sexta-feira, 30 de abril de 2004

Claquete 30 de abril de 2004


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com


O que está em cartaz

Os vampiros continuam em alta. Além de “Anjos da Noite”, estréia, esta semana, mas só a partir de quarta-feira, “Van Helsing – Caçador de Monstros”, com a mesma Kate Beckinsale, desta vez, ao lado dos mocinhos. Na sexta-feira, estréiam “Velozes e Mortais”, road-movie com Jim Caviezel, desta vez, batendo, ao invés de apanhar, e, a comédia romântica “Como se Fosse a Primeira Vez”, com a gatíssima Drew Barrymore. Continuam em cartaz: “Kill Bill – Volume 1”, Quentin Tarantino, com Uma Thurman, Lucy Liu e Daryl Hannah, o terror, “Madrugada dos Mortos”, com Ving Rhames, o drama “O Retorno do Talentoso Ripley”, cujo papel-título fica com o ótimo John Malkovich, “A Paixão de Cristo”, “Scooby-Doo 2 – Monstros à Solta”, com Salsicha e sua gangue, o policial “Roubando Vidas”, com Angelina Jolie, e a comédia “Alguém tem que ceder”, com os veteraníssimos Jack Nicholson e Diane Keaton. No Filme de Arte do Cine Natal 1, “Albergue Espanhol”.




Velozes e Mortais

Descaradamente pegando carona na grife “Velozes e Furiosos”, “Velozes e Mortais” tem uma temática bem diferente. Ao invés das corridas ilegais nas ruas da cidade, o filme é centrado no gênero road-movie, passando-se todo nas estradas. Rennie Cray (Jim Caviezel, o Jesus de “Paixão de Cristo”) é um homem que sai pelas estradas, dirigindo seu Plymouth 70, à procura de um maníaco assassino, que dirige um Cadillac 72 verde. O assassino demonstra a raiva que sente pelo mundo, perseguindo, e, matando mulheres, que simbolizam aquela que partiu seu coração. Uma das vítimas era a mulher de Cray, que agora vive unicamente para a sua vingança. Estréia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom, censurado para menores de 14 anos.


Como Se Fosse a Primeira Vez

Henry Roth (Adam Sandler) é um veterinário paquerador, que vive no Havaí, e, é famoso pelo grande número de garotas que conquista. Seu novo alvo é Lucy Whitmore (Drew Barrymore), que está de férias no local e por quem Henry se apaixona perdidamente. Porém há um problema: Lucy sofre de falta de memória de curto prazo, o que faz com que ela rapidamente se esqueça de fatos que acabaram de acontecer. Com isso Henry é obrigado a conquistá-la, dia após dia, para ficar ao seu lado. Deliciosa comédia romântica, com a eterna garotinha do ET. Estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Moviecom, e, no Cine Natal 2, a partir de quarta-feira, dia 5, no Cine Natal 2.


O Caçador de Vampiros

O romance “Drácula”, de Bram Stoker, teve centenas de adaptações em filmes, peças, desenhos e outras variantes. A última é “Van Helsing – O Caçador de Monstros”, onde o Dr. Van Helsing (Hugh Jackman), um dos principais especialistas em vampiros de sua época, no século XIX, é contratado pela Igreja Católica, para eliminar o mais perigoso dos vampiros: o conde Drácula (Richard Roxburgh). Para isso, ele parte para o leste europeu, acompanhado de Anna Valerious (Kate Beckinsale), tendo que enfrentar, de quebra, outros monstros, como o lobisomem (Will Kemp), e, Frankenstein (Shuler Hensley). Curiosamente, Kate Beckinsale está em cartaz no filme “Anjos da Noite”, onde vive uma vampira que luta contra lobisomens. Hollywood está meio pobre de idéias, não? “Van Helsing” só estréia na quarta-feira, dia 5 de maio, na Sala 7 do Moviecom e no Cine Natal 1, censurado para menores de 14 anos.

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Filme de Arte: “Albergue Espanhol”

Esta produção franco-espanhola, de 2002, conta a história de Xavier (Romain Duris) um jovem de 25 anos, que está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai oferece-lhe um emprego no Ministério da Fazenda, mas, para assumir o posto, o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso, vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona, Xavier procura um apartamento no centro da cidade, encontrando um que deve dividir com outros sete estudantes, todos estrangeiros. Com eles, Xavier vai descobrir a autonomia, a sexualidade, e, iniciar a vida adulta. Em sessão única do Filme de Arte do Cine Natal 1, na terça-feira, dia 4, às 21h10.

