sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Claquete – 30 de janeiro de 2009



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Janeiro vai chegando ao fim, no prenúncio de um ano desafiador, repleto de tempestades físicas e econômicas, reais e virtuais. Enquanto isto, nas salas dos cinemas, estréiam as comédias “Queime Depois de Ler”, com Brad Pitt e George Clooney e “Sim Senhor!”, com Jim Carrey, o drama nacional “Verônica”, a ação “A Espiã” na Sessão Cult do Cinemark e o cult “White Palms”, no Projeto Moviecom Arte. Continuam em cartaz “Austrália”, com Hugh Jackman e Nicole Kidman (vejam em Filme da Semana), “Um Faz de Conta Que Acontece”, “Surpresas do Amor”, “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “O Corajoso Ratinho Despereaux”, “O Dia em Que a Terra Parou”, “Bolt – Supercão” e “Se Eu Fosse Você 2”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, “Madagascar 2 – A Grande Escapada” e “Sete Vidas.

Estréia 1: “Queime Depois de Ler”

Osbourne Cox (John Malkovich) é um analista que trabalha para a CIA. Ao chegar a uma reunião ultra-secreta, ele descobre que foi demitido. Revoltado, ele resolve se dedicar à bebida e a escrever um livro de memórias. Katie (Tilda Swinton), sua esposa, fica espantada ao saber da demissão de Osbourne, mas logo deixa o assunto de lado, por estar mais interessada em Harry Pfarrer (George Clooney), um investigador federal casado, e que é também seu amante. Paralelamente, Linda Litzke (Frances McDormand), funcionária de uma rede de academias, faz planos para uma grande cirurgia plástica que deseja realizar. Ela tem em Chad Feldheimer (Brad Pitt), um professor da academia, seu melhor amigo. Um dia, um CD perdido cai nas mãos de Linda e Chad, entregue por um faxineiro da academia. Ao perceber que se trata de material confidencial, eles ligam para Osbourne Cox, tentando conseguir dinheiro para evitar que seu conteúdo seja divulgado. A direção é de Joel e Ethan Coen. “Queime Depois de Ler” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 2: “Sim Senhor!”

Carl Allen (Jim Carrey) é uma pessoa negativa e anti-social, que nunca concorda com nada. Um dia, ele decide se inscrever no programa de auto-ajuda de um famoso guru (Terence Stamp), que tem por base dizer sim a qualquer coisa que lhe aconteça ou ofereçam. Ao seguir este preceito a vida de Carl começa a mudar, fazendo com que seja promovido e conheça Allison (Zooey Deschanel), por quem se apaixona. Porém, ao tentar aproveitar todas as oportunidades que lhe surgem, Carl começa a notar que tudo que é em excesso pode também cansar. A direção é de Peyton Reed. “Sim Senhor!” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 3: “Verônica”

Verônica (Andréa Beltrão) é professora da rede municipal de ensino há vinte anos e agora, na iminência de se aposentar e passando por sérios problemas pessoais, está exausta e sem a paciência de sempre. Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar Leandro, um aluno de oito anos. Já é tarde da noite quando a professora decide levá-lo em casa. Ao chegar ao morro, encontram a polícia e muito tumulto. Traficantes mataram os pais de Leandro e querem matá-lo também. Verônica foge com o menino. Ela procura ajuda e descobre que a policia também está ligada ao assassinato dos pais do menino. Sem poder confiar em ninguém, ela decide esconder o garoto. Assim, Verônica é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver. E, enquanto procura uma maneira de escapar com o menino, redescobre sentimentos que estavam adormecidos na sua vida. A direção é de Maurício Farias. “Verônica” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “A Espiã”

2ª Guerra Mundial. Rachel Stein (Carice van Houten) é uma linda cantora judia, que está escondida. Quando o local em que está é destruído por um bombardeio, ela e um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista. Entretanto, o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir daí, ela se une à resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso, a resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 16 anos.

Projeto Moviecom Arte: “White Palms”

Miklos Dongo (Zoltán Miklós Hajdu) é um ginasta olímpico que tem sua carreira interrompida por causa de uma lesão. Após este problema, ele vai ao Canadá para começar uma nova vida como treinador. Miklos é encarregado de treinar um dos ginastas mais talentosos e promissores do país. Mas, o jovem é vaidoso e inconstante, e Miklos encontra dificuldade para discipliná-lo. Então, o treinador entende que, se ele quer estabelecer uma relação para trabalhar com o jovem, ele deve ultrapassar seus próprios medos e enfrentar seu passado. A direção é de Szabolcs Hajdu. A partir desta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 13h55. Classificação indicativa 12 anos.




Confira na TV

“A Ilha”, no SBT

Após descobrir que são clones, um jovem casal decide fugir, em busca de um lugar mítico. Com Ewan McGregor e Scarlett Johansson. Sexta-feira, às 22h.

“Os Esquecidos”, na Globo

Pouco mais de um ano após a morte de seu filho pequeno, uma mulher é surpreendida com a afirmação de seu psiquiatra que seu filho nunca existiu e é fruto de sua imaginação. Com Julianne Moore, Alfre Woodard e Gary Sinise. Sexta-feira, às 22h25.

“Um Sonho de Liberdade”, no SBT

Um banqueiro, condenado à prisão perpétua pelo assassinato de sua mulher, faz da amizade com um prisioneiro veterano e o sonho de um dia ser novamente livre, os motivos para continuar vivendo. Com Tim Robbins e Morgan Freeman. Sábado, às 22h.

“Jogo Pela Sobrevivência”, na Globo

Um empresário, sua mulher e um empregado naufragam e tem que conviver em uma ilha deserta. Com Billy Zane, Kelly Brook e Juan Pablo Di Pace. Sábado, às 22h45.

“A Garota Sensual”, na Band

Uma garota do interior decide tentar a vida na cidade e se apaixona pelo filho de um rico negociante, que vai fazer de tudo pra acabar com esse romance. Sábado, às 0h45.

“De Repente 30”, na Globo

Uma garota tem seu pedido de se tornar adulta milagrosamente atendido, tendo que se adaptar à sua nova vida. Com Jennifer Garner e Mark Ruffalo. Domingo, às 12h05.

“Van Helsing - O Caçador de Monstros”, na Record

Um especialista em monstros parte em busca de eliminar o conde Drácula, tendo também que enfrentar outros monstros em sua jornada. Com Hugh Jackman e Kate Beckinsale. Domingo, às 22h.

“O Demolidor”, no SBT

Um bandido e o policial que o prendeu são congelados e só despertados no futuro, quando a violência praticamente não existia mais. Com Sylvester Stallone e Wesley Snipes. Após o Domingo Legal.

“Nova York Sitiada”, na Globo

Agente especial do FBI, oficial da CIA e general unem forcas para capturar perigosos terroristas que plantam bombas em diversos lugares de Nova York, levando a cidade ao caos. Com Denzel Washington, Annette Bening e Bruce Willis. Domingo, às 22h50.

“Eu, Robô”, na Globo

Um assassinato tem como principal suspeito um robô, o que seria impossível de acontecer devido à programação existente que impede os robôs de fazerem mal aos humanos. Com Will Smith. Segunda-feira, às 21h45.





Lançamentos em DVD

“Busca Implacável”, em DVD


Bryan (Liam Neeson) é um ex-agente do governo dos Estados Unidos, que agora está aposentado e tenta recuperar o tempo perdido com a filha, Kim (Maggie Grace). Quando a garota chega a Paris com a amiga Amanda (Katie Cassidy), elas conhecem um simpático rapaz que se oferece para sair com elas. Porém, o simpático rapaz é membro de um grupo que sequestra garotas para usá-las como prostitutas. Quando Kim está ao telefone com o pai do outro lado do apartamento, ela vê os bandidos levarem Amanda. A partir daí, Bryan começa uma cruzada contra o tempo para resgatar a filha. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Controle Absoluto”, em DVD

Jerry Shaw (Shia LaBeouf) e Rachel Holloman (Michelle Monaghan) são dois estranhos cujos caminhos se cruzam depois de um telefonema feito por uma mulher desconhecida. Ameaçando a vida deles e de suas famílias, a misteriosa voz os coloca em uma série de situações crescentemente perigosas, controlando todos os seus movimentos. Enquanto a situação se agrava, essas pessoas comuns tornam-se os fugitivos mais procurados do país, e precisam trabalhar juntos para descobrir o que realmente está acontecendo. Direção de D. J. Caruso. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1.

