sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Claquete 25 de fevereiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Apesar de toda malhação no Oscar, não há como negar o interesse geral sobre a mais tradicional premiação do cinema. O bom é que, enquanto esperamos pelo domingo, dá para conferir alguns dos principais concorrentes, como “O Aviador” e “Menina de Ouro”. Nas estréias da semana, “O Amigo Oculto”, suspense estrelado por Robert de Niro, “O Massacre da Serra Elétrica”, refilmagem do famoso “trash movie” de 1974, e, o premiado documentário “Super Size Me – A Dieta do Palhaço”. Nas continuações, os já mencionados “Menina de Ouro”, dirigido e estrelado pelo ótimo Clint Eastwood, e, “O Aviador”, de Martin Scorsese, estrelado por Leonardo DiCaprio, ambos concorrendo a Melhor Filme. Tem também “Mar Adentro”, que concorre a Melhor Filme Estrangeiro. De resto, as comédias “Hitch – Conselheiro Amoroso”, com Will Smith, dando uma de Cupido, o besteirol “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, com Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, e, o surpreendente “Em Busca da Terra do Nunca”, drama estrelado por Johnny Depp, que vive o criador de Peter Pan. Para a gurizada, sobrou “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana. Firme e forte, a sessão Filme de Arte do Cine Natal 1, traz a produção argentina “O Abraço Partido”.


Pré-Estréia: “Ladrão de Diamantes”

Após um bem sucedido roubo, Max Burdett (Pierce Brosnan) decide deixar o mundo do crime, e, aproveitar a vida em uma paradisíaca ilha, ao lado de sua namorada Lola (Salma Hayek). Porém Stanley P. Lloyd (Woody Harrelson), um agente do FBI que persegue Max há muito tempo, parte também para a ilha, na intenção de assegurar que Max irá cumprir a promessa, de encerrar sua carreira criminosa. Só que, logo depois, Max e Stanley iniciam um novo jogo de gato e rato. O ex-James Bond repete, aqui, o papel que viveu em “Thomas Crown – A Arte do Crime”, o do ladrão refinado e cínico. Uma canção brasileira, “Agora Só Falta Você”, composta por Rita Lee e Luiz Sérgio, aparece no filme, na voz de Maria Rita. A direção é de Brett Ratner, o mesmo dos dois “A Hora do Rush”. “Ladrão de Diamantes” terá pré-estréia, neste final de semana, no Cine 5 do Moviecom, a partir de 21h20. Para maiores de 12 anos.


Estréia 1: “O Amigo Oculto”

Toda criança tem um amiguinho imaginário, isso não é novidade para ninguém. A jovem Emily Callaway (Dakota Fanning), parecia estar passando por uma fase deste tipo, envolvendo-se com Charlie, uma figura fantasiosa, com quem passava horas brincando. A situação parecia natural, já que a mãe de Emily morrera há pouco, e, o pai, David (Robert de Niro), optara por mudar de Manhattan, fugindo das memórias dolorosas. Mas, a mudança trouxe problemas muito mais sérios, pois Charlie, imaginário, ou, “real”, revela uma personalidade malévola e destrutiva, utilizando a inocente Emily como o seu instrumento. Aos poucos, o pânico e a dúvida tomam conta de David. Outros fatos estranhos rondam sua casa. Charlie pode ser real? E qual poder tem sobre sua filha? David terá de correr contra o tempo para desvendar o mistério e impedir que o “amigo imaginário” cause uma nova desgraça. A direção é de John Polson. “O Amigo Oculto” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 2: “Super Size Me – A Dieta do Palhaço”

O diretor Morgan Spurlock decide ser a cobaia de uma experiência inusitada: alimentar-se apenas em restaurantes da rede McDonald's, realizando neles três refeições ao dia, durante um mês. Durante a realização da experiência, o diretor fala sobre a cultura do fast food nos Estados Unidos, além de mostrar, em si mesmo, os efeitos físicos e mentais que os alimentos deste tipo provocam nas pessoas. O diretor Morgan Spurlock teve a idéia de rodar “Super Size Me” quando, pouco antes do jantar de Ação de Graças, viu, na TV, uma matéria jornalística sobre duas garotas adolescentes que estavam processando o McDonald's, por torná-las obesas. O documentário ganhou o prêmio de Melhor Diretor - Documentário, no Sundance Film Festival, e, foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário. “Super Size Me – A Dieta do Palhaço” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom, sempre na sessão de 18h30. Censura livre.


Estréia 3: “O Massacre da Serra Elétrica”

Em 1974, um filme produzido em fundo de quintal causou imenso alvoroço, principalmente entre os jovens. O filme era “O Massacre da Serra Elétrica”, onde um grupo de jovens era assassinado por um maníaco, com a ferramenta-título. O sucesso foi tamanho, que inaugurou uma onda de filmes de terror, onde brilharam as séries “Sexta-Feira 13”, “A Hora do Pesadelo”, e, muitas imitações baratas. Três décadas depois, foi feita uma refilmagem do filme original. Após acabar a gasolina do carro, um grupo de jovens tem sua viagem interrompida e param em um matadouro. Porém lá vive uma família de canibais e um homem com uma serra elétrica. Apesar de ter sido lançado em 2003, só agora chega ao Brasil. “O Massacre da Serra Elétrica” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 18 anos.



Filme de Arte: “O Abraço Partido”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz a produção argentina “O Abraço Partido”. Ariel (Daniel Hendler) é um jovem de vinte e poucos anos, que largou a faculdade, e, ainda vive às custas da mãe (Adriana Aizemberg). Sua vida gira basicamente em torno de dois locais: a loja de lingeries, de sua mãe, e, o cibercafé local, onde costuma encontrar sua namorada. Ariel sempre estranhou o fato de nem sua mãe nem seu irmão falarem sobre seu pai, que, nos anos 70, partiu para lutar na Guerra do Yon Kippur, em Israel, e, nunca mais retornou. Com a crise econômica instalada na Argentina, várias lojas tradicionais no bairro fecham, e, os amigos de Ariel sonham em conseguir a cidadania européia, e, partir do país em busca de emprego. Ariel também tem este sonho, mas, cada vez mais, alimenta o desejo de conhecer seu pai e também a verdade sobre seu afastamento da família.O filme, dirigido por Daniel Burman, ganhou vários prêmios, nos festivais de cinema de Berlim, Lleída e Havana. “O Abraço Partido” terá sessão única, às 21h do dia 1, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 14 anos.


