sexta-feira, 30 de março de 2007

Claquete – 30 de março de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Enquanto as águas de março fecham o verão (e quase que Natal toda), chega aos cinemas o esperado “300”, épico co-estrelado por Rodrigo Santoro (veja em Filme da Semana). A outra estréia é a comédia nacional “Ó Pai, Ó”, com Lázaro Ramos e grande elenco. Continuam em cartaz a ótima animação de Luc Besson, “Arthur e os Minimoys”, o policial “Atirador”, com Mark Wahlberg, a produção da Disney “Ponte Para Terabítia”, as comédias “Deu a Louca em Hollywood”, e “Norbit”, onde Eddie Murphy interpreta diversos personagens, a ação “Motoqueiro Fantasma”, com Nicolas Cage, e o desenho de Mauricio de Sousa “Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe “A Rainha”, Oscar de Melhor Atriz e “Letra e Música”, comédia romântica com Hugh Grant e Drew Barrymore.

Estréia 1: “300”

Em 480 a.C. um enorme exército, comandado por Xerxes (Rodrigo Santoro), o imperador da Pérsia, invadiu a Grécia pelo norte, chegando até a Fócida, no extremo oeste da Grécia Central. Leônidas, um dos dois reis espartanos, posicionou seu exército, com aproximadamente 4.000 soldados, nas Termópilas, um estreito desfiladeiro próximo ao mar. Dessa forma, conseguiu bloquear a passagem dos invasores, enquanto as outras cidades gregas eram avisadas por mensageiros. A estratégia teria sido bem-sucedida não fosse um traidor que revelou aos persas um atalho que possibilitou um ataque devastador pelos flancos. Como o código de honra dos homens de Esparta repudiava a derrota ou a rendição, Leônidas decidiu resistir até o final, juntamente com sua guarda de elite, os 300. O resultado foi uma das mais heróicas batalhas da história. A direção é de Zach Snyder, baseado na graphic novel de Frank Miller. “300” estréia nesta sexta-feira, nas Salas 6 e 2 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 18 anos.

Estréia 2: “Ó Pai, Ó”

Em um animado cortiço do centro histórico do Pelourinho, em Salvador, tudo é compartilhado pelos seus moradores, especialmente a paixão pelo Carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, Dona Joana (Luciana Souza). Incomodada com a farra dos condôminos, Dona Joana decide puni-los, cortando a água do prédio. A falta d'água faz com que o aspirante a cantor Roque (Lázaro Ramos); o motorista de táxi Reginaldo (Érico Brás) e sua esposa Maria (Valdinéia Soriano); o travesti Yolanda (Lyu Arisson), amante de Reginaldo; a jogadora de búzios Raimunda (Cássia Vale); o homossexual dono de bar Neuzão (Tânia Tôko) e sua sensual sobrinha Rosa (Emanuelle Araújo); Carmen (Auristela Sá), que realiza abortos clandestinos; Psilene (Dira Paes), irmã de Carmen que está fazendo uma visita após um período na Europa; e a Baiana (Rejane Maia), de quem todos são fregueses; se confrontem e se solidarizem perante o problema. A direção é de Monique Gardenberg. “Ó Pai, Ó” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, e no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Pré-Estréia 1: “A Família do Futuro”

Lewis é um jovem responsável por invenções brilhantes e surpreendentes. Seu mais recente trabalho é o Memory Scanner, uma máquina que o ajudará a encontrar sua mãe biológica, o que permitirá que ele, enfim, tenha uma família. Porém, antes mesmo de ser utilizada, a máquina é roubada pelo Bandido do Chapéu Coco. Lewis recebe, então, a visita de Wilbur Robinson, um jovem misterioso que o leva em uma viagem no tempo. Já no futuro, Lewis conhece os Robinsons, a família de Wilbur, que o ajudará a recuperar o Memory Scanner. Produção dos estúdios Disney, baseada no livro "A Day with Wilbur Robinson", de William Joyce. “A Família do Futuro” terá pré-estréia na próxima quinta-feira, dia 5, na Sala 4 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Pré-Estréia 2: “Caixa Dois”

Luiz Fernando (Fúlvio Stefanini) é um banqueiro rico, que, em uma transação de precatórios, consegue um ganho extra de R$ 50 milhões. Como o doleiro que geralmente desconta o cheque e envia os dólares para sua conta em Zurique está em coma, Luiz decide usar sua secretária (Giovana Antonelli), que é também sua amante, como "laranja". Porém, ele se vê em apuros quando, ao fazer o depósito, um dígito errado faz com que o dinheiro caia na conta de uma mulher trabalhadora e honesta (Zezé Polessa), cujo marido foi recentemente demitido pelo banco de Luiz Fernando. Ao saber do caso, ela se recusa a fazer o estorno, gerando complicações para todos. A direção é de Bruno Barreto. O filme é baseado em uma peça homônima, que ficou seis anos em cartaz. “Caixa Dois” terá pré-estréia no sábado, na Sala 3 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.


Novidades

“Filhos da Esperança”, em DVD


Inglaterra, 2027. Já faz 18 anos que a humanidade se tornou infértil. A incapacidade reprodutiva provoca mais caos social, já agudo com o problema dos imigrantes, da fome e das doenças. Tudo piora quando a pessoa mais jovem da Terra falece. O ex-ativista e hoje burocrata Theo (Clive Owen) vive sem rumo, até o dia se encontra com uma menina negra grávida, que, por isso, vira a pessoa mais perseguida do mundo. O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital. Como extra, o documentário “Veja Como os Produtores Criaram as Cenas Mais Perigosas do Filme”. Nas locadoras.

“Zoom: Academia de Super-Heróis”, em DVD

Quando a Terra está em iminente perigo de ser destruída, um fora de forma e desempregado ex-super-herói é chamado para salvar a pátria. Seu nome é Jack Shepard, o "Capitão Zoom" (Tim Allen). O problema é que ele perdeu todos os poderes. E agora, o General Larraby (Rip Torn) e o Dr. Grant (Chevy Chase) terão que convencê-lo a aceitar mais uma missão: treinar um desorganizado grupo de crianças com poderes incríveis. Com a ajuda da intelectual Marsha Holloway (Courteney Cox), eles aprenderão a trabalhar em equipe e unir seus poderes para combater uma ameaça cruel que está determinada a criar a maior confusão em nossas vidas. O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital. Como extras, Making Of, o documentário “Como Ser um Herói” e trailers de cinema. Nas locadoras.

“Nosferatu” no Projeto Cinema e Literatura

O Cineclube Natal e a Livraria Bortolai exibirão “Nosferatu”, de F. W. Murnau, no Projeto “Cinema e Literatura”. Baseado no personagem Drácula, criado por Bram Stoker, Murnau criou um clássico do terror do cinema mudo, referenciado e refilmado em várias outras obras posteriores. A sessão será neste sábado, 31, às 18h, no auditório da própria livraria, na Avenida Afonso Pena, 805, Tirol. Ao término da sessão haverá debate com a platéia. O acesso é gratuito. Para maiores de 12 anos.

Claro Vídeo Maker

Sonha em ser cineasta e não larga o celular? Então, chegou a sua chance. Produza um vídeo inédito, com duração de 30 segundos, para ser divulgado na telinha do celular. O vídeo mais criativo e original - e que tiver a maior média de downloads - ganhará um prêmio especial - uma viagem a Londres, com direito a um acompanhante, para conhecer a sede da MTV. As despesas de transporte aéreo e estada serão pagas pela Claro. Para concorrer, os videomakers deverão enviar somente a URL do vídeo postado no site YouTube. Mais informações no site http://www.claroideias.com.br/.