Filhos de Duna, em DVD

Em 1965, Frank Herbert publicou um estranho livro, de 500 páginas, que falava de um universo futuro, onde a razão da existência era uma estranha substância, de nome Melange, que era produzida em um único lugar: o planeta Arrakis, ou Duna. O livro, que teve mais seis continuações, ganhou os prêmios Nebula e Hugo, vendeu milhões de cópias e chegou às telas do cinema e da televisão. O primeiro filme, “Duna”, de David Lynch, também teve a mesma história sob a forma de uma minissérie da FOX, ambas disponíveis em DVD. Foi lançado, agora, “Filhos de Duna”, também pela FOX, em DVD, numa versão bem reduzida, de 98 minutos, contando a história do segundo livro da série.



Helena de Tróia, em DVD

Enquanto as fãs de Brad Pitt esperam ansiosamente 14 de maio, para ver o seu herói saradão, só de saiotes, no papel de Aquiles, quem ver uma outra versão da história, é só dar uma passada na locadora. O filme em questão é “Helena de Tróia”, produção dirigida por Robert Wise, em 1956, que subverte a visão oficial da história de Homero. A história é contada do ponto de vista dos troianos, mostrando os gregos como vilões invasores. A história é bem conhecida: em 1193 A.C., um triângulo amoroso entre o príncipe de Tróia, Paris, a bela Helena e o príncipe de Esparta, Menelau, coloca as duas nações em uma guerra sangrenta. Vale até pela curiosidade histórica. O filme está com formato de tela letterbox e som Dolby Digital 5.1. Confiram!



Uma Noite Alucinante, em DVD

Já ouviu falar em “terrir”? Foi uma fase de filmes de terror dos anos 80, que, de tão exagerados, levavam os públicos adolescentes às gargalhadas, com os estripamentos, banhos de sangue e outras pérolas de clichês. A expressão máxima do terrir foi a série “Uma Noite Alucinante”, lançada nos cinemas como “A Morte do Demônio”. O segundo filme da série, chega agora em DVD, resgatando um dos exemplares mais criativos do gênero. Um grupo de jovens resolve hospedar-se numa cabana na floresta, onde descobrem uma fita com gravações de trechos do Livro dos Mortos. A evocação traz da floresta forças do mal, que os transformam em monstros, para o desespero de Ash, o único que consegue resistir. Á noite munido apenas de uma serra elétrica e uma espingarda, Ash precisa combater uma horda de demônios e seres assustadores.


Filme recomendado: “Pacto dos Lobos”


Porque alguém lançaria mão de índios lutadores de kung fu, nobres conspiradores e ambientes de serial killers, para contar a misteriosa história de um monstro que assolou a França no século XVIII? Se for para fazer um relato histórico, seria impossível, mas cinema não é uma tese acadêmica, e pode usar a licença poética que os autores acharem necessários para tornar o relato interessante. E é nisso que resultou “O Pacto dos Lobos”, um filme com muita ação e aventura, um bonito elenco, locações fantásticas e uma história intrigante, sobre um mistério real que até hoje não foi solucionado.

Na França de 1766, quando a realeza ainda era plena, a notícia de uma Besta assassina, que mata e mutila aldeões, principalmente mulheres e crianças, leva o rei Luís XV a enviar um emissário especial, o Cavaleiro Grégoire de Fronsac (Samuel Le Bihan), que, acompanhado do misterioso Mani (Mark Dacascos), um índio Mohawk, chega a Gévaudan, uma aldeia no interior sul do país. Fronsac é um homem de muitas qualificações: jardineiro, naturalista, curandeiro, taxidermista e intelectual, entre outras coisas úteis para a França do século XVIII. O objectivo do Cavaleiro é capturar a misteriosa fera, que para uns é um lobo, para outros um monstro, para outros o próprio demônio. Fosse o que fosse, a Besta parecia conseguir sempre fugir, sem ser reconhecida pelos poucos sobreviventes.

Lançando-se à caça do misterioso animal, o Cavaleiro começa a conhecer os outros personagens locais, como o rancoroso Jean-François (Vicente Cassel), que perdeu um braço na África, sua bela irmã, Marianne (Emilie Dequenne), e a sensual prostituta Sylvia (Mônica Bellucci). Aos poucos, vai descobrindo que existe uma rede de intrigas que se estende da Roma papal até a corte da França, com epicentro na pequena Gévaudan.

Pouco se sabe sobre a Besta de Gévaudan fora da França. Mas, o monstro realmente existiu, e fez mais de cem vítimas entre 1764 e 1767, nas regiões rurais de Auvergne e Dorgogne. Tudo isto está documentado nos livros oficiais das prefeituras destes lugares, com relatos das testemunhas sobreviventes - todas idôneas, como padres, juízes e deputados. Quando o terror se intensificou, as autoridades locais pediram ajuda à Corte e o rei Luís XV se interessou pessoalmente pelo caso, mandando homens de seu exército e oferecendo recompensas para quem a capturasse.

