sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Claquete 26 de agosto de 2005




Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Vai-se agosto, com seus presságios, e, seus acidentes de avião. Neste final de semana, estréia a comédia romântica “Procura-se um Amor Que Goste de Cachorros”, com Diane Lane e John Cusack, e, o terror “A Chave Mestra”. Nas continuações, “Sin City – A Cidade do Pecado”, baseado na famosa graphic novel de Frank Miller, “2 Filhos de Francisco”, cine-biografia da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, a comédia “A Sogra”, com Jennifer Lopez e Jane Fonda, “A Ilha”, ficção-científica, com Ewan McGregor e Scarlett Johansson, numa história de clones, e, muita perseguição, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, dirigida por Tim Burton, e, estrelada por Johnny Depp, “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”, fantasia de Robert Rodriguez, e, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador. Apenas no final de semana, acontece a pré-estréia de “Penetras Bons de Bico”. No filme de arte, a produção independente “Hora de Voltar”.


Estréia 1: “Procura-se um Amor Que Goste de Cachorros”

Aos trinta e poucos anos, a professora de pré-escola Sarah Nolan (Diane Lane) está separada a oito meses. Preocupadas com a felicidade de Sarah, suas irmãs, Carol (Elizabeth Perkins) e Christine (Ali Hillis), e, o pai delas, o viúvo Bill (Christopher Plummer), resolvem dar uma mãozinha ao Destino, através das salas de bate-papo da internet. Carol e Christine fingem ser Sarah, e, colocam seu perfil num site de encontros, descrevendo-se como “voluptuosa, sensual, atraente e divertida”. Só que, além de compartilhar o gosto romântico, teria, também, de gostar de cachorros”. Logo, Sarah passa por uma série de primeiros encontros desastrosos e hilariantes desencontros, conforme chegam os ansiosos pretendentes. Um dia, chega a vez de um construtor de barcos, Jake Anderson (John Cusack), um idealista, que avalia um romance com base em Dr. Jivago, e, não gosta nem um pouco de cães. O problema é que, no trabalho, ela encontra um possível candidato: Bob Connor (Dermot Mulroney), o recém-separado pai de um de seus alunos. Charmoso e tranqüilo, Bob parece feito sob encomenda, o homem perfeito... Mas seria ele bom demais para ser verdade?. Comédia romântica leve, tem a direção de Gary David Goldberg. “Procura-se um Amor Que Goste de Cachorros” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Censura Livre.

Estréia 2: “A Chave Mestra”

Os filmes de terror, definitivamente, voltaram à moda. A estréia da semana é “A Chave Mestre”. Tendo como a maior parte do cenário a atmosfera dark da floresta perto de Nova Orleans, “A Chave Mestra” traz um terror inspirado nas práticas vudu, comuns no Caribe e sul dos Estados Unidos. O filme é estrelado por Kate Hudson, que vive Caroline, uma ex-produtora musical, que adotou a profissão de enfermeira para redimir-se de ter dado pouca atenção a seu pai, quando doente. Ela é contratada para trabalhar em uma velha mansão na Louisianna, cuidando de Ben (John Hurt), vítima de um derrame, que não fala e não se move. Quem a contratou foi Violet (Gena Rowlands), irmã de Ben, tão misteriosa e assustadora, quanto a casa em que moram. Intrigada, pelo casal enigmático, e, a casa misteriosa, Caroline começa a explorar a velha mansão. Armada com uma chave mestra, que abre todas as portas, ela descobre um sótão escondido, que tem um segredo mortal e aterrorizador, legado pelos antigos donos, que teriam sido linchados devido a práticas vudu. Peter Sarsgaard é Luke, o advogado local que cuida dos bens do casal, e, Joy Bryant é Jill, a melhor amiga de Caroline. A direção é de Iain Softley. “A Chave Mestra” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 1, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Pré-Estréia: “Penetras Bons de Bico”

John (Owen Wilson) e Jeremy (Vince Vaughn) são amigos de longa data, trabalhando juntos, como mediadores de divórcios. A dupla tem como hobby ir a festas de casamento nos fins de semana, sem serem convidados, com o objetivo de seduzir mulheres que se entusiasmam com a simples idéia de se casar. Um dia, John se apaixona por uma noiva, e, as coisas se complicam, quando ele descobre que sua nova paixão é filha do Secretário do Tesouro Americano (Christopher Walken de "Prenda-me se For Capaz"). No papel da noiva por quem o personagem de Owen Wilson se apaixona, está Rachel McAdams de "Meninas Malvadas" e "Diário de Uma Paixão". Owen Wilson ("Sou Espião", "Bater ou Correr") e Vince Vaughn ("Psicose", "Be Cool - O Outro Nome do Jogo"), que trabalharam juntos em "Starsky & Hutch", voltam a dividir a cena nesta comédia. A direção é de David Dobkin, que já havia dirigido Wilson em "Bater ou Correr em Londres". “Penetras Bons de Bico” terá pré-estréia de sexta a domingo, sempre na sessão de 18h20, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

“De Repente, no Último Verão”, na Casa da Ribeira

O Centro Cultural Casa da Ribeira, em sua tradicional sessão “Cinema e Psicanálise”, irá exibir o filme “De Repente, no Último Verão”. O filme, de 1959, é um clássico, dirigido por Joseph Leo Mankiewicz (“A Malvada”, “Cleópatra”). O filme, que teve três indicações ao Oscar, reuniu três dos maiores nomes do cinema, na época: Montgomery Clift, Katherine Hepburn e Elizabeth Taylor. John Cukrowicz (Clift), um neurocirurgião, interessado em conseguir recursos para o hospital onde trabalha, conhece Violet Venable (Hepburn), uma rica senhora da aristocracia, que quer mandar fazer uma lobotomia em Catherine Holly (Elizabeth Taylor), uma sobrinha supostamente acometida de crises de loucura. Na verdade, Violet teme que Catherine revele a homossexualidade de Sebastian, o filho de Violet, que morreu, de forma violenta, na Espanha. Há uma versão "oficial" do acidente, mas, Catherine viu o que realmente aconteceu, e, assim, sua tia tenta silenciá-la. O filme será exibido nesta sexta-feira, dia 26, às 20h. Mais informações, no fone 3211-7710.