Cerimônia de premiação do Oscar

Domingo acontece a entrega da premiação do Oscar versão 2005. Os dois favoritos na disputa são “O Aviador”, de Martin Scorsese, e, “Menina de Ouro”, de Clint Eastwood. Na categoria Melhor Filme Estrangeiro, o mais cotado é o espanhol “Mar Adentro”. “O Aviador” tem um total de onze indicações, o maior número concedido a um filme nesta edição. Apesar do número de indicações não garantir a premiação, ao longo da história do Oscar, dos últimos 20 filmes com mais indicações, 18 levaram o Oscar de melhor filme. Mas, a biografia de Howard Hughes está ameaçada por Clint “Dirty Harry” Eastwood, com o seu tocante “Menina de Ouro”. O curioso é que, no final de 2004, o filme nem tinha data de estréia, mas, dois meses depois, aparece fortíssimo na disputa das sete categorias a que foi indicado. A premiação será transmitida pela Rede Globo, e, pelo canal pago TNT. Neste último, a transmissão do show inicia às 21h.

Catálogo de eventos de cinema

Você tem interesse sobre eventos de cinema, como festivais e mostras, nacionais e internacionais, mas tem que ficar garimpando na internet, ou, rezando para que saia na Claquete? Pois saiba que agora tem uma publicação especializada no assunto. O Guia Brasileiro de Festivais de Cinema e Vídeo 2005, que acabou de ser lançado, reúne informações sobre 96 festivais e mostras regulares de cinema e vídeo, previstas para acontecer este ano. Entre outras informações, estão incluídas as características de cada um dos eventos, além das datas de inscrição e de realização, categorias de premiação, relato da última edição, e, contatos. O guia é um produto da Associação Cultural Kinoforum, e, pode ser adquirido no próprio site da organização, www.kinoforum.org.




Filme recomendado: “Mulher-Gato”

As sete vidas da vilã-heroína

Por estranho que possa parecer, quem mais reclama da adaptação de um personagem de quadrinhos para as telas de cinema, é o fã destes quadrinhos. A reclamação mais comum é de que foram feitas mudanças, no perfil, ou, no visual do personagem. Bem, seria impossível não ter alterações, já que, quadrinhos e cinema, são meios diferentes, com linguagens igualmente diferentes. Mas, é interessante quando se consegue manter, digamos, o espírito do personagem. Esta foi a grande virtude do filme “Mulher-Gato”, lançado recentemente em DVD.

Estrelado por Halle Berry, “Mulher-Gato” teve uma fria acolhida, nos cinemas, injusta, a meu ver. A primeira reclamação foi de que, como “Elektra”, transformaram uma vilã em heroína. Na verdade, quem afirma isso, conhece pouco a personagem, nascida nas páginas dos gibis de Batman, através da pena de Bob Kane e Bill Finger, em 1940. Mas, vamos ao filme.

Patience Phillips é uma artista frustada, que trabalha na área de propaganda de uma grande indústria de cosméticos. A empresa está preste a lançar um novo produto no mercado, e, é justamente Patience quem é encarregada de projetar a campanha publicitária do novo produto. Após uma rejeição de sua primeira proposta, por parte do presidente da companhia, Patience fica incumbida de fazer uma outra, e, entrega-la até meia-noite do dia seguinte.

Nesse mesmo dia, dois fatos importantes marcam a vida da garota. Um gato estranho aparece na janela do apartamento de Patience, e, fica preso na sacada. Penalizada, a moça tenta salva-lo, e, termina pendurada na sacada. Um policial que passava pensa que ela está cometendo suicídio, e, salva-a, de uma queda quase certa. Desfeita a confusão, fica uma atração mútua, que a moça tem que deixar para outra hora, já que está desesperada para concluir o trabalho.

Prestes a encerrar o prazo, Patience corre até a indústria, para entregar o projeto ao patrão. Mas, chegando lá, a moça presencia uma declaração do cientista-chefe, afirmando que o novo produto causava dores de cabeça, dependência química, e, deformidades na pele. Tentando fugir, Patience entra em uma tubulação que é usada para descartar resíduos químicos. Os seguranças acionam a descarga dos resíduos, e, a moça é, literalmente, despejada no mar, o que causa a sua morte.

Neste momento, o misterioso gato, que tem poderes avindos de uma divindade egípcia, chega junto do corpo inanimado de Patience, e, devolve-lhe a vida. A partir daí, a moça passa a ter as poderosas habilidades dos felinos, amplificadas a um nível inacreditável.

A moça tímida e reclusa desaparece, dando lugar a uma ousada e provocante mulher, capaz de enfrentar um grupo de bandidos armados, apenas com as mãos nuas, mas, que apodera-se de jóias preciosas, de uma joalharia. Aos poucos, Patience vai assumindo a personalidade da Mulher-Gato, enquanto investiga os fatos que cercaram o fim de sua vida anterior. Bandida e heroína, ela prossegue, impetuosamente, para matar a sua sede de justiça e vingança.

Essa dualidade da Mulher-Gato, longe de ser um erro conceitual, é, na verdade, a marca mais importante da personalidade da personagem. Ao contrário de outros vilões do Batman, a Mulher-Gato não mata ninguém. Em várias ocasiões, chegou, até mesmo, a ajudar o Homem-Morcego. Não fosse o seu vício de apropriar-se das jóias alheias, já estaria cuidando de gatinhos e morceguinhos na bat-caverna... Bonita, sensual, e, habilidosa, veste-se com roupas provocantes, com botas de salto alto, chicote, e, luva de garras, no melhor estilo fetiche sado-masô.

Desde as suas primeiras aparições, nas páginas dos gibis de Batman, ela fugiu totalmente do caráter chapado, dos outros personagens de ficção ocidentais. Normalmente, os mocinhos são bonzinhos, a ponto de não deixar um papel de bala cair na rua, enquanto que os vilões, não apenas venderiam a mãe, como ainda a entregariam... O próprio Batman, que só consegue enxergar o preto e o branco, cede ao arco-íris da Mulher-Gato.

A Mulher-Gato, ao longo dos anos, teve diversas aparições, sempre associadas aos produtos do Homem-Morcego. Várias atrizes vestiram a pele da vilã: Julie Newmar, a mais perfeita, que ainda provoca saudades nos meninos quarentões, Lee Meriwether, miss América, que apareceu no longa-metragem que antecedeu o seriado, e, Eartha Kitt, cantora e a primeira atriz negra a representar a personagem, deixaram sua marca, nas duas temporadas do seriado “Batman”, estrelado por Adam West. Em 1993, foi a vez da fantástica aparição de Michelle Pfeiffer, em “Batman – O Retorno”, chegando, finalmente à atual versão solo, estrelada por Halle Berry, longe das asas do Homem-Morcego.

A escolha de Halle Berry caiu como uma luva para a personagem. Ao contrário da maioria das insossas atrizes de Hollywood, Halle consegue ser sensual, sem vulgaridade, vigorosa, sem masculinidade, e – importante para os americanos – não aparenta ser negra, o que deixa num limbo racial meio indefinido. Isso não é novidade, pois a Mulher-Gato da segunda temporada, de 1967, foi vivida por uma negra, Eartha Kitt. Não que isso faça diferença para nós, brasileiros, que consideramos a indefinição racial um valor importante de nossa cultura – pelo menos antes dessa idéia estapafúrdia de cotas raciais para universidades!