Foram utilizados os mais variados métodos de captura, com caçadores experientes, armadilhas, iscas envenenadas, mas sem resultados práticos. Em quatro ocasiões, diferentes animais de grande porte – lobos e hienas – foram mortos, mas em pouco tempo novas vítimas apareciam. O último ataque observado foi em junho de 1767, sem explicação coerente. Até hoje, mais de duzentos anos depois, não há uma explicação definitiva sobre o que era a Besta de Gévaudan.

Se não há uma explicação comprovada, só restam as especulações, e porque não faze-lo em grande estilo, como ousou o diretor Christophe Gans? Se há um meio de comunicação que vive lado a lado com a fantasia, este é o cinema. Gans apresentou a sua versão dos fatos, com muita ação e aventura, juntando o estilo videogame com um enredo bem amarrado, mostrando um pouco do poderoso jogo de intrigas e interesses que era comum na época retratada. Se non é vero, é bene trovato...

O diretor não esconde a sua afinidade pelos mangás, ou quadrinhos japoneses, que já lhe renderam um filme anterior, muito cultuado pelos fãs: “Crying freeman” ou “Lágrimas de um guerreiro”, estrelado pelo mesmo Mark Dacascos em 1995. As seqüências alucinantes de ação alternam-se com os relacionamentos tensos dos personagens, numa recriação bem feita de cenários e figurinos. O mesmo não se pode dizer dos armamentos e acessórios utilizados pelos bandidos. Já que o kung fu era praticado por todos, uma das armas brancas utilizadas lembra muito o duelo final de “Operação Dragão”, de Bruce Lee.

Mas, realismo histórico fica melhor em documentários, não em filmes de ficção. As seqüências de luta são antológicas, no melhor estilo Hong Kong. A apresentação dos personagens principais é fantástica, com Mani distribuindo porrada debaixo de chuva, numa das coreografias marciais mais bonitas do cinema. O diretor usa e abusa de determinados efeitos, como a alteração da velocidade da imagem durante as cenas de ação, e na montagem apresenta as lutas corpo a corpo em três planos (geral, golpe, reação), numa velocidade tal que quase só vêem as sombras em movimento. O fato de ter utilizado câmeras digitais facilitou a inserção dos efeitos especiais.

O entusiasmo que “O pacto dos lobos” foi recebido na França acabou prejudicando-o no mercado externo, que esperava um filme épico “sério”. Mas, como um produto de entretenimento adequado ao público atual, o filme consegue ser mais do que uma caça-ao-monstro-com-artes-marciais. Com as suas duas horas e vinte de duração, o filme mostra um fato histórico inusitado, entremeado por uma aventura capa-e-espada, tendo como pano de fundo a Revolução Francesa. Com uma linguagem dinâmica, o filme prende a atenção e surpreende até o fim, em meio às reviravoltas do enredo.

O elenco é um dos pontos fortes do filmes. O misterioso índio faixa-preta é vivido por Mark Dacascos, que foi realmente campeão europeu de kung-fu no início dos anos 80. Ele abandonou as competições para fazer filmes como “Only the Strong”, “Double Dragon” e “A Ilha do Doutor Moreau”, além do já citado “Lágrimas de um guerreiro”. Na televisão, assumiu o papel título do seriado “O Corvo”, originado a partir de um filme estrelado pelo filho de Bruce Lee, Brandon.

A cortesão Sylvia é vivida por Mônica Bellucci, que ficou famosa ao estrelar “Malena”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2001. Mônica, que foi uma das vampiras do “Drácula” de Coppola, e esteve nas duas seqüências de “Matrix”. Seu marido na vida real, Vicente Cassel, faz outro importante personagem de “O Pacto dos Lobos”, o desajustado Jean-François de Morangias.

O ponto negativo do filme ficou por conta da distribuidora, que optou por uma edição de padrão de qualidade inferior ao que a produção certamente merecia. A edição em DVD, da Europa Filmes, limitou-se a uma edição com tela cheia e poucos extras. A dublagem traz português (2.0) e francês ( DD 5.1 e 2.0), enquanto que as legendas estão disponíveis em português, inglês e francês. Como extras, Trailer, Teaser e TV Spot, Entrevistas, Making Of, Bastidores, O Monstro, Notas sobre Elenco e Diretor. O Making Of é legendado em português, tem nove minutos de duração, e dá uma visão geral do filme. Bastidores e Entrevistas são trechos do Making Of, sem nenhuma novidade. Na edição americana da Universal, além do filme vir em Widescreen anamórfico, vem também as cenas deletadas, trailers e notas de produção.