“Aguirre: A Cólera dos Deuses”, em DVD

Em meados do século XVI, o conquistador espanhol Gonzalo Pizarro lidera uma expedição ao Peru, em busca de Eldorado, a mítica cidade do ouro. Um dos seus homens, Dom Lope de Aguirre, consumido pela loucura, sonha em conquistar toda a América do Sul. Primeiro filme da lendária parceria entre o cineasta Werner Herzog e o ator Klaus Kinski. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, os documentários “O Mundo Contemplativo de Herzog” e “Vida e Obra de Werner Herzog”, Trailer de Cinema e Galeria de Fotos.

“O Roqueiro”, em DVD

Robert "Fish" Fishman é o dedicado e passional baterista da banda cabeluda dos anos 80 Vesuvius, que vive o sonho do rock and roll,até ser mandado embora da banda. Vinte anos depois de suas fantasias de rock star serem destruídas, justo quando acaba toda esperança, ele ouve que a banda colegial de seu sobrinho, a A.D.D., está à procura de um novo baterista. Relutantemente, eles o aceitam como novo membro da banda, dando uma chance a Robert de tomar de volta o trono de Deus do rock que ele sempre achou que merecia, e levando a jovem banda para a jornada de suas vidas. Com Rainn Wilson e Christina Applegate. O filme traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 2.0.




Eventos

Sofia Loren vive a própria mãe em sua cinebiografia

A atriz Sophia Loren, verdadeiro ícone do cinema mundial durante anos, vai estrelar um filme produzido pela rede de TV italiana RAI, contando sua história desde a infância pobre até o reconhecimento internacional. A atriz interpretará o papel de sua mãe, Romilda Villani, uma aspirante a atriz, vencedora de um concurso de sósias de Greta Garbo em 1932, que não teve permissão da família para realizar seu sonho em Hollywood. O título do filme, dividido em duas partes, será "La Mia Casa e Piena di Specchi", e é baseado no livro de memórias da irmã mais nova da atriz, Maria Scicolone.




Filme da Semana: “Austrália”

Cangurus em guerra


As primeiras notícias sobre o filme “Austrália” eram que o diretor Baz Luhrmann, ao tentar homenagear o seu país de nascimento num grande épico a la “E o Vento Levou...”, tinha misturado temas como racismo, aventura, romance, guerra, etc., tudo isso tendo ao fundo as paradisíacas (às vezes, nem tanto) paisagens da terra do canguru. Bem, nem tanto ao mar, nem tanto a terra, como diria minha mãe. É, realmente, uma superprodução, embora não vá agradar a todos.

A história é contada sob a ótica de Nullah (Brandon Walters), um garoto de doze anos, filho de mãe aborígene e pai branco. Nullah vive no pior dos dois mundos, pois sofre o preconceito dos brancos, como todos os outros nativos, não é aceito como igual por estes, e ainda sofre a ameaça de ser sequestrado pela polícia, para ser criado em centros especiais para mestiços, nome bonito para reformatórios.

A única ligação real e afetiva de Nullah com suas origens aborígenes é feita através de seu avô, uma espécie de xamã solitário, apelidado jocosamente pelos brancos como King George (David Gulpilil), que ensina o garoto a relacionar-se com a natureza.

É através de Nullah que entendemos a história da fazenda onde mora, o único pedaço de terra no Território do Norte, cercado pelas propriedades de um poderoso criador de gado, King Carney (Bryan Brown), que quer, a todo custo, comprar o lugar. A fazenda pertence a Maitland Ashley, que é brutalmente assassinado.

Nesse meio tempo, sem ter idéia do que estava acontecendo, sua esposa, Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman), uma rica e arrogante aristocrata inglesa, decide ir até a Austrália para resolver pessoalmente os problemas com o marido. Para recebê-la, sabia apenas que o marido enviara um homem conhecido como Capataz (no original, Drover, que é um profissional especializado em conduzir rebanhos de um lugar para outro).

Quando Sarah depara com Drover (Hugh Jackman), a impressão não poderia ser pior. O homem, mal encarado e de pouco refinamento, consegue desagradar a todos. Aos poucos, vamos descobrindo que parte desse sentimento deve-se ao fato de Drover aceitar os aborígenes como iguais, vivendo ao lado deles e muito mais.

Ao chegar à fazenda, a situação é desoladora. Nada parece estar no lugar, o patrão foi assassinado e o administrador, Fletcher (David Wenham) insiste em que a única solução é vender a fazenda para Carney. Mas, quando Nullah se intromete e revela que boa parte do gado foi desviada para as terras de Carney, Fletcher espanca o garoto, o que provoca a ira de Sarah, que o despede.

Quando Drover chega, descobre que não tem nenhum empregado da fazenda para ajudá-lo a conduzir o gado, e quer desistir da empreitada. Mas, Sarah consegue convencê-lo, oferecendo uma valiosa égua puro-sangue, em que o homem estava interessado.

Assim, o rebanho sai da fazenda, para percorrer mais de mil quilômetros, conduzido por Drover, seus dois empregados, Sarah, uma doméstica, um contador que vive bêbado, e, Nullah.

Na jornada, enfrentarão, além do sol causticante, trechos desertos e toda sorte de dificuldades naturais, as tentativas de sabotagem dos homens de Carney, liderados por Fletcher, o vira-casacas. E, embora Drover e Sarah mantenham-se continuamente em choque, aos poucos vão cedendo a uma crescente e mútua atração.

O início da Segunda Guerra Mundial e a ambição de Fletcher irão mudar profundamente a vida feliz de Drover e Sarah, com a fazenda restaurada e uma comunidade feliz e tranqüila, principalmente Nullah.

O garoto vive inquieto, pois o avô quer levá-lo em uma jornada de aprendizagem em sua terra natal, uma área selvagem do país. Esse aprendizado é importante, pois é a sua única chance de ser reconhecido como igual pelo seu povo aborígene.

Mas, Sarah não abre mão de ter o menino perto de si, querendo proporcionar-lhe a melhor educação que o mundo civilizado possa oferecer. Quando o garoto decide procurar o avô por conta própria, é capturado pela polícia e levado para um centro do governo.

O mundo feliz de Sarah desaba, pois, graças a um desentendimento com Drover e o sumiço de Nullah, ela resolve ir para Darwin, procurar o garoto. A cidade, capital do Território do Norte e o porto mais ao norte da Austrália, agora é um centro militar, já que o mundo estava em guerra, e os Estados Unidos tinham sido recentemente atacados pelo Japão, no bombardeio de Pearl Harbor.

A cidade será o ponto de encontro de todos os personagens, em meio a um violento ataque japonês, que deve ter custado muitas horas de computação gráfica, com efeitos primorosos. O que acontece depois? Atendendo a minha filha Marina, não arriscarei mais nenhuma palavra, para não estragar a surpresa de ninguém.

Uma característica do cinema australiano, a fotografia, é um dos pontos altos do filme, captando com perfeição as belíssimas paisagens, e utilizando tomadas que vão do close a um altíssimo plano geral, além de fantásticas imagens a meia-luz.

O elenco é por demais conhecido, principalmente o casal central. Nicole continua bela, embora seja difícil imaginar alguém como ela no calor arrasador do sertão australiano. Hugh Jackman parece não sentir falta das garras de Wolverine, já que resolve boa parte de seus problemas na porrada. Mas, o melhor do filme, sem dúvida, é o garoto Brandon Walters, de origem aborígene, que encanta as platéias com o seu olhar expressivo. Brandon foi indicado para Critics Choice Award e para o CFCA Award e ganhou o prêmio de Novo Talento no Satellite Award, por sua participação em “Austrália”.

Apesar do tom épico, do romance, aventura e guerra, o filme insiste em mostrar os preconceitos que impregnavam (espero) a cultura australiana. Isso fica visível, no filme, quando os nativos são proibidos de entrar em lugares públicos e até em hospitais. Um costume curioso aqui mostrado é que, nos bares, homens e mulheres tinham que ficar em ambientes diferentes, não podiam se misturar.

Abrindo um parêntesis, merece ser explicado o programa do governo para os mestiços. Mais conservadores e racistas do que a própria Inglaterra, o governo da Austrália tinha um programa que visava “embranquecer” os mestiços. Para isso, seqüestrava as crianças de seus pais, levando-as para centros de educação onde eram treinadas para servir as famílias brancas, de onde só poderiam sair para casar com pessoas autorizadas pelo governo, sob pena de prisão.

