sexta-feira, 25 de abril de 2008

Claquete - 25 de abril de 2008


Claquete – 25 de abril de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois do quase-dilúvio do dia de São Jorge, que lavou e enxaguou Natal inteira, poderemos, no meio da próxima semana, conferir a esperada estréia de “Homem de Ferro”, mais um herói dos quadrinhos a ganhar as telas do cinema. No final de semana, teremos as estréias da aventura “Um Amor de Tesouro” e da comédia “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor” (só no Cinemark). Continuam em cartaz o terror “O Olho do Mal”, a comédia “Super-Herói – O Filme”, o suspense “Awake – A Vida Por um Fio”, a ficção-científica “Jumper” e a fantasia “As Crônicas de Spiderwick”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe os policiais “Um Plano Brilhante” e “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro”, o drama histórico “Elizabeth – A Era de Ouro”, o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”e os nacionais “Sexo Por Amor?” e “Xuxa em Sonho de Menina”, e, na Sessão Cult, o documentário “O Engenho de Zé Lins”. No Moviecom, mantém-se em cartaz o drama “Apenas Uma Vez”, o faroeste “Os Indomáveis”, o nacional “Podecrer!” e o nacional “Meu Nome Não é Johnny”.

Estréia 1: “Um Amor de Tesouro”

Benjamin Finnegan (Matthew McConaughey) é um caçador de tesouros obcecado em encontrar o navio Queen's Dowry, que naufragou em 1715 e, segundo a lenda, carregava 40 arcas de um grande tesouro. Decidido a encontrá-lo a qualquer custo, Benjamin jogou tudo fora, inclusive seu casamento com Tess (Kate Hudson), que decide reconstruir sua vida trabalhando na equipe do bilionário Nigel Honeycutt (Donald Sutherland). Um dia, Benjamin encontra uma pista fundamental em sua caça ao navio e, para desgosto de Tess, consegue convencer Nigel e sua filha Gemma (Alexis Dziena) a ajudá-lo em mais uma busca. A direção é de Andy Tennant. “Um Amor de Tesouro” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor”

No primeiro dia de aula, um trio de ansiosos calouros do ensino médio – o gordinho Ryan (Troy Gentile), o magrela Wade (Nate Hartley) e o baixinho Emmit (David Dorfman) – torna-se alvo instantâneo do valentão da escola, Filkins (Alex Frost). Vendo aquilo que esperavam ser o início dos melhores anos de suas vidas tornar-se um pesadelo, os garotos resolvem contratar um guarda-costas. É aí que entra em cena Drillbit Taylor (Owen Wilson). Drillbit é durão, perigoso e experiente em operações secretas e lutas marciais exóticas. Mas, é também uma completa fraude. Agora, os meninos precisam transformar esse preguiçoso derrotado no salvador que ele originalmente prometeu ser. A direção é de Steven Brill. “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 3: “Homem de Ferro”

A vida do cínico inventor e maior fornecedor de armas do governo americano Tony Stark muda totalmente depois que ele é seqüestrado por um grupo de rebeldes afegãos. Ferido por estilhaços de granada que se alojam perto de seu coração, Tony recebe a ordem de construir uma devastadora arma, mas, em vez disso, usa suas habilidades para criar uma armadura que permite que ele consiga fugir. Ao retornar aos Estados Unidos, Tony promete dar um novo rumo às Indústrias Stark. Ele passa dias e noites desenvolvendo e aperfeiçoando uma avançada armadura que lhe propiciará uma força sobre-humana. Quando Tony descobre um plano abominável com implicações globais, jura proteger o mundo como sua nova personalidade, o Homem de Ferro. Com Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges e Samuel L. Jackson. A direção é de Jon Favreau. “Homem de Ferro” estréia só a partir da próxima quarta-feira, dia 30, nos Cines 4 (dublado), 6 e 7 (legendado) do Moviecom, e nas Salas 6 (dublado), 2 e 7 (legendado) do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “O Engenho de Zé Lins”

A vida e obra do escritor José Lins do Rego, desde sua infância, no ambiente que imortalizaria em seus romances, até a maturidade e glória literária. Lançado no ano do cinqüentenário de falecimento do imortal paraibano, “O Engenho de Zé Lins” contém a gravação do único trecho original preservado da voz de José Lins do Rego. Ganhou o Prêmio Especial do Júri e o Candango de Melhor Edição, no Festival de Brasília. A direção é de Vladimir Carvalho. A partir desta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa livre.

Lançamentos em DVD


“Akira – Edição Especial 20 Anos”, em DVD

2019, Neo Tóquio, uma cidade destruída por uma suposta bomba nuclear. É nesse cenário caótico que Kaneda e Tetsuo fazem parte de uma gangue de motoqueiros e cruzam o caminho de Takashi, um estranho menino com poderes especiais. Após o encontro, Tetsuo é levado por agentes secretos do governo e também começa a desenvolver habilidades sobrenaturais. O disco traz o filme com formato de tela cheia e widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Entrevista com o diretor, Entrevista com os restauradores de vídeo, Reportagem sobre a produção, Músicas (composição), Spot TV, Trailers e Storyboards. Nas lojas e locadoras.

“As Aventuras do Barão de Munchausen – Edição de Luxo”, em DVD

Dirigido por Terry Gilliam do grupo Monty Python, “As Aventuras do Barão Munchausen” é estrelado por John Neville, Eric Idle e Uma Thurman. Neville é o excêntrico Munchausen, um aristocrata que usa o poder de sua imaginação - e um bando de capangas doidos - para defender sua cidade dos turcos. Auxiliado pelo homem mais forte do mundo, o mais veloz e o de melhor audição, Munchausen flerta com a deliciosa Vênus e prova que a imaginação é a arma mais poderosa do universo. O disco com esta edição especial traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em áudio, documentários, Storyboards, Cenas excluídas e Trailer. Nas lojas.

“O Dia em Que a Terra Parou”, em DVD

Uma espaçonave aterrissa em Washington D.C. e dela surge um alienígena, escoltado por um ameaçador robô com poder de destruição além da imaginação. Desapontado em seus esforços de encontrar-se com os líderes mundiais e alertá-los que a Terra está à beira de extinção, o alienígena, Klaatu (Michael Rennie), vai para as ruas. O pedido de paz de Klaatu recebe a solidariedade de uma jovem e bela mulher (Patricia Neal) e de um eminente cientista (Sam Jaffe), mas, o resto da humanidade reage com desconfiança, medo e violência. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Comentários em áudio, Featurettes, Fox Movietone News, Trailers e Galeria de fotos. Nas lojas e locadoras.