Apesar das deficiências da edição em DVD, “O Pacto dos Lobos” é diversão garantida para os amantes de filmes de ação, além de dar mais um lampejo do que foi a turbulenta Europa pré-Revolução Francesa. Assista e tire as suas próprias conclusões.

sexta-feira, 23 de abril de 2004

Claquete 23 de abril de 2004



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com


O que está em cartaz

Ainda dominado pelo rolo compressor sado-religioso de Mel Gibson, as bilheterias brasileiras continuam com “A Paixão de Cristo”, nos primeiros lugares. Para contra-atacar, chegam o esperado “Kill Bill – Volume 1”, Quentin Tarantino, com a gatíssima Uma Thurman, e, o terror “Madrugada dos Mortos”, com Ving Rhames. Continuam em cartaz, o drama “O Retorno do Talentoso Ripley”, cujo papel-título fica com o ótimo John Malkovich, o gótico-fantástico “Anjos da Noite – Underworld”, com Kate Beckinsale, na luta dos vampiros contra os lobisomens, “Scooby-Doo 2 – Monstros à Solta”, com Salsicha e sua gangue, o policial “Roubando Vidas”, com Angelina Jolie, e a comédia “Alguém tem que ceder”, com os veteraníssimos Jack Nicholson e Diane Keaton.


“Kill Bill”, Tarantino em grande estilo

Filme de ação, dirigido por Quentin Tarantino, e estrelado por Uma Thurman. Se você pensou em “Pulp Fiction – Tempo de Violência”, errou, mas bateu na trave. A idéia do filme surgiu ainda no tempo de “Pulp Fiction”, e, o papel principal ficou para Thurman como presente de aniversário de 30 anos, em 2000. Ela vive o papel da Noiva, uma perigosa assassina, que trabalha em um grupo liderado por Bill (David Carradine), e, que é composto, principalmente, por mulheres. Ela está prestes a casar-se com Bill, mas, no dia de seu casamento, o noivo e companheiras de trabalho voltam-se contra ela, quase a matando. Ela fica 5 anos em coma, até despertar com um único desejo: vingança. “Kill Bill” foi inicialmente planejado como um único filme, mas devido à longa duração que teria, o diretor Quentin Tarantino, e, os produtores da Miramax Films, acabaram concordando em dividi-lo em duas partes, com lançamento de seis meses entre elas. O Brasil é um dos últimos países em que é lançado. Para se ter idéia, o DVD do primeiro filme já está à venda, no mercado americano. Além de Thurman e Carradine, estão no elenco Lucy Liu e Daryl Hannah. Estréia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom, censurado para menores de 18 anos.


Madrugada dos Mortos

Os zumbis, um dos sub-gêneros dos filmes de terror, que fez a festa dos filmes trash dos anos 80 (lembram de “Fome Animal”?), retorna triunfalmente, em “Madrugada dos Mortos”. Refilmagem de “O Despertar dos Mortos”, de 1978, os zumbis desejam dominar uma cidade de Wisconsin, e, começam a atacar as pessoas. Ana (Sarah Polley) é uma jovem enfermeira, que consegue escapar do ataque deles e é ajudada pelo policial Kenneth (Ving Rhames). Juntos, eles encontram abrigo em um shopping center, onde outros sobreviventes estão escondidos. Lá os zumbis não conseguem entrar e eles conseguem ter uma vida razoavelmente normal. Mas, a situação piora, quando começa a faltar energia e comida, o que faz com que eles tenham que sair do abrigo, para conseguir sobreviver. Estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Moviecom, com censura para menores de 18 anos.


“Ônibus 174”, entre os melhores de todos os tempos

Reconhecimento vem de onde menos se espera. O site Rotten Tomatoes, que conta com a participação de mais de 200 críticos de cinema, fez uma lista dos melhores filmes de todos os tempos. Nela, o documentário brasileiro “Ônibus 174” ocupa a segunda posição, tendo obtido 64 críticas com pontuação máxima. O primeiro lugar ficou com “Toy Story”, com 109 notas dez. Único filme brasileiro a figurar na lista, “Ônibus 174” conta a história do seqüestro de um ônibus, no Rio, e, que culminou com a morte de uma refém e do seqüestrador.

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Inscrições abertas no “Curta Natal no MADA”

Produziu um curta-metragem, e não exibiu ainda para o público? Sua grande chance chegou, com o Curta Natal no MADA, festival de curtas-metragens, que faz parte da programação da sexta edição do MADA – Música Alimento da Alma, que acontecerá de 10 a 15 de Maio, em Natal. Os vídeos serão exibidos na Casa da Ribeira, e as inscrições encerram no dia 30 de abril. Serão aceitos vídeos nos padrões VHS ou Super-VHS no sistema NTSC, Betacam, formato digital (DV e mini-DV) ou U-matic. Para mais informações, acesse o site http://www.festivalmada.com.br/, ou mande email para marcelohbarreto@hotmail.com.