Filme de Arte: “Hora de Voltar”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, reapresenta a produção independente “Hora de Voltar”, filme de estréia do diretor Zach Graff, que também interpreta o personagem principal. Andrew Largeman (Graff) é um ator de televisão, razoavelmente bem sucedido, que vive em Los Angeles, e, leva sua vida num estado de torpor induzido por lítio, há anos. Após a morte de sua mãe, ele decide retornar à sua casa, em Garden State, que não visitava há nove anos. Mesmo distante, por tanto tempo, Andrew não conseguiu escapar da dominação de seu pai, Gideon (Ian Holm). Preocupado em ter que retornar para casa, após tanto tempo, ele encontra pelas esquinas, de sua cidade-natal, antigos conhecidos, que lhe relembram bons momentos de quando morava na cidade. “A Hora de Voltar” ganhou o Independent Spirit Awards de Melhor Filme de Estréia, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Roteiro de Estréia. O roteiro, aliás, é parcialmente baseado na infância de Zach Braff, em Nova Jersey. Este filme está disponível em DVD. A Sessão Filme de Arte será no Cine Natal 1, na terça-feira, dia 30, em sessão única, às 21h. Para maiores de 16 anos.


“Segredos de Família ”, em DVD

Jason Lair (Josh Lucas) é um homem simples, que sonha em levar uma vida normal. Recentemente separado de sua esposa, que viajou para o Nepal, para pintar, ele, agora, precisa cuidar de seu filho Zach (Jonah Bobo), de 6 anos, e, também de seu avô Henry (Michael Caine). Entre outras esquisitices, Henry, que é arqueólogo, pesquisa rituais antigos, para seu próprio funeral. Quando Turner (Christopher Walken), pai de Jason, e, que há anos está afastado da família, ressurge repentinamente, a vida do trio muda. Henry fica feliz com o reaparecimento do filho, mas, Jason está reticente em conhecer o pai, que o abandonou quando ainda era criança. Decidido a fazer com que a família se reúna novamente, Henry traça um plano: prepara uma série de mapas e recados, para que Turner e Jason possam cumprir um ritual em sua homenagem após sua morte. Para tanto Turner, Jason e Zach realizam uma viagem pelo interior dos Estados Unidos, onde conhecem melhor uns aos outros, e, reencontram o passado. Nas locadoras.


“Sete Homens e um Destino”, em DVD

Quando Akira Kurosawa fez “Os Sete Samurais”, em 1954, certamente não previu a quantidade de refilmagens que foram feitas, baseadas no seu roteiro. A mais famosa delas foi um western, “Sete Homens e um Destino”, dirigido por John Sturges, que nos brindou com obras como “O Velho e o Mar”, “Duelo de Titãs”, e, “Fugindo do Inferno”. “Sete Homens e um Destino”, de 1960, consagraria nomes pouco conhecidos, que viriam a brilhar nos anos seguintes, como Yul Brynner, Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, Robert Vaughn, e, James Coburn. Em um vilarejo mexicano, os habitantes sofrem constantes ataques de um bando de pistoleiros liderados pelo temido Calvera (Eli Wallach). Cansados de serem saqueados, alguns moradores locais, que não têm armas, e, muito menos, temperamento violento, viajam até a fronteira, onde encontram Chris (Yul Brynner) e Vin (Steve McQueen). Os dois pistoleiros, desempregados, estão dispostos, não pelo dinheiro, mas, pela aventura, a reunir mais cinco outros foras-da-lei, que concordam por motivos diversos, a defender o vilarejo dos homens de Calvera. A vitória parecia assegurada, mas, Calvera não desiste facilmente, e, volta ao povoado, obrigando Chris e seus companheiros a lutarem até a morte, para salvar os habitantes da pequena cidade. O disco traz formato de tela original widescreen, trilhas em inglês, portugues e espanhol Dolby Digital 5.1, e, como extras, comentários em áudio, Making Of, trailers e galeria de fotos. O melhor é que está numa dessas promoções “leve 3, pague 2”.


“Cinema no rio”, uma idéia a ser seguida

O evento é distante, ao longo do velho Chico, atendendo as populações que vivem à margem do Rio São Francisco, mas, a idéia é muito boa. O projeto “Cinema no rio”, idealizado por Inácio Ribeiro Neves, tem como objetivo levar alguns títulos de cinema para serem exibidos, gratuitamente, para as populações ribeirinhas, que, certamente, nunca tiveram acesso a uma sala de cinema. Mostrando que a Vida imita a Arte, os idealizadores do projeto farão como em “Cinema Paradiso”, sessões ao ar livre, fazendo, ao mesmo tempo, gravações para documentar o projeto. Toda a estrutura será transportada em um barco, que também servirá de alojamento para a equipe do projeto e profissionais da imprensa. Trazendo para o nosso universo, um simples caminhão poderia fazer uma jornada semelhante, nos nossos interiores, talvez, até mesmo, pegando carono em outros projetos, como o Cine BR em movimento, por exemplo. A idéia está lançada!

Filme recomendado: “Dicionário de Cama”

Faça o que eu digo...



Viver de aparências não é novidade, na história do Homem, seja na China antiga, seja nas cortes européias da Idade Média, seja no dia-a-dia dos brasileiríssimos natalenses. Este estilo de vida resume-se a: “saia da linha, mas, respeite as nossas regras...”. Um filme que explora, com graça, e, romantismo, este lado estranho da civilização é “Dicionário de Cama”, do diretor Guy Jenkin.

Nem só nos ambientes modernos existe a vida de aparências. Em meados da década de 30, quando a Inglaterra era os Estados Unidos da época, mais da metade do mundo ostentava o pavilhão de São Jorge. Em uma destas colônias, a idílica Sarawak, ao norte da ilha de Bornéu, a vida transcorria mansamente, entre a luxuriante floresta tropical, e, a rotina sem pressa do povo local. Comandando a região, por muitas décadas, estava o governador Henry (Bob Hoskins, de “Uma Cilada para Roger Rabbit”), auxiliado pela mulher, Aggie (Brenda Blethyn, de “Segredos e Mentiras”), Sua principal missão era tomar conta dos nativos, ensinando-os a falar inglês, aprender a religião e os costumes ingleses, bem como, enviar os tributos para a Corte.