Essa política absurda, brilhantemente mostrada no filme “Geração Roubada”, afetou milhares de famílias autralianas, só sendo abolida, acreditem se quiser, em 1972!

“Austrália” é um filme ambicioso, não apenas por querer mostrar uma parte importante de sua história recente, como também denunciar um lado podre da sociedade, que pratica a Geração Roubada. Talvez, pela grandiosidade do filme, a história ficasse melhor como uma minissérie. Contudo, é sempre bom ver um cinema com características diferentes do hamburger-com-fritas de Hollywood. Confiram!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Claquete – 23 de janeiro de 2009


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Semana agitada, com teto caindo e um novo presidente na área. Aqui em Natal, apesar da chuvarada da sexta passada, continuamos com muito sol e praia. Neste final de semana estréia o drama “Austrália”, com Hugh Jackman trocando as garras de Wolverine pelo chapéu de vaqueiro, o infantil “Um Faz de Conta Que Acontece”, com Adam Sandler, o romance “Surpresas do Amor”, o drama nacional “Linha de Passe” na Sessão Cult do Cinemark e o cult “Hannah Sobe as Escadas”, no Projeto Moviecom Arte. Continuam em cartaz o ótimo “O Curioso Caso de Benjamin Button” (vejam em Filme da Semana), a animação “O Corajoso Ratinho Despereaux”, “Quarentena”, “O Dia em Que a Terra Parou”, “Bolt – Supercão” e “Se Eu Fosse Você 2”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes” e “Sete Vidas”, com Will Smith, enquanto o Moviecom mantém em cartaz “Madagascar 2 – A Grande Escapada”.

Estréia 1: “Austrália”

Enquanto a Alemanha e as outras nações européias se digladiam na Europa, no início da 2ª Guerra Mundial, Sarah Ashley (Nicole Kidman), uma arrogante aristocrata inglesa, viaja para a Austrália, onde o marido possui uma fazenda de criação de gado. Ao chegar lá, ela descobre que ele foi assassinado. Para não perder a fazenda, que um inescrupuloso barão inglês quer comprar, a todo custo, ela se une a um vaqueiro (Hugh Jackman) e ao garoto aborígene Nullah (Brandon Walters). Juntos, eles precisam levar um rebanho de gado até Darwin, no interior do país. Mas, quando chegam lá, a cidade é bombardeada pelas forças japonesas, logo depois do ataque a Pearl Harbor. A direção é de Baz Luhrmann. “Austrália” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Um Faz de Conta Que Acontece”

Skeeter Bronson (Adam Sandler) é o faz-tudo de um hotel. Misteriosamente, um dia as histórias que conta para que seus sobrinhos durmam tornam-se realidade. Ele logo tenta se aproveitar do ocorrido, criando histórias cada vez mais bizarras de forma que atendam aos seus desejos e aspirações. Porém as inesperadas contribuições de seus sobrinhos às histórias acaba por fazer com que ele perca o controle sobre elas. Dirigido por Adam Shankman, o elenco conta ainda com Guy Pearce, Courteney Cox e Jonathan Pryce. “Um Faz de Conta Que Acontece” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.

Estréia 3: “Surpresas do Amor”

Todo Natal Brad (Vince Vaughn) e Kate (Reese Whiterspoon) seguem uma tradição criada desde quando se conheceram: livram-se das neuroses de suas famílias e viajam para algum local exótico e ensolarado, onde possam passar as férias. Só que neste ano eles não podem seguir o plano, já que um nevoeiro cancela todos os vôos do aeroporto de São Francisco. Para piorar eles são filmados por uma equipe local de notícias, o que faz com que suas famílias saibam onde estão. Sem ter como escapar, eles são obrigados a passar o Natal com suas famílias. Quatro vezes, já que precisam lidar com o pai e a mãe de cada um deles. A direção é de Seth Gordon. “Surpresas do Amor” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “Linha de Passe”

Uma história de quatro irmãos que vivem na periferia de São Paulo. Reginaldo (Kaique de Jesus Santos) é um jovem que procura seu pai obsessivamente. Dario (Vinícius de Oliveira) sonha em se tornar jogador de futebol, mas, aos 18 anos, vê a idéia cada vez mais distante. Dinho (José Geraldo Rodrigues) dedica-se à religião. Dênis (João Baldasserini) enfrenta dificuldades em se manter, sendo também pai involuntário de um menino. Os quatro são irmãos, tendo sido criados por Cleuza (Sandra Corveloni), sua mãe, que trabalha como empregada doméstica e está mais uma vez grávida, de pai desconhecido. Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Sandra Corveloni no Festival de Cannes. A partir desta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 16 anos.

Projeto Moviecom Arte: “Hannah Sobe as Escadas”

Hannah (Greta Gerwig) está tentando seu melhor. Recém formada, ela trabalha em uma produtora em Chicago, porém em seu trabalho ela é motivo de piada. Confusa e romântica, ela acaba se apaixonando por dois roteiristas que trabalham com ela. Ao se afastar de seu namorado, ela se questiona sobre as consequências de suas paixões e sobre a harmonia no ambiente de trabalho, quando se tem um caso com dois de seus colegas. Esta é uma comédia romântica diferente de todas as outras, não somente pela temática, mas, pela forma como as relações são mostradas, e o quão frágeis e complicadas elas podem ser. É um pequeno retrato das relações de uma geração que cresceu sem definir bem o que quer. A direção é de Joe Swanberg. A partir desta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 15h45. Classificação indicativa 14 anos.




Confira na TV

“Looney Tunes - De Volta à Ação”, no SBT

Cansado de ser o eterno coadjuvante, Patolino pede demissão e decide abandonar Hollywood. Mistura de atores e animação, com Brendan Fraser, Steve Martin, Timothy Dalton e Joan Cusack. Sexta-feira, às 22h.

“O Novato”, na Globo

Um veterano instrutor passa a aconselhar e trabalhar junto com um dos recrutas mais promissores da CIA, e este começa a desconfiar de seus novos companheiros. Com Al Pacino e Colin Farrell. Sexta-feira, às 22h30.

“O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, no SBT

A conclusão da saga de J.R.R. Tolkien, quando Frodo enfim chega a Mordor e as forças de Sauron atacam Gondor. Dirigido por Peter Jackson (Almas Gêmeas) e com Viggo Mortensen, Elijah Wood e Ian McKellen. Sábado, às 22h.

“Duplex”, na Globo

Após muita procura, um casal encontra o apartamento dos seus sonhos. Porém há um problema: a antiga moradora, que se recusa a deixar o local. Com Drew Barrymore e Ben Stiller. Sábado, às 22h40.

“Luxúria e Ganância”, na Band

Uma jovem vai a uma festa, e durante uma batida policial, foge com o livro de clientes de uma cafetina. Sábado, às 0h45.

“A Família da Noiva”, na Globo

Um pai de família decide investigar o novo namorado de sua filha, antes de conhecê-lo. Convencido de que o jovem é um bom pretendente, ele fica surpreso ao descobrir que sua filha está namorado um branco. Com Bernie Mac e Ashton Kutcher. Domingo, ao meio-dia.

“O Exterminador do Futuro 2”, na Record

Um andróide feito de metal líquido é enviado para eliminar John Connor ainda criança, e, o que perseguiu sua mãe no passado é agora enviado para protegê-lo. Com Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e Edward Furlong. Domingo, às 22h.

“Octopus”, no SBT

Um submarino retorna aos Estados Unidos com um terrorista preso e passa por uma região onde um polvo gigante ameaça qualquer embarcação. Após o Domingo Legal.

“Até o Limite da Honra”, na Globo

Uma tenente precisa enfrentar os rigores do treinamento militar para poder se tornar uma agente de elite da Marinha norte-americana. Dirigido por Ridley Scott e com Demi Moore, Viggo Mortensen e Anne Bancroft. Domingo, às 22h50.

“As Loucuras de Dick e Jane”, na Globo

Após ser demitido, um homem e sua esposa passam a acumular dívidas. Para manter seu padrão de vida, eles decidem realizar pequenos roubos. Com Jim Carrey, Téa Leoni e Alec Baldwin. Segunda-feira, às 21h40.