Eventos:





“Eles Não Usam Black-Tie”, no Literatura & Cinema

O Colégio Ciências Aplicadas, no seu projeto de exibição de filmes, Literatura & Cinema, exibe, na próxima quarta-feira, dia 30, o filme “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman, baseado na peça homônima, de Gianfrancesco Guarnieri. Um operário engravida sua namorada e resolve casar. Paralelamente, a empresa em que ele trabalha entre em greve e ele resolve furar o movimento para garantir o emprego, mas entra em embate com seu pai, o líder da greve. Com Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli e Bete Mendes. A exibição será no auditório do próprio colégio, às 19h30. Mais informações, através do telefone 9983-5667.



Filmes da Semana: “Super-Herói – O Filme” e “Apenas Uma Vez”

O vôo da libélula

As estréias da semana passada, se não foram excepcionais, certamente agradarão aos seus públicos específicos. Os filmes escolhidos são o besteirol “Super-Herói – O Filme” e o drama independente “Apenas Uma Vez”.



“Super-Herói - O Filme” utiliza uma fórmula que remonta aos anos 80, quando David Zucker, Jerry Zucker e Jim Abrahams lançaram “Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu”, que mesclava uma história central parodiando um filme famoso, e mil e uma cenas engraçadas acontecendo em um plano secundário. Era praticamente a revista MAD levada para as telas.




O gênero foi ressuscitado pelos irmãos Wayans com “Todo Mundo em Pânico”, que já teve quatro episódios, e traz mais um rebento, “Super-Herói – O Filme”, escrito e dirigido por Craig Mazin. O elenco é praticamente desconhecido, a não ser Leslie Nielsen, um veterano do gênero e a turbinada Pamela Anderson, que faz uma ponta como a Mulher Invisível.

A história (?) é baseada em “Homem-Aranha”, com caronas em “X-Men”, “Batman Begins” e “Quarteto Fantástico”. Um jovem estudante, Rick Riker (Drake Bell), completamente ignorado por toda a escola, e, principalmente por sua musa, Jill Johnson (Sara Paxton), tem a sua vida totalmente alterada quando é picado por uma libélula geneticamente alterada. Ganhando superpoderes, ele decide utilizá-los para combater o crime.

O problema é que, desajeitado e inexperiente, causa tanto perigo para as pessoas normais quanto os próprios bandidos. Enquanto isso, Lou Landers (Christopher McDonald) um executivo obcecado, utiliza um experimento genético em si mesmo, que lhe dá uma força extraordinária, mas, para manter-se vivo, ele precisa sugar a vida de outras pessoas.

Nosso herói, o Homem-Libélula, vestindo um ridículo uniforme verde (o design é uma das melhores piadas) terá que enfrentar e derrotar o Ampulheta, antes que ele leve a cabo o seu plano de se tornar imortal, enquanto tenta conseguir a máxima realização como herói: aprender a voar.

As piadas são inúmeras, muitas delas acontecendo no plano secundário, e – aviso logo – algumas são meio escatológicas. A classificação indicativa é 12 anos, e não é recomendável para crianças menores.

“Apenas Uma Vez” representa o máximo de independência que se pode ter no universo comercial do cinema. Drama musical sensível, filmado inteiramente na Irlanda, dispensa o glamour previsível dos musicais de Hollywood, focando a história humana e plausível de dois jovens músicos em busca de afirmação pessoal e artística.










O Cara (Glen Hansard, líder e vocalista da banda The Frames) é um jovem músico irlandês, que retornou à sua terra após uma decepção amorosa. Enquanto compõe suas músicas e sonha com um sucesso distante, ele ajuda o pai em uma pequena oficina de manutenção de aspiradores de pó. A Garota (Markéta Irglová) é uma imigrante tcheca, separada e com uma filha de seis anos, que vende flores na rua e faz faxinas em casas, para sobreviver. Um aspirador quebrado faz com que os dois se conheçam e iniciem uma grande amizade.

Garota é uma pianista de talento, e consegue escrever as letras de que o Cara precisava, para as suas canções. À medida que se conhecem, aprendem a respeitar os limites e as aspirações do outro, sempre embalados pelas músicas que compõem.

Se o Cara tem o talento, na Garota sobram coragem e habilidade para negociar, o que facilita na hora de gravar o CD de demonstração necessário para tentar entrar no mercado.

Vencendo muitas dificuldades, os dois conseguem juntar um grupo para gravar o CD, a primeira das muitas batalhas que terão que enfrentar em suas vidas.

O projeto de “Apenas uma Vez” nasceu em 2005, em um concerto do The Frames, em Dublin. O diretor John Carney, que já fez parte da banda, encomendou a Glen Hansard, algumas canções para que, a partir delas, o roteiro fosse desenvolvido. Diversos encontros entre ambos ocorreram, resultando em dez canções inéditas e um roteiro de sessenta.

O filme, que custou míseros 150 mil dólares, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original com “Falling Slowly”, composta por Glen Hansard e Markéta Irglová. “Apenas Uma Vez” ganhou, também, o Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, o Prêmio do Público, no Sundance Film Festival, recebeu duas indicações ao Grammy, nas categorias de Melhor Trilha Sonora - Cinema/TV/Outras Mídias e Melhor Canção Original - Cinema/TV/Outras Mídias.

O cantor Bob Dylan gostou tanto do filme que convidou Glen Hansard e Markéta Irglová a fazerem o show de abertura em parte de sua turnê mundial.

Os amantes da música mundial certamente irão gostar desse singelo filme, o que explica uma sala quase lotada na sessão de domingo à noite.

sexta-feira, 18 de abril de 2008




Claquete – 18 de abril de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

As chuvas vão dando uma trégua, e já dá para ir ao cinema sem sustos. Aproveite para conferir as estréias do terror “O Olho do Mal”, da comédia “Super-Herói – O Filme” e do drama “Apenas Uma Vez” (este último, só no Moviecom). Continuam em cartaz o drama histórico “Elizabeth – A Era de Ouro”, o suspense “Awake – A Vida Por um Fio”, a ficção-científica “Jumper”, a fantasia “As Crônicas de Spiderwick” e o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe os policiais “Um Plano Brilhante” e “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro” e os nacionais “Sexo Por Amor?” e “Xuxa em Sonho de Menina”, e, na Sessão Cult, o drama “Paranoid Park”. No Moviecom, mantém-se em cartaz o faroeste “Os Indomáveis”, o nacional “Podecrer!”, a comédia “Espartalhões” e o nacional “Meu Nome Não é Johnny”.