Um belo dia, a rotina do local é quebrada, com a chegada do jovem John Truscott (Hugh Dancy), Ele vinha, como tantos outros jovens recém saídos das academias, estudar a “vida real” nas colônias, ajudando no esforço de manter o mundo sob a rédea inglesa. John tinha um incentivo adicional, já que o pai dele estivera nesta mesma colônia, preparando um sistema educacional, que jamais fora implantado. John pretendia concluir o trabalho do pai, que morrera quando o jovem tinha quatro anos.

A chegada dele alvoroça os locais, já que, além de ser uma cara nova, era completamente ignorante da lingua e dos costumes locais. Após alguns tropeços, é aceito carinhosamente pelos nativos, e, em especial, por Belansai (Eugene Salleh), um jovem de sua idade, que estava destinado a ser o futuro chefe da tribo. A outra pessoa que se interessa pelo recém chegado é Selima (Jessica Alba), uma bela nativa, que é oferecida a John, como “dicionário de cama”. Em princípio, já que, no local quem vivia eram os Ibans – uma tribo de costumes estranhos e tradições diferentes, para poder governar em paz, era preciso, pelo menos, entender o que os indígenas estavam falando.

Este título pomposo compreendia, não só, um curso de imersão total na língua local, como, também, uma companheira para todos os momentos, incluindo a intimidade sexual. Como a maioria dos jovens da época, John fora catequizado na rigorosa igreja anglicana, que preconizava que todos, homens e mulheres, deveriam chegar virgens ao casamento. Por isso, a proposta de Selima o chocou, embora não menos do que a constatação de que, todos, do cínico governador, à sua formal primeira-dama, não apenas conheciam o hábito, como, o toleravam, desde que não se falasse dele. Há séculos, os colonizadores sabiam dos efeitos devastadores dos hormônios a toda, nos jovens solteiros, que teriam que passar anos longe de casa.

Relutante, a princípio, John, aos poucos, encanta-se com Selima, unindo os prazeres da descoberta do sexo a dois, com uma paixão arrebatadora. Este estado de enlevo só é quebrado com a chegada de Cecil (Emily Mortimer, a "garota perfeita" de “Um Lugar Chamado Notting Hill”), a filha do governador. Apesar de ter nascido ali, Cecil fora enviada, ainda muito criança, para um colégio interno na Inglaterra. Não é preciso muito para que ela se interesse por John, o que parecia tão natural para todos quanto à tolerância ao “dicionário de cama”.

O que ninguém poderia esperar era que John, ao invés de livrar-se da nativa, e, formalizasse a união com a jovem inglêsa, optasse por seu objeto de paixão, enfrentando a fúria de ambos os mundos. Uma refrega contra contrabandistas holandeses é usada contra John, como chantagem, para que abandone a sua paixão. No melhor estilo da vida de aparências, Selima casa-se com Belansai, enquanto que John, um ano depois, termina casando-se com Cecil.

Se, para as famílias e sociedades, as coisas pareciam estar acomodadas, voltam a desarrumar-se, algum tempo depois, quando o casal John e Cecil retorna a Sarawak, para juntar-se aos pais da moça.

Embora seja visível um certo distanciamento entre o jovem casal, John parece ter se acomodado à nova vida, pelo menos, até o momento em que vê o filho de Selima, visivelmente, seu filho, resultado do tempo de “dicionário de cama”. Embora não ultrapassem os limites impostos por seus respectivos casamentos, é impossível para os dois não sentirem velhas emoções aflorarem.

Esse novo estado, com uma certa ajuda de pessoas maldosas, precipita uma reação passional de Belansai, que ataca John, com uma faca. O jovem nativo é preso, e, John, mais uma vez, é pressionado, pelo sogro governador, a condená-lo à morte, já que cometeu o maior crime que um colonizado poderia fazer, o de atacar um dos seus senhores.

Entre a mulher insatisfeita, a sogra querendo manter as aparências a qualquer custo, o sogro ameaçando com as leis inglesas, e, a possibilidade de perder, para sempre, a mulher amada, faz com que John resolva tomar uma atitude extremada. Para completar a confusão, uma revelação atinge, como um raio, todos os envolvidos. Ponto. Para saber mais, assista ao filme.

“Dicionário de Cama”, uma modesta produção de 12 milhões de dólares, que nem sequer chegou a ser exibida nos cinemas americanos, consegue, em meio a alguns furos no roteiro, levantar alguns pontos interessantes, de um colonialismo que nem está tão distante assim. Afinal, podem ser transgredidas regras (religiosas, no caso), desde que não se assuma que o fato acontece. Um dominador pode explorar o colonizado (sexualmente, no caso, como um símbolo de um valor máximo), desde que não se envolva com ele. No Brasil colônia, os senhores de engenho adoravam submeter as jovens negrinhas aos seus caprichos, repassando-as aos vassalos, quando não mais interessavam.

A visão de colonizadores explorando o que querem, e, impondo a sua cultura, sem que ninguém tenha pedido, não está num passado tão distante assim, talvez uma leitura mais atenta dos nossos telejornais demonstre isso.

E, para um público pouco interessado nessa elucubrações, “Dicionário de Cama” oferece uma bonita história de amor, na paisagem tropical, que parece o nosso quintal, que, certamente, irá interessar ao pessoal mais jovem. Para os censores de plantão, as cenas de sexo são poucas, e, não vão muito além do que passa na novela das oito.

Lamentavelmente, a edição em DVD não aproveitou a magnífica fotografia do filme, mutilando-a no formato tela cheia. A trilha sonora em inglês é Dolby Digital 5.1, e, a dublagem em português, em 2.0. Não há extras, a não ser trailers de outros títulos da distribuidora. Confira, e, faça a sua própria opinião.

