sábado, 18 de março de 2006

Claquete 18 de março de 2006


Claquete

Newton Ramalho - claquete@pop.com.br

O que está em cartaz

A chegada da Semana Santa traz, para muitos, uma sensação de tristeza e culpa, pelo sacrifício de Cristo. Prefiro pensar na Páscoa, na alegria do renascimento, e, em nossa busca incansável para nos tornarmos pessoas melhores. Pensando assim, que tal curtir uma ótima animação, “Os Robôs”, dos mesmos autores do excelente “A Era do Gelo”, ou, uma comédia romântica, bem brasileira, “O Casamento de Romeu e Julieta”? Nas continuações, o premiado “Menina de Ouro”, ganhador de quatro Oscars, a aventura “O Vôo da Fênix”, com Dennis Quaid, o policial “Ladrão de Diamantes”, com o ex-007, Pierce Brosnan, a comédia romântica “Hitch – Conselheiro Amoroso”, com Will Smith, e, os suspenses “Vozes do Além”, com Michael Keaton, “O Amigo Oculto”, com Robert de Niro, e, “Constantine”, com Keanu Reeves, este nas duas redes de Natal. A sessão Filme de Arte do Cine Natal 1 reapresentará “Os Sonhadores”, do genial Bertolucci.


Estréia 1: “Robôs”

Animada pelos excelentes resultados de “A Era do Gelo”, que rendeu mais de 370 milhões de dólares, a Fox Animation e a Blue Sky Studios uniram-se novamente, para lançar mais uma animação no mercado. Desta vez, é “Robôs”, que teve a co-direção do brasileiro Carlos Saldanha. Rodney Lataria (Reynaldo Gianecchini), um robô que tem um dom para inventar máquinas, trabalha com seu pai, lavando pratos. Sonhando em conhecer seu ídolo, o Grande Soldador (José Santa Cruz), Rodney decide partir em uma viagem, rumo a Robópolis. Porém, ao chegar na cidade, ele percebe que sua busca será mais difícil do que imaginava. Logo, Rodney torna-se amigo dos Enferrujados, um grupo de robôs de rua, que sabe se virar, e, que acaba por abrigá-lo. Tentando encontrar o Grande Soldador, e, mantendo seu ideal em fazer um mundo melhor, ele enfrenta situações que podem pôr em risco a própria existência de Robópolis. “Robôs” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 1, e, nos Cines 1 e 6, do Moviecom. Censura livre.


Estréia 2: “O Casamento de Romeu e Julieta”


Alfredo Baragatti (Luís Gustavo) é um advogado, descendente de italianos, que é palmeirense ferrenho, sendo até membro do Conselho Deliberativo do clube. Alfredo criou sua Julieta (Luana Piovani) para ser como ele, mais uma apaixonada pelo Palmeiras. Batizada em homenagem aos ídolos palmeirense, "juli", de Julinho, e, "eta", de Echevarietta, ela é jogadora do time feminino do Palmeiras, atuando como centroavante. Julieta se apaixona por Romeu (Marco Ricca), um médico oftalmologista, de 45 anos, que é corinthiano de coração. Em nome do amor, Romeu aceita se passar por palmeirense, chegando a se filiar como sócio do clube, e, ir aos jogos, para torcer pelo rival. Tais atitudes geram desconfiança em sua família, principalmente em seu filho Zilinho (Leonardo Miggiorin), e, na avó Nenzica (Berta Zemmel), ambos corinthianos fanáticos. A direção é de Bruno Barreto, e, a história, baseada em um conto de Mário Prata. “O Casamento de Romeu e Julieta” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Pré-Estréia 1: “O Chamado 2”


Em 2002, um estranho filme, “O Chamado”, chegou aos cinemas, deixando aturdidos os espectadores, sempre na dúvida se tinham adorado ou detestado. O filme, uma refilmagem de “Ringu”, uma produção japonesa, tinha sua trama em torno de uma estranha fita, que levava à morte todos os que a assistiam, exatos sete dias depois. A continuação, “O Chamado 2”, foi dirigida pelo mesmo diretor dos originais japoneses, Hideo Nakata. Seis meses após os eventos que aterrorizaram Rachel Keller (Naomi Watts), e, seu filho Aidan (David Dorfman), os dois tentam deixar para trás as lembranças de Samara (Daveigh Chase), e, sua fita de vídeo amaldiçoada. Rachel e Aidan se mudam de Seattle para a pequena comunidade litorânea de Astoria, no estado de Oregon, onde pretendem recomeçar a vida. Porém, após a ocorrência de um crime local que tem uma fita de vídeo envolvida, Samara retorna para reiniciar seu ciclo de mortes. “O Chamado 2” terá pré-estréia, nas próximas quarta e quinta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.