Estréia 1: “O Olho do Mal”

Sydney Wells (Jessica Alba) é uma violinista renomada, que sofreu uma tragédia na infância que a deixou cega. Ela sempre sonhou em fazer uma cirurgia de transplante de córneas e, quando finalmente consegue, recupera a visão. Para se adaptar à nova situação, ela conta com a ajuda de sua irmã Helen (Parker Posey) e do dr. Paul Faulkner (Alessandro Nivola), um neuro-oftamologista. Porém, Sydney passa a ver imagens sombrias e aterrorizantes, que a assombram. Sem saber se a situação é conseqüência da adaptação de seu cérebro à nova situação, Sydney passa a desconfiar que a causa está ligada ao doador anônimo das córneas usadas em sua operação. Refilmagem de “The Eye - A Herança”, ótima produção chinesa de 2002, dos irmãos Danny e Chun Pang. A direção é de David Moreau e Xavier Palud. “O Olho do Mal” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom e na Sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 2: “Super-Herói – O Filme”

Após ser picado por uma libélula geneticamente alterada, Rick Riker (Drake Bell) tem sua vida alterada para sempre. Ele ganha superpoderes e passa a usá-los para combater o mal, sob a alcunha do Homem-Libélula. Entretanto Rick enfrenta um problema: sempre que tenta salvar alguém acaba matando-o acidentalmente. Apesar disto ele precisa enfrentar o Ampulheta, um vilão que deseja roubar a fonte de vida das pessoas para alcançar a imortalidade. Será que Libélula conseguirá, com sua força, velocidade e uniforme inacreditavelmente apertado, impedir o Ampulheta e salvar o mundo? Comédia maluca, com gozações e paródias a outros filmes, no estilo de “Todo Mundo em Pânico”. A direção é de Craig Mazin. “Super-Herói – O Filme” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 3: “Apenas Uma Vez”

Dublin, Irlanda. Um músico de rua (Glen Hansard) sente-se inseguro para apresentar suas próprias canções. Um dia ele encontra uma jovem mãe (Markéta Inglová), uma imigrante tcheca que anda pelas mesmas ruas, vendendo rosas para sustentar sua família e tem como hobby o piano. O acaso fez com eles se encontrassem e a paixão pela música fará com que eles vivam uma experiência inesquecível. Uma linda história de amor embalada por músicas que traduzem os caminhos do coração. Este filme ganhou o Oscar de Melhor Canção Original (“Falling Slowly”) e o Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro. A direção é de John Carney. “Apenas Uma Vez” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “Paranoid Park”

Alex (Gabe Nevins) é um jovem de 16 anos, que namora Jennifer (Taylor Momsen) e tem Jared (Jake Miller) como seu melhor amigo. Um dia ele e Jared vão a Paranoid Park, o paraíso dos skatistas. Eles combinam de voltar ao local no sábado à noite mas, de última hora, Jared precisa viajar. Alex decide ir ao local sozinho e lá conhece outros skatistas. Ele aceita o convite de um deles para subir em um trem de carga, sem imaginar o problema que teria. A direção é de Gus Van Sant. A partir desta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 12 anos.


Lançamentos em DVD



“Hitman – Assassino 47”, em DVD

O Agente 47 (Timothy Olyphant) foi educado para se tornar um assassino impecável, cujas armas mais poderosas são seus nervos e o orgulho resoluto daquilo que faz. Mas, o caçador se torna a caça quando se vê preso em uma reviravolta política. Tanto a Interpol quanto o exército russo o perseguem pelo Leste Europeu, enquanto ele tenta descobrir quem armou a cilada, e por quê. No centro de tudo, uma mulher, a bela Nika (Olga Kurylenko, a próxima Bond girl). Adaptação cinematográfica do famoso videogame Hitman, que já vendeu mais de seis milhões de cópias no mundo todo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Paris, Te Amo”, em DVD

Em Paris, o amor está por todos os lugares; nos bares, nos cafés, na Torre Eiffeil, até no metrô que circula abaixo de suas ruas. Paris, Te Amo é uma declaração à Cidade Luz através dos olhos de alguns dos maiores diretores do mundo: Gus Van Sant, Tom Tykwer, Daniela Thomas, Walter Salles, Nobuhiro Suwa, Olivier Assayas, Oliver Schmitz, Bruno Podalydès, Alexander Payne, Vincenzo Natali, Richard LaGravenese, Christopher Doyle, Gérard Depardieu, Alfonso Cuarón, Wes Craven, Isabel Coixet, Ethan Coen, Joel Coen, Sylvain Chomet, Gurinder Chadha, Emmanuel Benbihy e Frédéric Auburtin. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“A Bela da Tarde”, em DVD

Esta é a história de Séverine (Catherine Deneuve), jovem, rica, casada com um cirurgião de sucesso e infeliz, que procura um discreto bordel para realizar suas fantasias sexuais e conseguir o prazer que seu marido não consegue lhe dar. Curiosa, Séverine termina acostumando-se a uma vida dupla. Até o aparecimento de Marcel, um delinqüente que se enamora da mulher, e complica a cômoda situação da protagonista. O mais popular e também o mais belo filme do mestre do surrealismo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Biografias, Filmografias e Galeria de pôsteres. Nas lojas e locadoras.


Eventos



“Vidas Secas”, no Literatura & Cinema

O Colégio Ciências Aplicadas, no seu projeto de exibição de filmes, Literatura & Cinema, exibe, na próxima quarta-feira, dia 23, o filme “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos. No paupérrimo Nordeste brasileiro, uma família vive sem esperanças no futuro por causa da seca e miséria que assolam suas vidas. Uma das grandes obras-primas do cinema brasileiro. Adaptação do famoso romance de Graciliano Ramos. A exibição será no auditório do próprio colégio, às 19h30. Mais informações, através do telefone 9983-5667.

“Estado de Sítio”, no Ciclo de Cinema e Ditadura na América Latina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ciclo de filmes e debates sobre as ditaduras na história recente, apresenta, na próxima quinta-feira, dia 24, o longa-metragem “Estado de Sítio”, de Constantin Costa-Gavras. O corpo de Philip Michel Santore (Yves Montand), um colaborador das ditaduras na América do Sul, é encontrado em um carro. Deste momento em diante, o filme é narrado em flashback, mostrando os guerrilheiros Tupamaros decididos a capturar Santore, que se dedicou a ensinar e difundir a tortura nos órgãos militares. No Auditório A – CCHLA (Azulão), às 19 horas. Mais informações, através do email
gvitullo@hotmail.com.