Halle conseguiu incorporar todas as características da personagem, da sensualidade felina, ao andar bamboleante, e, até o jeito de mover a cabeça. Quanto às cenas de ação, ponto para nós, do Brasil! A técnica que se considerou mais próxima da luta de um gato, foi a capoeira, e, a moça esbanja pernadas e piruetas, para derrotar os inimigos, entre eles – com a devida licença – a gatíssima Sharon Stone.

O filme parece ter funcionado melhor na tela pequena, do que nos cinemas. A versão em DVD, muito bem cuidada, traz o formato de tela widescreen anamórfico, com áudio original remasterizado em Dolby Digital 5.1, com efeitos sonoros que põem à prova o subwoofer. Como extras, um ótimo documentário de meia-hora, “As Muitas Faces da Mulher-Gato”, apresentado por Eartha Kitt, com a participação de todas as atrizes que encarnaram a personagem, Making Of, e, cenas adicionais, tudo devidamente legendado.

Embora tenha decepcionado os fãs de carteirinha, que esperavam a reencarnação dos quadrinhos, “Mulher-Gato” é um bom filme de ação, sem excessos de violência, e, com um roteiro simples, porém, bem executado. Embora não seja um “colecionável” (a não ser para os fãs de Halle Berry), é uma boa diversão, para os meninos e meninas, dos oito aos oitenta. Veja, e, tire as suas próprias conclusões.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Claquete 18 de fevereiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Enquanto se aproxima o dia da premiação do Oscar, que acontecerá dia 27 deste mês, o natalense tem a rara oportunidade de conferir alguns títulos que estarão concorrendo às estatuetas. Entre estes, estréia, esta semana, “Mar Adentro”, que concorre a Melhor Filme Estrangeiro. A outra estréia da semana é a comédia romântica “Hitch – Conselheiro Amoroso”, com Will Smith. Nas continuações, dois concorrentes a Melhor Filme, “Menina de Ouro”, dirigido e estrelado pelo ótimo Clint Eastwood, e, “O Aviador”, de Martin Scorsese, estrelado por Leonardo DiCaprio. Correndo por fora, tem “Perto Demais”, com Julia Roberts, e, Natalie Portman, que foi indicada a melhor coadjuvante. Continua, ainda, em cartaz, o polêmico “Alexandre”, de Oliver Stone, com direito a muitas batalhas e beijos, e, “Jogos Mortais”, um terror psicológico vindo do cinema independente. Para os amantes das comédias, o besteirol “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, que tem, como maior mérito, reunir Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, na mesma tela. Se não viu ainda, experimente o surpreendente “Em Busca da Terra do Nunca”, drama estrelado por Johnny Depp, que vive o criador de Peter Pan. Para a gurizada, sobrou “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana. Finalmente, para o pessoal que curte um cinema de arte, o Filme de Arte do Cine Natal 1, traz a produção franco-chinesa “Balzac e a Costureirinha Chinesa”. Boa diversão!


Estréia 1: “Mar Adentro”

Ramón Sampedro (Javier Bardem) é um homem que luta para ter o direito de pôr fim à sua própria vida. Na juventude, ele sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico, e, preso a uma cama por 28 anos. Lúcido, e, extremamente inteligente, Ramón decide lutar na justiça pelo direito de decidir sobre sua própria vida, o que lhe gera problemas com a igreja, a sociedade, e, até mesmo, com seus familiares. Ramón Sampedro é um personagem real, que viveu em uma pequena vila de pescadores da Galícia. A sua luta judicial demorou cinco anos. O direito à eutanásia ativa voluntária não lhe foi concedido, pois a lei espanhola caracterizaria este tipo de ação como homicídio. Com o auxílio de amigos, planejou a sua morte, de maneira a não incriminar ninguém. No dia 15 de janeiro de 1998 foi encontrado morto, de manhã, por ingestão de cianureto. Ele gravou, em vídeo, os seus últimos minutos de vida. Uma amiga de Ramón foi incriminada pela polícia como sendo a responsável pelo homicídio, mas, um movimento internacional de pessoas enviou centenas de cartas “confessando o mesmo crime”. A justiça, alegando impossibilidade de levantar todas as evidências, acabou arquivando o processo. Dirigido por Alejandro Amenábar, o filme recebeu duas indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Maquiagem. “Mar Adentro” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Estréia 2: “Hitch – Conselheiro Amoroso”

Alex "Hitch" Hitchens (Will Smith) é um lendário, e propositalmente anônimo, "doutor do amor", que vive em Nova York. Em troca de uma determinada taxa, ele se dispõe a ajudar homens a conquistar as mulheres de seus sonhos. Enquanto trabalha para Albert (Kevin James), um contador que se apaixonou pela socialite Allegra Cole (Amber Valetta), Hitch conhece a mulher que acredita ser sua própria cara-metade: a jornalista Sara Melas (Eva Mendes). Apaixonado, Hitch decide conquistá-la mesmo correndo o risco de ter sua identidade desvendada pelo jornal em que Sara trabalha, um jornal tablóide especializado em fofocas. Neste filme, sob a direção de Andy Tennant, Smith foge do gênero ação, que tem sido sua marca, nos últimos anos. “Hithc – Conselheiro Amoroso” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 1, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de dez anos.


Filme de Arte: “Balzac e a Costureirinha Chinesa”


A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz a produção franco-chinesa “Balzac e a Costureirinha Chinesa”. Luo (Chen Kun) e Ma (Liu Ye) são dois jovens de 17 anos que, em plenos anos 70, vivem na China comandada por Mao Tsé-Tung. Os dois são encarados como inimigos do povo por serem filhos de médicos e dentistas, considerados burgueses reacionários. Luo e Ma são, então, presos, e, encaminhados a um “campo de reeducação”, em uma vila isolada no Tibete. Todos os livros de Luo são queimados, mas, Ma consegue manter seu violino, ao alegar que Mozart compunha para o Presidente Mao. No campo, eles apenas encontram alívio nas músicas tocadas por Ma, e, nas histórias narradas por Luo, até conhecerem uma costureirinha (Zhou Xun) por quem ambos se apaixonam. Ela, então, lhes revela um precioso tesouro: livros considerados subversivos, de autoria de Flaubert, Tolstói, Victor Hugo, e, Balzac, que estão de posse de Quatro Olhos (Wang Hongwei), outro jovem que está sendo reeducado, e, prestes a retornar à cidade. O trio, então, decide roubá-los. “Balzac e a Costureirinha Chinesa”, dirigido por Daí Sijie, terá sessão única, às 21h do dia 22, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 12 anos.




