sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Claquete – 29 de dezembro de 2006

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Desejando a todos um ótimo 2007, Claquete se despede, com a confiança do dever cumprido. Neste final de semana, nenhuma estréia, já que é difícil competir com as festividades de Ano Novo. Nas continuações, “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, “O Amor Não Tira Férias”, romance, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério.



Retrospectiva 2006

Chegamos, mais uma vez, ao término de um ano. Embora a vida seja contínua (“o trem da chegada é mesmo trem da partida...” já diz a música), é interessante que exista um momento para avaliar o que aconteceu, e, planejar o que fazer para frente. Tantas coisas aconteceram em 2006, no mundo, no Brasil, e, certamente, na vida de cada um de nós. No cinema, não poderia ser diferente.

Começamos 2006 ainda abalados pela tragédia asiática do tsunami, que matou milhares de pessoas. Nos cinemas, estava em cartaz a última loucura de Peter Jackson, a refilmagem de “King Kong”. Este seria um dos blockbusters que iria imperar durante o ano, embora nem todos tenham conseguido o retorno dos milhões de dólares investidos na produção.

Entre os mais badalados, estiveram “Munique”, drama do diretor Steven Spielberg sobre a reação dos israelenses ao massacre dos atletas na Olimpíada de 1972; “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee, que desafiou o conservadorismo, ao mostrar o romance homossexual entre dois caubóis americanos; “Missão Impossível III”, onde Tom Cruise encarnou, mais uma vez, o agente secreto Ethan Hunt; “Código da Vinci”, filmagem do polêmico livro de Dan Brown; “X-Men: O Confronto Final” (quando estes três filmes estavam em cartaz, as 14 salas de Natal estavam dedicadas a eles). No segundo semestre, foi a vez de “Superman – O Retorno”, estrelado por um quase clone de Christopher Reeve; “Piratas do Caribe – O Baú da Morte”, e, para fechar o ano, “007 – Cassino Royale”, com o ator Daniel Craig assumindo a pele de James Bond.

Outros filmes, com orçamentos não tão espetaculares, conseguiram alcançar o público. Alguns, como “O Diabo Veste Prada”, já vinha precedido pela boa aceitação do livro de Lauren Weisberger, e, com a atuação espetacular de Meryl Streep, apenas consolidou sua aura de campeão. Outros, porém, surpreenderam, como as comédias “Click”, com Adam Sandler, e, a nacional “Se Eu Fosse Você”, de Daniel Filho, que mantiveram-se com longas filas durante semanas a fio.

Entre os filmes medianos, que fizeram sucesso, podemos citar “O Plano Perfeito”, “Os Infiltrados”, de Martin Scorcese; “O Grande Truque” de Christopher Nolan; “Vôo United 93”; “Orgulho e Preconceito”; “Johnny & June”, sobre o cantor Johnny Cash; “Match Point - Ponto Final”, de Woody Allen; “V de Vingança”; “Anjos da Noite - A Evolução”; “O Plano Perfeito”; “A Casa do Lago”; “Xeque-Mate” e “Volver”, de Almodóvar.

Alguns bons filmes foram solenemente esquecidos, pelo público e exibidores. O divertido “Pequena Miss Sunshine”, sucesso do Festival de Sundance e candidato ao Oscar de Roteiro Original, passou apenas duas semanas em cartaz, em Natal. Foi o caso dos ótimos “Boa Noite e Boa Sorte”, de George Clooney, “Obrigado Por Fumar”, de Jason Reitman, “Anjos do Sol”, campeão do Festival de Gramado, e, o excelente documentário “Vinícius”.

O cinema brasileiro marcou presença em 2006, e, além dos já citados “Se Eu Fosse Você”, “Anjos do Sol” e “Vinícius”, teve, também, “Zuzu Angel”; “Mulheres do Brasil”; “Irma Vap – O Retorno”; “Trair e Coçar, é só Começar”; “Muito Gelo e Dois Dedos D’Água”; “Fica Comigo Esta Noite”; “Gatão de Meia Idade”; “Seus Problemas Acabaram”, da trupe Casseta & Planeta; “O Maior Amor do Mundo”, além das tradicionais produções de Xuxa e Renato Aragão. Falando-se em cinema nacional, vale registrar mais uma edição do FESTNATAL, entre trancos e barrancos, sujeito a críticas e trovoadas.

Um gênero que faz sucesso entre o público adolescente, o de terror e suspense, teve muitas produções disponíveis, sendo o mais destacado “Jogos Mortais 3”. Observou-se uma maior presença de produções chinesas, tailandesas e japonesas, fugindo ao padrão “banho de sangue”, comum nas produções de Hollywood. Podemos citar “Os Espíritos: A Morte Está ao Seu Lado”, da Tailândia; a chinesa “Assombração”; “Almas Reencarnadas” e “O Grito 2”, do diretor japonês Takashi Shimizu. E, pela última vez, “O Labirinto do Fauno” não é terror ou suspense, mas, realismo fantástico.

As refilmagens e continuações não fizeram muito sucesso, o que mostra que o público cansa da mesmice sem inteligência. “A Pantera Cor de Rosa”, com Steve Martin; “A Profecia”; “Poseidon”; “Premonição 3”; “Efeito Borboleta 2” não conseguiram repetir o sucesso de seus predecessores.