Filme da Semana: “No Vale das Sombras”

A bandeira de cabeça para baixo

Quando Sadan Hussein afirmava que o Iraque seria “um novo Vietnã” para os americanos, não estava fazendo nenhum exercício de futurologia. Os motivos que levaram às guerras, a pretensa luta contra o comunismo, nos anos 60, e a avidez por petróleo e dinheiro, dos dias atuais, não importa tanto. As seqüelas de hoje são tão ou mais graves do que as da Vietnã, trazendo graves conseqüências para o mundo, para o Iraque, e para os próprios americanos. Esta situação é brilhantemente exposta no filme “No Vale das Sombras”, injustamente ignorado pelo circuito comercial.

A história inicia quando Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) e sua mulher Joan (Susan Sarandon) recebem um telefonema informando que o filho Mike (Jonathan Tucker) desaparecera após retornar do Iraque. Preocupado, Hank, ele próprio um reformado da Polícia Militar (o equivalente a nossa Polícia do Exército), resolve ir em busca do filho.

Enquanto Hank tenta se posicionar na emaranhada rede de desinformação que cerca o caso, a polícia da pequena cidade onde está a base militar à qual o seu filho pertencia descobre um cadáver mutilado. Exames mostram que os restos são de Mike.

Se achamos as nossas polícias confusas, as do americanos são piores, pois em questões de metros podem decidir a qual jurisdição o crime pertence. Se tiver sido dentro de alguma dependência do Exército, o crime será investigado pela Polícia Militar. No caso, apesar de ter sido arrastado para o terreno da base, a morte ocorrera na estrada, o que devolvia o caso para a polícia da cidade. Quem toma conta do caso é a detetive Emily Sanders (Charlize Theron), uma jovem mãe solteira que tem cumprir suas obrigações, cuidar do filho e ainda agüentar as piadas e brincadeiras dos colegas, que não a levam a sério.

Se achar um assassino já é difícil, a coisa se torna pior quando há uma intenção velada de encobrir fatos embaraçosos. Ninguém, do exército ou da polícia quer venham à tona relatos de coisas que os soldados fazem no Iraque, nem do que acontece quando retornam ao seu país.

Aos poucos, Hank vai reconstruindo a história do filho, descobrindo fatos estranhos e atitudes absurdas que Mike assumia durante a estada no Iraque. Muitos desses fatos, mortes irresponsáveis, torturas e ações sob extrema tensão, são descobertos através de vídeos recuperados de um celular defeituoso que pertencera ao jovem soldado.

À medida que os fatos vão sendo revelados, graças aos esforços de Hank e de Emily, as pistas vão apontando para os culpados mais insuspeitos, os melhores amigos do filho, os homens ao lado dos quais ele lutou, onde cada um tinha a obrigação de proteger a vida do outro.

A verdade dolorosa não se restringe ao caso de Mike, pois ele e seus amigos não eram os únicos a trazer as seqüelas da guerra. Outros casos, de pessoas deslocadas, famílias destroçadas, vidas inutilizadas, são encobertos ou ignorados pelas autoridades, pela mídia e pela população. Esse silêncio e a ignorância geral servem aos propósitos dos que auferem lucros com a guerra, e querem mantê-la, literalmente, a qualquer custo.

Embora possa parecer alguma história muito louca, como tantas que vemos nos cinemas, “No Vale das Sombras” é baseado em fatos dolorosamente reais, em que um soldado americano, Richard Davis, foi torturado, morto e feito em pedaços pelos próprios colegas, já depois de terem retornado ao seu país. No site
www.richarddavisforpeace.com há diversas informações sobre o caso do desafortunado Davis, que nem ao menos é considerado uma baixa da guerra do Iraque.

O filme não passou nos nossos cinemas e foi ignorado pela crítica, embora Tommy Lee Jones tenha sido indicado ao Oscar de Melhor Ator. Mas, a edição em DVD, lançado pela Paris Filmes, traz o filme com formato de tela letterbox e som DD 5.1. Nos extras, dois ótimos documentários mostram detalhes da produção e da história real que inspirou o filme.

“No Vale das Sombras” é um filme poderoso e contundente, que traz mais perguntas do que respostas, e que deveria ser leitura obrigatória para qualquer pessoa que queira saber mais sobre a nossa História atual. É assustador, por exemplo, descobrir que a nação mais poderosa do mundo está dolorosamente perdida, envolvendo-se em perigosas aventuras maquinadas por líderes irresponsáveis e inescrupulosos.

O maior questionamento, que se aplica ao caso, é feito pelo filho de Emily, ao saber sobre a história de Davi e Golias: “como foi que deixaram um garoto ir lutar?”.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Claquete – 11 de abril de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz


Chegou Abril, mas, as águas de Março continuam fechando o verão, deixando muitos nordestinos à mercê das intempéries. Vamos assistir os filmes, mas, não deixem de ajudar nossos irmãos desabrigados. Surpreendentemente, as estréias continuam acontecendo, com o drama histórico “Elizabeth – A Era de Ouro”, o policial “Um Plano Brilhante”, o faroeste “Os Indomáveis” e o nacional “Podecrer!” (os dois últimos, só no Moviecom). Continuam em cartaz o suspense “Awake – A Vida Por um Fio” (veja em Filme da Semana), a ficção-científica “Jumper”, a fantasia “As Crônicas de Spiderwick” e o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro”, “Rolling Stones - Shine a Light”, “Ponto de Vista”, “Sexo Por Amor?”, “Xuxa em Sonho de Menina”, e, na Sessão Cult, o drama “Paranoid Park”. No Moviecom, mantém-se em cartaz “Os Espartalhões”, “Maldita Sorte” e “10.000 A. C.”.