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Claquete 12 de agosto de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

As férias escolares terminaram, e, os lançamentos, voltam-se mais para o público adulto. Neste final de semana, estréiam “A Sogra”, comédia de costumes, que marca o retorno de Jane Fonda ao cinema, após um hiato de 15 anos, “Adorável Júlia”, premiada comédia com Annete Benning, num papel que lhe rendeu um Globo de Ouro, e, o drama-comédia-gospel “Diário de Uma Louca”. Nas continuações, a divertida e curiosa comédia chinesa “Kung-Fusão”, com direito a artes marciais, e, muitas risadas, “A Ilha”, ficção-científica, com Ewan McGregor e Scarlett Johansson, numa história de clones, e, muita perseguição, o terror “Amaldiçoados”, do diretor Wes Craven, no mundo dos lobisomens, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, dirigida por Tim Burton, e, estrelada por Johnny Depp, “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”, fantasia de Robert Rodriguez, “O Castelo Animado”, mais uma animação do criador de “A Viagem de Chihiro”, Hayao Miyazaki, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador,”Quarteto Fantástico”, novo filme de ação baseado em personagens de quadrinhos, o drama “Em Boa Companhia”, com Dennis Quaid, e, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks. No filme de arte, a produção européia “Jornada da Alma”. Os distribuidores sinalizam que “Sin City” poderá estrear na semana seguinte. Quem viver, verá.


Estréia 1: “A Sogra”

Após anos procurando seu príncipe encantado, Charlotte Cantilini (Jennifer Lopez) se apaixona por Kevin Fields (Michael Vartan). O problema é a mãe dele, Viola (Jane Fonda), que foi recentemente demitida do cargo de âncora de um jornal de rede nacional. Após perder o emprego, Viola teme perder também o filho, e, para evitar isso, decide, então, espantar a futura nora, tornando-se a pior sogra do mundo. Para isso, conta com a ajuda de sua assistente de longa data, Ruby (Wanda Sykes), que faz de tudo para que Viola leve adiante seus planos malucos. Acontece que Charlotte resolve revidar, e, as duas vão ter de disputar, para ver quem é que manda, afinal. Este filme marca o retorno de Jane Fonda às telas de cinema, após quinze anos de afastamento. Jennifer Lopez, loiríssima, foge ao habitual papel de latina. A direção é de Robert Luketic. “A Sogra” estréia, para valer, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, no Cine Natal 2. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “Adorável Júlia”

Comédia baseada em peça teatral de W. Somerset Maugham, este é uma trama de erros, movidos pela vingança, situado nos palcos londrinos no final da década de 30. O sucesso, e, a fama, da diva Julia Lambert (Annette Bening), cresce a olhos vistos. Isso incomoda muitos colegas de palco. Ela apaixona-se perdidamente pelo jovem norte-americano Tom (Shaun Evans), com quem vive um tórrido, e, curto romance. Um dia, a diva descobre que o jovem só estava com ela para subir socialmente, e, na verdade, seu interesse era a rival Avice Crichton (Lucy Punch). Julia planeja, então, uma terrível vingança. Refilmagem de um filme homônimo, de 1962, esta versão, do diretor István Szabó, rendeu, para Annete Bening, uma indicação ao Oscar, e, o Globo de Ouro de Melhor Atriz. “Adorável Júlia” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 3: “Diário de Uma Louca”

Helen (Kimberly Elise) é casada com um marido rico, Charles (Steve Harris), e, leva uma vida confortável. O mundo feliz de Helen desaba, quando Charles admite ter um caso com uma mulher perturbada, o que faz com que ela volte a viver com sua avó, Madea (o ator Tyler Perry), e, seu primo Brian (de novo, Tyler Perry). A dupla ajuda Helen a superar a traição do marido, o que é auxiliado pela chegada de Orlando (Shemar Moore) ao local. O roteiro de “Diário de Uma Louca” é baseado em torno da personagem Madea, criada por Tyler Perry para uma série de peças teatrais gospel. O nome Madea é uma contração da expressão "mother dear". Perry, além de ter criado e interpretado a personagem Madea, cedeu a sua própria casa para as filmagens, além de custear a metade da produção. A direção é de Darren Grant. “Diário de Uma Louca” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.



Filme de Arte: “Jornada da Alma”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz a produção européia “Jornada da Alma”. A história do amor proibido do famoso psicanalista Carl Gustav Jung, e, Sabina Spielrein, chega às telas, em “Jornada da Alma”, do diretor Roberto Faenza. Em 1905, Sabina (Emilia Fox), uma jovem russa, de 19 anos, que sofre de histeria, recebe tratamento em um hospital psiquiátrico de Zurique, na Suíça. Seu médico, o jovem Carl Gustav Jung (Iain Glen), aproveita o caso para aplicar, pela primeira vez, as teorias do mestre Sigmund Freud. A cura de Sabina vem acompanhada de um relacionamento amoroso com Jung. Após alguns anos, ela volta à Rússia, tornando-se também psicanalista, e, montando a primeira creche, que usa noções de psicanálise para crianças. Em 1942, é morta pelos nazistas. Décadas após sua morte, ela tem sua trajetória resgatada por dois pesquisadores. O filme está disponível, também, em DVD. A Sessão Filme de Arte será no Cine Natal 1, na terça-feira, dia 16, em sessão única, às 21h. Para maiores de 14 anos.


“Todas as Cores do Amor”, em DVD

João amava Teresa que amava Raimundo... Drummond pode ter inspirado os autores do filme irlandês “Todas as Cores do Amor”, lançado, recentemente, em DVD. Comédia romântica passada na Irlanda, mostra diversos relacionamentos amorosos e seus entrelaçamentos. Partindo do pressuposto de que peixes dourados têm uma memória que dura somente três segundos - e, por isso, são felizes -, Tom (Sean Campion) gosta de conquistar as garotas comparando a capacidade de amar dos humanos com a mente dos peixinhos: a cada novo relacionamento, vive o amor como se fosse a primeira vez, tornando tudo novo e excitante. Com esta teoria, Tom conquista muita mulheres. Quando sua namorada, Clara (Fiona O’Shaughnessy), encontra o garanhão beijando Isolde (Fiona Glascott), ela acaba se consolando nos braços de Angie (Flora Montgomery). Quando esaa aventura acaba, é Angie quem se consolar com Red (Keith McErlean), seu melhor amigo. Red, por sua vez, prefere David (Peter Gaynor), descartando uma namorada - que se apaixona perdidamente por um dos amigos de Tom. E, assim, numa ciranda, todos estes jovens habitantes de Dublin apaixonam-se, decepcionam-se, e, depois, começam tudo de novo! O disco traz o filme com formato de tela letterbox, legendas em inglês e português, áudio: inglês (dolby digital 2.0) e português (dolby digital 2.0). Como extras, apenas trailer de cinema. Nas locadoras.