Entre os infantis, as animações imperaram. De longe, “A Era do Gelo 2”, dirigida pela brasileiro Carlos Saldanha, foi a de melhor performance; o sucesso “Carros”, da Pixar, comprada pela Disney; “Os Sem-Floresta”; “A Casa-Monstro”; “Lucas – Um Intruso no Formigueiro”; “O Bicho Vai Pegar”, primeira animação da Sony; “Deu a Louca na Chapeuzinho”; “Happy Feet – O Pingüim” (que conseguiu roubar de “Cassino Royale” o primeiro lugar das bilheterias americanas); “O Segredo dos Animais” e “Por Água Abaixo”. Entre os injustiçados, está a animação alemã “A Terra Encantada de Gaya”, que também ficou pouquíssimo tempo em cartaz.

Um evento significativo para Natal foi a abertura das salas da rede Cinemark, já que a praça começara o ano órfã, com o fechamento dos cinemas do Natal Shopping. A característica de filmes idênticos, em ambas as redes, foi se modificando ao longo do ano, com lançamentos diferentes para a rede Moviecom e Cinemark. Esta última vem promovendo exibições de curtas-metragens, com entrada franca, enquanto que a rede Moviecom tem sido hospedeira de mostras estrangeiras, além do tradicional FESTNATAL.

Merece atenção o Cineclube Natal, um grupo de abnegados cinéfilos, que conseguiram promover dezenas de exibições de títulos fora do circuito, com discussões e trocas de idéias sobre cinema e literatura. Palmas para eles.

Para 2007, o que se pode esperar? A esperada televisão digital só deverá estrear no final do próximo ano, e, mesmo assim, no Rio e em São Paulo. O cinema tradicional tem sofrido a redução do público, principalmente pela questão do preço. Seus antigos concorrentes, as locadoras, agora são vítimas dos piratas, que vendem DVDs a preços menores do que os de uma locação. Enquanto o mercado de conteúdo luta pela sobrevivência, nunca se comprou televisores e DVD-players a preços tão reduzidos. As novas gerações tecnológicas, do plasma e cristal líquido, podem ser adquiridas por menos da metade do preço de um ano atrás, com a facilidade do parcelamento sem juros.

De resto, agradeço a atenção e o carinho dos leitores e do Jornal de Hoje, permitindo que, pelo quarto ano seguido, esta coluna possa cumprir a sua missão, de informar, sugerir, criticar, mas, principalmente, manter acesa a chama do amor à Sétima Arte. Feliz Ano Novo para todos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Claquete – 22 de dezembro de 2006

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Nas estréias da semana, “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, e, “O Amor Não Tira Férias”, romance, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet. Nas continuações, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério, e, no Moviecom, “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”, e, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Aos cristãos, aos não-cristãos, aos agnósticos e aos ateus, meus sinceros votos de um Natal muito feliz, independente da orientação religiosa. Paz, luz e harmonia aos homens de boa vontade!

Estréia 1: “Eragon”

Há muitos anos atrás, existiam os Cavaleiros do Dragão, que tinham por missão fazer o bem. Sua destreza nas batalhas era inigualável, já que cada um deles possuía força equivalente à de dez homens. Os Cavaleiros eram imortais, a não ser que fossem atingidos por lâmina ou veneno. No auge desta era nasceu um garoto, Galbatorix (John Malkovich), que possuía um grande poder, sendo aceito, aos dez anos, como Cavaleiro do Dragão. Aos poucos, os Cavaleiros tornaram-se arrogantes. Numa viagem descuidada, Galbatorix e dois amigos foram emboscados. Os amigos e o dragão de Galbatorix foram mortos, com o próprio sendo encontrado por um fazendeiro e entregue ao conselho dos Cavaleiros. Recuperado, Galbatorix requer um novo dragão para si, o que é recusado pelo conselho. Revoltado, Galbatorix jura se vingar dos Cavaleiros e passa a estudar os segredos negros que havia aprendido com um espectro. Um dia, ele rouba um ovo de dragão e convence Morzan, um Cavaleiro parvo, a ajudá-lo na prática de magia proibida. Juntos, eles ganham força e declaram guerra aos Cavaleiros, recebendo o apoio de outros 12 Cavaleiros do Dragão. Galbatorix vence a guerra, e, desde então, governa Alagaesia. Um dia, o jovem Eragon (Edward Speelers) encontra na floresta uma estranha pedra azul. Para sua surpresa nasce um dragão da pedra, o que o torna o mais novo Cavaleiro do Dragão. “Eragon” estréia na segunda-feira, dia 25, nos Cines 4 (dublado) e 5 (legendado) do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 10 anos.