Estréia 1: “Elizabeth – A Era de Ouro”

Inglaterra, 1585. Elizabeth I (Cate Blanchett) está quase há três décadas no comando da Inglaterra, mas, ainda precisa lidar com a possibilidade de traição em sua própria família. Simultaneamente, a Europa passa por uma fase de catolicismo fundamentalista, que tem como principal liderança o rei Felipe II (Jordi Mollá), da Espanha. Apoiado pelo Vaticano e armado com a Inquisição, Felipe II planeja destronar a "herege" Elizabeth I, que é protestante, e restaurar o catolicismo na Inglaterra. Preparando-se para entrar em guerra, Elizabeth busca equilibrar as tarefas da realeza com uma inesperada vulnerabilidade, devido à sua predileção pelo aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen). Seqüência de “Elizabeth”, de 1998, este filme ganhou o Oscar de Melhor Figurino e foi indicado na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett). A direção é de Shekar Khapur. “Elizabeth – A Era de Ouro” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 2: “Um Plano Brilhante”



1960. Laura Quinn (Demi Moore), uma executiva dedicada, trabalha na maior empresa de diamantes de Londres, mas, sente-se frustrada por seu sucesso profissional ser tolhido pelo fato de ser mulher. Após anos de frustrações, ela resolve se unir ao sr. Hobbs (Michael Caine), um zelador amargurado que sente-se traído após dedicar sua vida à empresa. Juntos, eles planejam um roubo audacioso à firma que os rejeitou. A direção é de Michael Radford. “Um Plano Brilhante” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 3: “Os Indomáveis”

Dan Evans (Christian Bale) é um jovem rancheiro, que enfrenta dificuldades financeiras e está prestes a perder as terras onde vive com sua família. Após realizar mais um assalto a diligência, o perigoso Ben Wade (Russell Crowe) segue para uma pequena cidade do velho oeste. Lá, ele é preso e logo é organizado um grupo para levá-lo até uma cidade distante, onde poderá ser enviado à prisão de Yuma por trem. Evans se oferece para integrar o grupo, desde que receba uma recompensa financeira que resolva seus problemas. A proposta é aceita, mas, fazer com que Wade embarque no trem não será uma tarefa fácil, já que os demais integrantes de seu bando estão vindo em seu resgate. A direção é de James Mangold. “Os Indomáveis” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 4: “Podecrer!”

Rio de Janeiro, 1981. Um grupo de amigos está no ano de sua formatura no colégio São Jorge. Entre eles está Carol (Maria Flor), filha de exilados políticos, que retornou recentemente ao Brasil. Ela logo se torna amiga de Melissa (Fernanda Paes Leme) e Silvinha (Liliana Castro), que a apresenta a João (Dudu Azevedo), PP (Sílvio Guindane), Marquinho (Gregório Duvivier) e Tavico (Marcelo Adnet), os integrantes da banda de rock mais conhecida do colégio. João e Carol logo sentem-se atraídos, mas Ana Cláudia, que é a garota mais bonita do colégio, está decidida a conquistá-lo. Em meio às festas e namoros, eles ainda precisam se preocupar com o vestibular e o futuro de suas vidas. A direção é de Arthur Fontes. “Podecrer!” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos.

Sessão Cult: “Paranoid Park”

Alex (Gabe Nevins) é um jovem de 16 anos, que namora Jennifer (Taylor Momsen) e tem Jared (Jake Miller) como seu melhor amigo. Um dia ele e Jared vão a Paranoid Park, o paraíso dos skatistas. Eles combinam de voltar ao local no sábado à noite mas, de última hora, Jared precisa viajar. Alex decide ir ao local sozinho e lá conhece outros skatistas. Ele aceita o convite de um deles para subir em um trem de carga, sem imaginar o problema que teria. A direção é de Gus Van Sant. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Classificação indicativa 12 anos.


Lançamentos em DVD

“A Lenda de Beowulf”, em DVD

O guerreiro Beowulf (Ray Winstone) derrota o demônio Grendel (Crispin Glover) em um duelo e atrai a ira da mãe do monstro, vivida por Angelina Jolie. O longa-metragem, animado por computador com captura do movimento do elenco, tem direção de Robert Zemeckis (“De Volta para o Futuro”, “Náufrago”). O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Bestas de Carga: Desenhando as criaturas de Beowulf. Nas locadoras.

“O Suspeito”, em DVD

Um engenheiro químico, cidadão americano e egípcio de nascimento, suspeito de terrorismo, é seqüestrado pela CIA e enviado ao Egito, para ser interrogado pela polícia secreta local. Um agente da CIA (Jake Gyllenhaal) testemunha a tortura e passa a questionar os métodos e resultados obtidos. Enquanto isso, a esposa do engenheiro (Reese Witherspoon), que está grávida, luta junto ao Senado americano para libertar o marido. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras o documentário “Ilegal”, Making Of, Cenas deletadas e alternativas. Nas locadoras.

“Nascido Para Matar – Edição Especial”, em DVD

Um dos mais impactantes filmes do genial diretor Stanley Kubrick é relançado em DVD, numa edição especial. O filme mostra a loucura da preparação dos recrutas para a Guerra do Vietnã, e, a própria guerra em si. Joker (Matthew Modine), Animal Mother (Adam Baldwin), Gomer (Vincent D'Onofrio), Eightball (Dorian Harewood), Cowboy (Arliss Howard) e muitos outros são jogados em um campo de treinamento, onde enfrentam D.I. (Lee Ermey), um sargento linha dura que os trata como vermes. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, “Nascido para matar: Entre o bem e o mal”, Comentários de Adam Baldwin, Vicent D´Onofrio, Lee Ermey e Jay Cocks e Trailer de cinema. Nas lojas e locadoras.

Eventos

“Carta de uma Desconhecida”, na Aliança Francesa

A Aliança Francesa, na Sessão Cinema e Psicanálise, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “Carta de uma Desconhecida”, do diretor Max Ophüls. Viena, início do século XX. O famoso pianista Stephan Brand (Louis Jourdan) se hospeda num hotel, onde recebe uma carta de uma mulher desconhecida. Ao lê-la, relembra de Lisa (Joan Fontaine, em grande momento), uma mulher com quem viveu uma linda e tumultuada história de amor. Ao som de Liszt, Wagner e Mozart, Max Ophüls realizou, com sua sofisticação característica, um melodrama inesquecível. Baseado no romance de Stefan Zweig. A exibição começa às 20h, na Aliança Francesa.

A sala estava escura, mas notamos a sua falta!

A Coluna Claquete apóia o manifesto do Cineclube Natal, que expressa a preocupação dos sócios e diretoria com a redução do número de espectadores em suas diversas sessões. Por conta dessa redução de platéia – sem explicação – o Cineclube está sendo obrigado a restringir a sua programação a quatro exibições no mês: Cine Vanguarda, no Teatro da Cultura Popular, Cine Café, no Nalva Melo Café Salão, Cine Assembléia, na Assembléia Legislativa e o projeto mais recente, Cine Curumim, direcionado ao público infanto-juvenil, em parceria com o SESC/RN. Vamos prestigiar o esforço do Cineclube!

“O Homem Que Amava as Mulheres”, no Cine Vanguarda

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), apresenta neste domingo, dia 13, o longa-metragem “O Homem Que Amava as Mulheres”, do diretor francês François Truffaut. Muitas mulheres visitam o enterro do protagonista, que amou a todas. Daí parte um flashback que conta seus casos e relacionamentos. Com Charles Denner, Brigitte Fossey, Nelly Borgeaud, Geneviève Fotanel no elenco. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Os ingressos custam R$ 2,00.

