sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Claquete – 29 de fevereiro de 2008


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

O Oscar veio e passou, sobrando pouca coisa para o natalense conferir. Nas estréias, Stallone ressuscita “Rambo IV”, enquanto “O Caçador de Pipas” chega com um certo atraso. Estréiam, só no Moviecom, “Hitman – Assassino 47” e “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, um raro filme romeno. Continuam em cartaz a comédia romântica “Vestida Para Casar”, o drama “Juno”, Oscar de Melhor Roteiro, o infantil “Meu Monstro de Estimação” e o drama político “O Suspeito”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Desejo e Reparação”, Oscar de Melhor Trilha Sonora, a comédia dramática “Antes de Partir”, o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny” e, na Sessão Cult, o nacional “Mutum”. No Moviecom, estão em cartaz o policial “O Gangster”, com Denzel Washington, a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, e o nacional “Sexo Com Amor?”.

Estréia 1: “Rambo IV”

Uma guerra civil se prolonga por quase 60 anos, na fronteira da Birmânia com a Tailândia, envolvendo os birmaneses e a tribo karen. John Rambo (Sylvester Stallone) vive no norte da Tailândia, onde pilota um barco no rio Salween. Cansado de lutar, Rambo leva uma vida simples e solitária, apenas acompanhando o fluxo de rebeldes e refugiados. Um dia, Sarah Miller (Julie Benz) e Michael Burnett (Paul Schulze), dois missionários, explicam que os birmaneses colocaram minas terrestres na estrada e que, por isso, precisam que Rambo os leve pelo rio. Relutante, Rambo aceita a proposta. Mas, duas semanas depois, o pastor Artur Marsh (Ken Howard) o procura, dizendo que os missionários foram capturados e que havia recolhido dinheiro para contratar mercenários para resgatá-los. O pastor agora quer que Rambo treine os mercenários, para que a missão deles possa ter sucesso. Este é o quarto episódio da série Rambo, e o primeiro a ser dirigido pelo próprio Stallone. “Rambo IV” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom (dublado) e na Sala 2 do Cinemark (legendado). Para maiores de 18 anos.

Estréia 2: “O Caçador de Pipas”

Na exótica Kabul, capital do Afeganistão, antes da invasão russa e posterior domínio talibã, dois meninos, Amir (Zekeria Ebrahimi) e Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada) vivem uma vida feliz, curtindo a infância e pegando as pipas que caem nos torneios. Mas, o ciúme irá provocar a separação entre os dois e Amir passa a viver com o pai nos Estados Unidos. Vinte anos depois, ao saber da sua real relação com Hassan, Amir retorna ao Afeganistão, para tentar consertar o ocorrido em seu passado. A sua missão é encontrar e resgatar o filho de Hassan, que se encontra sob a guarda de um dos mais cruéis oficiais do Talibã, e tem uma relação direta com a infância de Amir. A direção é de Marc Foster (“Em Busca da Terra do Nunca”). Baseado no best-seller de Khaled Hosseini, “O Caçador de Pipas” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 5 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Hitman – O Assassino 47”

O agente 47 (Timothy Olyphant) foi criado para ser um exímio matador de aluguel. Suas armas mais poderosas são a ousadia e o orgulho que têm ao executar cada trabalho. O número 47 é uma referência aos dois últimos dígitos do código de barras que tem tatuado em sua nuca. Um dia, ele é envolvido em um golpe político, o que faz com que seja perseguido pela Interpol e pelos militares russos. Enquanto foge pela Europa Oriental, ele tenta descobrir quem organizou este plano contra ele, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as lembranças que uma bela garota lhe desperta. A direção é de Xavier Gens. “Hitman – Assassino 47” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 4: “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”

Em 1987, nos últimos dias do comunismo na Romênia, Otilia (Anamaria Marinca) e Gabita (Laura Vasiliu) dividem um quarto num dormitório estudantil. Elas são colegas de classe na universidade de uma pequena cidade romena. Gabita está grávida e o aborto é ilegal no país. Otilia aluga um quarto num hotel barato. Lá, elas recebem um certo Sr. Bebe (Vlad Ivanov), chamado para resolver a questão. Mas, ao saber que Gabita está com a gravidez mais adiantada do que havia informado, Sr. Bebe aumenta as exigências para o serviço. Ele cobra um preço que as duas não estão preparadas para pagar. A direção é de Cristian Mungiu. “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Sessão Cult: “Mutum”

Mutum é um local isolado do sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago (Thiago da Silva Mariz) e sua família. Thiago tem apenas dez anos e, juntamente com seu irmão e único amigo Felipe (Wallison Felipe Leal Barroso), é obrigado a enxergar o nebuloso mundo dos adultos. “Mutum” é baseado na história de Miguilim, da novela “Campo Geral”, de João Guimarães Rosa. Os nomes dos personagens-mirins foram trocados em relação ao livro. Eles foram chamados pelos nomes dos próprios atores - todos não profissionais, escolhidos na região das filmagens. Dirigido por Sandra Kogut (“Um Passaporte Húngaro”). A partir desta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 15h. Censura livre.



Lançamentos em DVD


“Tropa de Elite”, em DVD

Depois de ser visto em DVD pirata e nos cinemas, o filme “Tropa de Elite” chega à versão oficial em DVD. O filme mostra o treinamento e a prática do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), grupo especializado no combate ao tráfico nos morros cariocas, visto por meio da trajetória de três oficiais, interpretados por Wagner Moura, Caio Junqueira e André Ramiro. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Trailers, Entrevistas, Galeria de Fotos e a versão em mp4. Nas lojas e locadoras.

“Stardust: O Mistério da Estrela”, em DVD

Para provar seu amor pela namorada, Tristan Thorn, um garoto comum da pequena cidade de Muralha, promete buscar uma estrela cadente que ambos viram cair. Entretanto, o corpo celeste não caiu no mundo em que vivem, e sim, nas terras além-muro – no mundo das fadas. Assim, cabe a Tristan juntar coragem para iniciar sua jornada e adentrar o reino mágico, se quiser conquistar sua amada. Lá dentro, outras forças estão em jogo, como a bruxa Lamia e os príncipes de Stormhold, todas igualmente interessadas na estrela. Com Charlie Cox, Claire Danes, Robert de Niro e Michelle Pfeiffer. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making Of, Cenas Inéditas, Erros de Gravação e Trailer de Cinema. Nas locadoras.

“Paprika”, em DVD

Num futuro próximo, o Dr. Tokita (Tôru Furuya) inventa um poderoso aparelho chamado DC-Mini, que torna possível o acesso aos sonhos das pessoas. Sua colega, a Dra. Atsuko Chiba (Megumi Hayashibara), desenvolve um tratamento psiquiátrico revolucionário com o aparelho. Mas, antes de seu uso ser autorizado, o DC-Mini é roubado. Atsuko, então, assume seu alter-ego, Paprika, a bela “detetive de sonhos”, para mergulhar no mundo do inconsciente e descobrir quem está por trás da tragédia. O disco traz a animação com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários dos Realizadores, Making Of, Uma Conversa Sobre o Sonho, O Mundo CG do Sonho, A Arte da Fantasia e Trailers. Nas lojas e locadoras.



Eventos

“A Noite dos Mortos Vivos”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “A Noite dos Mortos Vivos”, do diretor George Romero. Esse filme, de 1968, revolucionou por ter transformado o morto-vivo na principal criatura do horror cinematográfico. Sem maiores explicações, os mortos levantam de suas covas e saem matando - e comendo - qualquer um em seu caminho. Para fugir dos zumbis canibais, um grupo de sete pessoas se refugia em uma isolada casa de fazenda, onde vivem uma noite de terror e paranóia. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Para maiores de 18 anos.

“Árido Movie”, no Cine Vanguarda

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), apresenta neste domingo, dia 2, o longa-metragem “Árido Movie”, de Lírio Ferreira. O filme conta a história de um jornalista que volta a sua cidade natal, no interior de Pernambuco, para o enterro de seu pai e lá encontra muita estrada e aridez. Ele se depara com uma família até então, desconhecida, que exige vingança do assassino do pai, e, com figuras bem características dessa região. O longa será precedido do curta-metragem “Sanduíche”, de Jorge Furtado. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Os ingressos custam R$ 2,00.

Festival Guarnicê de Cinema

Estão abertas até o dia 30 de março as inscrições para o Festival Guarnicê de Cinema. O evento será realizado em São Luís, Maranhão, de 11 a 17 de junho. Além de exibição de produções nacionais, latino-americanas e de países de língua portuguesa, o festival terá mostras competitivas para filmes de curta-metragem de até 15 minutos e média-metragem, de todos os gêneros. Mais informações no site www.festivalguarnice.ufma.br, pelo telefone (98) 3231-2887, ou, através dos e-mail euclidesbmn@globo.com, guterresfilho@gmail.com e dac@ufma.br.