Estréia 2: “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”

Didi (Renato Aragão) é o cavalariço do rei Lindolfo (Werner Schünemann), monarca da Landnóvia, de quem é também amigo de infância e conselheiro. Esta situação não agrada aos ministros do reino, em especial a Jafar (Alexandre Zachia), irmão do rei. Didi é também bastante amigo da princesa Lili (Lívia Taranto Aragão), filha única dos reis Lindolfo e Valentina (Vera Holtz) e futura rainha. Jafar arma um plano para se livrar de Didi, que falha e termina por matar o rei. Com Lili na linha sucessória da monarquia, Jafar passa a planejar o casamento dela com seu filho Galante (Eike Duarte). Porém, ela conhece Juan (Matheus Massaafferri), um plebeu, por quem se apaixona. A direção é de Marcus Figueiredo. “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 3: “O Amor Não Tira Férias”

Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) são duas mulheres que vivem distantes uma da outra, uma nos Estados Unidos, outra na Inglaterra. Mas, as duas têm estão cansadas de suas vidas, e, precisam desesperadamente dar uma renovada. Conhecendo-se na Internet, resolvem trocar de casas durante os feriados natalinos. É nessa troca que elas descobrem que uma mudança de endereço realmente pode mudar as suas vidas. A diretora Nancy Meyers reuniu um elenco de peso, com Jude Law, Jack Black, Edward Burns e Rufus Sewell. "O Amor Não Tira Férias” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.


Novidades

“Anjos do Sol”, em DVD

Finalmente, o ótimo drama nacional “Anjos do Sol”, que foca a prostituição infantil no Brasil, chega às locadoras. Maria (Fernanda Carvalho) é uma jovem de 12 anos, que mora no interior do nordeste brasileiro. No verão de 2002 ela é vendida, por sua família, a um recrutador de prostitutas. Após ser comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada a um prostíbulo em um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos, ela consegue fugir e cruza o Brasil, para tentar uma vida nova no Rio de Janeiro. Mas, ao chegar lá, vê que as coisas não são diferentes.

“Roma”, em DVD

A minissérie “Roma”, produzida pela HBO, foi lançada em DVD num belo estojo com seis discos. Quatrocentos anos depois da fundação da República, Roma é a menos saudável cidade do mundo, uma metrópole cosmopolita com um milhão de habitantes, epicentro de um império preguiçoso. Depois de oito anos na guerra, os soldados Lucius Vorenus e Titus Pullo são envolvidos, contra a vontade, em eventos históricos que mudariam o rumo da Roma antiga. A minissérie fala sobre amor e traição, mestres e escravos, maridos e esposas, mostrando o dia-a-dia de uma turbulenta era que testemunhou a queda de uma República e o nascimento de um Império.

Plasma, LCD, DVD, Home Theater... Comprar ou não comprar?

Já torrou o décimo-terceiro todo, ou, ainda sobrou algum para uma melhoria no som e imagem de sua casa? Considerando-se que ir ao cinema tornou-se um programa caro e seletivo, investir no lazer doméstico é uma opção interessante, além de contribuir para melhorar o vínculo familiar. E, o que tem de novo no mercado?

Onde aconteceram as mudanças mais impactantes, em 2006, foi no mercado de televisores. Com a acirrada concorrência dos fabricantes, principalmente em um ano de Copa do Mundo, o que se observa é uma queda de preços generalizada, e, em especial, no setor de telas finas.

Hoje, é possível comprar uma tv de tubo de 29 polegadas, de tela plana, por menos de mil reais. As inovadoras telas de plasma de 42 polegadas despencaram, em menos de um ano, de um patamar superior a dez mil reais para algo em torno de quatro mil, com promoções que permitem pagar em dez parcelas sem juros. A de 50 polegadas já pode ser encontrada por oito mil.

As concorrentes diretas, as de cristal líquido, ainda estão mais caras, mas, também tiveram forte redução nos preços. Um aparelho de 32 polegadas, que no ano passado custava onze mil reais, pode ser adquirido por cerca de quatro mil, também em condições facilitadas. A de quarenta polegadas pode ser adquirida por menos de oito mil reais.

Mesmo estando em um nível de preços muito acima do que um brasileiro médio possa pensar, já dá para começar a sonhar com estes objetos de desejo. Resta, ao sonhador incauto, precaver-se contra alguns percalços que ainda cercam o comprador de telas finas.

A primeira coisa que o candidato deve pensar é o uso que fará da nova televisão. Se a intenção for assistir a programação da tv, é bom atentar para alguns detalhes. Todas essas tvs, de plasma ou LCD, tem o formato retangular, que será o padrão da futura TV Digital. Portanto, se comprar um aparelho desses, o espectador terá que escolher se assiste a novela com barras pretas nas laterais, ou, se vê a imagem deformada, para poder ocupar toda a área visível.

Por outro lado, o comprador da tv de plasma deve se preocupar com o efeito do burn-in, que é a possibilidade de uma imagem parada inutilizar um determinado ponto da tela, efeito permanente, infelizmente. Além disso, há uma perda gradual da qualidade de imagem, estimando-se a vida útil de um plasma em cinco anos.

O cristal líquido também tem suas mazelas. Além de não ser tão brilhante quanto o plasma, há uma perda de nitidez para o espectador que estiver um pouco de lado. Quando a cena exibida tem movimentos muito rápidos, há a ocorrência de “fantasmas” na tela. Com um consumo de energia menor do que o plasma, o LCD tem uma vida útil estimada em sete anos.

Tanto uma, como outra, são perfeitas para se assistir filmes em DVD, pois, além de ter uma definição muito maior do que um tv de tubo, essas tvs já vem com conectores especiais, inclusive o HDMI, que permite a recepção de dados totalmente digitais, de som e imagem, através de um único cabo.