Filmes de Glauber, restaurados, em DVD


Com o patrocínio da Petrobrás, vários filmes do mais famoso cineasta brasileiro, foram restaurados, e, preservados em formato digital. Entre os títulos restaurados, a versão original de “Terra em Transe”, que foi apresentada, na útlima segunda-feira, na Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim. Os outros filmes da coleção são o primeiro longa-metragem, “Barravento” (1961), “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), “Antônio das Mortes - O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969), “História do Brasil” (realizado em Cuba, em 1974), e, “A Idade da Terra” (1980). A estatal também patrocinou a restauração da obra de Nelson Pereira dos Santos, que incluiu “Como era Gostoso o meu Francês”, e, “Rio 40 Graus”.


Efeito Borboleta, em DVD

Um dos filmes mais perturbadores, sobre viagens no tempo, “Efeito Borboleta”, chega agora, em DVD. Evan é um jovem que descobre a habilidade de voltar sua consciência no tempo. Ele usa este poder para retornar à sua conturbada infância, marcada por problemas de memória, e, mudar o rumo de sua vida, alterando o presente da mulher que ama, de seus amigos, e, da família. Mas, logo ele descobre que, manipular o passado não significa controlar o futuro. O filme é inspirado em um conto de Ray Bradbury, “Um Som de Trovão”. O disco traz, além do filme, Trailer, Bastidores, Entrevistas, Cenas Excluídas e Alternativas, Processo Criativo, Storyboard, Efeitos Visuais, e, Por Trás da Cena. Lamentavelmente, a imagem está em Tela Cheia, mas, ao menos o áudio original, em inglês, foi masterizado em Dolby Digital 5.1.


Cadê “Herói”, minha gente?...

Um dos filmes mais esperados, “Herói”, estrelado por Jet Li, continua sem data anunciada para estréia. O curioso é que, o filme de 2002, até já foi exibido, no Brasil, em festivais de cinema, mas, nunca entrou no circuito comercial. No exterior, além de já ter passado à vontade, nos cinemas, já foi até lançado em DVD. O filme é do diretor Zhang Yimou, que fez o belíssimo “Caminho Para Casa”, e, o recente “O Clã das Adagas Voadoras”, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia. Fica, aqui, registrado o protesto dos aficionados pelo filme.


Tesouros de Walt Disney: “Sinfonias Ingênuas”, em DVD

Quando ouvimos o nome Disney, lembramos da infinidade de produtos que levam a famosa marca. Mas, houve uma época em que praticamente se faziam experimentos, a fase romântica da Disney. Parte desta história está preservada no DVD “Tesouros de Walt Disney - Sinfonias Ingênuas”. O disco contém 31 desenhos, lançados entre 1929 e 1939, incluindo, entre eles, seis animações premiadas com o Oscar, além de oferecer uma visão histórica da evolução do desenho animado. São pequenos musicais, que serviram para Walt Disney experimentar novas tecnologias e estilos musicais.





Filme recomendado: “Encantadora de Baleias”

A menina que queria ser rei

Muitas vezes, mesmo sem intenção, impomos, aos nossos filhos, os nossos desejos e aspirações. Isso acontece porque, devido a nossas próprias experiências e frustrações, achamos que sabemos o que é melhor para eles. Os jovens, por sua vez, mais abertos ao seu próprio tempo, acreditam que o novo sempre é melhor, e, terminam acontecendo os choques entre as gerações. Isto é um fenômeno universal, e, nada melhor para demonstra-lo do que a belíssima produção neo-zelandesa, “Encantadora de Baleias”.

Uma das mais antigas lendas do país fala de Paikea, o primeiro líder da nação, que chegou do mar cavalgando uma baleia, que o salvou de um naufrágio. Desde então, a liderança sempre passa para o primogênito da família, que conserva, entre inúmeras habilidades, a de comunicar-se com as baleias.

Essa tradição parece chegar ao fim, quando uma desgraça acontece com a família de Porourangi, o primogênito e herdeiro do atual líder, Koro. A mulher de Porourangi morre no parto, juntamente com um dos gêmeos, exatamente o homem. A única sobrevivente é uma menina. Revoltado, o pai dá à menina, o nome sagrado, que seria destinado ao menino: Paikea.

Passa-se mais de dez anos. Paikea, ou Pai, como é carinhosamente chamada, tornou-se uma garota bonita, muito interessada nos costumes e tradições de seu povo, ao contrário da maioria dos garotos locais. Embora seja querida, pelos avós, tios, e, amigos, Pai ainda tem contra si o fato de ser uma menina. Koro ainda tem esperança de que o filho volte para casa, e, dê um novo herdeiro para o seu povo.

Porourangi vem para casa, para rever a filha, e, contar suas aventuras, como artista, na Europa. Para decepção do pai, informa que a namorada alemã está grávida, e, que os dois irão casar-se.

Abalado com o que considera uma traição à sua cultura, Koro decide encontrar um novo líder entre os meninos da aldeia, reativando uma escola para ensinar as tradições aos garotos. Paikea insiste em participar das lições, mas, é rechaçada, pelo avô.

A garota continua aprendendo o que pode, escondida, e, graças à cumplicidade da avó, consegue, inclusive, aprender o uso da Taiaha, um bastão utilizado pelas antigas tribos maoris. Essa arma aterrorizava os ingleses, e, era considerada a mais letal, para combates corpo a corpo. Para surpresa da garota, o tio obeso, que vive jogando sinuca com outros desocupados, foi, no passado, um exímio praticante da taiaha, chegando a ganhar competições nacionais. É ele quem treina a garota.

A cada descoberta, das habilidades de Pai, é gerada uma nova crise com Koro. O velho líder, decepciona-se com os meninos, que não parecem ter a chama interna necessária ao futuro chefe, e, que parece brotar apenas em Pai. O destino irá preparar o enlace final, quando inúmeras baleias encalham na praia da aldeia, e, parecem destinadas à morte, apesar de todos os esforços dos locais.

“Encantadora de Baleias” é uma interessante fábula, que une a beleza das tradições culturais, com a adaptabilidade necessária para a preservação da vida, das relações sociais, e, da própria cultura.

No estranho conflito de gerações mostrado no filme, é curioso que, assim como na vida real, os papéis parecem sempre estar trocados. O filho mais velho, Porourangi, abandona o posto que seria seu, por direito, enquanto que o irmão, Rawiri, apesar de manter-se fiel ao pai, e, às tradições, não é o primogênito. Pai, desde criança, ama todas as manifestações de sua gente, e, mostra-se cada vez mais determinada a assumir o papel de herdeira, mas esbarra no avô, que, apesar de ama-la profundamente, apega-se às tradições seculares.