Filmes da Semana: “Rambos”

Vítima, herói, ícone e candidato a aposentadoria

Os meus atentos leitores certamente terão notado a estranheza do título desta resenha – “Rambos” – e, estarão se perguntando se o colunista cochilou enquanto escrevia (o que já ocorreu, algumas vezes) ou é algum título novo, ainda inédito. Na verdade, aproveitando a estréia do mais novo filme da grife Rambo, resolvi dar uma passeada pela saga, cujos três capítulos iniciais foram relançados em uma edição de colecionador.

Primeiro, algumas curiosidades. Sabiam que realmente existiu um soldado chamado John Rambo? Descobri isso por acaso, ao folhear a lista de mortos em combate no Memorial dos Veteranos do Vietnã, em Washington, DC. Outra coisa interessante diz respeito ao primeiro filme, onde Rambo não mata ninguém, o único policial morto é devido a um acidente. Mas, nos outros filmes, ele tira o atraso.

A saga Rambo iniciou nos anos 70, quando o escritor David Morrell lançou o livro “First Blood”. Morrell nunca imaginou que seu personagem, o problemático veterano do Vietnã John Rambo, faria tanto sucesso que se tornaria um símbolo americano, identificado com a administração Reagan.

Diferente do livro, o personagem no filme “Rambo – Programado Para Matar” (1982), foi suavizado e mostrado como alguém que simplesmente não era aceito pela sociedade em seu próprio país. O final também foi alterado, já que, no livro, Rambo e o seu caçador matavam-se no embate final. As duas alterações tiveram a influência de Stallone (que participou da elaboração do roteiro), o que se mostraria acertado, já que o filme fez um sucesso fenomenal e garantiu as continuações que viriam mais tarde. Todo adolescente da época era doido por uma faca de sobrevivência igual à que o herói usava no filme (só vim conseguir a minha um dia desses...).

Em 1985 foi lançada a seqüência, “Rambo 2 – A Missão”. O veterano, que fora preso no final do primeiro filme, é libertado com a missão de descobrir evidências sobre prisioneiros americanos no Vietnã. Ele realmente os encontra, bem como muitos soldados vietnamitas e seus perigosos assessores russos. Não podemos esquecer que a Guerra Fria estava no auge, e, para o gáudio dos espectadores, russos e vietnamitas eram mortos como se estivessem numa linha de montagem.

Uma nova seqüência chegaria às telas em 1988, “Rambo 3”. Rambo está feliz da vida, morando em um mosteiro na Tailândia, quando descobre que o seu antigo comandante e mentor, Coronel Trautman (o ótimo Richard Crenna), foi capturado por russos no Afeganistão. Rambo vai para lá, luta ao lado dos rebeldes (possivelmente talibãs liderados por Bin Laden, quem sabe...), dá o maior cacete nos russos e liberta o amigo. Mais uma vez, em função do panorama político, o grande inimigo era a União Soviética, que invadira o Afeganistão e ainda parecia ser uma grande ameaça para o mundo.

Passaram vinte anos desde o último filme, e o grande ícone americano ressurge das cinzas. Sem inimigos institucionais, como a antiga União Soviética, o Afeganistão (que virou vítima, bandido e agora, amigo), o Iraque de Sadan, o jeito é apontar a mira nos terroristas, que é o que está em moda. O ex-soldado continua vivendo na Tailândia, onde pilota um barco no rio Salween. Na fronteira com Mianmar (antiga Birmânia), uma luta tribal se arrasta por seis décadas, sem vislumbre de término.

Quando um grupo de ativistas de direitos humanos é capturado pelos combatentes, Rambo é solicitado a organizar uma operação de resgate. Relutando em voltar a lutar, ele monta um grupo de mercenários para resgatar os reféns. Duvido que alguém entre no cinema por engano, mas, quem for pode esperar muitas lutas, tiros, explosões e pancadarias. Quem contou afirma que são mais de duzentas mortes, ao longo de uma hora e meia de filme. Bem, que quiser ver um filme leve, sugiro “Juno” ou “Desejo e Reparação”. “Rambo IV” é filme de ação, muita ação.

Embora a ação das seqüências seja interessante, confesso que sou fã incondicional do primeiro filme. Embora tenha vindo em uma safra de filmes sobre a Guerra do Vietnã, como “Franco-Atirador” e “Apocalipse Now”, “Rambo – Programado Para Matar” mostra o drama doméstico, de quem entrou – à força – em uma guerra que era para ser só promessa de campanha de JFK, e, mesmo tendo sobrevivido a um inferno, ainda era hostilizado pelos próprios compatriotas, que os culpavam por tudo de ruim que acontecera no distante país do Sudeste Asiático.

A edição de colecionador que mencionei acima veio suprir uma lacuna importante para os fãs de Rambo. Além de lançar os três filmes iniciais, o box traz um quarto disco só de extras, com 116 minutos de documentários, trailers, galerias de fotos e destaques da TV. Além disso, os discos dos filmes também trazem extras importantes, como os comentários em áudio do autor David Morrell e o documentário “Esboço: Criando John Rambo - 20 Anos Depois”, onde os principais envolvidos na produção do filme – David Morrell, Stallone, Ted Kotcheff, Mario Kassar e Andrew Vajna - relembram os fatos que viabilizaram a adaptação do livro para o cinema.

No disco bônus estão os documentários “Afeganistão, Um País em Crise”, “Forjando Heróis - Os Boinas Verdes”, “O Vietnã contado pelos que o viveram”, “Rambo III - Fechando o Círculo”, “Coragem e Glória”, “Rambonomics”, “Material de Sobrevivência”, “O Preço de um Herói” (Um divertido e nostálgico extra, mostrando cenas de ação protagonizadas por bonecos e outros brinquedos da linha Rambo) e Making of de Rambo III.

Sugiro que o espectador, antes de arriscar no cinema, dê uma refrescada na memória, passando na locadora e revendo as aventuras do herói trombadão, que poderia ter sido o professor do Capitão Nascimento. Boas porradas!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Claquete – 22 de fevereiro de 2008


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Aos poucos, os indicados ao Oscar começam a aparecer nos cinemas de Natal. É o caso de “Desejo e Reparação”, que teve sete indicações. A outra estréia do final de semana é a comédia dramática “Antes de Partir”. Pena que os dois filmes só entrem em cartaz na rede Cinemark. Nas continuações, estão a comédia romântica “Vestida Para Casar”, os dramas “O Som do Coração” (veja em Filmes da Semana) e “Juno”, o infantil “Meu Monstro de Estimação”, o nacional “Sexo Com Amor?”, e o drama político “O Suspeito”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o misto de musical e terror “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, de Tim Burton, o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny” e, na Sessão Cult, o nacional “A Via Láctea”, e, no Moviecom, o policial “O Gangster”, com Denzel Washington, o suspense “Cloverfield – O Monstro”, a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, e a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”.

Estréia 1: “Desejo e Reparação”

Baseado no livro homônimo de Ian McEwan, “Desejo e Reparação” conta o drama de uma jovem cujo namorado é acusado, injustamente, de um crime que não cometeu. Cecilia Tallis (Keira Knightley) está apaixonada por Robbie Turner (James McAvoy), e tudo vai bem, até o dia em que a irmã de Cecília (Saoirse Ronan) acusa Robbie de tê-la agarrado à força. O julgamento equivocado e infantil de Briony faz com que Robbie vá para a prisão e acabe lutando na França na Segunda Guerra Mundial. Cecília, por sua vez, abandona a sua família e torna-se enfermeira. Apesar de todas as adversidades, o casal Robbie e Cecília tentará viver um romance em tempos de guerra. Ao longo de sua vida adulta, a própria Briony (vivida por Romola Garai) irá tentar desfazer o erro que cometeu. “Desejo e Reparação” é a história de um erro trágico, capaz de alterar vidas e, também, da determinação de uma pessoa em reparar o equívoco. A direção é de Joe Wright, que dirigiu o ótimo “Orgulho e Preconceito”. Indicado para sete categorias do Oscar 2008, “Desejo e Reparação” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Antes de Partir”

Jack Nicholson e Morgan Freeman, dois dos maiores nomes do cinema da atualidade estrelam a comédia dramática “Antes de Partir”, onde vivem dois pacientes terminais que fogem do hospital para aproveitar seus últimos dias de vida. Jack Nicholson interpreta bilionário Edward Cole e Freeman é o mecânico Carter Chambers. Apesar de terem vindo de mundos diferentes, eles resolvem passar o fim da vida juntos. Os dois se conhecem quando viram vizinhos de cama no hospital. Após receberem a notícia de que não terão muitos dias, eles bolam um plano de fuga. Na aventura, irão fazer tudo que nunca tiveram oportunidade antes, como saltar de pára-quedas, competir com carros em alta velocidade, ir à Europa, além de comer muito e sem restrições. A direção é de Rob Reiner. “Antes de Partir” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de dez anos.