Identidade, em DVD

Baseado em um dos mais famosos livros de Aghata Christie, “O Caso dos Dez Negrinhos”, chega às locadoras, em DVD e VHS, “Identidade”, filme de suspense, em um estilo que esteve muito em voga nos anos 70. Uma violenta tempestade faz com que um grupo de pessoas busque abrigo em um motel desolado, gerenciado por um jovem bastante nervoso (John Hawkes). Entre eles, estão um motorista de limusine (John Cusack), uma estrela da TV da década de 80 (Rebecca De Mornay), um policial (Ray Liotta), encarregado de escoltar um assassino (Jake Busey), um casal de recém-casados (Clea DuVall e William Lee Scott), e, uma família em crise. De início, todos se sentem aliviados, por encontrarem um lugar para ficar, em meio à tempestade. Mas, logo entram em pânico, ao perceber que, um a um, todos estão sendo assassinados, em nome de um misterioso segredo, que une a presença de todos naquele lugar.



A Lista de Schindler, em DVD

Revisitando suas origens, o diretor Steven Spielberg trouxe para o cinema uma das histórias mais empolgantes dos bastidores da Segunda Guerra Mundial. Longe dos canhões de “Resgate do Soldado Ryan”, “A Lista de Schindler”, conta a história, real e emocionante, do empresário alemão Oskar Schindler, playboy, mulherengo e boa-vida, que, num gesto humanitário, de extrema ousadia, salvou a vida de milhares de judeus, ao mesmo tempo em que contava com o apoio dos nazistas. Aparentando desinteresse pela política, e fingindo explorar o baixo custo da mão-de-obra judia, o que Schindler fazia era empregar inocentes, que de outra forma, morreriam nos campos do Holocausto. O filme ganhou sete Oscars, inclusive o de Melhor Filme, três Globos de Ouro e sete premiações do BAFTA. Além do filme, o DVD duplo traz o documentário “Vozes da Lista”, de 77 minutos, com depoimentos de sobreviventes do grupo ajudado por Schindler, além de “A história de Shoah Foundation”, sobre os bastidores da organização que se dedica a promover a tolerância e combater o racismo.



A volta do Fantasma

Quem viu Débora Falabela encantando-se com os seriados de cinema em “Lisbela e o Prisioneiro”, não pode imaginar o sucesso que faziam essas seqüências de episódios curtos, nos anos 30, 40 e 50, quando a televisão ainda engatinhava os seus primeiros passos. Resgatando essa memória, a ClassicLine lançou, em DVD, o seriado “O Fantasma”, de 1943, com 15 capítulos, e, 260 minutos, no total. Phanton, aqui conhecido como Fantasma, foi lançado em quadrinhos por Lee Falk, em 1936. A série traz a história do Professor Davidson, e, sua filha Diana, que vão à África, procurar pela Cidade Perdida de Zoloz, onde, segundo a lenda, está escondido um grande tesouro. Mas, sua busca é impedida por um charlatão que deseja ter o tesouro só para si. Mais tarde a busca passar a ser dificultada pelo Dr. Bremmer, um criminoso internacional que planeja destruir a paz com as tribos nativas de Zoloz e construir uma base aérea secreta. Felizmente o Fantasma, noivo de Diana, é mais que um problema para os dois vilões. Não confundir com o filme de 1996, com Bily Zane e Catherine Zeta-Jones, com os mesmos personagens.




Filme recomendado: “Billy Elliot”

Bailarinos de carvão


Em meio ao festival de greves que assola o país, é interessante ver um filme, cuja história é ambientada na famosa greve dos mineiros de carvão da Inglaterra, em meados dos anos oitenta. Numa queda de braço com a Dama de Ferro Tatcher, os mineiros resistiram meses a fio, enfrentando a polícia, e, sofrendo penúrias de todo tipo. Ao final, capitularam, por não conseguir resistir ao rolo compressor da globalização. Mas, o tema central de "Billy Elliot" não é o movimento dos mineiros e sim o balé.

Vocês certamente perguntarão o que tem mineiros, polícia e greve, a ver com balé. Por incrível que pareça, o filme consegue mostrar o que todas essas coisas têm em comum com a refinada arte da dança, como veremos mais adiante. Britanicamente, vamos por partes, como diria o ilustre Jack, o Estripador.

Billy Elliot é um garoto de doze anos que, em 1984, vivia com sua família, numa pequena cidade de mineiros do norte da Inglaterra. Órfão de mãe, sua família resumia-se ao pai, um irmão de vinte anos, e, a avó, meio esclerosada.

Em meio ao violento movimento grevista, onde piquetes violentos alternavam-se com choques com a polícia, Billy vivia a rotina de qualquer garoto de sua idade, entre a escola e a academia de boxe. Por mais que se esforçasse, Billy não conseguia aprimorar-se no pugilismo. Isso era decepcionante para o pai, já que o boxe era uma tradição em sua família.

Um certo dia, como castigo por ter ido mal no ringue, Billy fica com a incumbência de entregar a chave da academia para a professora de balé, que dividia o espaço para suas aulas. Fascinado com o que via, quando Billy tomou consciência, já estava de sapatilhas, participando da aula. A professora, profissional limitada, mas com um olho clínico, percebeu o potencial que tinha diante de si e incentivou-o a continuar treinando.