Cineclube Natal exibe “O Evangelho Segundo Mateus”

O Cineclube Natal, no próximo domingo, dia 1, exibirá o filme “O Evangelho Segundo Mateus”, do polêmico diretor italiano Píer Paolo Pasolini. Apesar da extensa e contestadora obra do diretor, um agnóstico convicto, esta é considerada, inclusive pelo Vaticano, o melhor filme jamais feito sobre a vida de Jesus. Também será apresentado o curta-metragem “O Deus”, de Konstantin Bronzit. A sessão começa às 17h, no Teatro de Cultura Popular (TCP), ao lado da Fundação José Augusto. Após os filmes, haverá debate com a platéia e sorteio de um DVD e pôsteres. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 16 anos.


Filme da Semana: “300”

A vitória dos derrotados

Faz muito tempo que uma estréia não provocava tantas paixões quanto “300”, do diretor Zach Snyder. Os fãs dos quadrinhos de Frank Miller estão em polvorosa, principalmente por conta da decantada fidelidade à revista, os brasileiros estão orgulhosos da participação de Rodrigo Santoro em uma produção de Hollywood com mais de nove falas, e, pasmem, até o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, acusou o filme de intencionalmente denegrir os iranianos. O mais curioso é que o fato retratado aconteceu 2500 anos atrás. Afinal, porque tanto barulho?

No início do século V a.C., a Pérsia tinha-se convertido no maior império que o mundo jamais vira, conquistando Medos, a Babilônia, a Assíria, a Armênia, a Síria-Palestina, o Egito e a Ásia Menor. Na primeira tentativa de dominar a Hélade, o conjunto de cidades autônomas que formaria a futura Grécia, Dario foi derrotado na batalha de Maratona.

A segunda tentativa de dominação da Grécia ficaria para o filho de Dario, Xerxes (que é vivido por Santoro, no filme). Xerxes planejou cuidadosamente a nova expedição destinada a tomar a Grécia, ordenando a construção de uma ponte de barcas ligando as duas margens do Estreito dos Dardanelos (484 a.C.), permitindo um deslocamento mais fácil das suas tropas, poupando recursos preciosos e tempo, ao mesmo tempo em que uma poderosa esquadra foi enviada, para apoiar as operações em terra.

Sabendo desses preparativos, as cidades-estado gregas reuniram-se e formaram uma Liga destinada a defrontar o inimigo comum, tendo proclamado a reconciliação geral e declarado guerra à Pérsia. O comando dessa liga foi atribuído a Leônidas, um dos reis de Esparta.

Como havia uma tremenda inferioridade numérica, os gregos procuraram uma estratégia que lhes trouxesse vantagem, optando por posicionar-se no desfiladeiro de Termópilas, uma estreita passagem em uma região montanhosa. Embora os números históricos sejam inflacionados, havia bem mais gregos que os 300 do título, e os milhões de persas talvez fossem duzentos e cinqüenta mil. Mesmo assim, a desvantagem numérica era tremenda.

Com motivação para defender sua pátria, melhores armamentos, treinamento intenso e posição de defesa inexpugnável, foi fácil para os gregos rechaçarem os primeiros ataques dos invasores. A situação só mudaria com a participação de um traidor, Elfiates, que ensinou aos soldados de Xerxes um caminho secreto para surpreender a retaguarda do exército grego. Diante da nova situação, Leônidas liberou a maior parte dos gregos para reagrupar-se mais ao sul, no istmo de Corinto. Enquanto isso, os espartanos protegeriam a sua retirada.

O resultado era conhecido antes de ser travada a primeira luta. Mas, mais importante do que vencer a batalha de Termópilas, era ganhar tempo. E isso, Leônidas e seus soldados conseguiram, ao custo de suas vidas. É o tema do filme.

O filme de Snyder não é baseado nos livros de História, e sim na versão em quadrinhos de Frank Miller, a cultuadíssima graphic novel “300 de Esparta”, um dos melhores e mais elaborados trabalhos do autor. Também é dele “Sin City – Cidade do Pecado”, levado às telas por Robert Rodriguez.

Os fãs do quadrinista ficarão satisfeitos, pela fidelidade à obra de Miller, embora isso se deva a uma característica do artista, que fazia seus quadrinhos como se fosse um storyboard de cinema, daí a afinidade.

Aliando os recursos da computação gráfica com um tema poderoso, que retrata uma das batalhas mais famosas da História, o resultado é um épico diferente, dirigido ao público adulto (a censura é 18 anos), o que permite explorar a violência estilizada, que chega a parecer um balé, a estética dos corpos de homens e mulheres numa sensualidade pouco comum nas caretas produções hollywoodianas e um ritmo de videoclipe constante, com câmeras lentas, aceleradas, pausas dramáticas e edição frenética. Uma prova do perfeccionismo do diretor é que não há figurantes em cena, todos são atores ou dublês em cena. Das 150 cenas que compõem os 117 minutos de filme, 130 tiveram alguma interferência digital.

“300” consolida um conceito que começa a ter a simpatia da indústria do cinema. Apesar de ser um épico, movimentando um elenco estelar, foi produzido a um custo de “apenas” 60 milhões de dólares, custo de uma comédia romântica qualquer. Isso se deve à utilização de cenários criados digitalmente, como já tinha sido feito em “Capitão Sky e o Mundo do Amanhã”, “King Kong” e boa parte da série Matrix.

Mas, se o filme agradou muita gente, também amealhou um exército de detratores, além do já citado presidente do Irã. As críticas mais pesadas vão para a imagem de Xerxes, vivido pelo nosso Santoro, careca, cheio de piercings, o tempo todo de tanga, e de sexualidade não muito bem definida. Os guerreiros gregos também lutam praticamente nus, o que seria pouco aconselhável num ambiente cheio de objetos cortantes e perfurantes (na verdade, eles usavam uma prática couraça).

O que precisa ficar claro para os espectadores é que não devem esperar um relato histórico, como um documentário de National Geographic. “300” é uma transposição para a telona de um cultuado gibi, que já é uma visão com muita liberdade poética sobre o fato histórico. Quem for ao cinema, porém, terá a oportunidade de ver um épico com uma apresentação totalmente diferente de tudo o que já foi mostrado até hoje. Assista e forme a sua própria opinião, lembrando que as culturas da época eram totalmente diferentes das nossas, de modo que não se deve julga-las baseados nos valores e moral de hoje.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Claquete – 23 de março de 2007

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

O final de semana começa bem com a estréia do primeiro infantil dirigido pelo famoso diretor francês Luc Besson, “Arthur e os Minimoys”. Estréiam, também, a comédia escrachada “Deu a Louca em Hollywood” e a ação “Atirador”, com Mark Wahlberg. Nas continuações, temos “Ponte Para Terabítia” (veja em Filmes da Semana), produção da Disney, “A Rainha”, que deu o prêmio de Melhor Atriz a Helen Mirren, a comédia “Norbit”, onde Eddie Murphy interpreta diversos personagens, a ação “Motoqueiro Fantasma”, com Nicolas Cage, “Letra e Música”, comédia romântica com Hugh Grant e Drew Barrymore, e o desenho de Mauricio de Sousa “Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe “Turistas” (veja em Filmes da Semana), enquanto que o Cinemark oferece “O Último Rei da Escócia”, que deu o Oscar para Forest Whitaker, e o drama “À Procura Da Felicidade”.

Estréia 1: “Arthur e os Minimoys”

Arthur (Freddie Highmore) é um garoto de dez anos que tem por missão evitar que a casa de sua avó (Mia Farrow) seja destruída. Fascinado pelas histórias de seu avô sobre a terra dos Minimoys, o pequenino povo que habita seu jardim, Arthur decide procurar seus tesouros escondidos. Porém, a terra dos Mimimoys também está ameaçada, o que faz com que Arthur tenha que ajudar a princesa Selenia a enfrentar o vilão Maltazard. A direção é de ninguém menos do que Luc Besson, autor de “Nikita”, “O Profissional” e “O Quinto Elemento”, que se aventura agora no mundo infantil. “Arthur e os Minimoys” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Censura livre. Cópias dubladas.