Mais do que um simples conflito familiar, “Encantadora de Baleias” traz à tona um problema universal, o da perda dos valores culturais tradicionais, em troca das “maravilhas” da civilização globalizada. Não é muito diferente o quadro dos nativos embriagados, jogando sinuca, ou, simplesmente, fazendo nada, enquanto sua cultura desmorona, rumo ao esquecimento. No filme, são maoris, mas, poderiam ser índios norte-americanos, brasileiros, tribos africanas, ou, até mesmo, o nosso próprio povo, perdendo, pela segunda vez, os nossos valores culturais, em detrimento dos de fora.

O elenco, formado todo de neo-zelandeses, está primoroso. A menina Keisha Castle-Hughes, que nunca havia atuado antes, tornou-se, aos 13 anos, a mais jovem indicada ao Oscar de Melhor Atriz, na história da premiação. Curioso é que, nos testes para obter o papel principal, a garota disse, aos produtores, que sabia nadar. Porém, já durante as filmagens, Keisha revelou que mentira nos testes, e, que não sabia nadar. Para substituí-la, nas cenas, foi, então, usada uma dublê de corpo.

A edição em DVD, para ser melhor, poderia ter a imagem original, ao invés da famigerada tela cheia. Mas, ao menos, o áudio veio em Dolby Digital 5.1 (inglês) e 2.0 (português). Como extras, Trailer de cinema, Making-of legendado, e, com 27 minutos de duração, Notas de Produção, Notas do Elenco e Diretor, Comentários, Outros Títulos, Galeria de Fotos, Cenas Excluídas. Nestas, é que podemos ver a beleza do formato original, que foi, literalmente, amputado, para caber no formato tela cheia.

“Encantadora de Baleias” é um belo filme, que levanta questionamentos interessantes, sobre as responsabilidades de cada um, na preservação de seu povo, e, da sua cultura. Mais do que uma exótica história nos Mares do Sul, o que temos aqui é uma lição sobre os verdadeiros valores, e, dos sacrifícios necessários, para preserva-los.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Claquete 11 de fevereiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois de viver as folias das Virgens de Pirangi, ou dos Cão da Redinha, o bom mesmo é recuperar-se com um bom cinema. Para isso, estréiam, neste final de semana, dois pesos-pesados, concorrentes ao Oscar: “Menina de Ouro”, dirigido e estrelado pelo ótimo Clint Eastwood, e, “O Aviador”, de Martin Scorsese, estrelado por Leonardo DiCaprio. Nas continuações, títulos para todos os gostos e idades. Para os que gostam de ação e terror, tem o polêmico “Alexandre”, de Oliver Stone, com direito a muitas batalhas e beijos, “Elektra”, com Jennifer Garner, revivendo o seu personagem de “Demolidor”, o suspense “O Grito”, remake de um famoso filme japonês, e, “Jogos Mortais”, um terror psicológico vindo do cinema independente. Para os amantes das comédias, o besteirol “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, que tem, como maior mérito, reunir Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, na mesma tela. Para quem curte drama, vale ver “Perto Demais”, com Julia Roberts, e, Natalie Portman, que confirma o seu talento dramático, e, o surpreendente “Em Busca da Terra do Nunca”, drama estrelado por Johnny Depp, que vive o criador de Peter Pan. Para a gurizada, além de “Desventuras em Série”, com o camaleônico Jim Carrey, tem as produções nacionais “Tainá 2 – A Aventura Continua”, e, “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana. Finalmente, para o pessoal que curte um cinema de arte, a volta do Filme de Arte do Cine Natal 1, traz a produção franco-canadense “Tirésia”. E, viva! Finalmente, começamos 2005, para valer!


Estréia 1: “Menina de Ouro”

Frankie Dunn (Clint Eastwood) passou a vida nos ringues, tendo agenciado, e, treinado, grandes boxeadores. Frankie costuma passar, aos lutadores com quem trabalha, a mesma lição que segue para sua vida: antes de tudo, proteja-se! Magoado com o afastamento de sua filha, Frankie é uma pessoa fechada, tendo, como único amigo, o velho Scrap (Morgan Freeman), que cuida também de seu ginásio. Um dia, surge, em sua vida, Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), uma jovem determinada, que possui um dom, ainda não-lapidado, para lutar boxe. Maggie quer que Frankie a treine, mas, ele não aceita treinar mulheres, além de achar que ela está velha demais para iniciar uma carreira no boxe. Apesar da negativa de Frankie, Maggie decide treinar diariamente no ginásio, com Scrap, que a encoraja a seguir adiante. Vencido pela determinação de Maggie, Frankie, enfim, aceita ser seu treinador. Os dois iniciam uma dolorosa e trágica história de amor. Consagrado pela crítica e pelo público, o filme, dirigido pelo próprio Clint Eastwood, mereceu sete indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Clint Eastwood), Melhor Atriz (Hilary Swank), Melhor Ator Coadjuvante (Morgan Freeman), Melhor Edição, e, Melhor Roteiro Adaptado. “Menina de Ouro” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Estréia 2: “O Aviador”

Se alguém já mereceu ter a sua vida levada às telas, sem dúvida alguma, este alguém seria Howard Hughes, não apenas por sua ligação com o cinema, como, também, por suas aventuras no campo da aviação. Mas, o que mais marcou a vida de Hughes foram as excentricidades, que beiravam a loucura, só toleradas porque o homem era um milionário. Entre estas aventuras, houve a construção de um avião, tão gigantesco, que, simplesmente não conseguia levantar vôo! O filme, dirigido pelo diretor Martin Scorsese, aborda sua vida entre os anos 20 e 40, iniciando em 1930, durante a produção do filme “Hell´s Angels”. Howard tinha apenas 18 anos, quando herdou 75% das ações da empresa Hughes Tool Co, uma das gigantes do setor petrolífero. Pouco tempo depois, ele mudou-se para Los Angeles, onde se tornou produtor de cinema, influenciando a carreira de estrelas como Jean Harlow (Gwen Stefani), Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale). Vivendo numa fase histórica, onde a indústria da aviação teria um impulso tremendo, principalmente devido ao esforço de guerra, Hughes tornou-se um dos homens mais poderosos dos Estados Unidos. No filme, o milionário é vivido por Leonardo DiCaprio, que foi indicado ao Oscar de Melhor Ator. “O Aviador” foi indicado para mais dez premiações do Oscar, entre elas, a de Melhor Filme e Diretor. Também atuam, no filme, Jude Law, Alec Baldwin, Willem Dafoe, e, Alan Alda. “O Aviador” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Filme de Arte: “Tirésia”

De volta à vida, a sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, traz a produção franco-canadense “Tirésia”. Na mitologia grega, Tirésia é, ao mesmo tempo, mulher, e, homem. Neste filme, é uma transexual brasileira, que vive na clandestinidade, com o irmão, na periferia de Paris. Terranova é um admirador da estética, um sonhador cheio de idéias poéticas. Comparando Tirésia a uma rosa perfeita, ele resolve seqüestrá-la. Sem sua dose regular de hormônios, Tirésia começa a transformar-se, pouco a pouco: a barba cresce, a voz muda. Desgostoso, Terranova cega Tirésia, abandonando-a no campo. Em estado lastimável, ela é recolhida por Anna, que ajuda em sua recuperação. À medida que melhora, Tirésia começa a manifestar dons de premonição. Dirigido por Bertrand Bonello , o filme Concorreu à Palma de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Cannes, onde causou estranheza, por mostrar a bela atriz brasileira, Clara Choveaux, de barba, manipulando um pênis postiço, e, sendo duramente espancada. “Tirésia” terá sessão única, às 21h do dia 15, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 18 anos.