Novos e velhos, em DVD

Muita gente ainda pensa em DVD como as velhas fitas VHS, apenas para alugar na locadora e assistir uma vez. Mas, o disquinho tem uma característica diferente, que é a de ser um item colecionável. Apesar dos lançamentos serem em torno de 40 reais, tanto as lojas virtuais, como as lojas físicas, oferecem muitas opções interessantes, com preços promocionais. Além das promoções “leve 3 e pague 2”, ou “leve 2 e pague 1”, encontra-se filmes de catálogo, com preços muito convidativos. Um dos supermercados de Natal estava oferecendo filmes de John Wayne a treze reais, enquanto “O Cristal Encantado”, um belíssimo filme dirigido por Frank Oz e Jim Henson, em 1982, era encontrado a dez reais. Dê uma garimpada nas prateleiras, e, certamente encontrará muita coisa digna de figurar em sua coleção particular.


Claquete faz três aninhos!

É com imensa satisfação que participo aos leitores de Claquete o terceiro aniversário da coluna. Ao longo deste tempo, tenho recebido críticas, sugestões, e, manifestações de apoio, que sempre alimentam o prazer do contato semanal, tratando de nosso amor mútuo, a Sétima Arte.




Abertas inscrições para o 5º Festival do Vídeo Potiguar

Estão abertas as inscrições para o 5º Festival do Vídeo Potiguar, evento associado ao 15º Festival de Cinema de Natal, para incentivar novas produções de curta-metragem, e, revelar talentos na área. O 5º Festival do Vídeo Potiguar, será realizado na segunda quinzena de setembro. As inscrições podem ser feitas na sede do festival, na Fundação Hélio Galvão, rua Campos Sales, 930, por trás da sede do América, de segunda à sexta-feira das 9h às 11h e das 14h às 17h. Poderão ser inscritas produções nas categorias Ficção e Documentário, com premiação em dinheiro para o Melhor Vídeo. Todos os vídeos podem concorrer, mesmo os que já tenham participado de outros eventos, desde que não tenham sido premiados em outros festivais. O tema é livre, mas, a duração não deve ultrapassar 30 minutos. A única exigência do regulamento é que sejam produções rodadas no Rio Grande do Norte.



Filme recomendado: “Kung Fusão”

Kung fu estilo Papa-Léguas


Já vai longe o tempo em que filme oriental era sinônimo de cinema de carregação, com atuações amadoras, produções paupérrimas, e, rios de sangue, contrapondo-se à ausência de roteiro. Nos últimos anos, tem vindo de lá algumas produções ousadas e inovadoras, como “O Tigre e o Dragão”, “Herói”, e, “Clã das Adagas Voadoras”. Para surpresa geral, chega mais um título, que tem arrastado multidões aos cinemas, em especial por uma abordagem diferente, e, muito, muito divertida. Este filme é “Kung-Fusão”, atualmente em cartaz, nos nossos cinemas.

Classificar este filme como comédia de artes marciais, leva, automaticamente, a uma comparação com os filmes de Jackie Chan. É inegável que existem características em comum, como um humor mais ingênuo, lutas belamente coreografadas, e, a maior ousadia limita-se a um personagem cujas calças vivem quase caindo. Mas, as semelhanças param por aí. “Kung-Fusão” é desenho animado puro, mas, com personagens de carne e osso.

Este filme, que alcançou a maior bilheteria de um filme produzido em Hong Kong, e, foi o título estrangeiro lançado em maior número de salas, nos Estados Unidos, deve-se, quase todo a um homem. Stephen Chow, tornou-se conhecido depois do filme “Shaolin Soccer”, de 2001, lançado, aqui, direto nas locadoras, como “Kung-Fu Futebol Clube”. Em “Kung-Fusão”, Chow protagoniza o papel principal, dirige o filme, participa da produção, e, co-assina o roteiro.

A história se passa em Xangai, no final dos anos 30. O país vive o caos político, entre a invasão japonesa e o início da Segunda Guerra Mundial. Numa terra sem lei, a polícia é um mero fantoche, pois, o verdadeiro poder está concentrado nas mãos das poderosas gangues, e, em especial, a Gangue do Machado.

Sing (Stephen Chow) é um ladrão incompetente, que sonha em integrar a sofisticada e implacável gangue do Machado, que controla o submundo da cidade. Com a ajuda de um amigo, finge-se de gangster, para tentar extorquir dinheiro dos moradores de um pardieiro, que tem o simpático endereço de Beco Chi-Queiro (Ah!, os tradutores nacionais...). A tentativa não dá certo, pois, entre os moradores do gueto, estão alguns mestres de artes marciais.

Por azar, alguns dos verdadeiros membros da Gangue do Machado chegam ao local, mas, são derrotados, por três inquilinos do local, um carregador, um cozinheiro, e, um alfaiate.

Sing não consegue fazer jus a uma fama de mal. Suas tentativas de roubar e matar são de uma incompetência total, e, sempre terminam mal para ele. Para sua sorte, neste filme, como nos desenhos de Papa-Léguas, as pessoas caem de alturas imensas e não se machucam, só racham o chão, são mordidas por najas venenosas, e, apenas ficam com os beiços inchados, e, por aí, vai.

Uma das seqüências mais hilárias é a perseguição que a Senhoria move contra Sing, com direito a ultrapassar caminhões (por cima e por baixo) com velocidades de deixar a Fórmula Um no chinelo.

Aos poucos, vamos conhecendo as motivações de Sing, e, em especial, do trauma de infância, quando foi enganado por um mendigo, que o convenceu a dar todas as suas economias em troca de um manual com a técnica do Kung Fu da Palma de Buda. No primeiro confronto, um desastre total, e, Sing desistiu de ser herói, para tornar-se bandido.