Estréia 2: “Deu a Louca em Hollywood”

Quatro órfãos são escolhidos para conhecer uma fábrica de chocolates. Lucy (Jayma Mays) foi criada por um superintendente do Museu do Louvre, onde se esconde um assassino albino. Edward (Kal Penn) é um refugiado da luta livre mexicana, enquanto que Susan (Faune A. Chambers) foi vítima recentemente de um ataque de serpentes em um avião. Já Peter (Adam Campbell) é um residente normal da comunidade de mutantes X. Juntos eles visitam a fábrica, onde entram em um guarda-roupas encantado que os leva à terra de Gnárnia. Lá conhecem um capitão pirata (Darrell Hammond) cheio de frescuras, alguns alunos esforçados de feitiçaria e se juntam a um leão sábio para derrotar a perigosa Branquela Perversa (Jennifer Coolidge). Está achando parecido com algum filme? A idéia é essa mesmo. Na linha de “Todo Mundo em Pânico”, esse filme faz gozação com todos os grandes sucessos recentes. “Deu a Louca em Hollywood” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Atirador”

Bob Lee Swagger (Mark Wahlberg) é um ex-atirador de elite dos fuzileiros navais americanos, que se afastou do trabalho após uma traição. Isolado em um refúgio remoto nas montanhas, Bob é encontrado pelo coronel aposentado Isaac Johnson (Danny Glover). Johnson lhe diz que o país precisa de sua ajuda, já que a vida do presidente está em risco e apenas suas habilidades em tiro de longa distância podem impedir que esta ameaça se concretize. Inicialmente relutante, Bob aceita o trabalho. Porém, logo ele descobre que tudo é, na verdade, uma armação patrocinada por Johnson. Preso em uma armadilha ele será caçado por tentativa de assassinato do presidente. “Atirador” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Novidades

“Cassino Royale”, em DVD

A mais nova aventura de James Bond, desta vez mostrando o início de sua carreira como 007, traz Daniel Craig no papel do espião mais famoso do mundo. Sua primeira missão que o leva a Madagascar, Bahamas e eventualmente a Montenegro para enfrentar Le Chiffre, um cruel financista que está sendo ameaçado por seus clientes terroristas e que pretende recuperar seus fundos de investimento em um jogo de pôquer de altas apostas no Cassino Royale. Ao seu lado, a belíssima Eva Green. O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital e DTS. Nas locadoras.

“100 Escovadas Antes de Dormir”, em DVD


Melissa (Maria Valverde) é uma inocente garota siciliana, que tem apenas 16 anos. Ela se sente distante dos pais, já que seu pai vive viajando e sua mãe está concentrada apenas em seu próprio mundo, sem notar as mudanças pelas quais sua filha está passando ao se tornar uma mulher. Na escola Melissa passa o dia sonhando com Daniele (Primo Reggiani), um colega de classe por quem nutre uma paixão adolescente mas que a ignora solenemente. Até que, um dia, Daniele decide convidar Melissa para sair. Encantada, ela aceita de imediato. Seduzida, Melissa é iniciada no sexo e passa a participar dos jogos sádicos de Daniele e de seu amigo Arnaldo (Elio Germano). Desnorteada e sentindo-se humilhada pelo ocorrido, ela passa a se educar sobre o sexo e ter ousados encontros com vários homens.

“Morricone Por Morricone – Para Quem Ama Cinema e Música”

Autor das músicas de quase 400 filmes, o italiano Ennio Morricone é o mais famoso compositor de trilhas sonoras para cinema. Nesse espetáculo inédito, o próprio Morricone rege a conceituada Orquestra Filarmônica de Munique, que executa, com perfeição, suas trilha sonoras mais famosas num concerto inesquecível de quase duas horas. Obrigatório para todos aqueles que amam cinema e música. Incluindo músicas dos filmes “Era uma Vez no Oeste”, “A Missão”, “Cinema Paradiso”, “A Lenda do Pianista do Mar”, “Por um Punhado de Dólares”, “Os Intocáveis”, “Três Homens em Conflito”, entre outros grandes sucessos.


Filmes da Semana: “Turistas” e “Ponte Para Terabítia”

A beleza está nos olhos de quem vê

Gosto da idéia de que o cinema é o olhar de alguém sobre um determinado tema. Partindo disso, notei uma curiosa ligação entre o polêmico filme de suspense “Turistas” e o delicado drama infantil “Ponte Para Terabítia”, as duas estréias do final de semana passado.

Nessa altura da leitura, os meus fiéis leitores já devem estar preocupados com a minha sanidade mental. Como pode, meu caro Newton, comparar um filme mata-mata, que esculhamba o Brasil, com o charmoso e inteligente filme de Gabor Csuco. Você deve realmente estar acreditando que é um crítico de cinema... Calma, queridos amigos, dêem-me um crédito de confiança, antes de jogar o jornal no lixo.

“Turistas” é um filme honesto, no sentido de que entrega aquilo que promete. Um grupo de estrangeiros vem ao Brasil, a passeio. Três americanos, dois ingleses, um casal de suecos e uma australiana formam o grupo. De todos, apenas a australiana fala a nossa língua (“Ah, você fala espanhol?”, pergunta o americano, “Não, aqui se fala português.”).

Os jovens conseguem a façanha de viajar do Rio com destino a Belém em um ônibus urbano, que não completaria o trajeto entre Natal e Macaíba. Obviamente, sofre um acidente e cai ladeira abaixo. Ninguém se fere, mas todos terão que esperar um novo transporte.

Inquietos, os jovens resolvem ir até uma praia próxima. Lá, encontram o paraíso. Na praia paradisíaca, uma galera jovem e animada fazia festa em um bar. Mulheres bonitas, bebidas, música e descontração. “I love Brazil” era o refrão mais repetido.

A alegria dura até acordarem, no dia seguinte, quando descobrem que foram roubados. Sem ter a quem recorrer, terminam entrando em conflito com os moradores locais. Apenas um adolescente, Kiko, resolve ajuda-los, conduzindo-os a um local seguro.

O local é uma misteriosa casa de campo, escondida no meio de uma selva profunda. Lá eles encontram roupas, comida e abrigo. Mas, o dono da casa chega em seguida, e revela as suas intenções: aprisionar os estrangeiros, para retirar os órgãos e transplanta-los em criancinhas brasileiras.

O resto do filme é a luta dos jovens para escapar da casa e de seu terrível dono, que chefia uma quadrilha politicamente correta, com igual número de brancos, negros e índios. Bem, quem já assistiu os filmes das séries “Pânico”, “Premonição” ou “Eu Sei o Que Vocês Fizeram...” não vai estranhar muito. O mais curioso mesmo é o absurdo das situações inventadas, que chegou a provocar a irritação de espectadores e até autoridades.

Claro, se quisessem falar de coisas reais, poderiam falar de ônibus de turistas assaltados no caminho do aeroporto, balas perdidas encontrando alvos, criancinhas sendo arrastadas por carros, etc.. Além do mais, seria muito mais fácil sumir com alguém em uma grande cidade como Rio ou São Paulo, com muito mais recursos para fazer transplantes do que em uma casa isolada no meio do mato. Mas, cinema é ficção, antes de tudo. E cinema, como eu disse acima, é o olhar de alguém.

“Ponte Para Terabítia” não poderia ser mais diferente de “Turistas”, em gênero, número e grau. O filme, produzido pelos Estúdios Disney, é baseado no livro homônimo, de Katherine Paterson, que o escreveu, em 1977, como forma de consolar seu filho mais novo, devido à morte trágica de uma grande amiga.

Jess Aarons (Josh Hutcherson) é filho de uma família americana, que vive em uma pequena cidade da área rural. Jess é um garoto solitário, apesar de ter quatro irmãs e conviver com muitos outros meninos no colégio. Suas únicas diversões são os seus desenhos, frutos de uma imaginação fértil e a corrida, única ambição a que se permite. Em meio às dificuldades financeiras da família, às brigas das irmãs, à indiferença do pai, às implicâncias dos colegas, Jess só consegue paz quando se recolhe no seu solitário mundo.