Agora, se o espectador que fazer a escolha do aparelho baseado na futura TV digital, pode esquecer. Até que as transmissões aconteçam, numa freqüência razoável, vai demorar pelo menos de um a dois anos. Se o padrão adotar a alta definição, o plasma está em desvantagem, já que, a resolução dos modelos hoje disponíveis, é inferior ao que exige uma transmissão em HDTV. Nesse caso, ponto para o LCD.

Deixando a imagem um pouco de lado, vamos ver o DVD. Quando comprei o meu primeiro aparelho, no final de 1997, paguei mil e cem reais, comprando através da internet, já que nenhuma loja em Natal dispunha de players para vender. Hoje, é possível comprar um aparelho com muitos recursos por um décimo do preço que paguei naquela época. Para compensar a inundação de aparelhos do mercado, os fabricantes tentam inovar, dotando seus produtos de recursos como a leitura de fotos digitais, games, música em mp3, karaokê e até o formato de vídeo Divx (MPEG-4).

Mas, para assistir um filme em DVD ligado unicamente na tv, por melhor que ela seja, o espectador não estará aproveitando todo o potencial do disco. O ideal é conectar a saída sonora do DVD em um aparelho de som, mesmo que seja um simples estéreo.

Para o aproveitamento total da trilha digital, é necessário um home theater, que é um conjunto de caixas de som ligadas a um receiver, ou, amplificador multicanal. Hoje em dia, a imensa maioria dos filmes em DVD traz as trilhas sonoras remasterizadas no formato Dolby Digital 5.1, ou, DD 5.1. O 5 se refere às caixas central, laterais (2) e traseiras (2). O .1 é o canal de graves, que é utilizado pelo subwoofer, responsável pela amplificação dos som muito baixos, que nem conseguimos escutar, mas, que sentimos a vibração em nossos corpos.

Embora os conjuntos mais sofisticados custem preços astronômicos, já é possível adquirir um home theater de qualidade razoável por pouco mais de mil reais. Observe que, em se tratando de home theater, você terá a qualidade diretamente proporcional ao preço. Se comprar os modelos de cento e poucos reais, que estão à venda, vai ter apenas um arremedo de home theater.

Enfim, estando equipada a sua sala, tenha algum cuidado no que for utilizar. Atualmente, o mercado de filmes domésticos está passando por uma crise, pois, o preço do aluguel de um DVD é praticamente o mesmo de uma cópia pirata, o que leva muita gente a comprar os disquinhos no camelô.

Independente da questão ética, é preciso ter consciência de que o que está comprando é de uma qualidade muito inferior à de um disco original. Além de uma perda na qualidade da imagem, devido à uma compressão muito alta, os piratas normalmente retiram partes do conteúdo, como a trilha sonora original, ou, documentários dos extras, para aproveitar melhor o espaço disponível.

Esperando ter ajudado a fundamentar suas compras futuras, desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de filmes e realizações!

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Claquete


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Dezembro sempre traz um ritmo mais frenético, seja pela proximidade do término do ano, seja pela excitação das compras de Natal. Depois de duas semanas sem grandes atrativos, chegam, aos cinemas de Natal, algumas estréias interessantes, como “A Última Noite”, do recém falecido Altman, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério (os dois, só na rede Cinemark), “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, e, o drama nacional “Sonhos e Desejos” (só no Moviecom). Continuam em cartaz: “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro, as animações “O Segredo dos Animais”, da Nickelodeon, e, “Happy Feet – O Pinguim”, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, e, a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”. Nas programações exclusivas, no Moviecom, tem o drama “O Grande Truque”, a animação nacional “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, e, a comédia “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (os dois últimos, com preços promocionais a quatro e dois reais). No sábado e domingo, acontece a pré-estréia da animação “Por Água Abaixo”, e, ao longo da semana, a Mostra Cinemateca Francesa (veja no box).

Estréia 1: “A Última Noite”

O novo dono do Teatro Fitzgerald vai pôr tudo abaixo. Antes que isso aconteça, Guy Noir, um segurança da casa, metido a detetive, levará o espectador para dentro do último show de um programa de rádio. Mas, alguém irá morrer, e, uma mulher misteriosa estará nos bastidores, bem próxima de cada um. Tudo acontece em plena sintonia, como as melhores coisas da vida: o amor, uma música boa, piadas engraçadas, e, um pouquinho de coisas mal resolvidas, mas, só um pouquinho. E, se você pensar bem, apesar de tudo, o fim é só o começo de uma grande história. No elenco, Meryl Streep, Lily Tomlin, Michelle Pfeiffer, Kevin Kline e Tommy Lee Jones. Último filme dirigido por Robert Altman, falecido a semana passada. “A Última Noite” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 2: “O Ilusionista”