Sessão Cult: “A Via Láctea”

O professor de Literatura e escritor Heitor (Marco Ricca) e a atriz Júlia (Alice Braga) namoram há algum tempo. É entardecer na cidade de São Paulo e o casal tem uma violenta discussão por telefone. Após desligar, Heitor decide pegar o carro e encontrá-la em sua casa, para resolver a situação. Durante o trajeto pelas ruas de São Paulo, o trânsito, os engarrafamentos, os pedestres, os meninos nas esquinas, os bares, a paisagem urbana, ele passa a analisar as possibilidades do amor, perda e morte em um grande centro urbano. A direção é de Lina Chamie. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 12 anos.




Lançamentos em DVD


“Piaf: Um Hino ao Amor”, em DVD

A extraordinária trajetória da cantora Edith Piaf, que teve uma infância conturbada, sendo abandonada pela mãe e criada pela avó em um bordel. Ao ser descoberta, na década de 30, cantando nas ruas de Paris, a jovem grava seu primeiro disco e, em meio a altos e baixos na vida pessoal, acaba sendo reconhecida internacionalmente como uma das maiores intérpretes de todos os tempos. Com Marion Cotillard, Gerard Depardieu e Sylvie Testud. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Ligeiramente Grávidos”, em DVD

Alison (Katherine Heigl) e Ben (Seth Rogen) se conhecem numa boate e, completamente bêbados, passam a noite juntos. A ligação entre eles terminaria aí, mas, algumas semanas depois, Alison liga para Ben, para informá-lo que está esperando um filho dele. A notícia faz com que Ben passe a questionar sua própria vida, além de aproximar duas pessoas que preferiam jamais ter se conhecido. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Aristogatas”, em DVD

Em Paris, uma carinhosa e excêntrica milionária faz seu testamento deixando toda sua fortuna para seus gatos de estimação. Descobrindo sua intenção, o mordomo Edgar rapta a elegante Duquesa e seus filhotes, abandonando-os no interior da França. Em sua salvação, irão contar com a ajuda de um gato malandro e sua turma de amigos muito especiais. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Jogo Virtual do Gatinho, Jogos dos Instrumentos, Curta inédito: “Dia do Banho” (1946), Músicas: “Aristocats”, “Thomas O'Malley Cat”, “Everybody Wants to be a Cant” e “She Never Felt Alone” e o documentário Por trás das câmeras. Nas lojas e locadoras.

Eventos


II Semana Cult do Cineclube Natal

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular, está realizando, até domingo, a II Semana do Filme Cult. O evento acontece no Teatro de Cultura Popular, Rua Jundiaí, 641, Tirol, ao lado da fundação José Augusto, às 19h00. Os ingressos custam dois reais. A programação, para os próximos três dias é: na sexta-feira, “A Montanha Sagrada” (1973), de Alexandro Jodorowsky, no sábado, “A Tortura do Medo” (1960), de Michael Powell, e, no domingo, – “Meteorango Kid, o Herói Intergalático” (1969), do baiano André Luiz Oliveira.

Homenagem a Kurosawa

Nos cem anos da imigração japonesa e dez anos da morte do maior diretor de cinema japonês, Akira Kurosawa (1910-1998), três de seus filmes são lançados em DVD como homenagem póstuma ao realizador, dois deles dirigidos pelo cineasta logo no início de carreira – “A Mais Bela” (1944) e “Duelo Silencioso” (1949)- e um terceiro, “Homem Mau Dorme Bem”, realizado em 1960 e livremente inspirado em Hamlet. Além destes títulos, já existem no mercado 15 outros filmes do diretor, disponíveis em DVD, entre eles, “Ran” e “Trono Manchado de Sangue”, também baseados em Shakespeare.

Oscar 2008

A cerimônia do Oscar este ano, que acontece no próximo domingo, dia 24, está entrando em sua 80ª edição. A premiação mais badalada do cinema mundial será transmitida no Brasil pela Rede Globo, após o BBB, e, nos canais pagos TNT, a partir das 22h30, e E! Entertainment Television. A transmissão da Globo, narrada por José Wilker, deverá se limitar à cerimônia, enquanto que, nos canais de assinatura, serão transmitidas desde a chegada das celebridades até as festas após o evento.


Filmes da Semana: “Vestida Para Casar” e “O Som do Coração”

Vestidos e músicas

Com a devida licença do meu querido professor Jarbas, que, no curso de Jornalismo, se esforçava para nos fazer entender Tarkovsky e Glauber Rocha, insisto dizer que cinema é, antes de tudo, entretenimento. Para quem acredita nisso, pode apreciar, sem consciência pesada, duas produções que estão em cartaz nos nossos cinemas: “Vestida Para Casar” e “O Som do Coração”.

“Vestida Para Casar” é um daqueles filmes que é detestado pela crítica e amado pelo público – foi a maior bilheteria no seu final de semana de estréia. Porque isso? Talvez porque as pessoas se identifiquem com a heroína, vivida pela ótima Katherine Heigl, que apareceu na série “Grey’s Anatomy” e cresceu no cinema graças a uma das comédias mais elogiadas do ano passado, “Ligeiramente grávidos”.

No filme atual, ela vive Jane, uma mulher idealista, romântica e completamente altruísta. Tendo perdido a mãe muito cedo, ela praticamente a substituiu na criação da irmã mais nova, Tess. Ainda criança, ela descobriu um talento inato, que viria a desenvolver ao longo da vida: a de quebra-galho e faz-tudo em festas de casamento.

Graças a este talento, Jane se tornaria extremamente solicitada pelas amigas, tendo participado, como dama de honra, em nada menos que 27 casamentos. A capacidade da moça era tanta que ela foi capaz de participar, simultaneamente, de dois casamentos em uma mesma noite, mesmo tendo que se deslocar entre Manhattan e o Brooklin diversas vezes. Esse vai-e-vém terminou chamando a atenção de Kevin (James Marsden), um cínico repórter, que percebe que uma matéria sobre essa viciada em casamentos pode significar, para ele, uma promoção no jornal.

Mas, Jane também tem os seus sonhos. Embora apenas a torcida do Flamengo saiba, ela é apaixonada pelo seu chefe, George (Edward Burns), mas, não consegue quebrar a inércia e fazer o romance acontecer. A coisa se complica com a chegada de Tess (Malin Akerman), sua irmã caçula, que usa todas as armas para conquistar George. A coisa atinge níveis insuportáveis para Jane quando ela percebe que a irmã está se apossando até dos seus sonhos – e os destruindo.

Embora de uma maneira leve, divertida e meio despercebida, “Vestida Para Casar” traz um enfoque muito interessante sobre objetivos de vida e a dificuldade em vencer a inércia para mudanças. A personagem principal vive meio perdida, um sonho distante de felicidade que ela não tem coragem de realizar, substituindo por uma atitude de altruísmo que termina se tornando uma imagem que ela é obrigada a sustentar. Kevin, o jornalista, por sua vez, esconde a sua decepção de ter sido abandonado pela noiva atrás de uma fachada de cinismo e deboche. No fundo, ambos detestam as suas imagens, mas, não tem coragem de enfrentar o desgaste.

Curiosamente, será de Jane, a boazinha, que virá a mudança mais radical, quando ela resolve, como se diz popularmente, chutar o pau da barraca, causando uma tremenda confusão no casamento da irmã – que ela própria estava organizando. É quando ela realmente questiona os valores pelos quais viveu até então, tomando as decisões que irão determinar o rumo do seu futuro. Ponto.

Dizer que “O Som do Coração” é repleto de música seria uma redundância, até porque, hoje em dia, todo filme traz uma trilha sonora que não só preenche o vazio, mas, dá ritmo às cenas, pontua as emoções dos personagens e ajuda a causar impacto nas cenas de ação. E, o que tem de diferente neste filme?

O filme “Perfume – A História de um Assassino” conseguiu trazer uma dimensão de olfato para um ambiente onde só existe som e imagem. Se pensarmos assim, talvez não seja grande coisa um filme musicalmente rico, já que o som faz parte do cinema. Mas, “O Som do Coração” consegue algo interessantíssimo, unindo, de maneira indissolúvel, som, imagem e história, graças a um fantástico trabalho de fotografia, edição e trilha sonora.

A história é simples de doer. Dois jovens músicos encontram-se, por acaso, em uma festa em Nova York. A moça é Lyla (Keri Russell, de “Missão Impossível 3”), uma brilhante revelação no violoncelo, e o rapaz é Louis (Jonathan Rhyes Meyers, de “Match Point”), um guitarrista irlandês. A atração é imediata, e os dois passam uma mágica noite à luz das estrelas.

No dia seguinte, porém, Lyla é obrigada, pelo pai, a sair da cidade. Para frustração deste, que sonhava em uma carreira brilhante para a filha, descobre que ela está grávida. Um acidente apressa o parto, e uma manobra do pai de Lyla, forjando a assinatura dela, faz com que o bebê seja enviado para um orfanato, enquanto ele diz para ela que a criança morrera.