Sua rotina de vida é quebrada no dia em que conhece Leslie Burke (AnnaSophia Robb), a nova vizinha, que, além de ser mais veloz do que todos na corrida, ainda se revela uma pessoa de uma imaginação tão criativa quanto a dele. O fato de ser filha única, de pais muito envolvidos com os seus próprios trabalhos, faz com que os dois unam suas solidões, em uma amizade sincera e recíproca.

Nos arredores, os dois descobrem um riacho, e, para atravessa-lo, uma corda no estilo Tarzan. Cruzando o obstáculo, os dois descobrem um novo mundo, repleto de seres fantásticos, Terabítia, da qual eles são os senhores. Mas, nem tudo é festa, pois um ser maligno, o Mestre da Escuridão e seu exército, estão à espreita, para dominar o seu mundo mágico.

Entre o mundo mágico e o real, Jess e Leslie precisam lidar com outras situações, como a odiada Janice (Lauren Clinton), uma garota mandona do colégio e a paixão do garoto pela professora de música, Miss Edmunds (Zooey Deschanel), de olhos incandescentes.

O mundo de Jess irá sofrer um forte abalo devido a um trágico acontecimento. A partir daí, ele terá que escolher o lado que quer ficar, o mundo imaginário ou o real, superando a própria dor, para vencer a sofrida transição entre a infância e a maturidade.

Nessa altura, os meus queridos leitores já estarão impacientes para que eu justifique o que prometi no início. Bem, meus caros, os dois filmes baseiam-se na forma de olhar o mundo. Antes que me lancem as pedras, deixem-me explicar.

Queiramos ou não, a maneira como o Brasil aparece em “Turistas” é a maneira como a maioria dos americanos nos vêem. Figuras exóticas, passionais e sensuais, passamos o tempo jogando futebol, bebendo, dançando e namorando. Nada mais do que o “doce fazer nada”. Para quem pouco se interessa pelo que acontece fora do seu condado, essa é a imagem que eles fazem de nós. Imagem essa expressa em filme pelo diretor John Stockwell. Para mudar essa imagem, talvez precisemos mudar algumas coisas em nossa própria casa. Quanto a fazer boicote ou protestos, é uma bobagem maior do que o filme. Se estiver curioso, assista, preparado para o absurdo, e só.

O olhar em “Ponte Para Terabítia” é muito mais complexo. Tudo é mostrado através da ótica do menino Jess, que refugia-se em um mundo que só ele vê, para fugir do frustrante contato com as outras pessoas, que o julgam esquisito e anti-social. Apenas Leslie, com o seu olhar despido de preconceitos, consegue enxergar a pessoa que se esconde atrás da armadura que Jess criou para si. É também através do olhar da imaginação que eles conseguem descortinar um mundo maravilhoso, onde tudo é possível, sonhos e desafios. E, finalmente, Jess precisará mudar a forma de olhar tudo, a partir do acidente que altera profundamente a sua vida.

É difícil imaginar que foi a mesma indústria que produziu os dois filmes. Mas, são obras destinadas a públicos diferentes, e certamente haverá quem ame ou odeie qualquer um dos dois filmes. Faça sua escolha, afie o olhar e deixe as armas do lado de fora do cinema.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Claquete – 16 de março de 2007


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois de causar polêmica e ameaça de boicote dos espectadores, chega em Natal o filme “Turistas”, que estréia só no Moviecom. Além dele, temos também “O Último Rei da Escócia” (só no Cinemark), que deu o Oscar para Forest Whitaker, “Ponte Para Terabítia”, produção da Disney, e “Mais Estranho Que a Ficção” (só no Moviecom). Continuam em cartaz “A Rainha” (veja em Filme da Semana), que deu o prêmio de Melhor Atriz a Helen Mirren, a comédia “Norbit”, onde Eddie Murphy interpreta diversos personagens, a ação “Motoqueiro Fantasma”, com Nicolas Cage, “Letra e Música”, comédia romântica com Hugh Grant e Drew Barrymore, o drama “À Procura Da Felicidade”, o desenho de Mauricio de Sousa “Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo”, e “Uma Noite no Museu”. Nas programações exclusivas, no Moviecom, tem a comédia escatológica “Borat”, enquanto que o Cinemark oferece “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho” e a comédia nacional “A Grande Família! O Filme”,

Estréia 1: “O Último Rei da Escócia”

Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um elegante médico escocês, que deixou recentemente a faculdade. Ele parte para Uganda em busca de aventura, romance e alegria, e para ajudar um país que precisa muito de suas habilidades médicas. Logo após sua chegada, Nicholas é levado ao local de um acidente bizarro, onde o líder recém-empossado do país, Idi Amin (Forest Whitaker), atropelara uma vaca com seu Maserati. Nicholas consegue dominar a situação, o que impressiona Amin. Obcecado com a cultura e a história da Escócia, Amin se afeiçoa a Nicholas e lhe oferece a oportunidade de ser seu médico particular. Ele aceita a oferta, o que faz com que passe a freqüentar o círculo interno de um dos mais temíveis ditadores da África. Primeiro, Garrigan é seduzido pela famosa e cativante personalidade de Amin e seus planos ambiciosos para Uganda, sem mencionar a paixão do ditador por carros de corrida, mulheres bonitas e festas glamourosas. Com o passar do tempo, seduzido por seu próprio desejo de poder, Garrigan se torna o confidente do ditador, seu conselheiro e braço direito, sendo testemunha de eventos cada vez mais violentos. Mas, quando ele finalmente ousa parar com a insanidade, ingressa em uma luta desesperada para sobreviver. Este filme garantiu o Oscar de Melhor Ator para Forest Whitaker. A direção é de Kevin MacDonald. “O Último Rei da Escócia” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 2: “Ponte Para Terabítia”

Jess Aarons (Josh Hutcherson) sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo o verão, ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas, seus planos são ameaçados por Leslie Burke (AnnaSophia Robb), que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Apesar disso, Jess e Leslie tornam-se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde apenas é possível chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de suas casas. Lá, eles lutam contra Dark Master (Matt Gibbons) e suas criaturas, além de conspirar contra as brincadeiras de mau gosto que são feitas na escola. Esta é a segunda adaptação do livro de Katherine Paterson, que o escreveu, em 1977, como forma de consolar seu filho mais novo devido à morte trágica de uma grande amiga. Produção da Disney, com direção de Gabor Csuco, “Ponte Para Terabítia” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Censura livre.

Estréia 3: “Mais Estranho Que a Ficção”

Certa manhã Harold Crick (Will Ferrell), um funcionário da Receita Federal, passa a ouvir seus pensamentos como se fossem narrados por uma voz feminina. A voz narra não apenas suas idéias, mas também seus sentimentos e atos com grande precisão. Apenas Harold consegue ouvir esta voz, o que o faz ficar agoniado. Esta sensação aumenta ainda mais quando descobre pela voz que está prestes a morrer, o que o faz desesperadamente tentar descobrir quem está falando em sua cabeça e como impedir sua própria morte. Dirigido por Marc Forster (“Em Busca da Terra do Nunca”), o elenco conta, também, com Emma Thompson, Queen Latifah e Tom Hulce. “Mais Estranho Que a Ficção” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de dez anos.

Estréia 4: “Turistas”

Um grupo de turistas americanos e ingleses, em viagem turística pelo Brasil, sofre um acidente no ônibus em que viajavam. Ao invés de ficar com as outras pessoas, resolvem ir até uma praia paradisíaca, encher a cara e curtir as belezas tropicais. Quando acordam, descobrem que foram roubados, ficando sem passaportes e sem dinheiro. Um garoto que conheceram no bar lhes oferece pousada numa casa na floresta. Logo eles descobrem que se meteram em uma armadilha, com direito a todos os clichês e preconceitos que Hollywood pode imaginar sobre os selvagens brasileiros... Este filme causou muita polêmica, antes mesmo de estrear, pois a mensagem que passa é que é baseado em fatos reais. “Turistas” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 18 anos.