Lançamentos em DVD

“Cleópatra”, em DVD


Sob a direção de Júlio Bressane e contando com um elenco estelar, encabeçado por Miguel Falabella, Alessandra Negrini e Bruno Garcia, a história da última rainha do Egito ganha sua primeira versão realizada em língua portuguesa. Poderosa e enigmática, Cleópatra tornou-se um dos maiores mitos na história da humanidade, imortalizada principalmente por seus tumultuados relacionamentos amorosos, que na verdade buscavam a sobrevivência do país. Vencedor do 40º Festival de Cinema de Brasília. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Missão Babilônia”, em DVD

Toorop (Vin Diesel) é um mercenário que segue como código de sobrevivência o lema matar ou morrer. Ele é contratado para escoltar Aurora (Mélanie Thierry), que vive em um convento no Cazaquistão, para Nova York. Juntamente com a irmã Rebeka (Michelle Yeoh), protetora de Aurora, eles atravessam o território conhecido como a "nova Rússia" para chegar ao estreito de Behring, ameaçados por uma seita religiosa que demonstra um especial interesse na jovem - que pode ter o segredo para a salvação da humanidade. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1.

“Jogo de Amor em Las Vegas”, em DVD

Depois de uma noite mais insana de suas vidas, dois estranhos sem nada em comum, Jack (Ashton Kutcher) e Jay (Cameron Diaz), acordam em Las Vegas e descobrem que estão casados! Mas, a anulação não vai ser algo tão fácil, pois Jack ganha um prêmio de três milhões de dólares, apostando uma moeda de Joy, e um juiz irritado sentencia o casal a seis meses de “casamento forçado”. O que se segue é uma tresloucada guerra de sexos, pois tanto Jack quanto Joy fazem de tudo para enganar um ao outro e ficar com o dinheiro. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários do Diretor e do Editor, Um Papo com Cameron e Ashton, Tempo Extra em DVD, com Zach Galifianakis, No Escritório de Advocacia de Stephen J. Harder, Erros de Gravação e Cenas Excluídas e Estendidas.

“Casanova 70”, em DVD

Andrea (Marcello Mastroianni), um oficial da OTAN, é um grande conquistador que só consegue se excitar em aventuras amorosas arriscadas. Preocupado, Andrea recorre ao psicanalista para curar sua "impotência". Será que esse Casanova moderno tem cura? Além de ser um filme inteligente sobre sexo e amor, "Casanova 70" tem como destaque o elenco de lindas atrizes, como Virna Lisi, Michele Mercier e Marisa Mell. Sem falar na participação especial do cineasta Marco Ferreri num papel curioso. A direção é de Mario Monicelli. O filme traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 2.0, e traz, como extras, Vida e Obra de Mario Monicelli, Galeria de Fotos e Pôsteres e Biografias.




Eventos

ANIMA MUNDI 2009

O 17º Festival Internacional de Animação do Brasil – Anima Mundi já recebe inscrições para suas cinco categorias competitivas: Curta-Metragem, Longa-Metragem, Curta Infantil, Animação Brasileira e Filme de Estudante. Ainda são oferecidos prêmios adicionais de Melhor Animação, Roteiro, Trilha Sonora, Direção de Arte e Filme de Encomenda. O Anima Mundi 2009 acontece no Rio de Janeiro, de 10 a 19 de julho, e em São Paulo, de 22 a 26 de julho. As inscrições podem ser efetuadas até 26 de março. Mais informações no site http://www.animamundi.com.br/.





Filme da Semana: “O Curioso Caso de Benjamin Button”


Embora todos digam que juventude é um estado de espírito, etc., etc., a maioria das pessoas, quando jovem, morria de vontade de “ser grande” para fazer o que quisesse, e, na maturidade, gostaria de ser mais jovem, para fazer o que quisesse, também. Mas, todos nascemos bebês, crescemos, envelhecemos e partimos para outra. Todos? Bem, este não é o caso do personagem principal de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, para quem o tempo corre em um outro sentido.

Assim como o seu herói, a história começa no final. Em meio à violência ameaçadora do furacão Katrina, que destruiu New Orleans em 2005, uma senhora agoniza em um hospital, vítima de uma doença terminal. Ao lado de Daisy (Cate Blanchet), a doente, está a sua filha, Caroline (Julia Ormond), que tenta dar algum conforto à mãe com quem mantinha pouco contato.

Daisy parece delirar, contando uma história maluca, de um relojoeiro cego, que, após perder o filho na Primeira Guerra Mundial, constrói um relógio que se move ao contrário. Isso foi intencional, diz ele, quem sabe o tempo não corre para trás e nossos filhos retornam para casa.

Ela pede para que a filha leia um velho diário, pois nunca conseguiu lê-lo por inteiro, e que gostaria de escutar a filha lendo o conteúdo.

No dia que marca o fim da guerra, nasce o filho de Thomas Button (Jason Flemyng). O parto provoca a morte da mãe, e, quando Thomas olha para o filho, só vê uma criatura deformada. Alucinado, ele toma o menino nos braços e se perde em meio à confusão da rua. Por pouco, o bebê não é atirado ao rio, mas, logo é abandonado na entrada de um asilo de velhos.

Quando Queenie (Taraji P. Henson) o encontra, não pensa duas vezes e abriga o estranho bebê. O médico que o examina diz que ele tem cataratas, osteoporose e artrite, todas doenças típicas da velhice. Mesmo contra todos os prognósticos Queenie o toma como filho e cuida dele, dando-lhe o nome de Benjamin.

Não poderia existir melhor lugar para Benjamin crescer. Todos ao seu redor tinham condições parecidas com a dele. À medida que ia crescendo, porém, ia melhorando os sintomas, o cabelo aparecendo. Sua única amiga criança era Daisy (Elle Fanning), a neta de uma das moradoras do asilo.

Um belo dia, graças a um capitão de rebocador amalucado, Mike (Jared Harris), não apenas ganha um emprego como marinheiro, como também conhece o sexo. Ganhando confiança, ainda com um físico de um homem envelhecido, ele acompanha o capitão Mike em viagens pelo mundo, passando uma temporada na Rússia, onde conhece a misteriosa Sra. Abbott (Tilda Swinton).

Quando volta para casa, muito mais jovem do que saíra, Benjamim conhece o pai, ao mesmo tempo em que se surpreende ao encontrar Daisy já bailarina clássica, atuando em Nova York.

Novos encontros e desencontros acontecerão, até que os dois se encontrem no tempo e vivam um período de felicidade, inclusive com o nascimento da filha, Caroline. Nesse ponto da leitura, Caroline fica estupefata, ao descobrir a identidade de seu verdadeiro pai. Apesar da irritação da filha, Daisy pede que ela continue a leitura.

À medida que os dias passam, a inquietação de Benjamin cresce mais e mais. Ele tem consciência de sua realidade e sabe que não pode permanecer ao lado da filha. Um dia, sem nada dizer, sai para não mais voltar. Ele e Daisy ainda se reencontrarão, mas, para preservar a expectativa do leitor, deixo para que veja por si próprio.

O filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” foi indicado para 13 categorias do Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (David Fincher), Melhor Ator (Brad Pitt) e Melhor Roteiro Adaptado. Mas, o mais importante é que merece todas as indicações.

Além de uma história interessante, criada a partir de um simples conto de 28 páginas, escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos 20, o filme foi uma feliz reunião de um roteiro bem escrito, direção segura, montagem impecável e atuação excepcional de Pitt, aliado a uma maquiagem perfeita.

Este é um daqueles filmes do qual se podem fazer inúmeras leituras – ou nenhuma, simplesmente assistir ao filme e pronto. Mas, para este colunista, o filme passa uma deliciosa mensagem sobre a inevitabilidade da vida e do tempo. Assista, e faça a sua própria leitura.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Claquete – 16 de janeiro de 2009


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Enquanto as bombas chovem em Gaza e os temporais castigam o Sul-Maravilha, Natal continua – literalmente – com céu de brigadeiro, para alegria de turistas e estudantes em férias. E, como ninguém é de ferro, depois da praia, nada melhor que um cineminha. Neste final de semana estréia “O Curioso Caso de Benjamim Button”, com Brad Pitt, a animação “O Corajoso Ratinho Despereaux”, o terror “Quarentena”, o romance “Surpresas do Amor” (só no Moviecom), e “Gesto Obsceno”, no Projeto Moviecom Arte. Continuam em cartaz a ficção “O Dia em Que a Terra Parou” (vejam em Filmes da Semana), a animação “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, os dramas “Marley e Eu”, com Owen Wilson, e “Sete Vidas”, com Will Smith, a animação “Bolt – Supercão”, a comédia nacional “Se Eu Fosse Você 2”, e a animação “Madagascar 2 – A Grande Escapada”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o romance “Crepúsculo” e o drama “La Leonera” na Sessão Cult.