O famoso ilusionista Eisenheim (Edward Norton) assombra as platéias de Viena com seu impressionante espetáculo de mágica. Suas apresentações despertam a curiosidade de um dos mais poderosos homens da Europa, o Príncipe Leopold (Rufus Sewell). Certo de que as mágicas não passam de fraudes, Leopold vai ao show de Eisenheim, disposto a desmascará-lo. Quando Sophie (Jessica Biel), noiva de Leopold, é chamada ao palco, para participar de um número, ela reconhece em Eisenheim uma paixão juvenil. Eles iniciam um romance clandestino, e, o príncipe incumbe um inspetor de polícia (Paul Giamatti) a missão de expor a verdade por trás do trabalho do mágico. Este, no entanto, prepara-se para executar a maior de suas ilusões. A direção é de Neil Burger. "O Ilusionista" estréia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 3: “Volver”

Raimunda (Penélope Cruz) é uma jovem mãe, trabalhadora, e, atraente, que tem um marido desempregado, e, uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, Raimunda acumula vários empregos. Sole (Lola Dueñas), sua irmã mais velha, possui um salão de beleza ilegal, e, vive sozinha, desde que o marido a abandonou, para fugir com uma de suas clientes. Um dia, Sole liga para Raimunda, para lhe contar que Paula (Yohana Cobo), tia delas, havia falecido. Raimunda adorava a tia, mas, não pode comparecer ao enterro, pois, pouco antes do telefonema da irmã, encontrou o marido morto na cozinha, com uma faca enterrada no peito. A filha de Raimunda confessa que matou o pai, que estava bêbado, e, queria abusar dela sexualmente. A partir de então, Raimunda busca meios de salvar a filha, enquanto que Sole viaja sozinha, para o funeral da tia. Trabalho mais recente do diretor Pedro Almodóvar, foi indicado pela Espanha para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. “Volver” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 4: “Sonhos e Desejos”

Durante os anos 70, no período mais duro da repressão do regime militar, uma jovem estudante (Mel Lisboa), um professor de literatura (Felipe Camargo), e, um guerrilheiro ferido, que está sempre com o rosto coberto (Sérgio Marone), são três militantes confinados em um apartamento em Belo Horizonte. Lá, eles confrontam suas opções afetivas e políticas, que envolvem lealdade, traição e desejo. A trilha sonora é de Wagner Tiso, e, Milton Nascimento e Chico Amaral são autores da música “Balé da Utopia”, composta para o filme. “Sonhos e Desejos” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Pré-Estréia: “Por Água Abaixo”

Nova animação da DreamWorks, contando a história de Roddy, um rato da alta sociedade, que vive em um luxuoso apartamento em Kensington. Quando um rato comum de esgoto, chamado Syd, aparece, pelo esgoto da pia, Roddy planeja se livrar do intruso, atraindo-o para a privada. Mas, quem acaba indo por água abaixo é Roddy, indo bater na agitada Ratópolis. Lá, Roddy encontra Rita, uma ratazana empreendedora que pilota um barco nos esgotos, e, se dispõe a ajudá-lo. Mas, o perverso Toad quer que todos eles entrem numa fria, e, envia seus dois miseráveis ratos-de-confiança, Spike e Whitey, para fazer o trabalho. Quando eles falham, Toad manda chamar seu primo francês, o temido mercenário, Le Frog. No filme todo é utilizada a técnica claymotion (animação de massinhas). “Por Água Abaixo” terá pré-estréia apenas no sábado e domingo, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 4 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.


Novidades

Cineclube Natal exibe “Underground – Mentiras de Guerra”


O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 10, o filme “Underground – Mentiras de Guerra”, do diretor Emir Kusturica, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1995. Na Iugoslávia, durante a Segunda Guerra, dois amigos fazem fortuna, utilizando um grupo de refugiados num porão, para produzir armas, que vendem no mercado negro. Ao final do conflito, continuam iludindo o grupo por quinze anos. Será exibido, também, o “O Bom, O Mau e o Chato”, de Lucas Mori Flores. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia, e, sorteio de brindes. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 16 anos.

Petrobras lança Programa Cultural

A Petrobras lançou, esta semana, a Edição 2006/2007 do Programa Petrobras Cultural, com verba total de 80 milhões de reais. Deste total, 21 milhões serão destinados à produção de filmes de longa-metragem, 1,6 milhão, para filmes de curta-metragem em 35 mm para salas de cinema, 1,2 milhão para filmes para mídias digitais, 4 milhões para difusão de filmes de longa-metragem, e, 2,5 milhões para festivais de cinema. A íntegra dos regulamentos pode ser consultada no site www2.petrobras.com.br/cultura/ppc/index.asp.



Mostra Cinemateca Francesa

Já está se tornando uma tradição, a promoção da Mostra Cinemateca Francesa, na rede Moviecom. De hoje, até a próxima quinta-feira, dia 14, a Mostra acontece, com a apresentação de sete bem-humoradas produções francesas, um novo título a cada dia, que serão exibidos no Cine Moviecom 5, com preço único de três reais. Serão três sessões diárias, às 17h05, 18h15, e, 21h25. Os filmes são os seguintes:

08/12/06 - Os Bronzeados

Uma semana na Costa do Marfim, na África, num clube de férias. Um grupo de seis turistas vindos pelo mesmo avião desejam aproveitar ao máximo este curto período longe da rotina cotidiana. Chegam brancos e pálidos, retornam mais ou menos bronzeados, cansados, mas, felizes. Na época em que este filme foi feito o grupo “Splendid” dominava a cena parisiense – eles eram uma espécie de “Casseta e Planeta”, só que, com atuação no teatro. Com Josiane Balasko, Michel Blanc, Marie Anne Chazel e Christian Clavier. Para maiores de 12 anos.