Novidades

“Deu a Louca na Chapeuzinho”, em DVD


Esta interessante reinterpretação da clássica história de chapeuzinho chega em versão digital. A bicharada está assustada depois que policiais do reino animal recebem denúncias de uma confusão na floresta. A bagunça envolve nada menos do que a Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau, o Lenhador e a Vovozinha. Nesta confusão, quem será que conta a verdade? E quem roubou as receitas de doces da Vovó? O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital. Nas locadoras.

“DOA: Vivo ou Morto”, em DVD

Todo ano é realizado na remota e exótica ilha Doatec o torneio Dead or Alive, organizado pelo dr. Victor Donovan (Eric Roberts). O torneio reúne os maiores lutadores do mundo, incluindo os melhores em cada estilo de luta. Entre os concorrentes deste ano está Tina Armstrong (Jaime Pressly), a campeã mundial de luta livre, a ladra Christie Allen (Holly Valance) e Katsumi (Devon Aoki), uma ninja que tem sede de vingança devido à morte de seu irmão. Baseado na série de jogos de luta da empresa japonesa Tecmo, “DOA: Vivo ou Morto”. Nas locadoras.

Oficina de Vídeo Digital de Bolso

Entre os vários eventos da programação da sexta edição do Festival Curta Natal de Cinema e Vídeo, está a 1ª Mostra Curta Celular, para filmes de até dois minutos, feitos com aparelho celular. Além da mostra, o festival irá promover uma oficina sobre o tema, de 26 a 30 de março, ministrada pelo fotógrafo Henrique José da Ong ZooN Fotografia. Mais informações no site http://www.curtanatal.com.br/.

Cineclube Natal exibe “Luzes da Cidade”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 18, o filme “Luzes da Cidade”, considerado por muitos a melhor obra de Charles Chaplin. Desta vez o nobre vagabundo apaixona-se por uma florista cega e decide pagar a operação que lhe devolve a visão, à custa de muito esforço, mal-entendidos e trapalhadas. Além de atuar e dirigir, ele também assinou o roteiro e escreveu a trilha sonora. Também será exibido o curta-metragem “O que é Cineclube”, documentário realizado por vários diretores durante a durante 26ª Jornada de Cineclubes, em 2006. Atenção para o novo horário, a sessão começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois das exibições, haverá debate com a platéia, e, sorteio de um DVD e pôsteres. Os ingressos custam R$ 2,00. Censura livre.

Filme da Semana: “A Rainha”

O lado pouco nobre da nobreza

Se alguém fizesse uma enquête sobre um acontecimento que poderia ter gerado uma crise na Inglaterra, muitos falariam da Guerra do Iraque, os mais antigos das greves da Margaret Tatcher ou mesmo da Guerra das Malvinas. Mas, o que abalou a estrutura tradicional do governo britânico nos últimos anos foi a morte da princesa Diana, apresentado brilhantemente no filme “A Rainha”, em cartaz nos nossos cinemas.

A história do filme passa-se em agosto de 1997, iniciando com a vitória estrondosa do trabalhista Tony Blair sobre o conservador John Major. Com uma mensagem reformista, prometia mudanças na educação e saúde, contrapondo-se aos pavorosos anos de Margaret Tatcher e suas privatizações a qualquer custo.

Simples e informal, o primeiro contato de Blair com a rainha mostra as gritantes diferenças entre um pobre mortal e a mais alta representante de uma aristocracia cuja linhagem tem mil anos de história.

Alguns dias depois, o mundo é sacudido pela notícia do acidente em Paris, onde morrem a Princesa Diana, o então namorado Dodi Al-Fayed e o motorista do veículo. A comoção é geral, pois, mesmo divorciada do príncipe Charles, Diana nunca saíra da mídia, não apenas pelo glamour dos meios que freqüentava, mas, também, pelos importantes trabalhos sociais que participava.

Na Inglaterra, a reação não foi diferente. Espontaneamente, milhares de pessoas dirigiam-se ao Palácio de Buckinhan, a residência oficial da família real inglesa, depositando flores, cartões e outras homenagens. Sem perder tempo, a equipe de Blair declarou o pesar, usando a expressão “princesa do povo”, que foi aceita e integrada ao imaginário dos emocionados britânicos.

Já da família real, nenhuma reação. Ainda ressentidos dos embates que levaram à separação com o príncipe Charles, os Windsor recusavam-se a prestar homenagens públicas ou manifestar-se de qualquer forma, considerando Diana uma pessoa “que não mais fazia parte da família real”.

Aos poucos, essa atitude começou a despertar uma reação no público, que, instintivamente, culpava a família real pela morte de Diana. Percebendo os sinais, Blair e sua equipe tentavam convencer a rainha a quebrar as tradições e prestar satisfações à população. Só quando informam que, de acordo com uma pesquisa, uma em cada quatro pessoas achava que a monarquia deveria acabar, é que resolvem submeter-se ao inevitável.

O caso terminou sendo uma vitória política do primeiro-ministro, que soube usar a crise a seu favor. Principalmente por ter, o próprio Blair, passar a assumir um papel de paladino da família real e do seu way of life. Ainda demorariam alguns anos, e, muitas trapalhadas militares ao lado dos Bush para tirar o brilho de Blair.

Embora trate de fatos bem conhecidos da história recente, o filme aborda-os através da ótica de um não-ingles, mostrando o anacronismo de uma nação moderna, envolvida com os principais problemas do mundo, tendo como chefe da nação uma representante de uma nobreza que cultiva valores que nada tem a ver com o mundo moderno.

Embora o título enfoque a rainha Elizabeth, a atenção pendula entre ela, o primeiro-ministro, o povo, que assume uma entidade própria, e, a falecida Diana, presente em todos os momentos do filme, com imagens reais, obtidas da imprensa, que a idolatrava.

Além da atuação impressionante de Helen Mirren, no papel-título, que lhe rendeu um merecido Oscar de Melhor Atriz, o roteiro bem amarrado, a direção segura de Stephen Frears, a fotografia do brasileiro Affonso Beato é um show à parte.

No mundo imediatista em que vivemos, onde a memória se resume a fatos recentes, é interessante observar as diferenças entre o tradicional e o moderno, os objetivos pessoais e os de uma nação, e, principalmente, dos valores de cada um. Vale à pena conferir e formar a sua própria opinião.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Claquete – 09 de março de 2007






Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Finalmente, começam a pingar, por aqui, os ganhadores do Oscar. Nas estréias desta semana, teremos “A Rainha”, que deu o prêmio de Melhor Atriz a Helen Mirren, e “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho” (só no Cinemark), Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Hudson) e Melhor Som. De lambuja, Eddie Murphy estrela a comédia “Norbit”, onde interpreta diversos personagens. Nas continuações, temos “Motoqueiro Fantasma”, com Nicolas Cage, e “Letra e Música”, comédia romântica com Hugh Grant e Drew Barrymore (veja em Filmes da Semana), a comédia nacional “A Grande Família! O Filme”, o drama “À Procura Da Felicidade”, o desenho de Mauricio de Sousa “Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo”, a comédia escatológica “Borat”, e “Uma Noite no Museu”. Nas programações exclusivas, no Moviecom, sessão especial de “Os Infiltrados”, Oscar de Melhor Filme e Diretor, com direito a meia-entrada para todos.