Pré-Estréia 2: “Reencarnação”

Certos filmes causam polêmica antes mesmo de estrear. “Reencarnação”, estrelada por Nicole Kidman, causou furor, devido a uma cena onde ela beija um garoto de dez anos na boca. Dez anos após a morte de seu marido, Anna (Nicole Kidman) finalmente conseguiu reconstruir sua vida, estando prestes a casar novamente. Repentinamente, surge, em sua vida, um garoto de dez anos, que se apaixona por ela, e, diz ser a reencarnação de seu falecido marido. Anna, inicialmente, considera a história totalmente absurda, mas, alguns detalhes, de situações ocorridas, entre ela, e, seu falecido marido, contados pelo garoto, fazem com que fique intrigada. Aos poucos, Anna começa a relembrar fatos de seu passado, e, começa a questionar as escolhas que fez na vida, o que faz com seu noivo, a família dele, e, sua melhor amiga fiquem preocupados. “Reencarnação” terá pré-estréia na próxima quinta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.



Música brasileira em Hollywood

Ultimamente, parece ser coisa chique, acrescentar alguma música brasileira nos filmes. Além de uma versão meio estranha de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, numa cena em um clube, em “O Aviador”, outros dois sucessos recentes exibem músicas brasileiras. Em “Ladrão de Diamantes”, “Agora só falta você”, de Rita Lee, na voz de sua xará, Maria Rita, marca um dos momentos românticos do filme. Em “Perto Demais”, a cantora Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e Miúcha, cede três sucessos de seu primeiro disco: “Mais Feliz”, “Tanto Tempo” e “Samba da Benção” (de Vinícius de Moraes e Baden Powell). É sempre bom ter a qualidade de nossos artistas em evidência, mesmo que seja nos filmes dos outros.



“Brilho Eterno”, em DVD

Um filme interessante, estrelado por Jim Carrey, chega às locadoras, em formato digital: “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que, durante anos, tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre, e, para tanto, aceita submeter-se a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude, Joel entra em depressão, frustrado, por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao mesmo tratamento. Porém, ele acaba desistindo, de tentar esquecê-la, e, começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória, nos quais ela não participa. Além do filme, o DVD traz comentários do diretor e do roteirista, o documentário “Uma espiada dentro do Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, Uma conversa com Jim Carrey e o diretor Michel Gondry, Cenas excluídas, Videoclipe: The Polyphonic Spree - Light & Day, e, Comercial da Lacuna. O formato de tela é widescreen anamórfico, e, o som, além das dublagens em português e espanhol, traz o áudio original em Dolby Digital e DTS. Item para colecionadores. O filme, dirigido por Michel Gondry, ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.



Filme de Arte: “Os Sonhadores”

A sessão Filme de Arte, do Cine Natal 1, reapresentará a produção de Bernardo Bertolucci “Os Sonhadores”. O ano de 1968 mudou o mundo, para sempre. Enquanto o movimento hippie pregava o amor livre, os estudantes, do mundo inteiro, protestavam, contra a Guerra Fria, a guerra do Vietnã, e, contra o próprio modelo estudantil, arcaico e arraigado às velhas tradições. A França explodiu, numa rebelião sem precedentes. É esse cenário, em polvorosa, que Matthew (Michael Pitt) encontra, quando sai dos Estados Unidos, para estudar em Paris. Lá, ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green), e, Theo (Louis Garrel), que vivem uma relação incestuosa. Os três tornam-se amigos, dividindo experiências, e, relacionamentos, enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil. Intrigante e provocante, como a maioria das obras de Bertolucci, o filme divide opiniões, que vão da paixão à ojeriza total. “Os Sonhadores” terá sessão única, às 21h10 do dia 22, terça-feira, no Cine Natal 1. Para maiores de 16 anos.


Tamanho é documento?


Está pensando em trocar o seu televisor por um modelo com a tela maior? Se acha que o maior significa o melhor, saiba que a coreana Sansung apresentou um monitor de TV de plasma de 102 polegadas. A “criança”, que mede 2,2 por 1,3 metro, oferece ainda um contraste de 2000:1, que possibilita uma melhor definição das sombras. Mas, antes de se animar muito, saiba que, nem mesmo o fabricante teve coragem de dizer o preço deste mimo. Tamanhos menores, mas, ainda assim, impressionantes, já estão disponíveis no mercado, através de vários fabricantes. O problema é decidir qual tecnologia adotar, já que, a cada dia, surgem novos modelos de plasma, cristal líquido e DLP. Até mesmo o antiquado tubo de imagem ensaia uma volta por cima, com uma profundidade menor, ocupando menos espaço na sala. E tem gente que ainda chama a TV de 29 polegadas de telão...


Mônica, chocolate, e, DVD

Quem pensa que cinema só casa com pipoca, pode ir mudando de idéia, pelo menos, nesta Páscoa. A Paramount, Mauricio de Sousa Produções, e, a tradicional fabricante de chocolates Duffy, lançam o primeiro ovo de páscoa com DVD no Brasil. A princípio, serão produzidas 20 mil unidades do novo produto. O kit, intitulado “Páscoa Divertida”, contém um ovo de chocolate ao leite de 225 gramas, mais o DVD da Turma da Mônica. O DVD traz seis histórias clássicas, dos personagens de Mauricio de Sousa, e, jogos interativos, que podem ser jogados com os controles do aparelho.