“Rei Arthur”, em DVD

A lenda do Rei Artur, e, seus Cavaleiros da Távola Redonda, está, mais uma vez, em evidência. Desta vez, no lançamento do DVD, na “montagem do diretor”, com 15 minutos a mais do que a versão exibida nos cinemas. A história de Artur, agora ambientada nos anos finais de ocupação romana da Bretanha, atual Inglaterra, mostra o jovem rei, cercado por seus fiéis guerreiros, combatendo os invasores do continente. Para isso, ele conta também, com a ajuda de um líder local, Merlin, e, de uma bela guerreira, Guinevere. Mas, não espere mudanças na trama mostrada nos cinemas. Os minutos adicionais devem-se às cenas de batalha, mais longas e intensas, com lances de violência que foram censurados para a versão da telona. O filme traz o áudio em inglês, português, e, espanhol, em Dolby Digital 5.1, além de manter o formato de tela widescreen original, com opção anamórfica. Como extras, Galeria de fotos, o documentário “Sangue na Terra: Forjando Rei Arthur”, e, Final Alternativo, comentado pelo diretor Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento”).

Desventuras no PC

A exemplo de “Alexandre”, como foi noticiado nesta coluna, mais um filme ganha versão em game. O jogo “Lemony Snicket” é inteiramente inspirado na popular coleção literária “Desventuras em Série”, que já vendeu mais de 15 milhões de volumes ao redor do mundo. Como no filme, os irmãos Baudelaire são obrigados a passar por muitas dificuldades, para enfrentar o malvado conde Olaf. São mais de 20 missões de exploração, onde o jogador tem controle total sobre os três personagens, cada um com habilidades únicas. Violet Baudelaire é uma grande inventora, Klaus tem uma memória fantástica, e, o bebê Sunny possui quatro dentes muito afiados, capazes de romper qualquer coisa. Para derrotar os inimigos, o trio deve encontrar diversos objetos caseiros, para criar artefatos especiais, como o Esmagador, o Disparador, a Alavanca Forçadora, e, o Pulverizador. Para maiores detalhes, consultar o site da própria empresa: http://brasil.ea.com.


Cinema e DVD, simultâneos

Quem se garante, não tem medo da concorrência. Este deve ser o pensamento da National Lampoon Inc., grupo de entretenimento americano, que vai testar uma ousada estratégia de marketing, com seu mais recente filme, a comédia “Blackball”. O filme, que estréia nos cinemas americanos nesta sexta-feira, dia onze, será lançado, em DVD, apenas quatro dias depois, no dia 15 de fevereiro. Além de aproveitar toda a campanha publicitária do lançamento na telona, o grupo aposta no ótimo apelo de vendas do formato digital. Para se ter idéia, no ano passado, as vendas de DVDs, nos Estados Unidos, chegaram a 15 bilhões de dólares, enquanto as bilheterias dos cinemas arrecadaram “apenas” 9,4 bilhões. Se vai dar certo? Quem viver, verá.


Os filmes do Oscar, na internet

Para pirata, não há remédio! Apesar de toda a pressão da Academia, para evitar a pirataria, chegando a expulsar – pela primeira vez, em sua história - um membro, por ter permitido a cópia de um DVD sob sua guarda, nada menos do que 25, dos 30 filmes indicados ao Oscar, este ano, já estão disponíveis na internet. Essa informação, disponível no site http://waxy.org/, é o resultado de uma pesquisa realizada por Andy Baio, responsável pelo site. Além de não estarem incluídas, as categorias Filme Estrangeiro, e, Documentário, só contabiliza as cópias, em DVD, e, VHS, enviadas pelos estúdios aos jurados que votam em importantes premiações do cinema. Não são consideradas, também, as cópias piratas, filmadas de salas de cinema.


“Top Gun”, em Edição Especial

Se você é um dos que curtiram o romance de Tom Cruise e Kelly McGillis, ao som de “Take My Breath Away” (mesmo sem saber que o galã teve que subir num banquinho, para beijar a moça), saiba que alguém lá em cima gosta de você. O filme “Top Gun – Ases Indomáveis”, mereceu um relançamento, em DVD, numa edição para lá de especial. Além do filme, com áudio DD e DTS, e, formato de tela widescreen anamórfico, a edição traz dois discos, com um monte de extras: Making Of: "Zona de Perigo: O Making Of", Comentários do Diretor: Comentários do Produtor Jerry Bruckheimer, Diretor Tony Scott, Roteirista Jack Epps, Jr., Capitão Mike Galpin, Consultor Técnico Pete Pettigrew e Vice-Almirante Mike McCabe, Videoclipes: Kenny Loggins "Danger Zone", Berlim "Take My Breath Away", Harol Faltermeyer e Steve Stevens "Top Gun Anthem", Comerciais de TV, Entrevista com Tom Cruise, Bastidores, e, Fotografias da Produção. Atenção, pois há, também, uma edição simples, contendo apenas o filme.




Filme recomendado: “Em Busca da Terra do Nunca”

O garoto perdido que encontrou o seu destino

Certamente, em alguma época de sua vida, todo leitor, ao ler uma obra-prima, de algum gênio da literatura, parou para se perguntar: como é que alguém tem inspiração para escrever isso? Embora essa seja, realmente, a marca do gênio, algum fato, ou, situação, na vida real, serviu de base para o processo criativo do escritor. Este é o tema do filme “Em Busca da Terra do Nunca”, em cartaz, nos cinemas, sobre o escritor James Barrie, e, sua mais conhecida obra, “Peter Pan”.

O filme, do diretor Marc Foster (“A Última Ceia”), apresenta o escritor, vivido por Johnny Depp, como um típico inglês (embora ele fosse escocês), regrado, e, distante, mantendo uma relação formal com a jovem esposa. Apesar de uma carreira de sucessos, sua última peça fora um fracasso, no teatro, e, buscava inspiração para uma nova obra.

A ida diária ao parque, onde passeava com o cachorro, e, servia de escritório ao ar livre, proporcionou o encontro que mudaria a sua vida. O acaso o fez conhecer Sylvia Llewelyn Davies (Kate Winslet), que enviuvara recentemente, e, seus quatro filhos. Envolvendo-se nas brincadeiras com as crianças, Barrie passa a partilhar as suas fantasias, transvestindo-se de piratas, índios, caubóis, transformando jardins em castelos, e, parques em navios de corsários.