Onze anos se passam, e o garoto cresce. Totalmente diferente dos companheiros de orfanato, Evan (Freddie Highmore) escuta a música em tudo ao seu redor. De alguma forma, ele acredita que os seus pais estão à sua procura, e que a música será a forma de reencontrá-los. Um dia, ele decide seguir os seus instintos e foge do orfanato.

O destino o leva a Nova York, onde conhece o Mago (Robin Williams), um controverso vagabundo, meio herói, meio bandido, que toma conta de um grupo de menores abandonados, explorando-os pelas suas habilidades musicais. Percebendo o grande talento de Evan, dá-lhe um novo nome, August Rush, e o exibe no Central Park, onde o garoto chama a atenção do público.

Quando a polícia dá uma batida no velho teatro onde o grupo se abriga, o garoto foge, e encontra abrigo em uma igreja, onde o seu talento musical será reconhecido, e o levará para uma renomada escola de música de Nova York.

Nesse meio tempo, Lyla também vem à cidade, visitar o pai no hospital. Dominado pelo remorso, ele conta a verdade sobre o filho de Lyla. Revoltada, ele decide ficar em Nova York até encontrá-lo. Para isso, ela retoma o violoncelo, que tinha abandonado após o parto.

Louis, por sua vez, agora um executivo, está insatisfeito com a sua vida. Resolvendo mudar, ele troca o terno pelo jeans e vai em busca de Lyla, sem encontrá-la. Ele decide, então, retomar a vida musical do ponto onde parou, trazendo a sua velha banda para tocar em Nova York.

No que promete ser uma noite mágica, irá acontecer um imenso concerto ao ar livre, onde Evan acredita que, através da música que compôs, terá a chance de encontrar os seus pais, se estes puderem escutá-lo. O problema é que o Mago tem outros planos, e fará tudo para impedir o garoto de chegar até o palco.

“O Som do Coração” tem alguns furos de roteiro, como, por exemplo, um talento musical tão grande ficar sem ser descoberto durante anos, em um garoto que nem sabia assobiar. Todo aprendizado, então, é a jato, pois em uma noite ele já toca violão com perfeição, em meia hora compõe músicas sem saber teoria musical e, por aí vai. Mas, as qualidades do filme superam estas liberdades poéticas, principalmente nas cenas em que são mesclados diferentes ritmos e sons, quando se alternam as cenas entre Louis e Lyla, cada um se apresentando em lugares diferentes.

Vale o destaque, também, do quarteto central, em especial, do garoto Freddie Highmore, que já brilhara como o Charlie na versão burtoniana de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, e, aqui, praticamente, carrega o filme nas costas.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Claquete – 15 de fevereiro de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Meio emperrado, ainda curtindo a preguiça das férias, o Brasil das aulas e do comércio volta a funcionar. As estréias do final de semana são a comédia romântica “Vestida Para Casar”, o drama “O Som do Coração” e o divertido “Juno”. Continuam em cartaz o suspense “Cloverfield – O Monstro”, o infantil “Meu Monstro de Estimação”, o nacional “Sexo Com Amor?”, a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, com Nicolas Cage, a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith, e o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o misto de musical e terror “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, de Tim Burton, e, na Sessão Cult, o nacional “A Casa de Alice”, e, no Moviecom, o policial “O Gangster”, com Denzel Washington e o drama político “O Suspeito”. Não deixem de conferir a II Semana Cult do Cineclube Natal.

Estréia 1: “Vestida Para Casar”

Jane (Katherine Heigl) é uma mulher idealista, romântica e completamente altruísta. Toda a sua vida dedicou-se a fazer as pessoas felizes, chegando a participar de 27 casamentos como dama de honra - e como prova, tem um armário com todos os vestidos utilizados. Em uma mesma noite, Jane conseguiu participar de duas festas de casamento, uma em Manhattan e outra no Brooklyn, o que despertou a atenção de Kevin (James Marsden), um cínico repórter de jornal. Para complicar a vida de Jane, quando Tess (Malin Akerman), sua irmã mais nova, chega, conquista o coração de George (Edward Burns), por quem Jane nutre uma paixão secreta. Agora, Jane terá que planejar mais este casamento, enquanto repensa os seus valores e objetivos de vida. A direção é de Anne Fletcher. “Vestida Para Casar” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de dez anos.

Estréia 2: “O Som do Coração”

O jovem guitarrista irlandês (Jonathan Rhyes Meyers) e uma exímia tocadora de violoncelo (Keri Russell) dividem uma noite mágica em Nova Iorque, e o resultado de um encontro casual é August Rush (Freddie Highmore). Crescido em orfanato e dotado de um dom musical impressionante, ele se apresenta nas ruas de Nova York, ao lado do divertido Wizard (Robin Williams). Contando apenas com seu talento musical, August decide usá-lo para tentar reencontrar seus pais. A direção é de Kirsten Sheridan. “O Som do Coração” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e na Sala 5 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 3: “Juno”

Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que engravida de maneira inesperada de seu colega de classe Bleeker (Michael Cera). Com a ajuda de sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), e o apoio de seus pais, Juno conhece um casal que está disposto a adotar seu filho, que ainda nem nasceu. Bem recebido pela crítica, "Juno" é protagonizado pela atriz canadense Ellen Page e conta a história de uma jovem de 16 anos do estado americano de Minnesota que tem uma gravidez não planejada. O filme foi indicado aos Oscars de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. A direção é de Jason Reitman. “Juno” estréia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark e no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de dez anos.

Sessão Cult: “A Casa de Alice”

Alice (Carla Ribas) é uma manicure que tem em torno de 40 anos e mora na periferia da cidade de São Paulo. Ela vive com sua mãe, dona Jacira (Berta Zemel), seu marido, o taxista Lindomar (Zécarlos Machado), e seus três filhos Lucas, Edinho e Júnior. O casamento de Alice está em conflito e Lindomar tem casos extraconjugais. Alice faz "vistas grossas" e também tem seus casos, vendo em seu namorado de adolescência, Nilson (Luciano Quirino), um candidato a realizar seus sonhos românticos. A direção é de Chico Teixeira. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 14 anos.

Lançamentos em DVD

“Garçonete”, em DVD

Jenna (Keri Russell) é uma garçonete presa a uma vida que pretende deixar pra trás. Mas uma gravidez indesejada coloca seus planos de lado. Jenna passa então a criar compulsivamente tortas que espelham seu estado de espírito - da autopiedade pela situação atual à paixão nascente (e proibida) pelo seu novo médico... O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em Áudio, Featturettes e o documentário “Fox Movie Channel Apresenta”. Nas locadoras.

“Segredos de Cabaré”, em DVD

Gabriel passou quatro décadas gerenciando o Papagaio Azul, uma casa noturna parisiense onde se apresentava como drag queen e onde seu amigo Nicky se apresentava como mágico. Após sua morte, seus afilhados vêm a Paris para cuidar dos detalhes do funeral: Nino, um contador gay e Marianne, editora de uma conhecida revista feminina. Também estão Simone, ex-mulher de Nicky e mãe de Marianne, e Alice (Catherine Deneuve), outra ex-mulher de Nicky e mãe de Nino. Para surpresa de todos, a propriedade do cabaré é dada a Nino e Marianne, que não têm o menor interesse de gerenciar uma casa noturna e anunciam que pretendem colocar o local à venda. Nicky deseja manter o Papagaio Azul aberto, mas, não possui recursos para comprá-lo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, slide show, trailers e novidades. Nas locadoras.

“Lady Vingança”, em DVD


Aos 19 anos, Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) é condenada a 13 anos de prisão pelo seqüestro e assassinato de uma criança. Ela está acobertando o verdadeiro culpado, seu namorado, Sr. Baek (Choi Min-Sik). Quando descobre que foi traída, Geum-Ja passa todo o tempo na cadeia preparando uma vingança para o ex-amante. Treze anos depois, ela é libertada, e, com a ajuda de algumas ex-colegas da prisão, põe em prática seu minucioso plano. “Lady Vingança” é parte da trilogia da vingança, de Park Chan-Wook, junto com “Old Boy” e “Mr Vingança”. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 2.0. Nas lojas e locadoras.




Eventos





“O Inquilino”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “O Inquilino”, do diretor Roman Polanski. O filme conta a história de um polonês que aluga um apartamento em um estranho edifício francês, que antes fora ocupado por uma suicida, ao descobrir aos poucos a história dela, o homem fica obcecado pela mulher. Os protagonistas são o próprio Polanski e a linda Isabelle Adjani. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Para maiores de 18 anos.

TV Pipa

A TV Pipa retoma as suas atividades, com uma nova temporada de exibições de filmes e documentários produzidos pelo grupo, na praça central da Pipa. As exibições começam nesta sexta-feira, às 18h30, com vídeos da TV Pipa, e, em seguida, os longas-metragens “Crianças Invisíveis”, versando sobre a dura realidade do trabalho infantil, às 19h, e, “A Onda dos Sonhos”, sobre as aspirações de uma jovem surfista, às 20h30. Mais informações no e-mail tvpipa@gmail.com e no fone 84 3246 2584.