Em segredo, Billy prosseguiu seus treinamentos, animado com a sugestão da professora, de tentar uma bolsa na escola nacional de balé. Tudo ia muito bem, até o pai flagrar Billy na aula. Para uma pequena cidade, constituída, na sua maioria, por trabalhadores braçais, que nasciam e morriam minerando carvão, o caso constituiu-se num escândalo, principalmente pela associação da arte ao homossexualismo. Proibido de freqüentar as aulas, Billy pratica às escondidas, ainda alimentando o sonho de um dia tornar-se um bailarino. No Natal, enfrenta o pai com aquilo que tinha de mais forte: a dança.

Resolvido a proporcionar ao filho um destino melhor do que o seu, Jackie Elliot fica tão aturdido, a ponto de querer furar a greve, para conseguir dinheiro. Sensibilizada, a cidade toda resolve ajudar o garoto, para que este realize o seu sonho. Ponto. O resto você verá no filme.

O que mais pode ser dito sobre este filme, sem estragar o prazer de quem vai assisti-lo? O roteiro e a trilha sonora são tão bem feitos, que até as cenas de confronto entre os grevistas e a polícia sugerem cenas de um balé, embora as imagens delicadas sejam substituídas por correrias, empurrões e muita porrada. Quem espera ouvir músicas clássicas todo o tempo, vai ser surpreendido com um rock agradável, até para quem não é fã do gênero.

Outra discussão interessante do filme é sobre a associação do balé masculino com homossexualismo. Em nenhum momento, Billy demonstra interesse por pessoas do mesmo sexo. O seu prazer é dançar. O mesmo não ocorre com o melhor amigo, que veste as roupas da irmã, quando está sozinho.

Além da fotografia fantástica, roteiro arrumado e ótimas coreografias, o elenco tem um papel importante no filme. Os papéis mais fortes, o pai de Billy e a professora de balé são interpretados por Gary Lewis e Julie Walters, dois ótimos atores, veteranos, mas pouco conhecidos fora da Europa. Já o garoto Jamie Bell, parece interpretar a si próprio. Selecionado entre milhares de garotos, preenchia as exigências da idade, do sotaque regional e das habilidades cênicas e da dança. Como Billy, ele também freqüentava as aulas de dança, escondido dos amigos, para não sofrer com as gozações.

A edição da Universal para a região 4 estaria perfeita, não fosse o detalhe de que a nossa língua é o português. Por conta disso, o excelente Making Of com vinte minutos, e, as notas de produção e elenco, ficam restritos aos que entendem inglês. O formato de tela é widescreen e o áudio traz somente a opção inglês Dolby Digital 5.1. As legendas podem ser em português, espanhol, inglês, chinês, coreano e tailandês. Além dos extras já mencionados, vem também material para DVD-Rom.

Eu sempre costumo dizer que um filme é bom, quando pode olhado por vários ângulos diferentes. Billy Elliot é um belo exemplo disso. Além dos interessantes questionamentos oferecidos, há uma história enternecedora e verossímil, além de belas cenas de danças, tanto os solos de Billy como os embates coreografados. Recomendo.

sexta-feira, 16 de abril de 2004

16/04/2004 - "Doutor Fantástico"


Filme recomendado: “Doutor Fantástico”

Como eu aprendi a deixar de me preocupar e amar a Bomba

Não há limites para a sede de poder do homem, e, em nome da paz, nascem mais e mais guerras. Como é mais fácil iniciar uma do que termina-la, sempre fica a preocupação de como isso irá terminar. Um filme dos anos 60, que retrata magnificamente isso, é “Doutor Fantástico”, uma das obras-primas de Stanley Kubrick.

O filme é um produto da Era da Guerra Fria, feito em 1963, em plena corrida armamentista, onde se via um comunista, comedor de criancinhas, debaixo de cada cama. Homem de visão não-engajada, e, crítico feroz dos fanatismos, Kubrick conseguiu passar para as telas a paranóia existente e o risco que a humanidade corria.

“Doutor Fantástico” é baseado num livro chamado Red Alert, que imagina as duas primeiras e decisivas horas de uma guerra nuclear. Outro filme da época, “Fail Safe” ( no Brasil, “Limite de Segurança”) de Sidney Lumet, com Henry Fonda e Walther Matthaus, usou o mesmo tema. Mas, enquanto Lumet mostrou a história de uma forma dramática, Kubrick direcionou seu filme para a comédia. Ambos os filmes são geniais, não perderam a atualidade, e, para o prazer dos cinéfilos, estão disponíveis em DVD.

Ambos os filmes exploram o mesmo tema, o início de uma guerra nuclear devido a fatores imprevistos. Em “Doutor Fantástico”, um general ensandecido, que acreditava que o tratamento da água encanada era um processo de dominação comunista, ordena um ataque nuclear à Rússia. Ironicamente, o lema deste grupo aéreo é "Paz é a nossa profissão”.