Promoções, para que te quero


Para quem quer levar os pimpolhos ao cinema, é bom ficar atento às promoções, que podem render uma boa economia, pelo menos nas entradas. A quarta-feira é o dia universal da promoção, com entradas a 8 e 4 reais, nas duas redes de cinema de Natal. O Moviecom acena com preço único de R$3,50, para as sessões que iniciam antes das 14h (observem o ANTES, 14h já será um novo preço). O Cine Natal 1, por sua vez, acena com sessões extras de “Os Robôs”, no sábado e domingo às 11h, com preços a 8 e 4 reais. A meia entrada é válida para estudantes, crianças até 12 anos, e, adultos a partir de 60 anos. Aproveite!



Filme recomendado: “Final Fantasy”

Devoradores de almas



Não é muito difícil que, produções, tecnicamente irrepreensíveis, tenham uma fraca aceitação, do público, e, da crítica. Isso acontece porque há as obras "cabeça" e as de fácil consumo. Quando se tenta misturar as duas coisas, a rejeição é inevitável. Possivelmente foi o que aconteceu com "Final Fantasy". Contudo, este filme merece ser revisitado, não apenas pela sofisticação técnica, mas, pela história, curiosa, e, fora dos padrões hollywoodianos.

Como é possível que uma animação, gerada pelas mais avançadas técnicas de computação gráfica, repleta de cenas de ação, e, com uma bela trilha sonora, tenha caído nessa situação? A resposta deve estar no enredo, que envolve alienígenas, espiritualidade, e, um ambiente apocalíptico.

A situação passa-se na Terra, no final do século 21. Nosso planeta fora invadido por estranhos seres, vindos em um meteoro, que caiu na Europa central. Os invasores desconhecidos matam todos os seres vivos, apoderando-se de suas almas. Só depois de muitas perdas, foi que os humanos, graças a um cientista de mente mais aberta, conseguiram descobrir um tipo de energia que, não só podia proteger os humanos, como também, atingir os invasores. Essa energia, chamada de bio-etérea, era gerada a partir de organismos microscópicos, e, fornecia não só o insumo para que as máquinas funcionassem, como também ERAM as próprias máquinas. É como se fosse uma realidade virtual-real.

Uma jovem cientista, Aki, tem sonhos recorrentes sobre os invasores, e, seu mundo original, e, busca uma maneira de anular a energia que mantém vivos os alienígenas. Para isso, precisa coletar oito espíritos diferentes, cujas energias, combinadas, poderão derrotar os invasores.

Ao mesmo tempo, um general belicoso, e, vingativo, quer, a todo custo, usar uma poderosa arma, estacionada na órbita da Terra, para destruir os invasores. Os cientistas tentam demovê-lo dessa idéia, mostrando que esse ataque só vai fortalecer o inimigo, já que este é formado de energia pura. Indiferente aos apelos, o general continua obsessivamente a sua campanha, chegando a provocar a destruição da cidade-barreira de New York, apenas para justificar a necessidade do ataque.

Enquanto o general prossegue na sua loucura, Aki, e, um antigo namorado, o capitão Gray, buscam os dois espíritos que faltam, para completar a solução "ecológica" do problema. Não é preciso dizer que os dois estão no alvo, e, no momento exato, do ataque do general. Para saber do resto, favor assistir o filme.

“Final Fantasy” representou um ambicioso projeto de computação gráfica, que levou, para as telas dos cinemas, com extremo realismo, o universo do videogame de mesmo nome. Mas, como desenhos, mesmo sofisticados, ainda são encarados, pelos adultos, como programas de criança, “Final Fantasy” esbarrou na falta de um público capaz de entender a complexidade dos conceitos apresentados. A duras penas, a indústria do cinema entendeu que, não basta imitar a realidade, é preciso mostrá-la de forma atraente.

Posteriormente, a Pixar encarregou-se de consagrar a computação gráfica, com sucessos como “Toy Story”, “Monstros S.A.”, e, o recente “Os Incríveis”.

A edição, em DVD, de “Final Fantasy”, é primorosa. O formato de tela é o original de cinema, widescreen anamórfico, e, o som apresenta as opções de inglês e português, ambas em Dolby Digital 5.1. No disco um, além do filme, estão disponíveis os comentários do co-diretor e da equipe. No segundo disco, Making Of, Cenários e Objetos, Aberturas alternativas, comentários do diretor, arquivos dos personagens, escalas de veículos, Editando Final Fantasy, Pesquisa de trailer, Primeiros testes, Transformação dos personagens, Trilha sonora isolada, storyboards e rascunhos, e, até mesmo o roteiro completo do filme! Um extra divertido é um apanhado dos “erros de gravação”, de algumas cenas do filme.