II Semana Cult do Cineclube Natal

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular, na semana de 18 a 24 de fevereiro, realizará a II Semana do Filme Cult. A II Semana do Filme Cult será realizada no Teatro de Cultura Popular, Rua Jundiaí, 641, Tirol, ao lado da fundação José Augusto, às 19:00 horas. Os ingressos custarão dois reais. A programação é a seguinte:

18/02 – “Magic, Um Passe de Mágica” (1978) - Terror clássico, com um ótimo e assustador Anthony Hopkins. Ele é o ventríloquo que começa a ser atormentado e dominado por seu diabólico boneco. Dirigido por Richard Attenborough, com Ann-Margret e Burgess Meredith no elenco.

19/02 – “Zaroff, o Caçador de Vidas” (1932) – Um famoso caçador sobrevive a um naufrágio em uma ilha pertencente a um milionário russo, que tem como hobby caçar... humanos. Clássico do cinema fantástico, foi a preparação do diretor Ernest B. Schoedsack para a versão clássica de “King Kong”, onde a mesma Fay Wray repetiria sua gritaria.

20/02 – “Contos Imorais” (1974) – Filme do diretor Walérian Borowczyk em quatro atos: André inicia sua prima nos prazeres orais; Thérèse, presa em seu mundo interior, descobre o prazer solitário; Com a ajuda de seu pajem, a condessa Bathory organiza una orgia onde são imoladas belas prisioneiras: Lucrécia Borgia tem relações sexuais com seu pai, o Papa Alexandre VI e seu irmão, o Cardeal César Borgia.

21/02 – “Maladolescenza” (1977) – O diretor italiano Pier Giuseppe Murgia ousou ao extremo, em um filme que foi banido em diversos países, contando a história de três personagens adolescentes (Martin Loeb, Lara Wendel e Eva Ionesco) envolvidos num trágico jogo de sadismo erótico, em meio a um idílico bosque europeu.

22/02 – “A Montanha Sagrada” (1973) – Alexandro Jodorowsky interpreta o papel do "alquimista" que reúne um grupo de pessoas que representam os planetas do Sistema Solar. Sua intenção é submeter o grupo a uma série de ritos de natureza mística para que se desprendam da bagagem "mundana", antes de embarcar numa viagem em direção à misteriosa Ilha de Loto. Uma vez na ilha, iniciam a ascensão à Montanha Sagrada para substituir os Deuses imortais que, em segredo, dominam o mundo.

23/02 – “A Tortura do Medo” (1960) - Karl H. Boehm interpreta Mark, um fotógrafo obcecado em capturar o medo no rosto das pessoas. Para isso, comete crimes e filma suas vítimas. Essa estranha necessidade surgiu por culpa de seu pai, um psiquiatra que o sujeitava quando criança a terríveis experiências, registrando suas reações em pequenos filmes caseiros. Este filme destruiu a carreira do diretor Michael Powell, embora hoje seja considerado uma obra-prima.

24/02 – “Meteorango Kid, o Herói Intergalático” (1969) – Em meio à linha-dura do Regime Militar que tomava conta do Brasil, o baiano André Luiz Oliveira juntou atores do teatro marginal, cinema de vanguarda e Novos Baianos para filmar um texto de sua autoria, sobre a revolta da juventude classe média. Essa fita entrou para a história como um dos principais filmes marginais do cinema brasileiro e ganhou o prêmio do público no Festival de Brasília.


Filmes da Semana: “O Suspeito” e “Juno”

A hora e a vez das barrigudinhas

Gravidez na adolescência e as práticas antiéticas da política externa americana são assuntos que parecem muito distantes, e, na verdade, o são. Em comum, a alienação americana em relação a qualquer coisa fora do seu bem estar e ao fato de que, nos dois títulos que iremos tratar, as protagonistas estão grávidas. Mas, não pare a leitura por aqui. “O Suspeito” e “Juno” são dois filmes muito atuais, cada um à sua maneira, e que tratam os seus temas com uma abordagem interessante.

“O Suspeito” trata de um tema muito delicado, que é solenemente ignorado pela grande imprensa: o seqüestro de suspeitos de participação em atos terroristas, que são levados secretamente para países da África, onde são sistematicamente torturados, sem direito a qualquer tipo de proteção legal.

Anwar El-Ibrahim (Omar Metwally), egípcio de nascimento, vive nos Estados Unidos legalmente, tendo casado com a americana Isabella (Reese Whiterspoon) e seja um engenheiro químico respeitado. Ao voltar de uma viagem, é aprisionado por agentes do governo americano e mantido em lugar secreto, sem comunicação com ninguém. O motivo: seu celular teria recebido ligações de um conhecido terrorista, responsável por um atentado onde morreu um agente da CIA.

Como não consegue convencer ninguém de sua inocência, ele é levado secretamente para o Egito, onde fica sob os “cuidados” de um eficaz oficial de polícia, Abassi Fawal (Yigal Naor), que não tem escrúpulos em lançar mão de métodos brutais, como choques elétricos e outros mimos, para obter as informações desejadas. Como observador, é enviado um analista da CIA, Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal, um dos cowboys gays de “O Segredo de Brokeback Mountain”).

Douglas tenta não se envolver com a brutalidade que presencia, mas, é difícil para ele, que nunca fora um agente de campo. Além disso, ele não acredita que Anwar seja o culpado de coisa alguma.

Outras duas histórias correm em paralelo, a da mulher de Anwar, que procura a ajuda de um colega de universidade, que trabalha como assessor de um senador, e, a de um casal de adolescentes egípcios, ela, filha do poderoso policial Fawal e ele, um jovem dividido entre a paixão pela moça e os ensinamentos radicais do grupo ao qual está ligado.

Enquanto Isabella esbarra na burocracia e na má vontade de todos para ajudar um suspeito de terrorismo, o destino do jovem casal parece caminhar para um final trágico. Em meio a tudo isso, Douglas se angustia cada vez mais, pendendo entre a obediência à sua cínica chefe, Corrine (Meryl Streep) e aos seus próprios valores, que renegam os fatos que presencia. Caberá a ele ser o fiel da balança. Como? Assistam ao filme, senão perde a graça.

Talvez o maior mérito de “O Suspeito”, além de denunciar essa prática degradante, seja a de mostrar que não existe muita diferença entre o terrorista que manda alguém praticar um atentado suicida, e o político que usa o poder ao bel-prazer, prendendo, torturando e matando, em nome da defesa da democracia.

Em “Juno”, apesar de se tratar de um tema delicado, a gravidez na adolescência, é impossível o espectador não se sentir agradavelmente cúmplice da personagem-título, vivida pela ótima atriz Ellen Page, protagonista de “Menina Má.Com” e com uma rápida aparição em “X-Men 3”.

Juno, aparentemente, é a típica adolescente americana. Criada pelo pai, que casou novamente, a garota vive como milhões de outras meninas de sua faixa etária, despreocupada em relação à vida e ao futuro, curtindo o momento presente.

Mas, a vida pregou-lhe uma peça, pois, ao tirar a virgindade de seu melhor amigo, Bleeker (Michael Cera), terminou engravidando. Sua primeira reação foi procurar uma clínica de abortos, mas, achou o lugar tão deprimente que partiu para uma segunda opção. Ela estava decidida a ter o bebê e doa-lo para algum casal sem filhos. “Um casal de lésbicas ou alguém que realmente não possa ter filhos”. A escolha foi feita nos classificados, junto dos anúncios de pássaros à venda. Quando viu a foto de Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), ela ficou encantada, e decidiu entregar o filho para eles.

No primeiro contato, Juno estranhou o jeito obsessivo com que Vanessa mantinha a casa impecável, mas, adorou saber que Mark tinha muito em comum com ela, principalmente o gosto pelo rock.

À medida em que a gravidez ia avançando, Juno percebeu que as transformações não aconteciam apenas no seu corpo, mas, nas relações com as pessoas à sua volta. Enquanto ela se sentia gorda e desajeitada, ficou chocada quando soube que Bleeker estava interessado em uma outra garota. A outra descoberta ruim foi quando soube que Mark e Vanessa não eram o casal perfeito que ela imaginava. Todos os seus planos estavam indo por água abaixo, e ela não sabia como lidar com tudo aquilo.

Finalmente, ela decide o que fazer, e isso representa a sua passagem da infância para a maturidade, pois, essa escolha irá influenciar fortemente a vida das pessoas à sua volta.

Certamente, a esta altura, os meus queridos leitores estarão se perguntando onde está a graça do filme, já que a história parece bem banal. Como eu disse antes, a diferença não está no fato retratado, mas, na abordagem em sim.

“Juno” é um filme leve, divertido, com muitas situações que, se não levam a uma gargalhada, nos ensejam a abrir um sorriso cúmplice. Sim, cúmplice, pois tudo é visto pela ótica descompromissada e descolada da garota, com sua visão bem humorada e idealista da vida, sem espaço para dramas ou depressões. Juno quer apenas a felicidade, como todos nós. E ela descobre que, tornar os outros felizes também é um caminho para a própria felicidade.