O chefe da Gangue do Machado, após inúmeras derrotas para o Beco Chi-Queiro, contrata Sing para libertar Fera, o maior assassino do mundo, que deverá enfrentar o casal de senhorios do gueto, na verdade, dois antigos mestres de Kung Fu, que abandonaram as lutas, após a morte do filho.

O confronto é terrível, e, não apenas o casal é derrotado, como Sing, que entrara na defesa dos dois, é moído de pancadas pela Fera, tendo todos os ossos do corpo quebrados.

Logicamente, o confronto final ainda está por vir, quando, finalmente, muitas coisas são descobertas e reveladas.

O maior mistério que enfrentei foi descobrir porque a censura nacional ficou para maiores de 14 anos. “Kung-Fusão” está a léguas de distância dos banhos de sangue de “Kill Bill”, ou, de qualquer filme de ação de Hollywood. A violência que existe no filme é a mesma de qualquer desenho animado estilo Looney Tunes. Não existe nenhuma cena de sexo ou nudez, ou, mensagem ideológica de qualquer natureza, a não ser a de que o melhor caminho é o da harmonia.

Por outro lado, a dinâmica de cartoons, obtida, tanto pelos efeitos especiais, como pelo uso da linguagem destes, torna o filme extremamente divertido, lembrando mais uma comédia pastelão dos velhos tempos do cinema mudo. Todos os personagens são feios e caricatos, e, aí está a sua beleza.

Existem muitas referências a outros filmes, como as cartolas e os machados dos bandidos, que lembram “Gangues de Nova York”, ou, os atacantes em série, que remetem aos clones do Agente Smith, de “Matrix”. Mas, de um modo geral, “Kung-Fusão” trouxe um suspiro de originalidade, ao manjado mercado hollywoodiano.

Para quem for assistir o filme – e, recomendo-o a todos – só precisa ir armado de bom humor, e, com o espírito preparado para curtir o absurdo. Muito divertido, por sinal.

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Claquete 05 de agosto de 2005




Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Mensalão para lá, caixa 2 para cá, e, o brasileiro rezando, para o voto ser facultativo... Enquanto isso, nos nossos cinemas, as estréias ficam por conta de “Kung-Fusão”, uma divertida comédia chinesa com artes marciais, e, “A Ilha”, ficção-científica, com Ewan McGregor e Scarlett Johansson, com direito a clones e muita perseguição. Nas continuações, o terror “Amaldiçoados”, do diretor Wes Craven, no mundo dos lobisomens, “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, dirigida por Tim Burton, e, estrelada por Johnny Depp, “As Aventuras de SharkBoy e LavaGirl em 3D”, fantasia de Robert Rodriguez, “O Castelo Animado”, mais uma animação do criador de “A Viagem de Chihiro”, Hayao Miyazaki, “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”, narrando os momentos finais do ditador, “Batman Begins”, a nova versão do Homem-Morcego, com Christian Bale, no papel-título, “Guerra dos Mundos”, refilmagem de uma história de H.G.Wells, da dobradinha Spielberg/Tom Cruise, ”Quarteto Fantástico”, novo filme de ação baseado em personagens de quadrinhos, “Em Boa Companhia”, com Dennis Quaid, e, o ótimo desenho animado “Madagascar”, da Dreamworks. Tem também, só no final de semana, a pré-estréia de “A Sogra”, com Jane Fonda e Jennifer Lopez. No filme de arte, a produção franco-canadense “A Pequena Lili”.


Pré-Estréia: “A Sogra”

Após anos procurando seu príncipe encantado, Charlotte Cantilini (Jennifer Lopez) se apaixona por Kevin Fields (Michael Vartan). O problema é a mãe dele, Viola (Jane Fonda), que foi recentemente demitida do cargo de âncora de um jornal de rede nacional. Após perder o emprego, Viola teme perder também o filho, e, para evitar isso, decide, então, espantar a futura nora, tornando-se a pior sogra do mundo. Para isso, conta com a ajuda de sua assistente de longa data, Ruby (Wanda Sykes), que faz de tudo para que Viola leve adiante seus planos malucos. Acontece que Charlotte resolve revidar, e, as duas vão ter de disputar, para ver quem é que manda, afinal. Este filme marca o retorno de Jane Fonda às telas de cinema, após quinze anos de afastamento. Jennifer Lopez, loiríssima, foge ao habitual papel de latina. A pré-estréia de “A Sogra” será neste final de semana, no Cine 7 do Moviecom, na sessão de 20h20, e, apenas no sábado, no Cine Natal 1, na sessão de 21h. Para maiores de 12 anos.

Estréia 1: “Kung-Fusão”

Jackie Chan fez escola, com seus filmes mais recentes, onde o humor fala mais alto do que as pancadas. “Kung-Fusão”, produção modesta e despretensiosa, mantém este espírito, numa produção muito divertida, graças a Stephen Chow, que dirigiu, e, estrelou o filme, participando, ainda, do roteiro e da produção. Cidade de Cantão, China, década de 40, época de muita confusão, entre a Segunda Guerra, e, a revolução comunista. Sing (Stephen Chow) é um ladrão de segunda categoria, que sonha em integrar a sofisticada, e, implacável gangue Axe, que controla o submundo da cidade. Ele tenta extorquir dinheiro de um dos moradores do Beco Curral do Porco, um movimentado complexo de apartamentos da periferia, mas, é surpreendido pelos vizinhos da vítima, que são mestres nas artes marciais. As tentativas atrapalhadas de Sing chamam a atenção da gangue Axe, que entra em conflito com os moradores do Beco do Curral do Porco. Maior bilheteria da história do cinema de Hong Kong, “Kung-Fusão”, que custou meros 20 milhões de dólares, estreou nos Estados Unidos em 2500 salas, maior número alcançado por um filme estrangeiro. “Kung-Fusão” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 2: “A Ilha”

Num futuro próximo, um grupo de pessoas vive em uma sociedade utópica, como sobreviventes de uma catástrofe que contaminou o mundo. Todos os habitantes vestem branco, e, são constantemente monitorados. Lincoln Six Echo (Ewan McGregor) vive nesta realidade, e, como todos os demais, sonha em chegar em um local chamado "A Ilha", que se acredita ser o único ponto não contaminado do planeta. Periodicamente, pessoas são sorteadas, e, seguem para este refúgio, nunca mais retornando. Um dia, Lincoln descobre, estarrecido, que todos ao seu redor são clones, que possuem a única finalidade de fornecer partes de seu corpo para seres humanos reais. Ele decide, então, escapar, juntamente com Jordan Two Delta (Scarlett Johansson). Visão orweliana do futuro, com traços de “Matrix” e “Blade Runner”, que lida com os conceitos de clonagem humana, e, suas utilizações pouco éticas. A direção é de Michael Bay (“Pearl Harbor”, “A Rocha”). “A Ilha” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.