Estréia 1: “O Curioso Caso de Benjamim Button”

Drama baseado no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos de 1920, que conta a história de Benjamin Button (Brad Pitt), um homem que misteriosamente começa a rejuvenescer e passa a sofrer as bizarras consequências do fenômeno. Button, estranhamente, chega aos seus 80 e poucos anos - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e a partir disso começa a ficar mais jovem. “O Curioso Caso de Benjamin Button” é uma grande história de um homem incomum, as pessoas e lugares que ele conhece ao longo do caminho, os amores que encontra, as alegrias da vida e a tristeza da morte, e o que dura além dos tempos. A direção é de David Fincher. “O Curioso Caso de Benjamim Button” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “O Corajoso Ratinho Despereaux”

Despereaux Tilling é um pequeno rato que sonha com aventuras. Certo dia, ao visitar a biblioteca do castelo real, onde se diverte com histórias de cavaleiros, dragões e bondosas damas, o bravo camundongo torna-se amigo da princesa, que deseja escapar do pesar que teve início com a morte de sua mãe, a rainha. Logo, eles se tornam amigos, o que gera preocupação nos demais ratos, que são contrários às conversas com humanos. Desta forma, Despereaux é levado ao Mundo das Ratazanas, onde não há luz. Ele é salvo por Roscuro, um rato banido pelos humanos, mas, que ainda sonha com atos heróicos. Baseada no livro de Kate Di Camillo, “O Corajoso Ratinho Desperaux” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.

Estréia 3: “Quarentena”

Angela Vidal (Jennifer Carpenter) é uma repórter de TV que, juntamente com seu operador de câmera Scott Percival (Steve Harris), são enviados para cobrir o turno noturno de dois bombeiros. Após uma noite tranqüila, um chamado de emergência os leva a um pequeno prédio no centro da cidade. Ao chegarem, alguns policiais já estão no local, para investigar os gritos horripilantes que vêm de um apartamento do 3º andar. Ansiosos por um furo de reportagem, Angela e Scott decidem filmar tudo o que acontece no local. Quando a quarentena finalmente é desfeita, a única evidência do ocorrido são as imagens gravadas pela equipe. O longa é a refilmagem do terror de sucesso “[REC]”, do espanhol Jaume Balagueró. A direção é de John Erick Dowdle. “Quarentena” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.

Estréia 4: “Surpresas do Amor”

Todo Natal Brad (Vince Vaughn) e Kate (Reese Whiterspoon) seguem uma tradição criada desde quando se conheceram: livram-se das neuroses de suas famílias e viajam para algum local exótico e ensolarado, onde possam passar as férias. Só que neste ano eles não podem seguir o plano, já que um nevoeiro cancela todos os vôos do aeroporto de São Francisco. Para piorar eles são filmados por uma equipe local de notícias, o que faz com que suas famílias saibam onde estão. Sem ter como escapar, eles são obrigados a passar o Natal com suas famílias. Quatro vezes, já que precisam lidar com o pai e a mãe de cada um deles. A direção é de Seth Gordon. “Surpresas do Amor” estréia nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “La Leonera”

Julia (Martina Gusman) acorda rodeada pelos corpos ensangüentados de Ramiro (Rodrigo Santoro) e Nahuel. Ramiro ainda está vivo, mas Nahuel está morto. Ela é presa e enviada a uma penitenciária especifica para mães e grávidas sentenciadas. Nos primeiros dias Julia permanece reclusa, mas, aos poucos, faz algumas amizades. Uma delas é Marta (Laura Garcia), que já criou dois filhos na prisão e torna-se sua conselheira. A direção é de Pablo Trapero. Vencedor de vários prêmios (melhor filme, atriz, roteiro e fotografia) do Festival de cinema Latino-Americano de Lima, “La Leonera” será o representante argentino ao Oscar de Filme Estrangeiro. A partir desta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 14 anos.

Projeto Moviecom Arte: “Gesto Obsceno”

Michael Klienhouse é o típico homem comum, casado e pai de um filho. Um dia, conduzindo sua família de carro, ele fecha o seu vizinho Dreyfus no trânsito. Sua esposa Tamar faz um gesto obsceno para Dreyfus, que revida jogando deliberadamente seu carro contra o de Michael, quase acertando Tamar. Michael acredita que pode resolver o mal-entendido chamando as autoridades, sem saber que Dreyfus é um violento veterano de guerra com altas conexões. Recusando-se a capitular diante do poder, Michael enfrenta um verdadeiro pesadelo. Prêmio de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Haifa 2006. A partir desta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 14h20. Classificação indicativa 14 anos.




Confira na TV

“Penetras Bons de Bico”, no SBT

Dois amigos que têm como hobby invadir festas de casamento sem serem convidados se envolvem com a filha de um influente político, que está noiva. Com Owen Wilson, Vince Vaughn e Will Ferrell. Sexta-feira, às 22h.

“A Sogra”, no SBT

Após perder o emprego, uma jornalista tenta atrapalhar o relacionamento do filho com sua nova namorada, por temer também perdê-lo. Com Jane Fonda e Jennifer Lopez. Sábado, às 22h.


“Entre Dois Amores”, na Band

Uma jovem advogada, bonita e inteligente, fica indecisa entre dois homens que a cortejam. Não é o filme de Sidney Pollack. Sábado, às 0h45.

“O Dia Depois de Amanhã”, na Globo

Uma série de alterações climáticas modificam drasticamente o planeta, fazendo com que milhões partam rumo ao sul. Porém, um cientista decide ir a Nova York, na esperança de que seu filho ainda esteja vivo. Com Dennis Quaid e Jake Gyllenhaal. Domingo, às 13h20.

“As Apimentadas – Tudo ou Nada”, na Record

A capitã das cheerleaders Britney Allen (Hayden Panettiere) precisa treinar sua equipe para participar da gravação de um clipe de uma famosa cantora pop. Domingo, às 22h.

“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, no SBT

Um perigoso assassino foge de uma prisão tida como à prova de fugas, colocando em risco a vida de Harry Potter em Hogwarts. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint e Gary Oldman. Após o Domingo Legal.

“Carga Explosiva”, na Globo

Um ex-soldado do exército norte-americano que agora trabalha como transportador descobre em sua carga uma bela garota, que está presa. Após soltá-la eles precisam fugir de um chefão do crime asiático e também de um policial, que desconfia que ele esteja envolvido em atividades ilegais. Com Jason Statham. Domingo, às 22h35.

“Homem-Aranha 2”, na Globo

Peter Parker precisa lidar com a raiva crescente de Harry Osborne e ainda o aparecimento de um novo inimigo: o Dr. Octopus. Com Tobey Maguire, Kirsten Dunst, Alfred Molina e James Franco. Vencedor do Oscar de Efeitos Especiais. Segunda-feira, às 21h40.





Lançamentos em DVD

“Perigo em Bangkok”, em DVD

Joe (Nicolas Cage) é um assassino que está na Tailândia para realizar quatro assassinatos sob encomenda. Os alvos são inimigos de Surat (Nirattisai Kaljaruek), um chefão do crime local. Ele contrata Kong (Shahkrit Yamnarm), um batedor de carteiras para auxiliá-lo. A intenção de Joe é também matar Kong ao término do serviço, já que assim não deixaria nenhum vestígio. Só que, aos poucos, ele se torna seu mentor, ao mesmo tempo em que se apaixona por Fon (Charlie Yeung), uma jovem surda e muda. A direção é de Danny Pang e Oxide Pang Chun. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1.

“Cop Land – Edição do Diretor”, em DVD

Em virtude do seu modo gentil, um homem meio surdo (Sylvester Stallone) que nunca conseguiu ser um policial em Nova York, foi eleito xerife de um pequeno vilarejo em Nova Jersey, onde moram vários policiais. É lá que o pacato guardião da lei vai tomando consciência da rede de corrupção e assassinato que envolve alguns dos mais sérios moradores da região. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Por trás das câmeras de um western urbano, Sequência de tiroteio e duas cenas inéditas com comentários opcionais.