Com jeitão de filme independente, um ritmo perfeito e uma trilha sonora envolvente, este filme já ganhou diversos prêmios e está indicado ao Oscar em quatro categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Jason Reitman), Melhor Atriz (Ellen Page) e Melhor Roteiro Original. Merece tudo isso? Confira e tire as suas próprias conclusões.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Claquete – 08 de fevereiro de 2008


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Finalmente, passado o carnaval, o Brasil “pega” no tranco e começa a funcionar. As estréias do final de semana são o misto de musical e terror “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, de Tim Burton (só no Cinemark), o suspense “Cloverfield – O Monstro” e o drama político “O Suspeito”. Continuam em cartaz o infantil “Meu Monstro de Estimação”, o nacional “Sexo Com Amor?”, a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, com Nicolas Cage, o policial “O Gangster”, com Denzel Washington, a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith, o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny”, e o infantil “Alvin e os Esquilos”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe, na Sessão Cult, a produção francesa “O Amante de Lady Chatterley”. Acontece, nas duas redes, a pré-estréia do candidato ao Oscar “Juno”.

Estréia 1: “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”

Um cidadão comum, Benjamin Barker (Johnny Depp), é preso injustamente pelo Juiz Turpin (Alan Rickman) e, ao ser solto, descobre que sua esposa se suicidou após ser estuprada por Turpin, que também tomou sua filha. Barker parte para a vingança, ao lado da cozinheira Nellie Lovett (Helena Bonham-Carter), “famosa” por suas tortas detestáveis. Barker adota o nome de Sweeney Todd e aproveita sua profissão de barbeiro para colocar em prática seus planos com Lovett, agora sua amante. Inspirado em um famoso musical da Broadway. “Sweeney Todd” foi sucesso na Broadway e sua versão cinematográfica já ganhou o Globo de Ouro de Venceu nas categorias de Melhor Filme (comédia/musical) e Melhor Ator (comédia/musical - Johnny Depp). A direção é de Tim Burton. “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” estréia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Cloverfield – O Monstro”


Cinco jovens nova-iorquinos dão uma festa de despedida para um amigo na noite em que um monstro do tamanho de um arranha-céu ataca a cidade. Usando uma estratégia de marketing semelhante à de “A Bruxa de Blair”, a história é contada do ponto de vista da câmera de vídeo deles, simulando um documentário das suas tentativas de sobreviver ao mais surreal e aterrorizador evento das suas vidas. No teaser divulgado sobre o filme, Nova York está sendo atacada. Todos saem correndo para a rua e eis a surpresa. Bolas de fogo surgem do céu explodindo prédios da cidade. Uma explosão atinge a Estátua da Liberdade, cuja cabeça cai aos pés da galera da festa. A produção é de J. J. Abrams, o criador de “Lost” e a direção é de Matt Reeves. “Cloverfield – O Monstro” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.


Estréia 3: “O Suspeito”

Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally) é um cidadão egípcio-estadunidense que pode - ou não - estar ligado à direção de um grupo terrorista. Quando está voltando de uma viagem à África do Sul, ele é seqüestrado por agentes americanos e levado para um país da África, onde vai passar por todos os tipos de interrogatórios. Quem comanda toda a ação é Abasi Fawal (Yigal Naor), chefe da polícia local. Do lado norte-americano, o supervisor é Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal). Atravessando o Atlântico, a esposa de Anwar, Isabella Fields El-Ibrahimi (Reese Witherspoon), tenta, a todo custo, descobrir onde está o marido desaparecido e ainda preservar o filho que está prestes a nascer. Sua busca por respostas a leva até a secretária de Estado, Corrine Whitman (Merryl Streep), que autorizou todo o sigiloso processo. “O Suspeito” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Pré-Estréia: “Juno”

Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que engravida de maneira inesperada de seu colega de classe Bleeker (Michael Cera). Com a ajuda de sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), e o apoio de seus pais, Juno conhece um casal que está disposto a adotar seu filho, que ainda nem nasceu. Bem recebido pela crítica, "Juno" é protagonizado pela atriz canadense Ellen Page e conta a história de uma jovem de 16 anos do estado americano de Minnesota que tem uma gravidez não planejada. O filme foi indicado aos Oscars de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. A direção é de Jason Reitman. “Juno” terá pré-estréia no sábado, na sessão de 22h30, na Sala 4 do Cinemark e durante a semana, na sessão de 19h25, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de dez anos.

Sessão Cult: “Lady Chatterley”

Constance (Marina Hands) vive numa propriedade rural com o marido, inválido, aprisionado a uma cadeira de rodas por conta de ferimentos durante a Primeira Guerra Mundial. Ela amarga uma vida monótona até que, durante um passeio na floresta, conhece Parkin (Jean-Louis Coullo´ch), empregado que tem a função de evitar os caçadores furtivos na propriedade. A atração entre os dois desperta nela um desejo nunca antes experimentado. A direção é de Pascale Ferran, que seguiu fielmente a obra polêmica de D. H. Lawrence, escrita em 1928, e considerada escandalosa, foi banida, e só teve a primeira publicação oficial na Inglaterra em 1960. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 18 anos.




Lançamentos em DVD

“Mandando Bala”, em DVD

Em um beco escuro, o misterioso Smith (Clive Owen) tenta salvar uma mulher que acaba de dar à luz. A mulher morre no tiroteio ocorrido, mas, ele consegue resgatar o bebê. Logo, ele percebe que o alvo dos matadores é o bebê, e não a mãe. Smith consegue fugir e busca a ajuda de Donna Quintano (Monica Bellucci), uma prostituta que abortou recentemente e tem leite suficiente para alimentar o bebê. Juntos, eles tentam salvar a criança e descobrir o mistério que a envolve. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. Nas locadoras.

“Resident Evil 3 – A Extinção”, em DVD

O vírus experimental infectou a imensa maioria da população da Terra, transformando-a em zumbis. Os poucos sobreviventes seguem em comboio rumo ao Alasca, onde acreditam que estarão a salvo. Mas, antes de chegarem lá terão que enfrentar muitos perigos, a maior parte deles criado pela poderosa empresa Umbrella. Dirigido por Russell Mulcahy e com Milla Jovovich no elenco. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em Áudio, Cenas Excluídas e o documentário “Além de Raccoon City: Explorando Resident Evil 3”. Nas locadoras.

“Deu a Louca na Cinderela”, em DVD

Dos mesmos produtores de “Shrek”, “Deu a Louca na Cinderela” é uma divertida gozação com os contos de fadas, principalmente aqueles que sempre acabam bem, com todos alegres e cantando. Tudo vai bem com Cinderela, que, num passe de mágica, já está dentro do salão dançando com o príncipe encantado. Mas, Frieda, sua madrasta, aproveita a ausência do Mago, rouba de seus assistentes Mambo e Manco o cajado mágico, e resolve transformar todos os finais das histórias em Nunca Felizes para Sempre. Para restaurar o equilíbrio entre o Bem e o Mal, Cinderela terá a ajuda dos Sete Anões, da Fada Madrinha, de seu amigo Rick e de quem estiver pela frente. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Surround 5.1. Nas locadoras.



Eventos


“O Bandido da Luz Vermelha”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “O Bandido da Luz Vermelha”, do diretor Rogério Sganzerla. Um assaltante misterioso usa técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo. Apelidado pela imprensa de "O Bandido da Luz Vermelha", traz sempre uma lanterna vermelha e conversa longamente com suas vítimas. Debochado e cínico, este filme se transformou num dos marcos do cinema marginal. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Para maiores de 16 anos.

“O Decálogo”, na Livraria Paulus

O Cineclube Natal, em parceria com a Livraria Paulus, exibirá no próximo sábado, dia 09 de fevereiro, às 10h, as duas últimas partes de uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos, “O Decálogo”, do diretor polonês Krzysztof Kieslowsky. A série completa do cineasta reúne dez episódios inspirados nos mandamentos bíblicos. O Cineclube Natal já exibiu oito capítulos, terminando a saga com “IX- Não Desejarás a Mulher do Próximo” e “X- Não Cobiçarás As Coisas Alheias”. No primeiro, um homem impotente insiste que sua esposa tenha um caso extraconjugal. No segundo, dois irmãos descobrirão que o pai falecido possuía um segredo que pode lhes valer muito dinheiro: um raro selo. A exibição será na própria livraria, na Rua. Coronel Cascudo, 333, Cidade Alta. A entrada é franca, mas, reservas devem ser feitas, através do fone 3211-1514.

Abertas inscrições para o FEMINA

Estão abertas, até o final de março, as inscrições para o FEMINA – Festival Internacional de Cinema Feminino. O evento será composto por sessões de cinema e vídeo de filmes dirigidos por mulheres, com mostras competitivas, programas temáticos nacionais e internacionais, sessões especiais de festivais convidados e fórum de debates. O festival será realizado no Rio de Janeiro, de 19 a 24 de junho. Mais informações no fone/fax (21) 2220-9800, email contato@feminafest.com.br e no site http://www.feminafest.com.br/.



