cultivável e condições climáticas extremas, é muito pobre, e as turbulências políticas e invasões estrangeiras pioraram muito mais essas condições, aumentando a miséria e a mortalidade, a ponto de um terço da população ter fugido para outros países.

Quem leu o livro de Hosseini certamente irá sentir falta de alguns eventos, bem como de uma maior contundência – no sentido literal – do embate de Amir e Assef. Mas, cinema é outra linguagem, as modificações feitas serviram para tornar o filme mais acessível para a maioria dos espectadores, que certamente se interessarão mais pelo assunto. Se conseguir isso, já terá valido o preço do ingresso. Experimentem.