Aos poucos, Barrie passa a fazer parte ativa da vida dos Davies, tornando-se figura indispensável, para as crianças, e, ao mesmo tempo, provocando um forte antagonismo na rigorosa avó (a ótima Julie Christie), preocupada com os falatórios sobre a presença de um homem casado, tão próximo à sua filha.

Ao mesmo tempo em que cresce o seu envolvimento, com Sylvia, e, as crianças, Barrie começa a traduzir, em uma nova peça, todas as situações que percebia, em seu contato diário com os meninos. Para um público boquiaberto, é apresentada, em 1904, uma estranha peça de teatro, que misturava fadas, piratas, índios selvagens, e, um misterioso garoto que recusava-se a crescer: Peter Pan. O sucesso da nova peça é empanado por uma nova ameaça, que traz a sombra da tragédia para a família Davies.

Obviamente, ao se traduzir, para as telas do cinema, uma vida real, é necessário alguma liberdade poética, nome que os eruditos usam quando se quer enfeitar alguma coisa. No caso de “Em Busca da Terra do Nunca”, as liberdades usadas tornaram o filme uma obra muito bonita, e, romântica, criando um clímax magnífico.

Na vida real, nunca houve, como todas a evidências indicam, qualquer relação, entre Barrie e Sylvia, além de uma profunda amizade. Além do mais, na época em que conheceu o escritor, Sylvia ainda não era viúva, pois o seu marido, Arthur, só morreria em 1907, três anos depois da estréia de Pan no teatro. Sylvia morreu três anos depois do marido, em 1910. Barrie fez muito pelas crianças, mas, as desgraças ainda afetariam os Davies. Três, dos cinco irmãos, tiveram mortes trágicas: dois suicidaram-se, e, um morreu na Primeira Guerra Mundial. Peter, que emprestou seu nome para o título da obra centenária, atirou-se embaixo de um trem, aos 63 anos, amaldiçoando o dia em que Barrie escreveu Pan.

Quanto à obra “Peter Pan”, apesar de ter chegado aos palcos em 1904, só apareceu, como livro, em 1911, num texto ambíguo, e, fora do padrão de construção narrativa, tornando-se um fracasso de público. Foi adaptado para musical em 1950, com várias reedições, até chegar à televisão. No cinema, a primeira tentativa foi em 1924, ainda na época do cinema mudo. Um sucesso maior foi obtido com o desenho da Disney, em 1953. recentemente, em 2003, uma nova adaptação chegou às telas, dirigida por P.J.Hogan. Como queria beneficiar crianças, tanto quanto possível, Barrie doou os direitos de Peter Pan para Hospital Infantil de Great Ormond Street, em Londres, que, por sinal, está procurando escritor para criar a continuação das aventuras do menino que não queria crescer.

No Brasil, o nosso maior escritor infantil, Monteiro Lobato, reescreveu a história, através dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, interpretando-a aos olhos tupiniquins – com extrema maestria, vale salientar. Para saber mais, sobre outras histórias com o personagem Peter Pan, consulte o site www.classic-literature.co.uk/scottish-authors/james-barrie.

Embora criticado pela pieguice, ou, apelo ao sentimentalismo do espectador, não há como negar que “Em Busca da Terra do Nunca” é um filme bonito e sensível, direcionado para toda a família. Talvez, a sua maior virtude, seja manter, como fio condutor, assim como no livro “Peter Pan”, a dualidade da alegria de viver, e, o ser adulto, que, na verdade, traduz o medo da morte.

O elenco está excepcional, a começar pelo próprio Depp, anos-luz de sua estréia em “A Hora do Pesadelo”, nos idos de 1984. Passando por papéis tão diversos, como Edward Mãos-de-Tesoura, Don Juan de Marco, e, o capitão Sparrow, de “Piratas do Caribe”, Depp prova, mais uma vez, sua versatilidade. Para os próximos meses, é esperada a nova versão de “A Fantástica Fábrica de Chocolates”, também estrelada por ele. O resto do elenco também está fantástico, tanto Julie Christie, que mereceu indicação ao Oscar, como Kate Wislet, que vive uma belíssima Sylvia, traduzindo toda a dor e tristeza da jovem viúva. Dustin Hoffman, que sofreu um acidente nas filmagens, perdendo a ponta de um dedo, está perfeito, como o agente de teatro que dá suporte a Barrie.

"Em Busca da Terra do Nunca" recebeu sete indicações ao Oscar, nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado. Ao Globo de Ouro recebeu cinco indicações nas categorias Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator - Drama (Johnny Depp), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Mas, as maiores indicações foram ao BAFTA, no qual recebeu onze indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Atriz (Kate Winslet), Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Christie), Melhor Trilha Sonora, Melhor Figurino, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem, Melhor Desenho de Produção e Melhor Roteiro Adaptado. O filme ganhou o Prêmio Lanterna Mágica, no Festival de Veneza.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Claquete 04 de fevereiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Quem não for correr atrás do trio elétrico, terá a oportunidade de curtir muito cinema, ou, ótimos DVDs, numa Natal quase deserta. Dos cinemas da cidade, no carnaval, só estarão em funcionamento os do Moviecom, já que o Natal Shopping estará fechado, de domingo à terça-feira, para manutenção. O melhor mesmo, ficará para a quarta-feira, com a pré-estréia do badalado “Menina de Ouro”, dirigido e estrelado pelo ótimo Clint Eastwood. Nas estréias, a partir de hoje, “Em Busca da Terra do Nunca”, drama estrelado por Johnny Depp, que vive o criador de Peter Pan, e, “Jogos Mortais”, um terror psicológico vindo do cinema independente. Nas continuações, Nas continuações, o polêmico “Alexandre”, de Oliver Stone, com direito a muitas batalhas e beijos. Para os “altinhos”, tem o filme de ação “Elektra”, com Jennifer Garner, revivendo o seu personagem de “Demolidor”, o ótimo “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, como o acrobático Jackie Chan, o suspense “O Grito”, remake de um famoso filme japonês, o besteirol “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, que tem, como maior mérito, reunir Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, na mesma tela, e, o drama “Perto Demais”, com Julia Roberts, e, Natalie Portman, que confirma o seu talento dramático. Para os baixinhos, além de “Desventuras em Série”, com o camaleônico Jim Carrey, tem as produções nacionais “Tainá 2 – A Aventura Continua”, “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana, e, “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida”. Bom carnaval!