Filmes da Semana: “Moça Com Brinco de Pérola” e “Perfume de Mulher”

O brinco e o perfume

Sem nenhum ânimo para pular no carnaval, e com fracas estréias nos cinemas, resolvi tirar a poeira da minha filmoteca, e revisitei dois títulos maravilhosos, que recomendo a todos, entediados ou não: “Moça do Brinco de Pérola” e “Perfume de Mulher”.

“Moça com Brinco de Pérola”, do cineasta inglês Peter Webber, é uma recriação da realidade, sobre um fato misterioso do mundo da Arte. Na severa Holanda do século 17, o pintor Johannes Vermeer (1632-1675) criou o quadro que dá nome ao filme. Considerada a pintura mais importante da Holanda, é uma das mais famosas da história da Arte, embora quase nada se saiba sobre as circunstancias de sua criação.

Delft, Holanda ,1665. Depois que seu pai fica cego, a jovem Griet (Scarlett Johansson) é obrigada a trabalhar para sustentar sua família. Ela se torna a empregada doméstica da casa de Johannes Vermeer (Colin Firth) e, aos poucos, atrai a atenção do pintor, pois, Vermeer nota a percepção intuitiva que Griet possui em relação às cores e à luz e a conduz ao seu fechado universo criativo. Vermeer é um perfeccionista, que, muitas vezes, leva meses para terminar uma pintura.

Sua sogra, Maria Thins (Judy Parfitt), esforça-se para manter o controle financeiro da família, e percebendo que Griet inspira Vermeer, procura administrar esse relacionamento clandestino, mantendo-o distante do conhecimento da alienada filha. Sufocada pelo trabalho doméstico e pela ajuda que presta ao pintor, Griet se arrisca cada vez mais a uma exposição indesejada ou a algo ainda pior, pois ela desperta o ciúme de Cornelia (Alakina Mann), uma voluntariosa menina de doze anos, que procura qualquer coisa para prejudicar Griet.

Solitária e desprotegida, Griet também desperta a atenção de Pieter (Cillian Murphy), o jovem açougueiro, e do rico e lascivo Mestre van Ruijven (Tom Wilkinson), que se irrita ao perceber que seu dinheiro não lhe permite controlar nem o artista, nem a jovem empregada. O maquiavélico van Ruijven, pressentindo a intimidade entre o mestre e a empregada, planeja um meio de fazer com que Vermeer pinte Griet a sós.

“Moça Com Brinco de Pérola” traz uma preciosa recriação de época, mostrando a rude vida urbana da Idade Moderna, e as difíceis relações entre as classes, numa época em que o trabalho doméstico não era mais que uma forma de escravidão.

Mas, talvez o maior mérito do filme seja revisitar a obra do genial pintor holandês, através de uma belíssima fotografia, que é um pouco prejudicada pelo formato de tela cheia do DVD (shame on you, Imagem Filmes!). Os extras praticamente não existem, e limitam-se à filmografia, galeria de fotos e trailer. O som, ao menos, está muito bom, ao menos o original, em Dolby Digital 5.1.

“Perfume de Mulher” foi muito aclamado, sendo um ícone a famosa cena do tango, onde o protagonista cego, vivido por Al Pacino, dança com a belíssima Gabrielle Anwar. Mas, além dessa inesquecível dança, há muito mais no filme, onde as histórias de vida dos personagens principais se cruzam e alteram-se, mutuamente.

Pacino vive o Tenente-Coronel Slade, um enérgico militar reformado pela cegueira provocada por um acidente. Eternamente irritado com o mundo ao seu redor, Slade arquiteta um plano para sair desse mundo em grande estilo: um fim de semana em Nova York, que terminará com a sua morte, pelas próprias mãos.

Para isso, ele precisará da ajuda de Charlie (Chris O’Donnel, em seu primeiro papel significativo), um jovem estudante secundário, que aceita cuidar de Slade enquanto a família dele viaja no feriado. Charlie tem os seus próprios problemas, pois, presenciou um ato de vandalismo e recusa-se a delatar os colegas, sendo pressionado pelo diretor, que quer punir os infratores a todo custo.

O fim de semana com Slade mostra-se tudo, menos monótono. A visita à família de Slade termina em confusão, o rapaz tem que suportar a ironia amarga do ex-militar, e, ao mesmo tempo, dar um suporte, quando percebe que ele está entrando em depressão. O final de semana inclui até um teste drive em uma Ferrari, dirigida, lógicamente, pelo cego (ah, a magia do cinema...).

Os dois socorrem-se mutuamente em seus momentos de maior dificuldade. Charlie precisa usar todo o seu poder de persuasão para evitar que Slade cometa suicídio (“Charlie, não sei se mato você ou o adoto...”).

Por sua vez, é Slade quem irá ajudar o garoto, frente ao Comitê de Disciplina, onde parece que Charlie, por não querer delatar os colegas, é mais culpado do que os vândalos que sujaram o carro do diretor. A defesa de Slade é um dos grandes momentos do cinema, não apenas pela defesa de um inocente, mas, pela interessantíssima análise dos valores considerados importantes, nos dias de hoje.

O DVD, embora não contenha extras, traz o formato de tela widescreen anamórfico, que permite apreciar a bela fotografia do filme. Os 156 minutos de filme passam sem sentir, graças ao envolvimento proporcionado pela tocante história dos personagens.

Os dois filmes, além de suas peculiaridades, trazem interessantes óticas sobre as motivações das pessoas, e o que elas consideram essenciais para as suas vidas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Claquete – 01 de fevereiro de 2008


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Quem não gosta de samba, não é ruim da cabeça, nem doente do pé, pode passar nos cinemas e locadoras, para fugir das loucuras momescas. As estréias do final de semana são o infantil “Meu Monstro de Estimação” e o nacional “Sexo Com Amor?”, com um elenco bem global. Continuam em cartaz a aventura “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”, com Nicolas Cage, o policial “O Gangster”, com Denzel Washington (os dois, nos Filmes da Semana), a ficção-científica “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith, a fantasia “Os Seis Signos da Luz”, o drama nacional “Meu Nome Não é Johnny”, o infantil “Alvin e os Esquilos”, e o drama “P.S.: Eu Te Amo”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe, na Sessão Cult, a produção francesa “A Professora de Piano”, e a pré-estréia do candidato ao Oscar “Juno”. No Moviecom, continua em cartaz o drama “Conduta de Risco”, com George Clooney.

Estréia 1: “Meu Monstro de Estimação”

Triste e solitário, o menino Angus MacMorrow sente a falta do pai, que partiu para a guerra. Sua única diversão é colecionar conchas ou objetos encontrados na beira do Lago Ness. Certo dia, ele encontra um ovo de um animal bastante diferente. O pequeno Crusoé não se assemelha a qualquer espécie conhecida, mas logo conquista a amizade de Angus. Com a casa cheia de soldados, se torna cada vez mais difícil esconder o pequeno animal, que cresce de uma forma assustadora durante a noite. Quando o empregado da casa, Lewis Mowbray descobre a presença de Crusoé, ele e o menino fazem de tudo para escondê-lo. Mas, a ignorância e o medo acabam fazendo com que todos confundam o amável animal com um monstro do Lago Ness. A direção é de Jay Russell. “Meu Monstro de Estimação” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Para todas as idades. Cópias dubladas.

Estréia 2: “Sexo Com Amor?”

Três casais, em estágios de vida, idades e classes sociais diferentes, têm uma coisa em comum: suas vidas amorosas passam por um momento turbulento. Falta de desejo, traição, amor, paixão, insegurança e provocações. Para complicar ainda mais, os pais são chamados para uma reunião quando seus filhos são flagrados folheando um livro de arte erótica. Com Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Malu Mader, José Wilker, Marília Gabriela, Eri Johnson e Maria Clara Gueiros.A direção é de Wolf Maia. “Sexo Com Amor?” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e Sala 5 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.


Pré-Estréia: “Juno”

Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que engravida de maneira inesperada de seu colega de classe Bleeker (Michael Cera). Com a ajuda de sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), e o apoio de seus pais, Juno conhece um casal que está disposto a adotar seu filho, que ainda nem nasceu. Bem recebido pela crítica, "Juno" é protagonizado pela atriz canadense Ellen Page e conta a história de uma jovem de 16 anos do estado americano de Minnesota que tem uma gravidez não planejada. O filme foi indicado aos Oscars de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. A direção é de Jason Reitman. “Juno” terá pré-estréia no sábado e no domingo, na sessão de 22h10, na Sala 4 do Cinemark. Para maiores de dez anos.