Estréia 1: “A Rainha”

A notícia da morte da princesa Diana se espalha rapidamente pelo mundo. Incapaz de compreender a reação emocional do público britânico, a rainha Elizabeth II (Helen Mirren) se fecha com a família real no palácio Balmoral. Tony Blair (Michael Sheen), o recém-apontado primeiro-ministro britânico, percebe que os líderes do país precisam tomar medidas que os reaproximem da população e é com essa missão que ele procura rainha. “A Rainha” ganhou o Oscar de Melhor Atriz (Helen Mirren), além de ser indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. A direção é de Stephen Frears. “A Rainha” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, e no Cine 7 do Moviecom. Censura livre.

Estréia 2: “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho”

Detroit, década de 60. Curtis Taylor Jr. (Jamie Foxx) é um vendedor de carros, que sonha em deixar seu nome marcado no mundo da música. Ele deseja abrir sua própria gravadora, mas ainda não tem o formato e o produto certo para vender ao público. Curtis encontra o que procura ao conhecer o grupo The Dreamettes, formado pelas cantoras Deena Jones (Beyoncé Knowles), Lorrell Robinson (Anika Noni Rose) e Effie White (Jennifer Hudson). Elas se apresentam em um show de talentos local, usando perucas baratas e vestidos feitos em casa. Suas vidas mudam quando Curtis, já seu agente, consegue que elas façam o backup do show de James "Thunder" Early (Eddie Murphy), o pioneiro de um novo som em Detroit. Posteriormente o grupo alça vôo solo, mudando de nome para The Dreams. Porém Curtis sabe que para alcançar o sucesso o grupo precisará apostar na beleza provocante e tímida de Deena, mesmo que tenha que deixar de lado a voz potente de Effie.. “Dreamgirls”, que ganhou os Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Hudson) e Melhor Som, estréia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.

Estréia 3: “Norbit”

Norbit (Eddie Murphy) foi criado no orfanato do sr. Wong (Eddie Murphy). Foi neste local que ele conheceu sua alma gêmea, Kate (Thandie Newton). Eles se tornam amigos inseparáveis, até ela ser adotada e deixar o local. Aos nove anos, Norbit é ameaçado por três garotos da escola mas é salvo por Rasputia (Eddie Murphy), uma robusta garota de 10 anos. Os dois crescem, namoram e se casam. Juntamente com seus irmãos Jack Grandão (Terry Lewis), Azulão (Mighty Rasta) e Earl (Clifton Powell), Rasputia administra a Construtora Latimore. Norbit é empregado da empresa, sendo sempre ridicularizado pelos cunhados. A vida de Norbit não anda nada bem, mas, ela muda após reencontrar Kate, que decide comprar o antigo orfanato do sr. Wong. Porém, o que Kate não sabe é que seu noivo, Deion (Cuba Gooding Jr.), planeja transformar o local em um bar de strip-tease, contando com a ajuda dos irmãos de Rasputia.. “Norbit” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.



Novidades

“Anjos da Vida – Mais Bravos Que o Mar”, em DVD


Na semana passada ainda estava no cinema e já está disponível em DVD. Ben Randall (Kevin Costner) é um lendário nadador de resgate que se torna o único sobrevivente de um acidente causado por uma forte tempestade. Ele é levado para treinar jovens recrutas para nadadores de resgate. Randall decide deixar de lado o programa de treinamento e aplicar seus próprios métodos de trabalho. Ele logo se desentende com Jake Fisher (Ashton Kutcher), um arrogante campeão de natação. Randall vê potencial em Fisher para se tornar um grande nadador de resgate, caso consiga equilibrar o lado emocional e a dedicação que a tarefa exige. Nas locadoras.

“Adrenalina”, em DVD

Jason Stathan (“Carga Explosiva”) é Chev Chelios, um assassino profissional que foi envenenado e luta contra o tempo para se manter vivo e se vingar. O filme, que marca a estréia da dupla de diretores Mark Neveldine e Brian Taylor, tem um ritmo acelerado, já que Chelios não pode deixar baixar a adrenalina do corpo, pois só assim ele retarda o efeito do veneno. Tipo “desligue o cérebro e curta a ação”. Nas locadoras.

Abertas inscrições para o 6º Curta Natal

Estão abertas, até 30 de março, as inscrições para a sexta edição do Festival Curta Natal de Cinema e Vídeo, evento que integra a programação do Festival MADA. Serão cinco dias, de 16 a 20 de abril, reunindo as diversas linguagens e conceitos do curta-metragem potiguar, nordestino e brasileiro, entre videoclipes, cinema de animação, Mostra Festival do Minuto, Mostra Mix – Festival da Diversidade Sexual, Mostra competitiva Nordeste, Curta Celular e outros. Mais informações no site http://www.curtanatal.com.br/.

Lançamento de “O Vôo Silenciado do Jucurutu”

Na próxima quinta-feira, dia 15, será lançado o documentário “O Vôo Silenciado do Jucurutu”, sobre a cineasta potiguar Jussara Queiroz, que teve como base o roteiro vencedor do DOC-TV III-RN, de autoria de Paulo Roberto Ribeiro Laguardia. A exibição será às 19h30, na Casa da Indústria-FIERN, na Av. Senador Salgado Filho, 2860.

Cineclube Mossoró

Os mossoroenses ganharam mais uma opção de curtir a Sétima Arte. Foi criado o Cineclube Mossoró, que, em sua sessão de estréia, exibiu o clássico do Cinema Novo “Terra em Transe”, de Glauber Rocha. Desejamos que tenha vida longa, a exemplo do cineclube de Natal. A coordenação é de Giovanni Rodrigues. Para novas programações, entrar em contato através do email franciscogrodrigues@yahoo.com.br.


Revista Cahiers du Cinema terá versão na rede

A influente revista francesa de cinema "Cahiers du Cinéma" lançará esta semana a e-Cahiers, versão online em língua inglesa da publicação mensal. A revista, que foi fundada, entre outros, pelo 1951 pelo famoso crítico André Bazin, é vista como responsável por reinventar as bases da crítica de cinema e por formular a teoria do cinema de autor. A edição de março da "Cahiers du Cinéma" estará disponível na Web a partir da próxima semana, no endereço http://www.e-cahiersducinema.com/.


Filmes da Semana: “Motoqueiro Fantasma” e “Letra e Música”

De motos e de músicas

Nem sempre as estréias são maravilhosas, mas, a programação dos cinemas não é feita só de obras-primas. Entre os extremos (bons e ruins) muita coisa é exibida para puro e simples entretenimento dos espectadores. Não poderia haver melhor exemplo do que a ação “Motoqueiro Fantasma” e o romance “Letra e Música”, que, certamente, agradarão os fãs dos respectivos gêneros.

“Motoqueiro Fantasma” segue uma tradição de personagens de quadrinhos levados às telas. Como Homem-Aranha, Batman e outros, os roteiristas quebram a cabeça para transformar a complicada linguagem dos quadrinhos na linguagem de cinema, com movimento e som, usando e abusando dos efeitos especiais.

Este personagem tem alguns complicadores a mais do que a média. Para começo de conversa, não tem a mesma abrangência de outros heróis conhecidos mundialmente, embora tenha fãs ardorosos, como o ator Nicolas Cage, que o viveu na telona. Cage é tão fanático pelo herói que tem uma tatuagem dele.

Um outro problema, que deve ter atrapalhado o entendimento do espectador em geral, é que o nome original “Ghost Rider” é traduzido como Motoqueiro Fantasma. Em inglês, porém, rider tanto pode significar motoqueiro quanto cavaleiro. Isso faz mais sentido se pensarmos que o personagem do quadrinho criado nos anos 40 era um caubói do Velho Oeste. Só nos anos 70, quando a série foi comprada pela Marvel, o herói foi modernizado, trocando o cavalo pela moto.

Isso é importante, pois o começo do filme parte do Velho Oeste, cento e cinqüenta anos atrás, quando o primeiro Ghost Rider surgiu. Ele faz um pacto com o demônio e tem a incumbência de levar-lhe um contrato que representa mil almas aprisionadas. Mas, o herói some e leva o documento consigo.