“Desaparecido”, no Ciclo de Cinema e Ditadura na América Latina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ciclo de filmes e debates sobre as ditaduras na história recente, apresenta, na próxima quinta-feira, dia 17, o longa-metragem “Desaparecido”, de Constantin Costa-Gavras. O filme é baseado na história de um americano que luta para descobrir o paradeiro de seu filho desaparecido no Chile, durante a ditadura de Pinochet. Este filme deu ao polêmico diretor Costa-Gravas o Oscar de roteiro, dois Globos de Ouro e, anos depois, foi condecorado pelo governo civil chileno por sua defesa dos direitos humanos. No Auditório A – CCHLA (Azulão), às 19 horas. Mais informações, através do email gvitullo@hotmail.com.



Filme da Semana: “Awake – A Vida Por um Fio”

Decisão entre o céu e a terra

O que caracteriza a vontade de viver? O cinema tem explorado muito esta questão, mas, o recente “Awake – A Vida Por um Fio”, um produto bem hollywoodiano, dá uma nova visão ao tema. O filme é estrelado por dois rebentos da nova geração do cinema, Hayden Christensen (o Anakin Skywalker/Darth Vader da nova série Star Wars) e Jessica Alba (a Mulher Invisível de “Quarteto Fantástico”).

Clayton Beresford (Hayden Christensen) é o único filho de Lilith (Lena Olin), a bilionária dona de uma imensa fortuna, que compreende inúmeros conglomerados industriais. Clayton, além de ser um bom executivo, preocupado com o lado social de suas empresas, também vai bem pelo lado amoroso. Ele está apaixonado pela namorada, Sam Lockwood (Jessica Alba), a linda secretária de sua mãe, e é correspondido pela garota.

O rapaz se dá muito bem com a sua jovem mãe, Lilith, mas, vive sempre à sombra da imagem do pai, o marido e executivo perfeito, uma figura que parece impossível para Clayton igualar.

Tudo estaria muito bem na vida de Clayton, não fosse um problema congênito no coração, que só será resolvido através de um transplante do órgão. O complicador é que, devido ao seu tipo sanguíneo, torna mais difícil encontrar um doador.

Clayton resolve assumir o romance com Sam e casa com ela, apressadamente. Por coincidência (isto é Hollywood, afinal de contas), o Pager toca, informando que foi encontrado um doador para o transplante. Os jovens vão para o hospital, onde Clayton recusa o especialista trazido pela mãe, e insiste em ser operado por Jack Harper (Terrence Howard), de quem se tornou amigo.

É na sala de cirurgia que as coisas se complicam. Após ter recebido a anestesia, Clayton fica com o corpo paralisado, mas, não consegue dormir e continua com plena consciência. O pior é que, ao escutar a conversa entre Harper e os colegas, descobre que ele é o alvo de um plano de assassinato, com o único objetivo de conseguir dinheiro.

No esforço para despertar e evitar o seu próprio assassinato, Clayton sai do corpo, perdendo-se em um limbo entre a vida e a morte, o passado e o presente, analisando as lembranças que confirmam as suspeitas, e testemunhando as conversas que desmascaram toda a extensão da cumplicidade criminosa que se teceu à sua volta, exatamente pelas pessoas que lhe eram mais próximas.

Quando tudo parece desesperadamente perdido, a ajuda vem na forma de quem mais o ama, e que dará a própria vida para salvá-lo. Resta saber se ainda lhe restará motivos para retornar à vida. Enquanto os últimos fios de vida se extinguem, no limiar da morte se travará uma luta para que o rapaz não desista de tudo.

O elenco de “Awake – A Vida Por um Fio” parece saída de um anúncio de pasta de dentes, todos jovens, bonitos e elegantes, e junto com um roteiro bem óbvio, a impressão é que o filme irá desandar em um lugar comum.

Mas, se a trama é simples, não é menos interessante, principalmente quando nos identificamos com a ótica do protagonista, desesperado pela situação indefesa, decepcionado pela traição dos que lhe eram mais íntimos, e indeciso quanto a se valia à pena viver ou não. A edição do filme é mais um personagem da história, mostrando diferentes visões de uma mesma cena, com flashbacks instantâneos que remetem às descobertas do protagonista.

A bela cena onde ele tem que decidir se vive, ou não, é o ponto alto do que seria um suspense tradicional. É, literalmente, quando se descobre que há mais coisas entre o céu e a terra, como dizia o velho William.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Claquete – 04 de abril de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Faz tempo que não se vê uma diversidade de estréias com neste final de semana. O único título em comum nos dois cinemas é o suspense “Awake – A Vida Por um Fio”. No Moviecom estréiam o suspense “O Orfanato”, o drama “Não Estou Lá” e a comédia “Espartalhões”. No Cinemark, as novidades são a comédia “Loucas Por Amor, Viciadas em Dinheiro” e o documentário “Rolling Stones – Shine a Light”, de Scorsese. Continuam em cartaz a ficção “Jumper”, o drama político “Jogos do Poder” (veja em Filme da Semana), o suspense “Ponto de Vista”, a fantasia “As Crônicas de Spiderwick”, o infantil “Horton e o Mundo dos Quem” e a aventura “10.000 A.C.”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama “O Caçador de Pipas”, o nacional “Sexo Com Amor?”, e, na Sessão Cult, “A Espiã”. No Moviecom, mantém-se em cartaz a comédia romântica “Maldita Sorte”.

Estréia 1: “Awake – A Vida Por um Fio”

Clayton Beresford Jr. (Hayden Christensen) parece ter tudo: está noivo da linda Samantha Lockwood (Jessica Alba), tem uma mãe adorável, Lilith (Lena Olin), um trabalho bem-sucedido e todo o dinheiro que um rapaz poderia querer. Mas, a vida de Clay está longe de ser perfeita – seu relacionamento com Sam é um segredo, já que ela é funcionária de sua mãe autoritária, e ele precisa de um transplante de coração. Jack Harper (Terrence Howard) é amigo e cardiologista de Clay. Quando encontra o doador, sua alegria se transforma em terror, e ele experimenta uma situação que poucos imaginaram: apesar de anestesiado, fica completamente acordado durante a cirurgia, sem poder se mexer, mas, percebendo cada detalhe. A direção é de Joby Harold. “Awake – A Vida Por um Fio” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 2: “Espartalhões”