“Cruzada – Uma Jornada Através do Tempo”, em DVD

Um jovem jogador de futebol, filho de uma cientista que trabalha em uma máquina do tempo, volta ao passado para reverter o resultado de um jogo. O problema é que ele vai parar em 1212, em meio à Cruzada das Crianças! Obrigado a seguir uma peregrinação rumo a Jerusalém, uma longa jornada se inicia e só o tempo dirá se existe um caminho de volta. Com Emily Watson, Joe Flynn, Michael Culkin. O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio Dolby Digital 2.0.

“Operação Yakuza”, em DVD

Robert Mitchum interpreta um homem que volta ao Japão para regatar a filha de um amigo, sequestrada pela máfia japonesa, a Yakuza. Lá, reencontra a amante e pede ajuda ao irmão dela para enfrentar a organização. A direção é de Sydney Pollack. Coestrelando, vemos o astro japonês Takakura Ken (O Último Samurai) e o veterano ator Brian Keith. Operação Yakuza é um filme noir moderno onde a honra e a lealdade se tornam matérias de vinda e de morte. O filme traz formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital 1.0, e traz, como extras, Comentários de Sydney Pollack e o documentário Promessas a manter.




Eventos

Apocalipse Soon...

Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o “apocalipse”, “o fim do mundo”, “o fim de um ciclo”, etc.. Pois bem, o diretor Roland Emmerich, que já destruiu o mundo em “Independence Day”, “Godzilla” e “O Dia Depois de Amanhã”, já está com a mão na massa, para oferecer a sua visão do que virá em 2012. Só um detalhe: o lançamento será mesmo em julho de 2009, pois quem é que vai ser bobo de esperar para 2012? Afinal de contas, tem que dar tempo para lançar em DVD, Blue-Ray, videogame e ainda passar na Tela Quente, antes do mundo acabar...

Morre Ricardo Montalban

Morreu, no último dia 14, o ator Ricardo Montalban. Nascido no México, Montalban foi para Hollywood em 1946, contratado pela Metro Goldwyn Meyer. Na televisão, conquistou o Emmy por sua atuação na série “A conquista do ouro” (1978) e participou da série "Star Trek" no cinema como o vilão Khan. Mas, o papel que tornou Montalban mais famoso foi o do misterioso Sr. Roarke, no seriado “Ilha da Fantasia”. Mesmo paraplégico, após um acidente, continuou fazendo dublagens em Freakazoid, Buzz Lightyear e, mais recentemente, Family Guy e Kim Possible. A última aparição dele foi no filme infantil “Pequenos Espiões 3D”, em que fazia o sogro do personagem de Antonio Banderas.




Filmes da Semana: “O Dia em Que a Terra Parou”

Os dias em que a Terra parou


Quando soube que Hollywood faria uma refilmagem de “O Dia em Que a Terra Parou”, cujo original foi dirigido por Robert Wise em 1951, fiquei curioso para saber qual seria a abordagem do filme atual, já que o primeiro tinha um caráter declaradamente pacifista. O filme de 2008 direciona os esforços para a preservação do meio-ambiente, é curioso assistir os dois, e tentar entender o que mudou entre um filme e outro.

Graças à maravilha do DVD, eu já dispunha, em minha coleção, do filme de Wise, remasterizado digitalmente, de maneira que até os arames utilizados em uma cena ficam visíveis. É gente, em 1951, computador era um troço que ocupava três andares e só uns poucos cientistas tinham acesso. Todos os efeitos especiais de cinema eram feitos “no braço”.

O filme começa com os controladores de vôo observando a chegada de um objeto voador não identificado voando a uma velocidade incrível. O objeto, que se revela um disco voador pousa em um parque de Washington, a capital americana. Cercado por curiosos, policiais e militares, um homem, vestido com um traje espacial sai da nave, e é alvejado por um soldado mais nervoso. Gort, o robô que acompanhava o homem destrói as armas e só para quando este lhe dá uma ordem.

Klaatu (Michael Rennie), o recém-chegado, é levado para um hospital onde surpreende os médicos com a rapidez com que se recupera. Um assessor do presidente americano conversa com ele, mas, ele diz que a mensagem que trouxe terá que ser comunicada a todos os líderes da Terra.

Percebendo que os militares queriam mantê-lo aprisionado, ele foge do hospital e se mistura aos homens, indo morar em uma pensão, onde fica amigo da viúva Helen (Patrícia Neal) e seu filho Bobby (Billy Gray). Ele pretende conhecer melhor os homens, enquanto procura uma maneira de entregar a mensagem.

Mesmo depois de ser ferido mortalmente, Klaatu consegue dar o seu recado. Ele vinha de uma sociedade altamente evoluída que havia abolido a violência e as guerras. Ao perceber que os terráqueos haviam descoberto a energia atômica, viera avisá-los de que se a usassem de forma errada, poderiam ser simplesmente aniquilados.

Na versão atual, o alienígena Klaatu é vivido por Keanu Reeves. Ele também chega de forma escandalosa, só que, desta vez, sua nave pousa em Nova York. A nave é imediatamente cercada pelas forças armadas americanas, e um grupo de cientistas é convocado, entre eles, a astrobióloga Helen (Jennifer Connelly).

Mal o ser aparece, e alguém o alveja, na velha filosofia de atirar primeiro e perguntar depois. O visitante é levado para um centro de pesquisa do governo, onde se descobre que tem o corpo exatamente igual ao de um ser humano.

Recuperando-se rapidamente, Klaatu é apresentado à secretaria de Estado Regina (Kathy Bates), que não gosta nada do recém-chegado, já que este mantém uma postura silenciosa.

Logo, vamos descobrir a missão do visitante. Os extraterrestres vem acompanhando a evolução da Humanidade e preocuparam-se ao perceber que a Terra, um dos poucos planetas capaz de suportar vida múltipla, está sendo destruído pelo Homem. A solução? Destruir o homem, para salvar o planeta.

O robô que acompanhava Klaatu, apesar de aprisionado em um reduto militar, inicia o processo de destruição. A maneira como faz isso é interessante, pois ele transforma-se em uma imensa nuvem de insetos minúsculos que simplesmente destroem tudo o que vêem pela frente.

Nesse meio tempo, Helen luta para convencer Klaatu de que a Humanidade merece uma chance, pois tem condição de mudar, como sempre fez ao longo de sua história, sempre que enfrentou uma crise séria. Para dar esta chance, porém, Klaatu terá que alcançar sua nave antes que a nuvem destruidora chegue até ela.

Como falei no início da resenha, a mesma história teve enfoques diferentes, cada um alinhado aos problemas de sua época. No filme de Wise, de 1951, o mundo vivia o começo assustador da Guerra Fria. Apenas seis anos tinham transcorrido desde a explosão das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, e, em 1949, foi a vez da Rússia demonstrar que também podia fazê-lo. A ONU, ainda cambaleante, era mais um conceito do que um organismo atuante. Ninguém sabia direito o que a energia nuclear era capaz, a não ser matar muita gente.

No filme de 2008, a situação nuclear do mundo talvez seja até pior do que em 1951, quando apenas dois países possuíam armas atômicas. Hoje elas estão nas mãos de países que vivem se estranhando, como Índia e Paquistão, e, talvez, Israel, que está em plena guerra com o Hamas.

Como cinema, os dois filmes tem atrativos, embora a versão original seja em preto e branco, formato de tela standard e com efeitos especiais que chegam a ser engraçados, de tão toscos. O filme atual, com um custo estimado de 80 milhões de dólares, tem efeitos especiais altamente técnicos, embora as cenas de destruição de “Independence Day” ainda estejam entre as melhores já feitas.

Contudo, ambos os filmes são interessantes para se ver e discutir se as ameaças ali apresentadas não são reais, embora não haja necessidade de um alienígena chegar aqui para nos destruir. Quem tem mais chance de fazer isso somos nós mesmos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Claquete 09 de janeiro de 2009

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Natal, verão, sol, praia, turistas e estudantes em férias. Esses são os ingredientes para a estação mais movimentada do ano em nossa terrinha. E, para completar o quadro, vale à pena conferir as estréias do final de semana, a refilmagem do clássico “O Dia em Que a Terra Parou”, com Keanu Reeves, a animação nacional “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, o drama argentino “La Leonera” na Sessão Cult do Cinemark, e “Lanchonete Olympia”, no Projeto Moviecom Arte. Continuam em cartaz os dramas “Marley e Eu”, com Owen Wilson, e “Sete Vidas”, com Will Smith (vejam em Filmes da Semana), a animação “Bolt – Supercão”, da Pixar/Disney, a aventura “Coração de Tinta”, com Brendan Fraser, a comédia nacional “Se Eu Fosse Você 2”, de Daniel Filho, o romance “Crepúsculo” e, a animação “Madagascar 2 – A Grande Escapada”.