Passado um século e meio, vamos encontrar o jovem Johnny Blaze (Matt Long) apresentando-se ao lado do pai, em shows de acrobacias com motos. Ao descobrir que o pai estava com câncer, Johnny aceita fazer um pacto com Mefisto (Peter Fonda) para salva-lo. O pai de Johnny é curado do câncer, mas logo morre em um acidente no palco. Arrependido, ele sai pelo mundo, abandonando a namorada, Roxanne (Raquel Alessi).

Anos depois, Johnny Blaze (Nicolas Cages) é um astro de manobras arriscadas com motos. Mesmo sofrendo acidentes incríveis, jamais se fere. Ele reencontra a antiga namorada, Roxanne (Eva Mendes), hoje uma repórter de televisão.

Mas, o seu sossego não duraria muito. O filho de Mefisto, Coração Negro (Wes Bentley) foge para a Terra, para recuperar o pergaminho das mil almas e destruir o universo. Para isso, conta com a ajuda de anjos caídos, que utilizam o poder dos elementos. Mefisto vem cobrar o seu acordo com Johnny, obrigando a perseguir Coração Negro. Para isso, ele ganha superpoderes, que só aparecem durante a noite. Enquanto os humanos assistem atônitos, o Motoqueiro Fantasma destrói tudo por onde passa, para encontrar e liquidar os seus desafetos.

Ele só consegue entender e dominar os poderes com a ajuda de um misterioso coveiro (Sam Elliot), que sempre parece saber mais do que aparenta. Curiosamente, uma das maiores armas do Motoqueiro Fantasma é o seu poderoso olhar, que faz com que os criminosos sintam o terror e as dores de suas vítimas.

O duelo final se dará onde tudo começou, numa cidade abandonada no deserto, onde os valores serão postos à prova e Johnny terá que decidir o que fará do que resta de sua vida.

“Letra e Música” não poderia ter uma temática mais diferente, embora seja igualmente divertido. O filme inicia com um engraçado videoclipe dos anos 80, onde uma banda de sucesso, com muitos rebolados, penteados estranhos e roupas exóticas, exibe um dos seus melhores momentos.

Anos depois, um dos astros da antiga banda vive literalmente do passado. Alex Fletcher (Hugh Grant) agora apenas se apresenta no circuito nostálgico de feiras, parques de diversão e festas de ex-alunos. Sua rotina é quebrada quando seu empresário recebe um pedido da popstar Cora Corman (Haley Bennet), uma mistura de Britney Spears, Christina Aguillera e Shakira, para que componha uma nova canção para se apresentar em dueto, com ela.

O problema é que Alex, apesar de ser um bom compositor, nunca conseguira escrever as letras, o que seu antigo parceiro fazia bem. Premido pelo prazo (e pela concorrência com outros músicos) ele tenta compor, sem sucesso.

A salvação vem de onde ele menos espera. Sophie Fisher (Drew Barrymore), aparece por acaso (o que seria dos roteiros sem o “por acaso”), substituindo a encarregada de cuidar das plantas de Alex. Sua facilidade em lidar com as palavras serve de inspiração para Alex, que a convence a ajuda-lo a criar a música.

Pressionados pelo tempo, eles viram a noite para conseguir concluir a música, que é aceita pela diva. O problema, agora, é que ela quer mudanças radicais na letra e no ritmo, para que possa se adaptar ao seu jeito de cantar e dançar. Não sei porque, neste ponto me lembrei das louras do tchan e das bandas de forró...

Enquanto Alex quer preservar a oportunidade a todo custo, Sophie não quer ceder só para satisfazer a cantora. O conflito entre os dois traz à tona frustrações do passado e se complica por que há um envolvimento sentimental mútuo.

O clímax do filme será o show de Cora, onde terá lugar o dueto com a música criada por Alex e Sophie. A moça teme que se repita o que ocorreu em seu passado, quando seu antigo amante e professor a abandonou e ainda a utilizou como personagem em um romance.

Apesar de não ser um musical tradicional, com canções conhecidas, “Letra e Música” é deliciosamente musical. Além da boa química entre o par central, os personagens parecem ter a ver com seus intérpretes, não sendo difícil imaginar um Hugh Grant meio alienado e vivendo dos sucessos passados, e uma Drew atrapalhada e tímida, meio mocinha, meio mulher feita, no início dos trinta.

Este filme parece com tantos que passava na Sessão da Tarde dos anos 80, uma bobagem romântica que encantava a meninada da época. Não se surpreendam se essa mesma meninada hoje adorar “Letra e Música”. Afinal, é para eles que o filme foi feito. Mas, os demais meninos, dos oito aos oitenta, tem grande chance de também curtir bastante. Experimentem.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Claquete – 02 de março de 2007


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Com as águas de Março, continuamos na seca. O mais próximo que chegamos do Oscar é “Os Infiltrados”, que já saiu até em DVD. De novo nos cinemas, temos “Motoqueiro Fantasma”, com Nicolas Cage, e “Letra e Música”, comédia romântica com Hugh Grant e Drew Barrymore. Continuam em cartaz a comédia nacional “A Grande Família! O Filme”, o drama “À Procura Da Felicidade”, “Rocky Balboa”, o desenho de Mauricio de Sousa “Turma da Mônica - Uma Aventura no Tempo”, a comédia escatológica “Borat”, e “Uma Noite no Museu”. Nas programações exclusivas, no Cinemark tem o oscarizado “Cartas de Iwo Jima”, de Clint Eastwood, “Anjos da Vida – Mais Bravos Que o Mar” e “Operação Limpeza”. No Moviecom, continuam em cartaz o documentário “Uma Verdade Inconveniente” (veja em Filme da Semana), a ação “Adrenalina” e, “Os Infiltrados”, Oscar de Melhor Filme e Diretor.

Estréia 1: “Motoqueiro Fantasma”

Johnny Blaze (Nicolas Cage) trabalha como dublê e piloto de motocicleta. Muito tempo atrás, ele fez um pacto com as forças do mal para proteger as duas pessoas que mais amava: seu pai, Barton (Brett Cullen), e sua namorada de adolescência, Roxanne Simpson (Eva Mendes). Anos mais tarde é procurado por Mefistófeles (Peter Fonda), que oferece sua liberdade se ele aceitar uma missão: encarar Coração Negro, o filho rebelde do senhor do inferno, que está solto na Terra. Para tanto, Johnny Blaze será transformado no Espírito da Vingança, uma criatura com o crânio em chamas, armada com uma corrente e montada em uma motocicleta com rodas de fogo. Forçado a obedecer às ordens de Mefistófeles, Johnny decide enfrentá-lo, usando sua maldição para proteger pessoas inocentes. O filme é baseado no gibi "Motoqueiro Fantasma", que surgiu nos anos 40. A série foi comprada pela Marvel e reinventada nos anos 70, quando ganhou os moldes atuais. A direção é de Mark Steven Johnson. “Motoqueiro Fantasma” estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Letra e Música”

Alex Fletcher (Hugh Grant) é um decadente astro da música pop, que fez muito sucesso na década de 80, mas, que agora apenas se apresenta no circuito nostálgico de feiras e parques de diversão. A chance de mais uma vez fazer sucesso bate à sua porta quando Cora Corman (Haley Bennet), a atual diva do pop, o convida para compor uma canção e gravá-la com ela, em dueto. O problema é que Alex há anos não compõe uma canção sequer, além de jamais ter escrito uma letra de música. Sua salvação é Sophie Fisher (Drew Barrymore), a encarregada de cuidar das plantas de Alex, cujo jeito com as palavras serve de inspiração para Alex. Inicialmente reticente em trabalhar com Alex, devido ao término conturbado de um relacionamento e à fobia dele a compromissos, Sophie termina por aceitar a parceria. “Letra e Música” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, e no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Novidades

“O Ilusionista”, em DVD

Mal saiu do cinema, e já está chegando em DVD. “O Ilusionista” conta a história de Eisenheim (Edward Norton), um prodigioso ilusionista, que assombra as platéias de Viena com seu impressionante espetáculo de mágica. Suas apresentações despertam a curiosidade de um dos mais poderosos e céticos homens da Europa, o Príncipe Leopold (Rufus Sewell). O que complica mais a situação é que a noiva de Leopold, Sophie (Jessica Biel), foi a paixão juvenil do mágico. Nas locadoras.