Pré-Estréia: “Menina de Ouro”

Frankie Dunn (Clint Eastwood) passou a vida nos ringues, tendo agenciado, e, treinado, grandes boxeadores. Frankie costuma passar, aos lutadores com quem trabalha, a mesma lição que segue para sua vida: antes de tudo, proteja-se! Magoado com o afastamento de sua filha, Frankie é uma pessoa fechada, tendo, como único amigo, o velho Scrap (Morgan Freeman), que cuida também de seu ginásio. Um dia, surge, em sua vida, Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), uma jovem determinada, que possui um dom, ainda não-lapidado, para lutar boxe. Maggie quer que Frankie a treine, mas, ele não aceita treinar mulheres, além de achar que ela esteja velha demais para iniciar uma carreira no boxe. Apesar da negativa de Frankie, Maggie decide treinar diariamente no ginásio, com Scrap, que a encoraja a seguir adiante. Vencido pela determinação de Maggie, Frankie, enfim, aceita ser seu treinador. Dirigido pelo próprio Clint Eastwood, o filme levou sete indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Clint Eastwood), Melhor Atriz (Hilary Swank), Melhor Ator Coadjuvante (Morgan Freeman), Melhor Edição, e, Melhor Roteiro Adaptado. “Menina de Ouro” terá pré-estréia quarta-feira e quinta-feira próximas, só na sessão de 21h20, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Estréia 1: “Em Busca da Terra do Nunca”

J.M. Barrie (Johnny Depp) é um bem-sucedido autor de peças teatrais, que, apesar da fama que possui, está enfrentando problemas, com seu trabalho mais recente, que não foi bem recebido pelo público. Em busca de inspiração para uma nova peça, Barrie a encontra, ao fazer sua caminhada diária pelos jardins Kensington, em Londres. É lá que ele conhece a família Davies, formada por Sylvia (Kate Winslet), que enviuvara recentemente, e, seus quatro filhos. Barrie logo se torna amigo da família, ensinando às crianças alguns truques, e, criando histórias fantásticas para eles, envolvendo castelos, reis, piratas, vaqueiros, e, naufrágios. Ele transforma galhos em perigosas espadas, pipas, em fadas encantadas, e, os meninos Llewelyn Davies, nos “Meninos Perdidos da Terra do Nunca”. Inspirado por esta convivência, Barrie cria o seu trabalho de maior sucesso: Peter Pan. Dirigido por Marc Forster (“A Última Ceia”), o filme teve sete indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, e, Melhor Ator, para Depp. Um fato curioso deverá chamar a atenção dos espectadores: uma tradição dos palcos ingleses, de Peter Pan sempre ser interpretado por uma mulher, foi mantido no filme, com a atriz Kelly MacDonald. “Em Busca da Terra do Nunca” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Censura livre.


Estréia 2: “Jogos Mortais”

Para os fãs de filmes de terror, chega “Jogos Mortais”. A história mostra a perseguição policial a um estranho serial killer que, a cada vítima, deixa um estranho cartão de apresentação. É quando Adam (Leigh Whanell) e Lawrence Gordon (Cary Elwes) acordam, em certo momento, num quarto vazio. Ao lado deles, apenas um corpo desfigurado, com uma arma na mão. Ao lado, uma fita com uma instrução: Gordon deve matar Adam em até oito horas, senão algo acontecerá aos dois. Sem conseguir fugir, eles terão de decifrar a nova armadilha do maníaco, e, avisar a polícia. O filme, que teve sua estréia no Festival de Sundance, foi produzido pela independente Evolution Management. Completando o elenco, Danny Glover (Tapp), Ken Leung (Sing), Monica Potter (Diana) e, Tobin Bell (John). A direção é de James Wan. “Jogos Mortais” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.



Site do Moviecom concorre ao Ibest

Uma das distribuidoras de cinema que atua em Natal, Moviecom, teve o seu site escolhido, pelos internautas, como um dos melhores, da categoria Cinema, para o prêmio Ibest 2005. O site da Moviecom é o único, pertencente a uma exibidora, a entrar na reta final da competição, agora disputando o Top 3. Originária do interior paulista, a empresa tem ramificações nas capitais do Norte e Nordeste, tendo iniciado suas operações, em Natal, em agosto de 2003. Além da simplicidade do design, o site do Moviecom traz informações (atualizadas) das programações em todas as cidades em que atua, além de preços de entradas, horários, e, até mesmo, sinopses dos filmes em exibição. Para conferir, e, decidir se merece o seu voto, www.moviecom.com.br.

Alexandre, sem beijos, no seu PC

Você gostou das cenas de batalha do filme “Alexandre”? Pois saiba que, é possível reproduzir as campanhas do macedônio, através do jogo de estratégia em tempo real, criado pela Eletronic Arts. No game, o jogador será o próprio Alexandre, cujo objetivo é unificar o povo grego, e, conduzir seus exércitos em batalhas contra persas, e, egípcios. O modo para um jogador traz quatro campanhas, uma exclusiva de Alexandre (inspirada no enredo do filme), e, outras três baseadas no conceito What if? O game usa elementos do filme, como cenas exclusivas, trilha sonora, e, a imagem dos principais atores, como Colin Farrell, Angelina Jolie, Val Kilmer, Jared Leto, e, Anthony Hopkins. É possível, pois, recriar o mundo de Alexandre, e, sem os beijos de Hephaestion! Maiores detalhes, consultar o site da própria empresa: http://brasil.ea.com.

Volta ao Mundo, no deserto

Apesar dos bons títulos em cartaz, um ótimo filme está sendo solenemente ignorado, pelo público: “Volta ao Mundo em 80 Dias”. Uma das sessões, no sábado passado, tinham apenas três espectadores, um dos quais, este colunista. É uma pena, pois o filme é extremamente divertido, mais curto do que o original de 1956, e, numa linguagem visual de filmes de ação bem ao gosto da juventude. Estrelado pelo chinês Jackie Chan, o filme traz uma série de lutas marcadas pelo estilo acrobatico do ator, mas, sem mortes, ou, derramamentos de sangue, tão comuns em outros títulos. O insucesso talvez se deva ao fato de ser legendado, ou, à censura para menores de dez anos, que, a meu ver, é absolutamente infundada. Experimente.


Cadê os filmes de Carnaval?


Que aqui não seja Hollywood, tudo bem. Mas, como é que um tema tão conhecido, no mundo inteiro, o carnaval brasileiro, aparece em poucos filmes, e, quase sempre, como pano de fundo de alguma história diversa? Claro, existiram as chanchadas, as duas versões de Orfeu, “O Rei do Rio”, e, muito pouco, além disso. É curioso que, uma das primeiras imagens sobre a nossa maior festa, tenha sido num desenho animado da Disney, “Alô Amigos!”, de 1942. É quando o Pato Donald encontra Zé Carioca, no Rio de Janeiro, e, tenta aprender a sambar. Mas, isso foi do tempo em que os americanos achavam importante que fôssemos seus amigos. Pena que o desenho só exista em VHS, à espera de algum executivo caridoso, que decida lança-lo em DVD.