09/12/06 – Papai Noel é um Picareta

Paris, noite de Natal. O plantão telefônico SOS Amizade tem uma de suas noites mais agitadas, devido à chegada de pessoas estranhas que provocam desastres um atrás do outro. Filme cult francês, dirigido por Jean-Marie Poiré, com Anémone, Josiane Balasko, Marie-Anne Chazel, e, Christian Clavier. Para maiores de 14 anos.

10/12/06 – Os Visitantes – Eles Não Nasceram Ontem

No ano 112, Godefroy de Papincourt (Jean Reno), o Conde de Montmirail, um cavaleiro medieval, mata, acidentalmente, o pai da sua noiva. Para tentar corrigir o erro, ele pede ajuda a um mago (Pierre Vial), que o fará retornar no tempo, e, assim, modificar o futuro. Porém, o feiticeiro comete um erro, e, transporta o cavaleiro e seu escudeiro para o ano de 1992. Lá, eles causam situações inusitadas, pois séculos de progresso separam os viajantes do tempo da civilização a que foram remetidos. Censura livre.

11/12/06 – Uma Cama Para Três

Laurent (Alain Chabat) e Loli (Victoria Abril) formam um casal feliz, que leva uma vida confortável em uma cidade ao sul da França. Entretanto, a vida deles é alterada quando, em frente à sua casa, quebra o trailer de Marijo (Josiane Balasko), uma mulher lésbica que vive viajando. Aos poucos, Loli e Marijo se aproximam, iniciando um relacionamento, sem que Laurent saiba. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Para maiores de 14 anos.

12/12/06 – Bernie

Quando deixa o orfanato, Bernie Noël está com trinta anos e tem como único objetivo conhecer suas origens. Começa então um percurso repleto de emboscadas para esse “garoto” neurótico e desligado do mundo real que vai semear a desordem por onde passar. Com Albert Dupontel, Claude Perron, Roland Blanche. Para maiores de 16 anos.

13/12/06 – O Barco da Liberdade

Jacques Monot (Denis Podalydès) é um homem de 38 anos, pai de quatro filhos, que está em férias na ilha de Oléron. Cansado da praia, ele junta suas economias para comprar um veleiro, que mais parece um bote sobrecarregado. O plano de Jacques é reunir sua família em uma viagem até a ilha de Aix, que está apenas a cinco quilômetros de distância. Apesar de pouco saber sobre navegação, Jacques insiste em ser o capitão do veleiro, o que causa vários problemas durante a viagem. Censura livre.

14/12/06 – Asterix e Obelix: Missão Cleópatra

Cleópatra (Monica Bellucci), a rainha do Egito, firma uma arrojada aposta com Júlio César (Alain Chabat), imperador de Roma, que determina que ela deverá concluir a construção de um novo palácio em apenas três meses. Desesperado com o pouco tempo que tem para realizar a obra, o arquiteto responsável pelo projeto decide convocar seus amigos Asterix (Christian Clavier) e Obelix (Gérard Depardieu) para ajudá-lo na construção. Porém, legiões do exército romano e ainda os esforços de um arquiteto rival serão os obstáculos para que os gauleses possam chegar ao Egito. Censura livre.







sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Claquete

Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br

O que está em cartaz

Se você não é ruim da cabeça, nem doente do pé, mas, nem por isso, está a fim de correr atrás do trio elétrico, considere as sugestões da semana. De estréias, no cinema, tem “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro, e, a animação “O Segredo dos Animais”, da Nickelodeon. Nas continuações, vale conferir a divertida animação “Happy Feet – O Pinguim”, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, o drama “O Grande Truque”, e, o suspense “Efeito Borboleta 2”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, tem a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. No Moviecom, o terror “Jogos Mortais 3”, a animação nacional “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n’Roll”, com os personagens de Angeli, e, a comédia “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (esta, com preços promocionais).

Estréia 1: “Jesus - A História do Nascimento”

Maria (Keisha Castle-Hughes) é uma jovem camponesa da cidade de Nazaré. Um dia, ela recebe a visita do anjo Gabriel (Alexander Siddig), que anuncia que Deus a escolheu para ser mãe de seu filho. Casada com o carpinteiro José (Oscar Isaac), Maria segue os conselhos do anjo, e, viaja para a casa de Zacarias (Stanley Townsend) e Isabel, seus parentes, para escapar dos guardas do rei Herodes (Ciarán Hinds). Ao retornar a Nazaré, já com a gravidez avançada, Maria é rejeitada por sua família e por José. Porém, após ter um sonho com o anjo Gabriel, José aceita a situação da esposa. Obrigados a viajar devido ao censo, José e Maria partem para Belém, sob o risco de serem descobertos pelos guardas de Herodes, sendo, ainda, procurados pelos três Reis Magos. “Jesus – A História do Nascimento” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Estréia 2: “O Labirinto do Fauno”