Estréia 1: “O Dia em Que a Terra Parou”

Refilmagem do clássico de 1951, “O Dia em que a Terra Parou” traz Keanu Reeves no papel do alienígena Klaatu, vivido por Michael Rennie no filme original. Os dois filmes são inspirados no conto Farewell to the Master, publicado em 1940 por Harry Bates. Um ser de outro planeta vem à Terra entregar aos seus líderes um presente, mas, é impedido por soldados. Ele é preso e se esconde em uma pensão, onde conhece Helen e seu filho. Klaatu se decepciona várias vezes com os humanos, ao se deparar com o uso desenfreado de armas de fogo. E, por isso, faz um alerta: A Terra será destruída caso os seus habitantes não mudem essa postura. O filme dos anos 50 trazia um apelo pacifista pelo fim da Guerra Fria, enquanto que o atual traz uma mensagem de preservação ecológica. Jennifer Connelly e Jaden Smith, o filho de Will Smith, completam o elenco principal do filme. A direção é de Scott Derrickson. “O Dia em Que a Terra Parou” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 4 (dublado) e 6 (legendado) do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa dez anos.

Estréia 2: “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”

"O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes" é uma nova história do inspirado grilo azul que já havia encantado as famílias no primeiro filme. Agora, Grilo Feliz quer gravar um CD, mesmo desejo de uma divertida banda de rap formada por sapos. Porém, eles se deparam com a vilã Trambika, que pirateia suas músicas, e acaba por unir sapos e insetos numa inesperada aventura. O longa, dirigido por Walbercy Ribas e Rafael Ribas e lançado pela produtora Star Desenhos Animados, famosa no mundo publicitário, é o maior projeto em animação gráfica do Brasil na área cinematográfica. “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes” estréia nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa livre.

Sessão Cult: “La Leonera”

Julia (Martina Gusman) acorda rodeada pelos corpos ensangüentados de Ramiro (Rodrigo Santoro) e Nahuel. Ramiro ainda está vivo, mas Nahuel está morto. Ela é presa e enviada a uma penitenciária especifica para mães e grávidas sentenciadas. Nos primeiros dias Julia permanece reclusa, mas, aos poucos, faz algumas amizades. Uma delas é Marta (Laura Garcia), que já criou dois filhos na prisão e torna-se sua conselheira. A direção é de Pablo Trapero. Vencedor de vários prêmios (melhor filme, atriz, roteiro e fotografia) do Festival de cinema Latino-Americano de Lima, “La Leonera” será o representante argentino ao Oscar de Filme Estrangeiro. A partir desta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 14 anos.

Projeto Moviecom Arte: “Lanchonete Olympia”

Misturando realismo e fantasia, “Lanchonete Olympia” narra o cotidiano de uma decadente lanchonete no subúrbio de Nova York que é ponto de encontro dos imigrantes. Entre funcionários e fregueses, todos mostram a angústia de ser estrangeiro em uma América de paranóias e terrorismo, enquanto um gigantesco pôster (o cartaz do filme) ensina aos frequentadores como salvar uma vítima de asfixia. Elogiado filme “indie” do diretor Steve Barron, que dirigiu clipes para David Bowie, Culture Club e Michael Jackson, além de pop-cults como “Amores Eletrônicos” e “Coneheads”. A partir desta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 13h45. Classificação indicativa 14 anos.




Confira na TV

“Ó Paí, Ó”, na Globo

Em animado cortiço do centro histórico do Pelourinho, em Salvador, tudo é compartilhado pelos seus moradores, especialmente a paixão pelo carnaval e a antipatia pela síndica do prédio, dona Joana. Com Lázaro Ramos, Dira Paes e Wagner Moura. Sexta-feira, às 21h35.

“A Casa de Cera”, no SBT

Seis jovens amigos viajam, de carro, e vão parar em Ambrose, uma cidadezinha no meio do nada, cuja principal atração é a casa de cera de Trudy. As peças de cera beiram a perfeição e eles vão descobrir da pior maneira possível de que forma as estátuas são feitas. Com Paris Hilton. Sexta-feira, às 22h15.

“Kazaam”, na Record

Por acidente, o jovem Max desperta o gênio Kazaam (Shaquille O´Neil) e tem direito aos três tradicionais desejos. As confusões começam quando uma turma de aproveitadores descobre o gênio e tenta se apoderar dele. Sábado, às 14h30.

“O Terminal”, na Globo

Impedido de entrar nos Estados Unidos devido a um golpe de estado em seu país, um homem fica preso em um terminal de aeroporto, já que também não pode retornar à sua terra natal. Com Tom Hanks, Catherine Zeta-Jones e Stanley Tucci. Sábado, às 15h29.

“Marcas da Violência”, no SBT

Após evitar um assalto e matar, em legítima defesa, dois criminosos, um homem tem sua vida de calmaria inteiramente transformada pela mídia. Dirigido por David Cronenberg e com Viggo Mortensen, Ed Harris e William Hurt no elenco. Recebeu duas indicações ao Oscar. Sábado, às 22h15.

“Em Boa Companhia”, na Globo

Após perder seu cargo na empresa para um jovem publicitário, um homem precisa manter um clima amigável com seu novo chefe para não perder o emprego. Com Dennis Quaid, Scarlett Johansson e Topher Grace. Sábado, às 22h05.

“A Sedução de Sara”, na Band

Brad e Sara se conhecem na praia e logo sentem atração um pelo outro. Mas, no tempo do sexo seguro, quando Brad não consegue encontrar a camisinha, eles resolvem prolongar o desejo sexual. Sábado, às 0h45.

“A Lenda do Tesouro Perdido”, na Globo

Um caçador de tesouros descobre a existência de um mapa em plena Declaração de Independência dos Estados Unidos. Com Nicolas Cage, Harvey Keitel, Sean Bean, Jon Voight, Christopher Plummer e Diane Kruger. Domingo, às 13h25.

“O Retorno da Múmia”, na Record

Dez anos depois de sua primeira tentativa de ressurreição, Imhotep volta à ativa em um museu de Londres, onde será mais uma vez combatido por Ricky O'Connor, Evelyn e o filho de ambos, Alex. Com Brendan Fraser, Rachel Weisz e Arnold Vosloo. Domingo, às 21h.

“A Hora do Rush 2”, no SBT

Os detetives Lee (Jackie Chan) e James Carter (Chris Tucker) entram em ação em Hong Kong, onde Carter pretendia tirar férias e acabou tendo que investigar o motivo da explosão de uma bomba na embaixada americana. Eles terão que enfrentar vilões perigosos e sair de várias confusões. Após o Domingo Legal.

“O Confronto”, na Globo

Um homem de um universo paralelo descobre que fica mais forte caso elimine suas contrapartes nas demais dimensões. Disposto então a seguir em frente com seu plano, ele chega ao nosso universo para matar sua contraparte. Com Jet Li e Delroy Lindo. Domingo, às 23h14.

“Abril Despedaçado”, na Globo

Em 1910, um jovem de 20 anos passa a receber apoio do pai para se vingar da morte de seu irmão mais velho, assassinado por uma família rival. Dirigido por Walter Salles e com Rodrigo Santoro e Luiz Carlos Vasconcelos no elenco. Segunda-feira, às 0h35.





Lançamentos em DVD

“Tempo de Despertar”, em DVD

Adaptando-se ao seu papel como o novo chefe de polícia da cidade de Paradise, Massachusetts, Stone (Tom Selleck) investiga o brutal assassinato de uma adolescente problemática encontrada morta boiando em um lago da cidade. Ele logo descobre que a garota era uma estudante exemplar e que, de alguma maneira, acabou no caminho da autodestruição, o que eventualmente levou à morte prematura. À medida que Stone descobre mais coisas sobre o passado infeliz da garota, ele começa a suspeitar que o mundo influente de Boston pode estar envolvido e passa a ficar obcecado com o caso. A direção é de Robert Harmon. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1.