Sessão Cult: “A Professora de Piano”

Erika Kohut (Isabelle Huppert) trabalha como professora de piano no Conservatório de Viena. Ela não bebe nem fuma, vivendo na casa de sua mãe (Annie Girardot) aos 40 anos. Quando não está dando aulas, Erika costuma freqüentar cinemas pornôs e peep-shows, em busca de excitação. Um certo dia, ela inicia um relacionamento com Walter Klemmer (Benoît Magimel), um de seus alunos, com quem realiza vários jogos perversos. A direção é de Michael Haneke. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 18 anos.



Lançamentos em DVD

“O Vidente”, em DVD

Cris Johnson (Nicolas Cage) ganha a vida com um medíocre número de mágica em Las Vegas, mas, sua habilidade de prever alguns minutos do futuro é autêntica. Callie Ferris (Julianne Moore) uma agente do governo, sabe disso, e o convoca para ajudá-la a impedir que um grupo de terrorista detone uma bomba nuclear em pleno coração de Los Angeles. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making Of Fazendo o Vidente, A Locação no Grand Canyon, Os Efeitos Visuais, Dois Minutos no Futuro com Jessica Biel e Trailer de Cinema. Nas locadoras.

“Tranformers”, em DVD

O jovem Sam Witwicky (LaBeouf) tenta vender umas tranqueiras de seu tataravô explorador para comprar seu primeiro carro. O que ele não sabe é que esses itens do antepassado escondem a chave para um poderoso artefato, capaz de mudar o rumo de uma guerra intergaláctica entre os Autobots e os malignos Decepticons. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, um segundo disco repleto de documentários explicando os detalhes da produção, dos efeitos gráficos, preparação do elenco e muito mais. Nas lojas e locadoras.

“Morte no Funeral”, em DVD

Divertida comédia inglesa, mostrando as confusões de uma família britânica que se reúne para o enterro do patriarca. Tudo correria bem na despedida, não fossem dois estopins de uma enorme confusão: um frasco de alucinógenos perdido e o amante gay do falecido. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Surround 2.0. A direção é de Frank Oz, com Matthew McFadyen, Rupert Graves e Keeley Howes no elenco.




Eventos


Inscrições abertas para Entre Todos

Estão abertas até o dia 28 de fevereiro as inscrições para Entre Todos – Festival de Curtas-Metragens de Direitos Humanos. O evento, aberto a amadores, estreantes e profissionais, terá uma mostra competitiva para curtas-metragens de todos os gêneros, tendo, como temas: lugar do corpo, origem e deslocamento, núcleos e nichos, tecnocultura, mundo interior e cotidiano. O festival será realizado em São Paulo, de 13 a 19 de maio. Mais informações no fone (11) 3106-0030, fax (11) 3106-0030, email info@entretodos.com.br ou, no site http://www.entretodos.com.br/.

Filmes sobre Carnaval

Embora haja registros de 1908 de pioneiros do cinema brasileiro, que filmaram cenas do Corso em Botafogo, não são muito comuns os filmes comerciais mostrando o carnaval brasileiro. Além das duas versões de Orfeu (“Orfeu Negro”, de 1959 e “Orfeu”, de 1999), o tema foi utilizado, com uma certa regularidade, nas décadas de 30, 40 e 50, voltando com “O Rei do Rio”, de 1985, e, mais recentemente, “Ó Paí, Ó”, com Lázaro Ramos.

Blue-Ray, 1 x 0

A briga fratricida entre os candidatos a sucessores do DVD parece estar pendendo para o lado do Blue-Ray, com a decisão da Warner de só lançar os discos de alta definição neste formato. Claro que isto é indiferente para a maioria dos brasileiros, já que, para usufruir do novo formato deverá investir em um leitor (quatro mil reais) e uma tv de plasma ou LCD full HD (mínimo de cinco mil reais), sem falar dos disquinhos, que custam, em média, cem reais, cada um.


Filmes da Semana: “O Gângster” e “A Lenda do Tesouro Perdido 2 – Livro dos Segredos”

De ouro e de ódio

A primeira divergência na história do cinema foi entre os Lumière, os pioneiros, que viam a invenção como forma de documentar a História, e George Méliès, que acreditava no cinema como entretenimento. Divergências à parte, as duas correntes mostraram-se corretas. Como exemplos, podemos tomar as duas estréias do final de semana passado, “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos” e “O Gângster”.

“A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos” utiliza os mesmos personagens do filme original. Apesar do sucesso obtido com a descoberta do tesouro dos Templários, as coisas não vão muito bem. Ben Gates (Nicolas Cage) e a namorada Abgail (Diane Kruger), em crise, estão se separando. Riley (Justin Bartha), o assistente de Ben, envolveu-se em uma trapalhada financeira e perdeu todo o dinheiro que ganhou.

Para completar, durante uma homenagem a um antepassado de Ben e Patrick Gates (Jon Voight), surge um desconhecido, Mitch Wilkinson (Ed Harris), com o que seria uma folha do diário do assassino de Abraão Lincoln, insinuando que o homenageado teria sido o arquiteto do atentado ao presidente.

Preocupado em preservar a imagem do antepassado, Ben inicia uma cruzada homérica, que o levará a tarefas simples, como invadir o palácio da rainha da Inglaterra e o Salão Oval, na Casa Branca, onde o presidente americano trabalha. Aliás, o explorador consegue seqüestrar o próprio presidente, para descobrir o paradeiro de um misterioso livro onde estariam registrados os mais valiosos segredos dos Estados Unidos.
Enquanto o primeiro filme percorria lugares e fatos importantes da história da independência americana, e do envolvimento dos maços, na mesma, o atual tenta globalizar os temas, levando ações para locações em Paris e Londres (a perseguição nas estreitas ruas da capital inglesa é alucinante). A ação incessante, e o menor aprofundamento nos temas históricos agradará mais as novas gerações, já que o filme é direcionado ao público infanto-juvenil.

Deve ser destacada a atuação do elenco, com Cage fazendo menos caretas, e um desempenho sempre brilhante de Jon Voight e Helen Mirren, nos papéis de pai e mãe do explorador. A linda alemã Diane Kruger também prova que não é só a carinha bonita de Helena de “Tróia”.

Se “A Lenda do Tesouro Perdido 2” agrada pela leveza, “O Gângster” é interessante pela direção oposta do tema e da abordagem. O filme é baseado em uma história real, a do chefe do tráfico de drogas do Harlen da década de 70, Frank Lucas, vivido por Denzel Washington, e do policial que o capturou, Richie Roberts (Russell Crowe).

Lucas nasceu e cresceu durante o período mais negro da segregação racial nos Estados Unidos, presenciando cenas de brutalidade policial contra membros de sua família. Em Nova York, no Harlen, um bairro de predominância negra, ele ficou adulto à sombra de um poderoso chefão local. Quando este morreu, um vazio no poder tomou conta do bairro, dando início a disputas locais. Percebendo a sua oportunidade, Lucas vislumbrou um rico filão com a distribuição de drogas, trazidas diretamente do Extremo Oriente, sem ter que depender da Máfia, ou, dos corruptos policiais da Divisão de Entorpecentes.

Enquanto Lucas crescia a olhos vistos, graças às drogas contrabandeadas do Vietnã, Richie tinha dificuldades para sobreviver, tanto pelos problemas familiares, pois era divorciado e a ex-mulher queria sair de Nova York, quanto pela incompatibilidade com os colegas de profissão, que não admitiam que um policial fosse incorruptível com ele era.

Depois de ter devolvido quase um milhão de dólares encontrados na mala do carro de um suspeito, Richie passou a ser hostilizado pelos colegas. A solução veio com um convite para atuar para um órgão federal de repressão ao tráfico, com a vantagem de poder escolher a sua própria equipe.

Enquanto Richie investigava quem eram os principais chefões, Lucas se firmava no meio, destruindo os oponentes negros e firmando parcerias com a máfia corsa e outros grupos. Como tinha uma droga de uma pureza nunca vista, e conseguia vende-la barato, acabou dominando o mercado, por completo.

Cercado de inimigos, o destino de Lucas seria a morte ou a prisão. Esta acabou acontecendo, graças ao incorruptível Richie. Percebendo que não teria saída, terminou por colaborar com a polícia, já que iria atingir a maioria dos que o tinham prejudicado.

Denzel Washington e Crowe conseguiram dar a seus personagens uma credibilidade sem exageros, com interpretações elogiadas até por quem conheceu as figuras ali personificadas (que estão vivas, ainda). Para quem viveu a época, certamente irá se divertir com os modelitos dos anos 70 usados pelos atores.

A principal característica de “O Gângster” é o equilíbrio, conseguido com a direção segura de Ridley Scott, repetindo a maestria de “Alien, o 8º Passageiro” e “Blade Runner”, mostrando uma história real com toques ficcionais, sem cair nos exageros hollywoodianos. O elenco de apoio também está muito bem, com Carla Gugino, Cuba Gooding Jr e Ruby Dee.

Como disse no início, se o espectador estiver indeciso entre o entretenimento ou um tema documental, estará bem servido de opções.