Para complicar tudo, os russos tinham desenvolvido a "arma do juízo final" que seria acionada automaticamente por uma explosão nuclear, destruindo a vida na superfície da Terra durante noventa e três anos.

Todos os militares americanos são retratados impiedosamente por Kubrick: o brigadeiro Ripper ( Sterling Hayden), que ordena o ataque e enfrenta seus colegas com uma metralhadora ponto cinqüenta, no estilo que ficaria famoso em “Rambo II”, anos mais tarde; o ultra-paranóico-radical General "Buck" Turgidson ( George C. Scott, numa antecipação do seu mais famoso filme – “Patton”) que quer a todo custo aproveitar o incidente e completar a guerra; Colonel "Bat" Guano ( Keena Wynn), que após invadir o quartel e matar vários soldados, não quer danificar uma máquina de Coca-Cola, porque é propriedade privada; Major T.J. "King" Kong ( Slim Pickens) o fanático piloto do bombardeio, que é o protagonista da antológica "cavalgada" na bomba nuclear.

O elenco todo está inspiradíssimo, a começar por Peter Sellers, que protagoniza três personagens diferentes: o inglês capitão Mandrake, único militar com algum bom senso no filme, o presidente dos Estados Unidos, e, o papel-título do misterioso Dr. Strangelove. Este último, quando aparece na parte final do filme, é uma acusação direta de fascismo aos militaristas de plantão, chamando o presidente de Mein Fueher, e, fazendo a saudação nazista, por exemplo. Curiosamente, Sellers, que estrelou muitas comédias, entre as quais, “Pantera Cor de Rosa”, faz os papéis mais contidos do filme.

De todos os principais atores do filme, o único que ainda está vivo é James Earl Jones, que ficou mais conhecido como o chefe da CIA nos filmes “Caçada ao Outubro Vermelho”, “Jogos Patrióticos”, e, “Perigo Real e Imediato”.

A edição em DVD está semelhante à que saiu nos Estados Unidos. O formato de tela é Full Screen, mas corresponde ao 16mm do cinema, de forma que não há perda de imagem ( aliás, diz a lenda que Kubrick preferia esse formato). O som é 2.0 mono original e o filme é preto e branco. Tudo isso que parece desvantajoso em relação aos filmes atuais faz parte de um conjunto harmônico da obra de Kubrick. É como se estivéssemos assistindo a obra original, sem os risquinhos na tela. A imagem, aliás, está primorosa. Os efeitos especiais são pobres, mas convincentes, para a época. Falando em efeitos especiais, Kubrick encantaria o mundo, alguns anos depois, com “2001, uma Odisséia no Espaço”.

O DVD traz os mesmos extras da edição americana, incluindo um documentário sobre a vida e obra de Kubrick e um Making Of de Doutor Fantástico. Lamentavelmente, não existem legendas, o que inviabiliza para muitos a chance de conhecer mais sobre uma das maiores expressões do cinema mundial.

“Doutor Fantástico” é um filme que vale à pena ser assistido, e, discutido, com os amigos, filhos, vizinhos, cachorro e papagaio. É importante observar que, os que tem o poder de apertar botões ( não só os das bombas), muitas vezes tomam as decisões pelas motivações mais pessoais e absurdas, sem se preocupar com as conseqüências para milhões de cidadãos. E, para tornar o programa mais interessante, que tal uma sessão tripla com “Limite de segurança” e “A Soma de Todos os Medos”?

sexta-feira, 2 de abril de 2004

02/04/2004 - "Hans Staden"


Filme Recomendado: “Hans Staden”

Como era gostoso o meu alemão

É curioso que a maioria das crianças deteste História do Brasil e se interesse pela História Geral. Talvez porque descobrir sobre o Egito Antigo ou os gregos seja mais interessante do que saber quem compôs a Trina Provisória ou onde aconteceu a Balaiada. Isso não mudou muito desde a minha própria passagem pela escola primária, no século passado.

Não sei o motivo da distorção, mas só vim tomar conhecimento de um dos documentos mais importantes da história colonial brasileira alguns anos atrás: o relato do alemão Hans Staden sobre sua estada no Brasil, quando foi inclusive prisioneiro dos índios tupinambás. Tão importante quanto a carta de Caminha, a narrativa de Staden difere desta por ser uma descrição de fatos e costumes, trazendo a visão da cultura indígena com uma riqueza de detalhes que não se acha em outras fontes. A não ser Monteiro Lobato, que fez uma recontagem do livro de Staden, a saga do alemão foi olimpicamente ignorada pelos luminares da nossa historiografia.