“Final Fantasy”, que levou quatro anos e 137 milhões de dólares para ser realizado, merece ser assistido com calma, não apenas pelos efeitos especiais primorosos, mas, principalmente por seu enredo denso e intrincado, mostrando que, na maioria das vezes, o inimigo não está lá fora, mas, dentro de cada um de nós.

sexta-feira, 10 de março de 2006

Claquete 10 de março de 2006



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Esta semana, o natalense ganha mais sete salas de cinema, como a inauguração do complexo Cinemark. Com as novas salas, chegam seis estréias, muito esperadas. Na esteira do dia da Mulher, tem o drama nacional “Mulheres do Brasil”, “Firewall – Segurança em Risco”, com Harrison Ford, “Os Seus, os Meus e os Nossos”, comédia, com Denis Quaid e René Russo, o suspense “Cry Wolf – O Jogo da Mentira”, o desenho da Disney “Bambi 2 – O Grande Príncipe da Floresta”, e, “O Matador”, com Pierce Brosnan. Nas continuações, o terror “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”, baseado em fatos reais, o remake de “A Pantera Cor de Rosa”, estrelado por Steve Martin e Jean Reno, o infantil alemão “A Terra Encantada de Gaya”, dublado por Marcio Garcia, e, pela equipe do Pânico na TV, o drama “O Segredo de Brokeback Mountain”, do diretor Ang Lee, e, a excelente comédia nacional “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires.


Estréia 1: “Mulheres do Brasil”

Telma (Roberta Rodrigues) é porta-bandeira, que enfrenta os problemas do cotidiano para manter a tradição familiar, e, assim como a avó e a mãe, conquistar o prêmio máximo no Carnaval do Rio de Janeiro. Laura (Bete Coelho) é uma mulher que, aos 45 anos, precisa enfrentar as dificuldades de retornar ao competitivo mercado de trabalho de São Paulo, após o fim de seu casamento. Esmeralda (Camila Pitanga) é uma mulher do interior da Bahia que, desde criança, segue a fé cristã, mas, apresenta fortes traços de personalidade e dubiedade de um anjo-demônio. Ana (Luana Carvalho) é uma jovem universitária de Maceió que, após conhecer um casal formado por uma rendeira e um pescador, revê seus valores de vida. Já Martileide (Carla Daniel) é uma garçonete de Curitiba que, inconformada com a vida que leva em um bairro pobre, redescobre a esperança através da voz de um locutor de rádio. Com direção de Malu de Martino, “Mulheres do Brasil” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom e Sala 3 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 2: “Firewall – Segurança em Risco”

Jack Stanfield (Harrison Ford) é um especialista em segurança de computadores que trabalha para o banco Landrock Pacific. Jack é um executivo de confiança de alto nível, tendo construído sua carreira com o desenvolvimento dos mais eficazes sistemas antifraude do setor. Bill Cox (Paul Bettany), um inteligente vigarista, espiona a vida de Jack há quase um ano, monitorando sua atividade na internet, ouvindo suas conversas telefônicas e acompanhando sua rotina diária, usando uma rede de câmeras digitais e microfones parabólicos. Por saber tudo da vida de Jack, Bill e uma equipe de mercenários conseguem invadir sua casa e manter sua esposa Beth (Virginia Madsen) e seus filhos como reféns. Para que sua família sobreviva, Jack precisa participar de um esquema para roubar cem milhões de dólares banco em que trabalha. Com todas as rotas de fuga possíveis tendo sido bloqueadas por Bill, Jack é obrigado a encontrar uma falha em seu próprio sistema de segurança que possibilite a transferência da quantia desejada para uma conta no exterior, de forma que ele seja incriminado e não haja a menor pista de que Bill Cox exista. A direção é de Richard Loncraine. A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 16 anos.

Estréia 3: “Os Seus, os Meus e os Nossos”

Frank Beardsley (Dennis Quaid) é um viúvo que tem oito filhos. Quando ele reencontra Helen North (Rene Russo), sua namorada na adolescência, os 30 anos em que não se viam parecem jamais ter passado. Helen também é viúva, e, tem dez filhos. Sem contar aos filhos, eles decidem se casar. Entretanto, as famílias de ambos não conseguem se entender, principalmente pelas diferenças de criação que cada família recebeu. Enquanto que os Beardsley são disciplinados, para os North não existem regras. Com isso os filhos de Helen não gostam de ter que dividir a mesma casa com um bando de arrumadinhos, enquanto que os filhos de Frank não gostam de ter os bagunceiros dos North ao seu lado. Tentando resolver os problemas, Frank e Helen criam um plano que fará com que todos tenham que trabalhar juntos. Refilmagem de filme homônimo, de 1968, com Henry Fonda e Lucille Ball. A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, e, na Sala 4 do Cinemark. Censura livre. Atenção: a cópia do Moviecom é dublada.