Espanha, 1944. Oficialmente, a Guerra Civil já terminou, mas, um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas, a norte de Navarra. Ofelia (Ivana Baquero), de dez anos, muda-se para a região, com sua mãe, Carmen (Ariadna Gil). Lá, as espera seu novo padrasto, um oficial fascista, que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes (Maribel Verdú), jovem cozinheira da casa, que serve de contato secreto com os rebeldes. Sob a rígida vigilância do padrasto, Ofélia refugia-se em um mundo de imaginação e sonho. A menina descobre um labirinto abandonado, próximo à casa, e, ao percorrê-lo, conhece um ser fantástico, que a guiará por uma jornada em busca da liberdade. A direção é de Guillermo del Toro. "O Labirinto do Fauno" estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 3: “O Segredo dos Animais”


O fazendeiro considera-se o responsável pela segurança de todos os animais. Mas, mal ele dá as costas, os animais ficam sobre duas patas, andam, conversam, assistem à TV e se divertem, pregando peças uns nos outros, principalmente Otis, o boi. Ele e seus melhores amigos, Pip, o rato, Fred, o furão, Pedro, o galo, e Porco, estão sempre dispostos a uma boa traquinagem. O pai de Otis, Ben, é o boi responsável pelo bem-estar dos animais. Ao contrário de seus pais, Otis não está preocupado em esconder dos humanos os talentos que os animais da fazenda possuem. E, enquanto o fazendeiro começa a desconfiar qual é o segredo dos animais, os terríveis coiotes começam a achar que podem invadir a fazenda. “O Segredo dos Animais” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

O adeus ao cafajeste

Morreu esta semana Jece Valadão, ator, produtor, diretor e roteirista, cuja biografia se confunde com a própria história do cinema brasileiro. Atuou em mais de 70 filmes, inclusive alguns marcos do cinema, como o famosíssimo “Rio 40 Graus”, de Nelson Pereira dos Santos. A imagem que ficou associada ao ator foi a do machão cafajeste, em filmes como “Memórias de um Gigolô”, onde ele atuou ao lado de Cláudio Cavalcanti e Rossana Ghessa.

Inscrições abertas para I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), abre inscrições para a sua I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares. Os participantes poderão inscrever seus trabalhos gratuitamente até o dia 17 de dezembro. A ficha de inscrição, e, o regulamento, estão disponíveis no site www.cineclubenatal.blogspot.com . A inscrição preenchida e o curta-metragem devem ser entregues à Diretoria de Programação do Cineclube Natal, durante as sessões regulares da instituição. A mostra não é competitiva e podem participar vídeos com até 30 minutos de duração. A seleção ficará a cargo da direção do Cineclube Natal. Todos os diretores dos curtas-metragens exibidos receberão certificado de participação. O evento será realizado no TCP, em fevereiro de 2007.



Filme da Semana: “Duna”

Dunas ao vento

Um certo dia, um escritor, com muita imaginação, criou uma história extremamente rica, com inúmeros personagens, lugares estranhos, guerreiros corajosos, bruxas poderosas, e, uma saga que se estenderia por muitos anos. Não estou me referindo à obra de Tolkien, ou J. K. Rowlings, mas, à de um fantástico escritor chamado Frank Herbert. Se não tem a erudição de “O Senhor dos Anéis”, ou, o marketing de Harry Potter, a saga iniciada com o livro “Duna” não fica atrás, seja na complexidade da criação, ou, em prender a atenção do leitor. O livro inspirou um longa-metragem para o cinema, e, uma minissérie para a tv. Para quem não estiver a fim de se espremer no Carnatal, qualquer das três opções irá preencher o final de semana muito bem.

A saga iniciada com “Duna” foi a obra da vida de Herbert, que morreu antes de concluir o sétimo livro da série. Iniciada em 1965, quando ficção-científica era assunto exclusivo de nerds, “Duna” criou uma legião de fiéis aficionados, que cultivam, até hoje, a admiração pela obra.

A história inicia no ano 10.191, quando a Humanidade já se espalhou por boa parte do universo, tendo colonizado mundos a incríveis distâncias de nosso planeta natal, graças a poderosas naves de transporte que conseguem mover-se “sem sair do lugar”, utilizando dobras no espaço. Só quem consegue esta façanha são os Pilotos da Liga Espacial, misteriosos seres, outrora humanos, que alcançaram um estágio de evolução impensável, graças ao uso de uma substância especial, a melange. Embora se mantenham fiéis ao seu papel de transportadores, nada é feito contra a sua vontade, nem mesmo os desejos do imperador.

O universo humano tem um soberano, o Imperador Shaddam IV, que vive, com sua filha, a princesa Irulan, e, muitas legiões de assassinos Sardaukar, em Kaitain, na sede do Império. Apesar do título pomposo, a autoridade do imperador é pouco além de simbólica, já que, os dirigentes das Casas Nobres é que tem o poder real sobre os seus respectivos domínios, nos moldes do feudalismo medieval. As duas casas mais poderosas são a dos Atreides, no planeta Caladan, comandados pelo Duque Leto, e, a dos Harkonnen, de Giedi Prime, chefiados pelo malévolo Barão Vladimir.