Filme de Arte: “A Pequena Lili”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz a produção franco-canadense “A Pequena Lili”, baseada na peça "A Gaivota", de Anton Tchekhov. Mado (Nicole Garcia) é uma famosa atriz, que comemora seus 50 anos, em sua casa de praia, acompanhada do filho, Julien (Robinson Stévenin), do irmão, Simon (Jean-Pierre Marielle), e, do amante, Brice (Bernard Giraudeau), um cineasta estabelecido. Julien também quer ser diretor de cinema, fazer filmes ousados, e, está apaixonado por Lili (Ludivine Sagnier), uma menina da região que pretende ser artista. Mas, Lili acaba se interessando por Brice, com quem deseja fazer um filme, e, foge com ele. Cinco anos depois, Lili já é uma estrela famosa, e, está separada de Brice. Ao descobrir que Julien está dirigindo seu primeiro longa-metragem, Lili parte para reencontrá-lo. A direção é de Claude Miller. “A Pequena Lili” ganhou dois prêmios Cesar, nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Depardieu), e, Melhor Revelação Feminina (Julie Depardieu), tendo, aindo, sido indicado para Melhor Diretor e Ator Coadjuvante O filme de arte será exibido no Cine Natal 1, na terça-feira, dia 9, em sessão única, às 21h. Para maiores de 14 anos.


“Casamento de Romeu e Julieta”, em DVD


“Casamento de Romeu e Julieta”, um divertido filme nacional, que mistura a mais famosa história de amor com a paixão do brasileiro pelo futebol, chega agora, em DVD. Alfredo Baragatti (Luís Gustavo) é um advogado descendente de italianos, palmeirense fanático, e, membro do Conselho Deliberativo do clube. Alfredo criou sua filha, Julieta (Luana Piovani), para ser como ele, mais uma apaixonada pelo Palmeiras. Batizada em homenagem aos ídolos palmeirense, "juli" de Julinho, e, "eta" de Echevarietta, ela é centroavante do time feminino do Palmeiras. Julieta se apaixona por Romeu (Marco Ricca), um médico oftalmologista de 45 anos, que é corintiano roxo. Em nome do amor, Romeu aceita passar-se por palmeirense, chegando a se filiar como sócio do clube, e, ir aos jogos, para torcer pelo rival. Tais atitudes geram desconfiança em sua família, principalmente em seu filho Zilinho (Leonardo Miggiorin), e, na avó Nenzica (Berta Zemmel), ambos corintianos fanáticos. A direção é de Bruno Barreto. Já nas locadoras.

“Pooh e o Efalante”, em DVD

Chega às locadoras a última aventura do Ursinho Pooh (ex-Puff). Despertados por um ruído estranho, que apenas poderia ter sido produzido pelo temível, e, misterioso Efalante, os moradores do Bosque dos Cem Acres decidem sair em sua caça. Deixado para trás, por ser jovem demais, Guru decide iniciar a procura do Efalante por conta própria. Guru tem mais sorte que os amigos, e, encontra um divertido Efalante chamado Bolota, que nada tem a ver com a má fama que a espécie possui. Bolota também tem medo dos outros animais, mas, logo cria uma forte amizade com Guru. Juntos, eles decidem convencer os demais que não há nada de perigoso com os Efalantes. “Pooh e o Efalante” apresenta quatro canções originais da cantora Carly Simon, que só na versão em disco poderá ser ouvida, já que as cópias dos cinema eram dubladas. E, para quem acha que Pooh é coisa nova, as primeiras histórias do simpático ursinho saíram em 1926, escritas por A A Milne. O formato de tela é widescreen, e, o áudio Dolby Digital 5.1. Como extras, Seleção De Músicas Da Disney e Jogo.


“Sin City”, o protesto

Vários natalenses, amantes do cinema, estão irritados com a demora que filmes, como “Sin City – A Cidade do Pecado”, levam para chegar até os nossos cinemas. O polêmico filme de Robert Rodriguez e Frank Miller, inspirado em histórias de quadrinhos adultas, estreou no circuito nacional sexta-feira passada, mas, ainda não tem data prevista para chegar por aqui. Para os impacientes, uma dica: o DVD americano de “Sin City” já está em pré-venda, com entrega ao mercado (de lá), no dia 16 de agosto. Com trilhas em inglês (Dolby Digital e DTS), formato de tela widescreen, e, legendas em espanhol. Vai encarar?


50 anos sem Carmem Miranda

Cinqüenta anos atrás, morria a atriz brasileira de maior repercussão nos Estados Unidos. Portuguesa de nascimento, Maria do Carmo Miranda da Cunha veio para o Brasil com um ano de idade., em 1910. Aos 15 anos, teve que abandonar os estudos e trabalhar, como costureira de chapéus. Em 1929, conheceu o compositor baiano Josué de Barros, que a inclui entre as atrações de um recital no Instituto Nacional de Música, e, logo depois, um teste na Victor, o qual se tornou no seu primeiro disco, com canções como "Pra Você Gostar de Mim", mais conhecida depois como "Taí". Em 1939, após fazer oito filmes no Brasil, Carmen assina um contrato para cantar nos Estados Unidos. Em pouco tempo, desembarca em Hollywood, tornando-se uma das atrizes mais bem pagas da indústria do cinema. Ao ser entrevistada por Jimmy Durante, um dos apresentadores mais populares, cai de joelhos, e, quase não pode respirar. Levanta-se e sai. Carmen Miranda morreria, naquela noite, 5 de agosto de 1955, aos 46 anos, de ataque cardíaco.