Hans Staden embarcou como artilheiro em navios espanhóis, tendo vindo duas vezes ao Brasil em navios espanhóis. Na primeira vez, esteve em Pernambuco. Na segunda, embarcou em Sevilha na expedição espanhola de Diego Sanábria, novo Governador designado do Paraguai. A expedição foi dividida em duas seções, vindo Hans Staden na primeira. Era uma esquadra composta por três navios, levando 200 pessoas sob o comando de Juán de Salazar y Spinoza. Aportou na Baía Sul da Ilha de Santa Catarina em 25 de novembro de 1549. Os três navios naufragaram e os sobreviventes da esfacelada expedição dividiram-se, indo parte por terra para o Paraguai e outros, Staden inclusive, foram para São Vicente. Lá, Staden serviu como instrutor de artilharia para os portugueses.

Quando estava prestes a voltar para a Europa, Staden foi capturado pelos índios tupinanbás, aliados dos franceses. Mesmo clamando não ser português, Staden foi levado para a aldeia de Koniambebe, onde começou a estada que se prolongaria por três anos, sempre a pique de ser devorado. Mais do que um costume bárbaro, a antropofagia pertencia à cultura de inúmeros povos indígenas do nosso continente. Da mesma forma que muitas tribos africanas e aborígenes, havia a crença de que, ao comer o inimigo, parte de suas qualidades passaria para o devorador. Tanto é que os candidatos a churrasco eram prisioneiros de guerra que passavam um bom tempo convivendo com seus captores. Era comum o prisioneiro ter uma esposa e participar de todas as atividades e eventos sociais da tribo, culminando com a festa onde ele seria o prato principal.

Graças a todo tipo de manobra que pode fazer, o alemão conseguiu adiar por nove meses a sua morte até conseguir a liberdade através do comandante de um barco francês. Após retornar à Europa, escreveu sua experiência no livro "Hans Staden: A verdadeira história do seu cativeiro", que tornou-se um best seller ao ser publicado em 1557. Foram feitas inúmeras edições em alemão, latim e francês. O livro era composto de duas partes, sendo a primeira dedicada à narrativa dos dois naufrágios e ao cativeiro com os tupinambás. Na segunda parte, Staden faz uma preciosa descrição etnográfica do povo Tupinambá, inclusive dos costumes familiares e sociais, práticas políticas, religião e, como não poderia deixar de ser, do canibalismo. Este estudo foi de uma importância muito grande, pois a cultura tupinambá dominava todo o sudeste do Brasil e sua linguagem ( geral) era largamente utilizada pelos colonizadores.

A primeira incursão da história de Staden no cinema foi através do filme "Como era gostoso o meu francês", genial longa-metragem de Nelson Pereira dos Santos produzida em 1970. A história foi contada com algumas diferenças, tanto na nacionalidade do personagem principal, como também no desfecho literalmente antropofágico. Talvez simbolizando a esperança de que a nossa cultura conseguiria sobrepor-se à dos colonizadores.

Nesta versão de 1999, o roteiro foi fiel ao texto original, tanto nos fatos como na recriação de época. O filme foi rodado em Ubatuba, numa região desabitada, chegando a ser construída uma aldeia cenográfica com todos os detalhes possíveis. O elenco está afinadíssimo, principalmente nas cenas de atividade grupal, como as danças, rituais e cenas de guerra. O elenco passou meses estudando a língua tupi ( com ajuda de um linguista) e enfrentou dificuldades adicionais, como a nudez quase permanente durante as filmagens.

Os diálogos são quase todos em tupi, com algumas poucas palavras em português e francês e a abertura e fechamento narrados na primeira pessoa em alemão. Essa salada linguística, ao contrário do que poderia parecer, fornece um clima de realismo que só é quebrado com a intromissão gratuita de Cláudia Liz como a Iara e Sérgio Mamberti como um negociante judeu-francês.

O filme tem tudo na medida certa, direção segura, atores perfeitamente integrados, uma interessante trilha sonora com músicas indígenas e principalmente uma história verossímel num roteiro bem trabalhado. "Hans Staden" foi vencedor dos prêmios de júri e melhor trilha sonora no Festival de Brasília de 2000. Só pra se ter uma idéia de proporções, "Hans Staden" custou R$ 1.700 mil. Isso não daria para pagar os coadjuvantes de um filme "lá de cima".

A edição em DVD não é maravilhosa, mas está no padrão da Versátil: formato de tela Full Screen, som 2.0 e legendas em espanhol, francês, inglês e português ( é indispensável o uso de legendas). Como extras, notas sobre Hans Staden e a produção, trailer, um documentário da TV Cultura sobre o filme, trilha sonora isolada e algumas outras curiosidades.

"Hans Staden" é um retrato seco e fiel da História Colonial, sem julgamentos, emoções ou aventuras espetaculares. É uma visão ilustrada e pitoresca de uma época de nossa história onde os índios ainda tinham força e poder, pouco afetados pela ganância e vícios do homem branco. Merecia uma edição melhor, mas, ainda assim, vale à pena conferir.