Completando o quarto pilar do poder está a Irmandade Bene Gesserit, uma sociedade formada por mulheres, chamadas de bruxas, por possuírem poderes telepáticos e dominarem qualquer um, através do uso da Voz, a sua mais poderosa arma. Secretamente, as Bene Gesserit elaboram um plano milenar de seleção genética, para produzir o Kwisatz Haderach, que terá habilidades de presciência e acesso a toda sua memória genética, aquele que, segundo as profecias, seria o ser mais perfeito e poderoso do universo.

Unindo todos esses elementos está a melange, substância que prolonga a vida, amplia a consciência, ajuda o treinamento das Bene Gesserit, e, é vital para a Liga Espacial, que, sem a especiaria, não seria capaz de transpor o universo, transformando a Humanidade em um sem-número de mundos isolados. A melange, porém, só é encontrada em um único lugar no universo, o desértico planeta Arrakis, também chamado de Duna.

Receoso da crescente popularidade do Duque Leto, o Imperador, secretamente, trama um plano para destruí-lo, aproveitando-se de uma secular disputa entre os Atreides e os Harkonnen. Shaddam IV obriga o Barão Harkonnen a ceder Arrakis, então sob seu domínio, para os Atreides, em troca do viçoso planeta Caladan. Por trás disso está uma secreta associação com o Barão, para destruir a Casa dos Atreides.

A mudança no comando de Arrakis cria outro pretexto para um conflito entre os Harkonnens e os Atreides. Os Atreides sofrem um ataque devastador movido pelos Harkonnen, auxiliados por soldados Sardaukar, do Imperador, e, ajudados por um traidor dentro da própria Casa Atreides. O Duque Leto é assassinado, mas, Paul e sua mãe, Lady Jéssica, escapam para o interior do deserto. Com as habilidades Bene Gesserit de Jéssica, e, as habilidades de luta de Paul, eles se juntam a um bando nativo de Fremem, ferozes guerreiros do deserto, que vivem ocultos nas condições mais inóspitas que se possa imaginar. Eles são capazes, até mesmo, de cavalgar os gigantescos Vermes de Areia que dominam o planeta deserto.

Paul surge, então, como o Kwisatz Haderach, e, o conhecimento secreto de Jessica dos mitos religiosos dos Fremen plantado por uma missionária Bene Gesserit habilitam Paul a se tornar Muad'Dib, um líder político e religioso que une os milhões de Fremen em uma força militar incomparável, para libertar o planeta do jugo dos Harkonnen.

Curiosamente, ao contrário da maioria das fábulas de ficção-científica, não há máquinas ou computadores. Para os cálculos científicos e elaborações estratégicas, existiam os Mentats, homens com mentes excepcionalmente treinadas. É bem verdade que, em 1965, os computadores existentes fossem movidos (literalmente) a válvulas, totalmente fora da realidade das pessoas comuns. Mas, mais que isso, Herbert imaginou um universo onde o Homem é mais importante.

Como haviam sido desenvolvidos escudos de força, capazes de resistir até a raios laser, a maioria dos combates era feito no corpo-a-corpo, com o uso de armas brancas.

Como transportar este riquíssimo universo, descrito em mais de 600 páginas, só no primeiro volume, para as telas de cinema, numa sessão de pouco mais de duas horas? Bem, a primeira tentativa foi em 1983, com a direção do aclamado diretor David Lynch (de “Veludo Azul” e “Coração Selvagem”). Apesar do elenco estelar, com Max Von Sidow, Sean Young, Jürgen Prochnow, José Ferrer, e, até o popstar Sting, o filme não obteve muito sucesso. Ruben Ewald Filho chegou a classifica-lo como “cinqüenta milhões de dólares jogados fora”.

Na verdade, ao rever o filme em DVD, vê-se que Lynch tentou manter fidelidade ao livro, embora fosse difícil condensar tudo num tempo tão curto. Os efeitos especiais, na época inovadores, hoje parecem primários, principalmente quando se assiste a partir de uma mídia digital. Posteriormente, foi lançada uma versão estendida, com 50 minutos a mais, que Lynch renegou, recusando-se a ter o seu nome associado a ela.

Em 2000, uma rede de TV americana fez uma minissérie baseada no livro. Com uma duração de quase cinco horas, foi possível detalhar muito mais a história original, e, com os recursos de efeitos especiais muito mais aperfeiçoados, ficou muito mais palatável, para os padrões de exigência dos espectadores atuais. Se melhorou nesse aspecto, piorou um pouco no elenco, já que, o único nome conhecido, nessa versão, é o do ator William Hurt.

Todas as versões estão disponíveis em DVD, a original de Lynch, a versão estendida do filme de 1983, e, a minissérie. O filme de Lynch é o que tem a pior apresentação, com imagem em tela cheia, e, nenhum extra. Já a minissérie vem em edição dupla, com formato de tela widescreen anamórfico, som Dolby Digital, trailers de cinema e dois Making Of (sem legendas, infelizmente). Posteriormente, foi feita uma outra minissérie, correspondendo aos segundo e terceiro livros da série.

Além de “Duna”, Herbert escreveu “O Messias de Duna”, “Os Hereges de Duna”, “Os Filhos de Duna”, “O Imperador-Deus de Duna”, e, “As Herdeiras de Duna”.