Estréia 4: “Cry Wolf – O Jogo da Mentira”

Após uma garota ter sido encontrada morta nos arredores do colégio Westlake Prep, um grupo de estudantes decide espalhar um boato macabro: que um assassino chamado "O Lobo" está por perto, em busca de sua próxima vítima. A brincadeira tem por objetivo conferir quantas pessoas acreditarão no assassino fictício, e, quantas descobrirão que nada daquilo é verdade. Porém, logo em seguida, alguns alunos aparecem mortos, nas cercanias do colégio, deixando a dúvida se a história que inventaram é realmente apenas uma brincadeira. O orçamento de “Cry Wolf - O Jogo da Mentira” foi de “apenas” um milhão de dólares, sendo que esta quantia foi obtida através do 1º prêmio conquistado no concurso Chrysler Million Dollar Film Festival. A direção é de Jeff Wadlow. “Cry Wolf – O Jogo da Mentira” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 5: “Bambi 2 – O Grande Príncipe da Floresta”

Após a morte da mãe de Bambi (Matheus Perissé), seu pai, o Grande Príncipe da Floresta (Márcio Seixas), vai se aconselhar com o Amigo Coruja (Pietro Mario). O Príncipe deseja encontrar uma boa corça, que possa cuidar de Bambi. Apesar de achar que este não é trabalho para um príncipe, ele aceita o conselho do Amigo Coruja, e, decide cuidar do filhote por alguns meses, até a chegada da primavera. Pouco habituado à companhia de jovens, o Príncipe tenta ensinar ao filho os segredos da floresta, e, também, as responsabilidades de sua posição, que um dia será herdada por Bambi. Continuação do clássico da Disney, de 1942, o desenho mostra, com a magia da fantasia, as dificuldades de relacionamento entre pai e filho, as dores da perda de um ente querido, e, a busca do amadurecimento, para assumir as responsabilidades que a tradição exige. A estréia será nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 6: “O Matador”

Julian Noble (Pierce Brosnan) é um assassino profissional que está atualmente na Cidade do México, executando outro trabalho. A vida de assassino matou Julian por dentro, fazendo com que ele não tenha nenhum relacionamento nem saiba se portar em situações sociais. Na cidade, ele conhece Danny Wright (Greg Kinnear), que está no local a negócios. O casal Wright está passando por problemas financeiros, o que fez com Danny viajasse à Cidade do Cabo para tentar aproveitar uma oportunidade. Ao esbarrar com Julian, no saguão do hotel, Danny vê nele a chance de resolver seus problemas. Ele passa, então, a se esforçar para que Julian tenha algum sentimento, algo que não acontece há vinte anos. Não se engane com o título, há pouco ação neste filme, com um Pierce Brosnan decadente, que mal lembra seus papéis de 007. A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.


Cinemark estréia cinemas em Natal

Começam a funcionar, para valer, a partir de hoje, as novas salas de cinema da rede Cinemark, instaladas no shopping Midway Mall. As sete salas do complexo são modernas, espaçosas, com telas imensas, poltronas confortáveis, distribuídas em estilo arquibancada, de forma que todos têm uma excelente visão do filme, isolamento acústico e som digital. O complexo, que oferece, ao todo, 1900 lugares, dispõe, também de uma moderna lanchonete, largas áreas de circulação, e, saídas de emergência visíveis. Na estréia, entre outras atrações, tem o vencedor de Melhor Filme do Oscar 2006, “Crash – No Limite”.


“Crash – No Limite”, no Cinemark

Jean Cabot (Sandra Bullock) é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, um imigrante iraniano e sua filha. “Crash – No Limite”, dirigido por Paul Haggis, Ganhou três Oscars, de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Foi, ainda, indicado para Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Matt Dillon) e Melhor Canção Original ("In the Deep"). Nesta sexta-feira, no Cine 5 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.


Bienal do Livro de São Paulo

Começou ontem, indo até o dia 19, a 19ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, maior evento literário do país. Serão 1,5 milhão de unidades dos 210 mil títulos expostos, dos quais, três mil são lançamentos. Além das exposições, haverá 310 horas de programação cultural com consagrados autores nacionais e estrangeiros, e, também, diversas atividades para crianças. A Bienal acontece no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Para mais informações, consulte o site do evento: www.bienaldolivrosp.com.br.


Nelson Pereira dos Santos vira imortal

Comprovando que cinema e literatura podem andar de mãos dadas, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, um dos fundadores do Cinema Novo, acaba de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras. Autor de filmes como “Rio, 40 Graus”, “Vidas Secas”, “Como Era Gostoso o Meu Francês”, e, “Memórias de Cárcere”, entre outros, Nelson vai ocupar a cadeira número sete, que era do embaixador Sérgio Corrêa da Costa. Coincidência, ou, não, o diretor do filme “Guerra e liberdade - Castro Alves em São Paulo”, irá ocupar a cadeira cujo patrono é o próprio Castro Alves!







Filme recomendado: “Navigator – Uma Odisséia no Tempo”

Mineradores da fé

Algo que Hollywood parece ter perdido, ao longo dos anos, é que, para se fazer bom cinema, é mais importante a inteligência do que uma enxurrada de dólares. Enquanto observo espectadores saírem do cinema indignados com a qualidade das produções atuais, fico encantado com um filme simples, de 1988, comprado por dez reais em saldão de loja de departamentos. O filme é “Navigator – Uma Odisséia no Tempo”, do diretor neo-zelandês Vincent Ward, que depois nos brindaria com “Amor Além da Vida”.