Sátira do épico “300”, “Espartalhões” foi produzido pela mesma equipe da franquia “Todo Mundo em Pânico” e “Deu a Louca em Hollywood”, na mesma linha de comédia que remete à revista MAD. O filme faz brincadeiras com astros famosos, como Tom Cruise, Angelina Jolie e Brad Pitt, além de trazer, como herói, um espartano gordinho, um vilão para lá de bizarro e gozações em cima de sucessos como “Homem-Aranha 3”, “Motoqueiro Fantasma”, “Transformers” e “Shrek Terceiro”. No elenco, nomes conhecidos do público como Carmen Electra, o rapper Method Man, Jim Piddock, Greg Ellis, Martin Klebba e Kevin Sorbo, o “Hércules” do antigo seriado de TV. Provando que nem sempre a crítica e o público olham na mesma direção, a comédia estreou nos Estados Unidos atingiu o primeiro lugar nos mais vistos da semana, embora seja detonado pela imprensa especializada. “Espartalhões” estréia nesta sexta-feira, no Cine do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 3: “O Orfanato”

Laura (Belén Rueda) passou os anos mais felizes de sua vida em um orfanato, onde recebeu os cuidados de uma equipe e de outros companheiros órfãos, a quem considerava como se fossem seus irmãos e irmãs verdadeiros. Agora, 30 anos depois, ela retorna ao local, acompanhada do marido Carlos (Fernando Cayo) e do filho Simón (Roger Príncep), de sete anos. Ela deseja restaurar e reabrir o orfanato, que está abandonado há vários anos. O local logo desperta a imaginação de Simón, que passa a criar contos fantásticos. Entretanto, à medida que os contos ficam mais estranhos, Laura começa a desconfiar que haja algo à espreita na casa. Dirigido por Juan Antonio Bayona, o elenco conta com a participação de Geraldine Chaplin. “O Orfanato” estréia nesta sexta-feira, no Cine do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 4: “Loucas Por Amor, Viciadas em Dinheiro”

Bridget Cardigan (Diane Keaton) é surpreendida ao saber que está preste a perder sua confortável casa, quando seu marido Don (Ted Danson) é demitido do trabalho. Desesperada, ela sai em busca de emprego. Após ter ficado anos sem trabalhar, ela consegue uma vaga no banco da Reserva Federal americana. Aos poucos, ela descobre que tem muito em comum com suas novas companheiras de trabalho: Nina (Queen Latifah), uma mãe solteira com dois filhos para sustentar, e Jackie (Katie Holmes), uma mulher exuberante e livre que não tem nada a perder. Revoltadas com um sistema que não valoriza seus talentos e sonhos, elas decidem virar o jogo. As três amigas acabam se unindo para planejar um roubo à empresa. A direção é de Callie Khouri. “Louca Por Amor, Viciadas em Dinheiro” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa dez anos.

Estréia 5: “Rolling Stones - Shine a Light”

Para comemorar os 45 anos dos Rolling Stones, uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, o premiado diretor Martin Scorsese registrou dois shows muito especiais no Beacon Theater de Nova York, em 2006, com participações especiais de Christina Aguilera, Buddy Guy e Jack White. “Rolling Stones – Shine a Light” traz detalhes dessas apresentações, intimidades de bastidores e fatos da história da banda que encanta gerações. Musicalmente, os Stones, além de terem selecionado um repertório bem próprio, incluindo músicas que não vinham sendo tocadas regularmente na turnê, prepararam versões ligeiramente modificadas para a maioria delas. “Rolling Stones – Shine a Light” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa livre.

Estréia 6: “Não Estou Lá”

Bob Dylan (Christian Bale / Cate Blanchett / Heath Ledger / Marcus Carl Franklin / Richard Gere / Ben Whishaw), ícone musical, poeta e porta-voz de uma geração, sempre viveu em constante mutação ao longo da vida, especialmente durante os anos 60. Musicalmente, fisicamente, psicologicamente, as alterações do seu personagem público dialogaram com acontecimentos sociais e ocasionaram múltiplas repercussões culturais. De jovem menestrel a profeta folk, de poeta moderno a roqueiro, de ícone da contracultura a cristão renascido, de caubói solitário a popstar. “Não Estou Lá” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “A Espiã”

Durante a 2ª Guerra Mundial, Rachel Stein (Carice van Houten), uma linda cantora judia, e um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista. Entretanto, o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir de então, ela se une à Resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso, a Resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental. A direção é de Paul Verhoeven. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Classificação indicativa 16 anos.

Lançamentos em DVD:

“Encantada”, em DVD

A princesa Giselle (Amy Adams), em busca de seu amor verdadeiro, vive no reino encantado de Andalasia. Mas, ao conhecer o príncipe Edward (James Marsden), ela é banida do seu mundo pela madrasta do príncipe, a malvada Rainha Narissa (Susan Sarandon) e acaba em Nova York, o mundo real, onde irá se meter em muitas confusões. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Cenas Inéditas, Erros de Gravação, e os documentários “A Fantasia Ganha Vida”, “A Emergência de Pip” e “Uma Aventura em Pop-up”. Nas locadoras.

“A Companhia”, em DVD

Essa é a história surpreendente de Jack Mccauliffe (Chris O´Donnell), um jovem inteligente e idealista que é recrutado pela CIA e enviado a Berlim para trabalhar com o excêntrico Harvey Torriti (Alfred Molina). Juntamente com o chefe da contra-espionagem, James Angleton (Michael Keaton), eles procuram descobrir quem, dentro da própria CIA, atrapalha suas ações. Os três agentes vão cada vez mais fundo no jogo da espionagem, tentando manter os corações gelados e suas vidas separadas. Mas, Jack, lutando para ficar no controle da situação, acaba se apaixonando por uma bela informante inimiga. Ele agora vai ter que controlar as emoções para não pôr tudo a perder. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Não Amarás”, em DVD

Um dos mais belos filmes do polonês Krzysztof Kieslowski chega em DVD. Tom (Olaf Lubaszenko) é um rapaz de 19 anos que trabalha em uma agência do correio. Tímido , órfão e solitário, mora com uma velha senhora. Para preencher suas noites começa a observar com uma luneta, da janela de seu quarto, sua vizinha Magda (Grazyna Szapolowska). Apaixonado por ela, Tom acompanha sua vida íntima. Totalmente obcecado pela mulher, o jovem começa a enviar bilhetes, telefona sem dizer nada, apenas pelo prazer de ouvir sua voz: seu amor é timído, silencioso, sem objetivos ou grandes pretensões. A concretização do sonho, porém, não será tão boa quanto o próprio sonho. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1. Nas lojas e locadoras.