“Um Segredo Entre Nós”, em DVD

Para comemorar a tardia graduação de sua mãe Lisa (Julia Roberts), o escritor Michael (Ryan Reynolds) retorna à casa de sua tumultuada infância. O pai de Michael, Charles (Willem Dafoe), discute com a mulher no carro e acaba causando um acidente no qual Lisa morre. Entre novos acontecimentos – como a descoberta da infidelidade da mãe – e lembranças do passado, o jovem escritor precisa decidir se vai publicar seu livro "Fireflies in the Garden", expondo assim as memórias de sua infância difícil, ou aproveitar a oportunidade de rever o passado, o que, talvez, o leve a uma reconciliação com o intransigente pai. O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio Dolby Digital 5.1.

“Um Amor Para Toda Vida”, em DVD

Em 1943, durante a Segunda Guerra, um soldado americano à beira da morte entrega a um homem desconhecido um anel, para que ele seja entregue à sua namorada, nos Estados Unidos. Mais de 50 anos depois, um homem encontra esse anel e resolve procurar a mulher a quem ele se destinava. Dirigido por Richard Attengorough, o elenco conta com Shirley McLaine, Christopher Plummer e Misha Barton. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Vampiros de Almas”, em DVD

Um dos filmes mais paranóicos da época áurea da ficção científica na década de 1950. É ao mesmo tempo uma alegoria ambígua / ambivalente da guerra fria, e um conto de terror sobre extraterrestres. Após um congresso médico, Dr. Miles retorna à Santa Mira, uma pequena cidade na Califórnia, e estranha os relatos de vários pacientes que insistem que seus familiares são impostores. A princípio encara o fato com cepticismo, mas, alguns dias depois, é testemunha de um estranho caso envolvendo seus amigos. O filme, de 1956, é em preto-e-branco, formato standard (padrão da época) e traz, como extras, Biografias e filmografias, Trailer e Notas de produção.




Eventos

Inscrições abertas para o Festival Câmera Mundo

O Festival de Filmes Independentes Câmera Mundo, organizado pela Fundação Caramundo, que se dedica a exibir internacionalmente produções audiovisuais independentes e de baixo orçamento, receberá inscrições de filmes até 28 de fevereiro de 2009. O evento acontece entre 26 e 28 de junho de 2009. Para saber mais informações sobre o festival, visite o site http://www.cameramundo.nl/, e, para conhecer os outros projetos da Fundação Caramundo, entre no site http://www.caramundo.org/.



Filmes da Semana: “Marley e Eu” e “Sete Vidas”


Geralmente, nesta época do ano, os títulos em cartaz são direcionados ao público infanto-juvenil, formado, em sua maioria, por estudantes em férias. Estes marcam presença nos cinemas, com três animações, uma comédia, romance e aventura. Contudo, dois dramas estão à disposição de quem está disposto a usar mais de três neurônios de uma vez. São eles “Marley e Eu”, com Owen Wilson e Jennifer Aniston e “Sete Vidas”, com Will Smith.

Para quem nunca leu o best-seller escrito por John Grogan – meu caso, devo admitir – o filme “Marley e Eu” soava como uma versão atualizada de “Beethoven”, onde um cão grandalhão e atrapalhado infernizava a vida de uma família.

O filme começa onde os outros terminam, no casamento dos protagonistas. John (Owen Wilson) e Jennifer Grogan (Jennifer Aniston) eram dois jovens jornalistas em início de carreira. Por influência de Jennifer, que adorava planejar a vida em listas de tarefas, resolvem ir morar em Miami, na Flórida.

Mas, enquanto Jennifer se sobressaía como repórter de temas políticos, John amargava com pequenas e insignificantes matérias, enquanto invejava a liberdade do amigo solteiro Eric (Sebastian Tunney), que se dividia entre audaciosas investigações e paquerar todas as mulheres que via.

Em dúvida quanto à questão de filhos, John segue o conselho de Eric e presenteia Jennifer com um filhote de labrador. O cãozinho, em promoção, parecia enjeitado em meio aos seus alegres irmãos. Ele é chamado de Marley, em homenagem a Bob Marley.

À medida que vai crescendo, Marley se revela um problema, pois, grande e desajeitado, derruba tudo, adora morder os móveis ou qualquer objeto que ache interessante, tem um enorme apetite, e, bem, tudo o que entra, sai. Ele come até um colar com pingente de Jennifer, que será resgatado depois.

Dois acontecimentos mudam a vida do casal. John é convencido pelo editor a escrever algumas matérias em uma coluna (como essa minha, mas, sem um tema específico). Quando ele escreve sobre o seu cotidiano, e, principalmente com suas experiências com Marley, a coluna faz um enorme sucesso entre os leitores, embora ele mesmo não dê importância ao fato.

A outra novidade é a gravidez de Jennifer, do primeiro filho, após a decepção pela perda de um outro bebê. A vida já confusa do casal fica mais animada, ainda mais com a chegada de um segundo filho.

Com dois filhos, um emprego exigente e um cão maluco, Jennifer resolve fazer a escolha mais importante de sua vida. Entre a promissora carreira e os filhos, opta por eles, o que leva John a assumir de vez a coluna no jornal, para compensar a perda financeira.

A chegada da filha caçula junto com a meia-idade traz inquietação para John, que ainda se ressente por não ter realizado o seu antigo sonho de ser repórter. Ele resolve, então, recomeçar tudo na fria Chicago, assumindo um posto em um jornal da cidade, e levando a família e Marley para uma enorme casa no subúrbio.

Lá, ele descobre que, se ele não é tão novo para realizar seus antigos sonhos, Marley já está praticamente na velhice. Enquanto acompanha os dias finais de seu fiel e desajeitado amigo, ele é obrigado a repensar seus sonhos e valores, descobrindo que, na maior parte das vezes, o prêmio mais valioso não está no podium, mas, ao nosso lado, na corrida.

“Marley e Eu” é um filme magnífico, com momentos alegres sem nunca descambar para comédia, sustentado pela atuação de Wilson, que, longe de papéis superficiais como “Bater e Correr” e outras bobagens, se mostra um ator maduro e eficiente. De mais, uma divertida e emocionante história sobre o verdadeiro valor dos relacionamentos.

“Sete Vidas” reforça a idéia de que Will Smith está fugindo dos protagonistas heróicos dos filmes de ação que o levaram ao estrelato, como “Bad Boys” e “MIB”, e partindo para papéis mais dramáticos, como “À Procura da Felicidade”, do diretor Gabriele Muccino, que repete a dobradinha no filme atual.

Ao contrário de “Marley e Eu”, que tem uma linha narrativa bem definida, “Sete Vidas” é construído de uma forma intencionalmente confusa. O protagonista é um homem que se apresenta como Ben Thomas (Will Smith), fiscal do poderoso IRS, a Receita Federal deles, tão poderosa que conseguiu colocar Al Capone na cadeia.

Nosso homem tem interesse especial por algumas pessoas, mas, os seus métodos são estranhos. Ele chega a ligar para um cego, Ezra (Woody Harrelson), que trabalha no telemarketing de um frigorífico, esculhambando o cidadão, que, mesmo ante tanta agressividade, consegue manter a calma.

Ele também investiga o administrador de um hospital, um técnico de hóquei sobre patins e uma profissional liberal, Emily (Rosario Dawson), sempre com desculpas esfarrapadas e um sorriso amarelo.

Entre os fragmentos de histórias, vamos descobrindo que todas estas pessoas tem em comum dificuldades financeiras motivadas, principalmente, por estarem com doenças graves, já em estágio avançado.

Aos poucos, vamos percebendo que o nosso escorregadio personagem tem a intenção de ajudar, e seus métodos pouco acadêmicos visam identificar se a pessoa merece ou não a ajuda. Mas, por que ele faz isso?

Bem, os meus leitores irão me permitir não ir adiante, pois seria o mesmo que contar um mistério policial revelando quem é o assassino – e o porquê. Ao longo do filme são oferecidas pistas, que um observador atento conseguirá deduzir o mistério envolvido.

Só não fiquem discutindo durante o filme, pois na sessão que assisti, um espectador, irritado com a conversa de duas adolescentes, disse, em alto e bom som, que se elas tinham dúvidas, que perguntassem e ele explicaria, se não, prestassem atenção e entenderiam o filme. Creio que elas escolheram a segunda opção, pois ficaram bem caladinhas o resto do filme.

“Sete Vidas” é um filme bem diferente do tradicional, não apenas pelo desenvolvimento intrincado, exigindo um bom desempenho do elenco, mas, por tratar da visão da vida em face de uma dolorosa expectativa de morte, além do senso de expiação e, mais que tudo, de redenção. Confiram.