O filme inicia em uma pequena aldeia da Cumbria, um recanto remoto da Inglaterra, em 1348, em plena Idade Média. Todos estão apreensivos com os rumores sobre a Peste Negra, doença altamente contagiosa e fatal, que mata, de forma dolorosa, que é contaminado. Estima-se que, pelo menos um terço da população da Europa sucumbiu à doença.

Dentre todos, o mais apreensivo é Griffin (Hamish McFarlane), um garoto, que tem estranhas visões e premonições. Na vila, todos aprenderam a respeitar as visões do menino, pois, sempre se mostraram acertadas. Griffin, ultimamente, tem sido acometido por sonhos recorrentes, com imagens estranhas, que ele não consegue compreender. Para piorar as coisas, o irmão mais velho, Connor (Bruce Lyons), saiu em viagem, há meses, e, ninguém tem notícias dele.

Para alegria de Griffin, Connor retorna de viagem. Contudo, junto com ele, chegam as más notícias. A Peste Negra bate às portas da aldeia, deixando todos em pânico. Griffin, então, anuncia para todos que, só sobreviverão à Peste se conseguirem levar uma cruz para uma igreja que fica do outro lado do mundo.

Entre desconfiados e temerosos, um grupo de mineiros, liderados por Connor, decide cumprir a missão de colocar uma cruz no alto da igreja, e, isso, em menos de uma semana, tempo que a lua cheia levaria para completar o ciclo mortal da doença.

A jornada começa por um abismo imenso, no fundo do qual eles cavam um túnel, que os conduzirá até o outro lado do mundo. Só que, ao chegarem ao seu destino, deparam-se com algo estranhíssimo, uma cidade grande e moderna repleta de máquinas velozes e assustadoras. O grupo, de alguma maneira, atravessou uma barreira do tempo, chegando a 1980.

Ao mesmo tempo, maravilhados, e, apavorados, eles continuam firmes no propósito de cumprir a sua missão, preocupados em realiza-la a tempo, para salvar o resto da aldeia. Para quem só conhecia a força dos cavalos e bois, e, a luz dos candeeiros, é um choque a visão da eletricidade, e, guindastes, submarinos, trens, para eles, são seres monstruosos, criados pelo demônio.

Finalmente, o grupo alcança uma igreja, que, há anos, esperava a colocação da cruz no alto da torre. Connor, Griffin, e, Arno (Chris Haywood) debatem-se no alto, para cumprir a missão. Uma visão de Griffin perturba os três, pois o garoto sonhara com a morte de um deles.

O filme é um belo exercício sobre choques culturais, e, como a tecnologia mais avançada é vista pela ótica de quem não a conhece. Mesmo hoje, com a onipresente televisão, existem recantos onde as pessoas ainda vivem alheias a qualquer modernismo, seja numa aldeia da Amazônia, nas montanhas do Afeganistão, ou, nas favelas de qualquer cidade grande.

“Navigator – Uma Odisséia no Tempo” é conduzida genialmente pelo diretor, brincando com as cores (preto e branco na idade média, colorido, no presente), fazendo uso magistral da fotografia e da trilha sonora, perfeitamente afinada com o enredo.

É pena que a edição em DVD seja paupérrima, sem extras, com formato de tela fullscreen, e, som 2.0. Mas, não se poderia esperar muito de uma edição encartada em revistas, e, vendida nas bancas.

Este é um belo filme, que suscita discussões, e, certamente deixará algo a ser pensado. Experimentem.

sexta-feira, 3 de março de 2006

Claquete 03 de março de 2006




Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Com as águas de março levando o resto do Carnaval, quem sabe, agora, o 2006 inicia, para valer. As estréias ainda são tímidas. Tem o terror “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”, baseado em fatos reais, e, o documentário francês “A Marcha dos Pinguins”. Nas continuações, o excelente documentário “Vinícius” (veja em Filme Recomendado), o remake de “A Pantera Cor de Rosa”, estrelado por Steve Martin e Jean Reno, “Johnny e June”, a esperada cinebiografia do cantor Johnny Cash, “Syriana – A Indústria do Petróleo”, drama político, com George Clooney e Matt Damon, o infantil alemão “A Terra Encantada de Gaya”, dublado por Marcio Garcia, e, pela equipe do Pânico na TV, o drama “O Segredo de Brokeback Mountain”, do diretor Ang Lee, e, a excelente comédia nacional “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires.

Estréia 1: “Wolf Creek – Viagem ao Inferno”

Liz Hunter (Cassandra Magrath), e, Kristy Earl (Kestie Morassi) são duas mochileiras inglesas que estão em meio a uma viagem, no interior da Austrália, juntamente com Ben Mitchell (John Jarratt). Ao chegar no Parque Nacional Wolf Creek, eles encantam-se com a paisagem da segunda maior cratera do mundo. Mas, quando decidem ir embora, enfrentam problemas, pois seus relógios e o carro param de funcionar. É quando recebem a ajuda de um caminhoneiro, que passa pelo local, e, lhes oferece carona. Porém, o que eles não contavam é que seriam levados a um acampamento localizado em uma mina abandonada, onde a viagem do trio se transforma em um grande pesadelo. O filme é baseado em caso verídico, em que restos humanos foram encontrados na cidade de Snowtown, na Austrália, em 20 de maio de 1999. A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.