Eventos

Literatura & Cinema

O Colégio Ciências Aplicadas propõe um projeto de exibição de filmes, o Cine Aplicadas, com acesso livre à comunidade. A cada mês um tema específico: em Abril: Literatura & Cinema; em Maio: Artes Plásticas & Cinema; em junho: Música & Cinema. A programação de abril é: 10/04 – “A Revolução dos Bichos”, de John Stephenson, baseado em livro de George Orwell; 17/04 – “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, baseado na obra de Graciliano Ramos, e 24/04 – “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman, baseado na peça Gianfrancesco Guarnieri. Os filmes serão exibidos no auditório do próprio colégio, sempre às 19h30. Mais informações, através do telefone 9983-5667.

“Chove Sobre Santiago”, no Ciclo de Cinema e Ditadura na América Latina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ciclo de filmes e debates sobre as ditaduras na história recente, apresenta, na próxima quinta-feira, dia 10, o longa-metragem “Chove Sobre Santiago”, de Helvio Soto. O filme retrata a preparação e o momento do golpe do Chile em 1973, quando o governo de Salvador Allende é derrubado. O golpe de Estado é consumado em 11 de setembro de 1973, na operação sob o nome de “Chove Sob Santiago”, com as Forças Armadas sob o comando do general Pinochet e que contou com o apoio direto da CIA, do governo dos EUA e também dos governos ditatoriais da América Latina. No elenco estão Jean-Louis Trintignant, Annie Girardot e Bibi Andersson. A música é de Astor Piazolla. No Auditório A – CCHLA (Azulão), às 19 horas. Mais informações, através do email
gvitullo@hotmail.com.
Filme da Semana: “Jogos do Poder”


Filme da Semana: "Jogos do Poder"

Esquentando a Guerra Fria

É curioso que se travem acirradas discussões sobre acontecimentos históricos ocorridos há séculos, quando, muitas vezes, somos surpreendidos por fatos recentes, de duas ou três décadas atrás. É sobre alguns destes fatos, que contribuíram para o fim da Guerra Fria, que trata o filme “Jogos do Poder”, em cartaz nos nossos cinemas.

Acredito que, para muitas pessoas com menos de trinta anos, a Guerra Fria seja um conceito vago, alguma coisa envolvendo os Estados Unidos e a Rússia. Na verdade, Guerra Fria foi um estado de conflito político-ideológico entre os Estados Unidos, defensores do capitalismo, e a União Soviética, defensora do socialismo, que durou desde o final da Segunda Guerra Mundial (1945) até a dissolução da União Soviética (1991).

A denominação “fria” deve-se a nunca ter ocorrido um confronto direto entre as duas potências, embora sempre que houvesse a participação de uma em um conflito, a outra atuava apoiando a oposição. Foi assim na Guerra da Coréia, do Vietnã, e muitos outros conflitos menores, até a invasão do Afeganistão pela União Soviética, em 1979, quando os Estados Unidos, ainda sob a administração de Jimmy Carter, se dividia entre a defesa de direitos humanos e a revolução iraniana do aiatolá Khomeini.

É neste momento que o filme focaliza, através da pessoa de Charlie Wilson (Tom Hanks), um deputado federal eleito pelo estado do Texas. Apresentado como um político cujo maior feito em seis mandatos foi conseguir ser reeleito cinco vezes, ele parece encarar seu cargo apenas como uma forma viver confortavelmente, com acesso a muitas festas, mulheres, bebidas e cocaína, não necessariamente nesta ordem.

Com a atenção despertada por uma reportagem sobre os refugiados afegãos, Wilson decide dobrar a verba da CIA de operações no Afeganistão. Ele fica surpreso ao saber que são apenas cinco milhões de dólares. Mesmo dobrando, seriam insuficientes para alguma ação mais séria. Quando uma amiga socialite de seu estado, Joanne Herring (Julia Roberts), o convence a ir até o Paquistão, e ele percebe a gravidade da ocupação soviética, ele decide ir a fundo na idéia de ajudar a resistência afegã.

O problema é que, ainda sob a influência apática de Carter, ninguém na administração americana queria se envolver em uma briga contra a União Soviética. O apoio que Wilson esperava veio através de um obscuro agente da CIA, Gust Avrakotos (Philip Seymour Hoffman).

Wilson atuava em várias frentes, desde a comissão de segurança do Congresso, que liberava o dinheiro para a Defesa, até uma inusitada associação de força opostas, conseguindo que um negociante israelense comprasse armas soviéticas do Egito, com dinheiro vindo da Arábia Saudita, para serem contrabandeadas via Paquistão. O detalhe é que estes países viviam em estado de guerra quase constante.

“O Paquistão e o Afeganistão não reconhecem nosso direito de existir, acabamos de sair de uma guerra com o Egito e todos aqueles que já tentaram me matar ou matar minha família foram treinados na Arábia Saudita.”, diz o israelense. “Nem todos, retruca Avrakotos, alguns foram treinados por nós.”

Conseguindo aumentar a verba inicial de 5 milhões de dólares, Wilson convenceu o Congresso a destinar um bilhão de dólares anuais para a compra de armas sofisticadas e equipamentos para os rebeldes afegãos, que foram treinados por agentes da CIA. Obviamente, nenhum desses detalhes podia vir ao conhecimento oficial do mundo, pois estaria se passando da Guerra Fria para um conflito aberto entre as superpotências.

Com um ritmo surpreendente, do diretor Mike Nichols, e diálogos que parecem rajadas de metralhadora, marca registrada do roteirista Aaron Sorkin, o filme consegue manter-se no limiar do drama e da comédia, sem demagogias ou falsos moralismos, mostrando o lado comum de pessoas comuns, que podem alcançar feitos extraordinários. É bem verdade que os traços mais negros de Wilson, como o uso de drogas e bebidas é mostrado de maneira muito mais leve do que foi na realidade. Nada, porém, que tire o valor do filme.

Por outro lado, a atuação de Philip Seymour Hoffman como o cínico analista da CIA é surpreendente, e sou taxativo em dizer que foi injusta a perda do Oscar para Javier Bardem, que, embora seja um grande ator, não fez mais do que uma cara de múmia paralítica em “Onde os Fracos Não Tem Vez”.

O mais interessante de “Jogos do Poder” é a mensagem, sutil, pero no mucho, da desastrada política externa americana, que é capaz de dar um bilhão de dólares para torrar em uma guerra, e negar um milhão para construir uma escola. Não dá para esquecer que foram os próprios americanos que praticamente criaram todas as condições possíveis para que o radical regime talibã subisse ao poder no Afeganistão.