Festival do Minuto Universitário

Estão abertas as inscrições para o I Festival do Minuto Universitário, evento associado ao XII Festival do Minuto Vivo. Podem participar alunos, professores, e, funcionários de universidades de todo o país, com produções de até 60 segundos, incluídos os créditos. Os filmes podem ser feitos por qualquer equipamento que produza imagens em movimento (câmera de vídeo, câmera digital, celular, ou, animação Flash, produzida em computador), mas, deverão ser entregues no formato VHS ou mini-DV, até o dia 16 de setembro. Regulamento e maiores informações no site www.festivaldominuto.com.br.



Filme recomendado: “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”

Mundo cor de rosa


Ninguém duvida que cada pessoa tem a sua visão do mundo, indiferente se é um humilde morador de Passa e Fica, ou, um intelectual parisiense. Essa visão de mundo é influenciada, não só, pela cultura do cidadão, mas, principalmente, pela sua história de vida, absolutamente única. Foi por este ângulo, que o diretor Jean-Pierre Jeunet nos brindou com uma bela história, “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”.

Amelie seria uma jovem francesa, como outra qualquer, não fossem alguns curiosos fatos de sua infância. O pai da garota, um médico atarefado, vivia tão distante da filha, que, ao fazer o check-up mensal, a menina se emocionava tanto, que levou o pai a acreditar que ela sofria de alguma doença cardíaca. Por isso mesmo, não pôde freqüentar a escola normal, recebendo a educação em casa. A mãe morreu quando Amelie ainda era criança, vítima de uma suicida desastrada.

A jovem cresceu, neste mundo solitário, sendo obrigada a criar o seu próprio mundo imaginário. Ao atingir a maioridade, assumiu as rédeas de sua vida, e, mudou-se para Paris, indo trabalhar como garçonete em uma lanchonete. Ela foi morar num apartamento alugado, no bairro de Montmartre, onde cuidava do gato de sua vizinha aeromoça, Philomène. Trabalha num Café chamado "Les Deux Moulins", onde sua chefe, Suzanne, sonha com seu passado num circo, sua colega de trabalho, Gina, rejeita o assédio de seu ex-namorado Joseph, enquanto Georgette, absolutamente hipocondríaca, trabalho no caixa, entre um espirro e outro.

Completando o mundo de Amelie, tinha o grosseiro quitandeiro, e, seu delicado empregado, a porteira, ainda saudosa do marido, que a abandonara trinta anos antes, e, Dufayel, o “homem de vidro”, um recluso pintor, que sofria de uma doença que deixava os ossos extremamente frágeis.

Amelie tinha os seus prazeres secretos, como todo mundo, Ela adorava enfiar os dedos nas sacas de grãos, de observar as pessoas no cinema, e, vivia recolhendo pedras lisas e chatas, para joga-las no canal.

Sempre mantendo o seu papel de observadora do mundo, Amelie mantinha a sua rotina de trabalho diário, reservando o sábado para ir visitar o pai, já aposentado. Numa destas viagens, notou um jovem recolhendo restos de fotos rasgadas, nas máquinas de fotos instantâneas. Um acidente faz com que ele perca um álbum, onde colecionava cuidadosamente as fotos rejeitadas por seus donos.

Um certo dia, Amelie descobre, em um esconderijo, na parede do seu apartamento, uma pequena caixa escondida. Ao abrir, encontra pequenos tesouros que algum menino escondera, décadas atrás: fotos autografadas de ciclistas franceses, carrinhos, bolas de gude, etc.. Curiosa, Amelie inicia uma investigação, com a intenção de devolver a caixa ao seu antigo dono.

Depois de muito pesquisar, ela encontra o menino, hoje, homem feito. Amelie consegue devolver, sem se identificar, e, fica encantada, ao descobrir que provocara uma mudança de atitude do homem, que, ao receber de volta seu tesouro de infância, resolveu procurar a filha e o neto, que vira apenas uma vez.

Feliz por ter encontrado seu novo papel no mundo, Amelie ajuda Gina, a colega hipocondríaca, a encontrar um novo amor, ao mesmo tempo em que livra a outra da perseguição do ex-marido. Faz amizade com o recluso pintor, que mostra o seu principal trabalho: a cada ano, ele copia uma famosa obra de Renoir.

Mas, Amelie não é apenas uma boa samaritana. Ela também sabe ser a Mão Que Castiga, ao perturbar o grosseiro quitandeiro, que maltrata o jovem Lucien, e, força o pai a tomar uma atitude, ao roubar o anão do jardim, e, faze-lo dar uma volta ao mundo, enviando fotos dos lugares mais exóticos.

Embora ajude todo mundo, Amelie não consegue ajudar a si mesma. Interessada pelo jovem Nino, o colecionador de fotos rasgadas, arma um complicado estratagema para devolver-lhe o álbum, mas, não tem coragem de encontra-lo. Aos poucos, com a ajuda dos amigos, ela resolve enfrentar o seu próprio destino.

Para quem está acostumado com a linguagem fácil do cinema americano, pode ser surpreendido pelo ritmo estranho de “Amelie”. Curiosamente, apesar de não ter uma história complexa, o filme é envolvente, fazendo o espectador querer ver o que vem depois, dividido entre a ótica de Amelie, e, o desconhecimento do futuro.

Com uma trilha sonora envolvente, e, uma fotografia belíssima, “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”, para sorte dos cinéfilos, mereceu uma edição em DVD bem produzida. Foi mantido formato de tela widescreen anamórfico, e, o som original, em francês, Dolby Digital 5.1. Para os amantes da dublagem, há uma trilha em português 2.0. Como extras, Galeria de Fotos, Sinopse, Elenco, Making Of, Trailer de Cinema, e, Outros Trailers.

Taxado, por muitos, como “Pollyana Moça” pós-moderna, “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain” é um retrato sensível de uma vida solitária, e, de como enxergar o mundo por uma ótica positiva. Chatos de galocha, vão assistir novelas mexicanas! Este filme é para as eternas crianças, que sempre encontram prazer nas coisas simples, mesmo que seja atirar uma pedrinha na água.