Estréia 2: “A Marcha dos Pinguins”

A cada inverno, na Antártica, o local mais inabitável da Terra, milhares de pinguins imperadores abandonam a segurança do oceano, e, sobem para a terra congelada, na intenção de iniciar uma longa jornada rumo o interior. Em fila indiana, os pinguins marcham para o terreno de reprodução tradicional da espécie. As fêmeas permanecem no local apenas o tempo necessário para a procriação, iniciando, logo após, sua viagem de retorno através de duzentos quilômetros de gelo rumo ao mar cheio de peixes. Os imperadores machos permanecem, para guardar, e, chocar os ovos. Após quatro meses, nos quais os machos nada comem, os ovos começam a se partir, e, os filhotes a nascer. Entretanto, eles só conseguirão sobreviver por 48 horas sem comida, dependendo do retorno das fêmeas ao local, que precisam trazer comida do oceano. O documentário, dirigido por Luc Jacquet, recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Documentário. A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Censura livre.

“Quatro Amigas e um Jeans Viajante”, em DVD

Tibby (Amber Tamblyn), Lena (Alexis Bledel), Bridget (Blake Lively), e, Carmen (America Ferrera) se conhecem desde bebês, já que suas mães faziam aula de aeróbica juntas. Elas nasceram no mesmo mês, e, cresceram juntas, tornando-se grandes amigas. Agora com 16 anos, elas estão prestes a se separar, pela primeira vez, já que Bridget, Lena e Carmen planejam viajar nas férias de verão. Em uma ida às compras, antes da separação, elas encontram uma calça jeans que, estranhamente, cabe, perfeitamente, em todas. As amigas, então, decidem comprá-la, e, iniciar uma irmandade em torno da calça, acreditando que ela seja mágica, pelo fato de se adequar aos diferentes corpos que a vestem. São definidas regras para o uso da calça, sendo que a principal é que cada uma das amigas poderá usá-la durante uma semana. Baseado em livro de Ann Brashares, e, dirigido por Ken Kwapis, é menos bobinho do que aparenta. Nas locadoras.

Oficinas e cursos de cinema em São Paulo

Durante os meses de março e abril, a organização Paulista Cultural irá promover cursos e oficinas sobre cinema. Na programação, estão Oficina de Direção de Arte, Curso-Debate sobre Crítica e História do Teatro, Oficina: Escreva o seu Longa-Metragem, e, Aprenda Inglês através do cinema. Os eventos serão todos em São Paulo, com datas e preços variados. Para melhores informações, ligar para 0XX11 3257-4472, ou, mandar um email para paulista@paulistacultural.com.br.

Conto que inspirou “Brokeback Mountain” é lançado no Brasil

Aproveitando o sucesso mundial do longa-metragem “O Segredo de Brokeback Mountain”, indicado para oito Oscars, a editora Intrínseca está lançando, no Brasil, o livro que traz o conto inspirador do filme. A autora, Annie Proulx, hoje uma senhora de 70 anos, já ganhou o prêmio Pulitzer de ficção pelo livro "The shippings news". “O Segredo de Brokeback Mountain” foi publicado, pela primeira vez, na revista New Yorker, em 1997. Apesar da própria autora considerar a transposição para as telas bem feita, certamente os leitores irão notar algumas diferenças, já que os personagens, no livro, não são bonitos como os atores escolhidos. Mas, cinema é fantasia, principalmente Hollywood, onde todos são perfeitos...



Oscar 2006, na Globo e na TNT

A TV Globo exibe, ao vivo, neste domingo, dia 5, a cerimônia de entrega do Oscar, diretamente de Los Angeles, nos Estados Unidos. A mais esperada festa do cinema terá narração de Maria Beltrão, com comentários do ator José Wilker, e, reportagens da correspondente Patrícia Poeta, que mostrará a movimentação em torno do prêmio e os bastidores do evento que reúne as maiores estrelas do cinema internacional. O canal pago TNT também vai exibir a premiação, com dublagem simultânea, e, comentários de Rubens Ewald Filho e Maria Cândida. Domingo, dia 5, a partir das 22h.

TV Digital, para quem é mesmo?

Com direito a metáforas do ministro Hélio Costa, que compara a decisão sobre o padrão da futura TV Digital brasileira a um penalty, há uma expectativa muito grande, com uma possível decisão no próximo dia 10 de março. O padrão favorito do ministro Hélio Costa, e, de quase todas as emissoras, é o japonês, ISDB, que, até agora, só foi adotado pelo próprio Japão, e, mesmo assim, em caráter experimental. O curioso é que, o debate fica em torno da altíssima definição, interatividade em alto nível, transmissão de programas para celulares, etc.. Será que alguém já parou para pensar que a imensa maioria da população brasileira ainda assiste as novelas em receptores de 14 e 20 polegadas? É dessa população que se espera arrecadar os dez bilhões de dólares previstos na troca de receptores, nos próximos anos? Vai esperando...