“A Grande Ilusão”, em DVD

“A Grande Ilusão” conta a história de Willie Stark (Sean Penn), sujeito humilde, morador de uma comunidade rural que se elege como político. À medida que cresce na profissão e ganha notoriedade, ele perde seus valores e passa a ser tão corrupto quanto os que costumava condenar. O protagonista foi inspirado no americano Huey P. Long, ex-governador da Louisiana e ex-senador, conhecido como 'Kingfish'. O filme retrata a espetacular ascensão e queda de um político carismático do sul dos Estados Unidos. O elenco conta, ainda, com Jude Law, Kate Winslet e Anthony Hopkins.

I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares (1)


O Cineclube Natal e o Teatro da Cultura Potiguar estarão promovendo a “I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares”. As sessões são gratuitas e começam sempre às 18h. Além de abrir espaço para a divulgação dos curtas-metragens produzidos no RN, o evento também funciona como estimulante para que novos autores levem para as ruas suas idéias e câmeras. As sessões são gratuitas e começam sempre às 18h, no próprio TCP, ao lado da Fundação José Augusto (rua Jundiaí, 641, Tirol). A classificação etária é 14 anos.

I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares (2)

No sábado, dia 03, serão exibidos sete filmes: “Vos Apresento o Amor”, do diretor Paulo Henrique Borges; “Com quantas ave-marias se faz uma santa?”, de Albery Lúcio; “Entre Sonho e Carne”, de Sérgio Oliveira, “Sibaúma – Um Povo de Fibra”, de Sara Jane Freitas de Vasconcelos, “Viva a Diferença”, de Alexandre Santos, “Renato Russo Biografia”, de Sílvio Fernandes e “Cidade Mídia – Ou Você Adere ou Você Picha”, dirigido por Anastácia Vaz, Carlos Nathan, Catarina Doolan, Priscila Adélia, Túlio Dantas e Vítor Azevedo.

I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares (3)

No domingo, dia 04, serão exibidos: “Natal – 60 Anos Depois”, de Carlos Eduardo Ataíde Guilherme, Denise Cristina, Letícia Mandel, Maíra Costa, Rodrigo Freire Xavier e Vinícius Felipe da Silva; “Vida e Morte Nike Shox”, de Fernando Francisco M.V; “Quando Você Percebe”, de Cássio Augusto, Clara Tavares, Luiz Augusto Soares, Michel Heberton e Rudá Almeida; “A Flor do Amador”, de Walfran Guedes; “Quixotes”, de Babiane Azevedo, Bruno Sarmento, Carolina Barros, Pedro Fiuza e Vítor Bezerra; “Ela e a Bicicleta”, de Érica Lima; “Poetisa dos Sonhos – Biografia de Lêda Maciel”, de Graciele Silva e Karla Correa e “Marrom”, de Emanuel Grilo.

Festival Pocket Films

Estão abertas as inscrições para a terceira edição de um festival de filmes produzidos com aparelhos celulares, o Festival Pocket Films. Os filmes selecionados serão exibidos em junho, no Centro Georges Pompidou, em Paris. Poderão se inscrever candidatos de qualquer país, até o dia 30 de março (não é a data da postagem que vale, é a do recebimento). No site do festival (www.festivalpocketfilms.fr), estão a ficha de inscrição e o regulamento (em francês e inglês), além de alguns dos filmes da última edição.

Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens

Estão abertas, até o dia 10 de março, as inscrições para a sétima edição do Festival Luso-Brasileiro de Curtas-Metragens de Sergipe (Curta-SE 7). O evento acontecerá de 28 de abril a 6 de maio nas cidades de Aracaju e São Cristóvão (Sergipe, Brasil). Realizadores brasileiros e também de Portugal poderão inscrever suas obras em curta-metragem de até 20 minutos para concorrer a prêmios nas mostras competitivas das categorias 35mm e Vídeos. Mais informações e inscrições no site http://www.curtase.org.br/.



Filme da Semana: “Uma Verdade Inconveniente”

A fervura do sapo

Não é novidade nenhuma um político utilizar algum tema da moda para se autopromover, e não há tema mais na moda do que aquecimento global e os seus efeitos na natureza. O que há, então, no documentário “Uma Verdade Inconveniente”, ganhador do Oscar de Melhor Documentário, que o torna diferente de uma simples promessa de campanha? Talvez se deva ao fato de que, ao invés de falar de hipóteses futuristas, Al Gore fale de coisas que estão acontecendo AGORA, ao nosso redor. E a maioria de nós não está percebendo.

Al Gore, ex-vice-presidente americano na administração Clinton, foi derrotado por George W. Bush numa eleição confusa, com muitos pedidos de recontagem e decisões judiciais, que deixaram os Estados Unidos em suspense semanas a fio. Após a derrota, Gore dedicou suas energias para um tema, que, como está no documentário, pesquisa e defende há quatro décadas: o aquecimento global.

Percorrendo os mais diversos lugares de nosso planeta, Gore vem apresentando suas idéias incansavelmente, e, a documentação dessa cruzada foi organizada em um documentário onde ele expõe, de forma didática e muito ilustrada, o problema que afeta o mundo inteiro. Certamente, essa resenha será muito menos interessante do que o próprio documentário.

O interesse pelo problema do aquecimento vem desde sua época de estudante universitário, quando Gore foi apresentado ao problema. A preocupação com o dano à natureza, aliado a um problema familiar, que é apresentado no documentário, incentivou-o a prosseguir em sua cruzada quase quixotesca.

Através de pesquisas comprovadas com fotos de satélites, datações feitas a partir de perfurações no gelo da Antártida e do Pólo Norte, é possível constatar que, não só o nível da emissão de carbono está crescendo, ao longo da história, como, nos últimos anos, esta emissão aumentou vertiginosamente. E, o aquecimento global segue a tendência da emissão de carbono, apontando para níveis assustadores.

Esse tipo de efeito é facilmente demonstrado através de fotos históricas, onde geleiras da Europa e da América do Sul simplesmente não existem mais. Regiões imensas das geleiras da Antártida também desaparecem com uma rapidez que surpreende mesmo os cientistas mais pessimistas. Grandes acumulações de água, como o Lago Chad, na África Central, simplesmente está desaparecendo.

Crítico feroz de seu próprio país, Gore faz uma interessante analogia, ao comparar o desinteresse da indústria americana pelo assunto, com a ação dos fabricantes de cigarro nos anos 50, quando o Ministério da Saúde americano reconheceu a relação entre o fumo e o câncer de pulmão.

Tem surgido algumas críticas sobre o documentário, como se não houvesse ação de ninguém, enquanto existe um organismo da ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental em Mudança de Clima) desde 1988. Mas, o documentário fala de mais de novecentos trabalhos científicos que reconhecem a mudança de clima e seus efeitos maléficos. Fala, também, sobre um assessor da Casa Branca que editou um relatório científico, deixando-o menos revelador.

É preciso separar as coisas. O trabalho do IPCC e de milhares de cientistas ao longo do mundo serve para comprovar solidamente os efeitos do aquecimento e propor soluções. O de Gore, através deste documentário, é o de alcançar um número de pessoas inimaginável, principalmente em seu próprio país, cujos habitantes são extremamente alienados do que acontece fora de sua vizinhança.

É bom que se veja o documentário, critique, procure novas fontes, confronte resultados, provoque discussões, e, principalmente, crie a preocupação com o que está acontecendo. O problema é de todos. A solução, também.