“Huckabees – A vida é uma Comédia”, no Cineclube Natal

O Cineclube Natal programou, para o próximo domingo, dia 05, “Huckabees – A vida é uma Comédia”, do diretor David O. Russell. Albert Markovski (Jason Schwartzman) é um poeta de coração mole, que decide contratar dois detetives, Bernard (Dustin Hoffman) e Vivian (Lily Tomlin), para investigar três coincidências, que, segundo ele, podem ser o segredo da vida. A investigação logo envolve outros clientes da dupla, como o vulnerável bombeiro Tommy Corn (Mark Wahlberg), o executivo de vendas Brad Stand (Jude Law), e, a modelo Dawn Campbell (Naomi Watts), que está em crise de identidade. A situação se complica, quando a sedutora Caterine Vauban (Isabelle Huppert), inimiga da dupla de detetives, passa a seduzir Albert e Tommy, na intenção de que eles passem a ver a vida sob o seu ponto de vista. A exibição começa às 19h, no Teatro de Cultura Popular (TCP), ao lado da Fundação José Augusto (rua Jundiaí, 641, Tirol). O ingresso (taxa de manutenção) custa apenas R$1,00..




Filme recomendado: “Vinícius”

Que seja infinito, enquanto houver memória

Apesar do turbulento início da televisão, quando havia uma briga mortal com a indústria do cinema, logo, os filmes passaram a fazer parte da programação diária, lado a lado com os documentários. Curiosamente, hoje parece haver uma inversão, com os documentários ocupando espaço na tela grande. No caso deste documentário, “Vinícius”, o espectador, apreciador da boa música, certamente ficará muito satisfeito.

Falar sobre Vinícius de Morais é fácil, pois, assunto não falta. Maior expressão da música popular brasileira no século vinte, criador de várias tendências e correntes, poeta de extrema sensibilidade, aliada a uma técnica irrepreensível, exibia, sem falsos pudores, as fraquezas humanas, como o amor à boemia, às mulheres, ao álcool, etc.. Mas, como fazer, para descrever, em pouco mais de noventa minutos, a riqueza de vida que foi Vinícius de Morais?

O formato adotado pelo diretor foi o de um pocket show, apresentado pelos atores Camila Morgado e Ricardo Blat, intercalando os depoimentos de parentes e amigos, com narrações de fatos, poemas, notícias, e, as maravilhosas músicas de Vinícius, interpretadas por vários artistas convidados. A ordem cronológica foi seguida com cuidado, permitindo, ao espectador, acompanhar a trajetória de Vinícius, suas aventuras e desventuras amorosas, até o ocaso da morte.

Co-produzido pela filha de Vinicius, Susana de Moraes, ex-mulher do diretor, o documentário é um retrato fiel, embora respeitoso, do artista, que, demonstrando talento desde a mais tenra idade, formou-se em Direito, seguindo uma tortuosa carreira diplomática no Itamaraty, de onde foi tirado pela ditadura militar.

Vinícius de Morais, nascido e criado no Rio de Janeiro, nutria, pela sua cidade uma grande paixão. Aliás, paixão, como o demonstram os vários depoimentos no documentário, era a sua força motriz, o combustível que alimentava a fonte criativa, que nos legou mais de quatrocentos poemas, publicados em doze livros, além de centenas de músicas, reproduzidas no mundo inteiro.

A vida de Vinícius é reconstruída, na tela, através dos depoimentos de Tônia Carrero, Ferreira Gullar, Chico Buarque, Antônio Candido, Caetano Veloso, Carlos Lyra, Gilberto Gil, Edu Lobo, Tom Jobim (voz e imagem de arquivo), Rubem Braga (texto de crônica recitada), e outros tantos. As músicas, por sua vez, são interpretadas por gente de várias gerações artísticas, como Adriana Calcanhoto, Olívia Byington, Mônica Salmaso, Mart’Nália, e, Mariana Moraes. Além de vídeos caseiros, trechos de reportagens, fotos de família, ou, de revistas, ajudam a montar o quebra-cabeças da vida do artista.

Embora pareça mais apropriado para os “coroas”, que cresceram escutando as belas canções do Poetinha, “Vinícius” é uma deliciosa viagem pela cultura brasileira, em prosa e verso, capaz de agradar pessoas de todas a tribos e idades. Os depoimentos são curtos e selecionados, as músicas e poemas apresentados de forma encantadora (dando um desconto para um certo exagero de Ricardo Blat), e, as imagens fantásticas.

Recomendo apenas, a quem for assistir o documentário, para não sair antes de terminarem os créditos finais. Um “causo” contado por Chico Buarque quebra o tom de tristeza do final do filme, mostrando a curiosa visão de Vinícius sobre a reincarnação.

“Vinícius” é um magnífico retrato de nossa cultura viva, digno de, não apenas, ser visto no cinema, mas, figurar, num lugar de honra, na filmoteca de todo apreciador da boa música brasileira.

Pois, Vinícius, que sejas infinito, em nossos corações, enquanto conseguirmos cultivar a tua lembrança.