sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Claquete 28 de janeiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois de uma semana com várias estréias, o final de semana chegou meio morno, apenas com o besteirol “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, que tem, como maior mérito, reunir Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, na mesma tela. Mas, tem muita coisa boa em cartaz, do infantil ao terror explícito. Nas continuações, o mais badalado é mesmo o polêmico “Alexandre”, de Oliver Stone, com direito a muitas batalhas e beijos. Para os “altinhos”, tem o filme de ação “Elektra”, com Jennifer Garner, revivendo o seu personagem de “Demolidor”, o remake “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, como o acrobático Jackie Chan, “Doze Homens e Outro Segredo”, com George Clooney e sua turma, o suspense “O Grito”, remake de um famoso filme japonês, e, o drama “Perto Demais”, com Julia Roberts, e, Natalie Portman, que confirma o seu talento dramático. Para os baixinhos, além de “Desventuras em Série”, com o camaleônico Jim Carrey, que sofreu algumas flutuações na censura, tem o divertido “A Lenda do Tesouro Perdido”, com Nicolas Cage, e, grande elenco, numa aventura no estilo Indiana Jones, a maravilhosa animação “Os Incríveis”, parceria da Disney com a Pixar, campeão de audiência nos cinemas americanos, o desenho animado “Bob Esponja”, da Nickelodeon, e, as produções nacionais “Tainá 2 – A Aventura Continua”, “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana, e, “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida”. Em pré-estréia, o filme de terror “Jogos Mortais”.


Pré-Estréia: “Jogos Mortais”

Para os fãs de filmes de terror, chega “Jogos Mortais”. Leigh Whannell (que também assina o roteiro) é Adam, que, junto ao Dr. Gordon (Cary Elwes), está ligado a um assassino em série. Eles acordam, em uma cama, sem saber como chegaram lá. Entre eles, o cadáver de um terceiro homem, que fora assassinado. Os dois são a chave para a descoberta da identidade de um assassino sádico. O filme, que teve sua estréia no Festival de Sundance, foi produzido pela independente Evolution Management. Completando o elenco, Danny Glover (Tapp), Ken Leung (Sing), Monica Potter (Diana) e, Tobin Bell (John). A direção é de James Wan. “Jogos Mortais” tem pré-estréia, nesta sexta-feira, e, sábado, no Cine 2 do Moviecom, na sessão de 21h40.



Estréia: “Entrando Numa Fria Maior Ainda”

Em 2000, o filme “Entrando Numa Fria” contava a história de Greg Focker (Ben Stiller), um atrapalhado noivo, que mete-se nas maiores confusões, ao passar um simples final de semana na casa dos futuros sogros. Pelo jeito, a história agradou, pois Greg e Jack Byrnes (Robert De Niro) estão de volta, e, aparentemente, se dando muito bem. Greg e Pam (Teri Polo) estão animados, com os preparativos do casamento, mas, há ainda uma pendência a ser resolvida: os futuros sogros precisam passar um fim de semana juntos. Para resolver o problema Greg, Pam, Jack e Dina (Blythe Danner) viajam, no moderno trailer de Jack, rumo à ilha Focker, em Cocoanut Grove. Ao chegar, os Byrnes conhecem Bernie (Dustin Hoffman), e, Roz (Barbra Streisand), pais de Greg. Porém, o modo liberal como os Fockers levam a vida, entra em conflito com os rígidos valores pregados por Jack. Rara oportunidade de ver tantos talentos da velha guarda juntos, embora seja mais recomendado aos amantes do gênero besteirol. Com direção de Jay Roach, “Entrando Numa Fria Ainda Maior” estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Adeus, VHS

Se você ainda tinha alguma dúvida, sobre comprar, ou não, um aparelho de DVD, saiba que o disquinho já domina o mercado. Se, em 1998, alcançava meros 4% do mercado, em 2001 já ultrapassava, em vendas, o VHS, e, em 2004, já significa 88% de um mercado de mais de 20 milhões de cópias. Isso já está forçando as locadoras a reverem as suas estratégias. O braço brasileiro da poderosa rede Blockbuster já anunciou que não compra mais filmes em VHS, e, as distribuidoras de filmes já planejam sair do ramo de fitas de vídeo em 2007.



DVDs coreanos

Está cansado de esperar séculos, pelo seu filme favorito, que já saiu lá fora, e, no Brasil, as distribuidoras nem dão bola? Pois saiba que existe uma boa alternativa, além do mercado americano. É a Coréia, que oferece, a preços atrativos, DVDs de boa qualidade, alguns, inclusive, com legendas em português (de Portugal, provavelmente). O filme “Herói”, quem nem estreou em nossos cinemas, pode ser comprado por oito dólares, lá. Acautele-se, porém, quanto ao sistema de cor, que deve ser NTSC, comum em nossos televisores e DVD players, e, quanto à possibilidade do filme ter sofrido algum corte, devido à rigidez da censura de lá. Se quiser experimentar, visite www.koreandvds.com.



Paul Newman: 80 anos

O ator Paulo Newman, que atuou em alguns dos mais marcantes filmes de Hollywood, completou 80 anos de idade, no último dia 26. Newman, que continua em plena atividade, já foi indicado para nove Oscars, ganhando, como Melhor Ator, em “O Indomável”, de 1986. Ganhou, ainda, dois Oscars especiais, concedidos pela Academia: um em 1985, em reconhecimento ao seu trabalho junto ao cinema, e, outro, em 1993, por sua atuação junto a causas humanitárias. Para conferir a longa carreira de Newman, experimentem “Butch Cassidy”, “Golpe de Mestre”, “Inferno na Torre”, “O Veredicto”, “A Cor do Dinheiro”, “Uma Carta de Amor”, e, “Estrada Para a Perdição”, que lhe rendeu a última indicação ao Oscar. Todos estes filmes já estão disponíveis em DVD.


Os que morreram na praia do Oscar

Sempre nos desapontamos, quando um filme brasileiro nem aparece, entre os cinco finalistas, como foi o caso de “Olga”, nesta edição do Oscar. Contudo, imaginem a decepção de diretores famosíssimos, como Alfred Hitchcock, que apesar de ter concorrido para cinco Oscars de direção, incluindo o magnífico “Psicose”, nunca recebeu nenhum. Martin Scorsese, indicado este ano por “O Aviador”, pode igualar este triste recorde, ou, receber a sua primeira estatueta. “O Aviador” foi indicado para onze categorias, incluindo a de Melhor Filme, e, Melhor Ator, com Leonardo DiCaprio.


“Desventuras em Série”: Censura para lá e para cá


Um fato curioso ocorreu com o filme “Desventuras em Série”, que estreou na última sexta-feira. Originalmente com censura livre, o filme teve esta indicação alterada para maiores de 12 anos, durante a semana. A partir de ontem, dia 27, o filme passou a ter a classificação para maiores de 10 anos, graças a um recurso da distribuidora UIP, pedindo que a decisão anterior fosse reavaliada. Na opinião desta coluna, o filme poderia até mesmo ter a censura liberada, para crianças menores, pois não há cenas de violência, ou, algum tema mais agressivo.


Filme recomendado: “Calígula”

Limite da ousadia ou ousadia sem limites?

Quem faz cinema sempre fica dividido entre aquilo que quer mostrar, e, o que deve – ou pode – ser mostrado. Se, por um lado, existe o interesse comercial em explorar a curiosidade do espectador, por outro lado, há sempre a preocupação em ofender grupos mais conservadores. Esses grupos, mais reacionários, reagem, às vezes, fortemente, ante a exibição de violência, sexo, e, agressão a valores morais e religiosos. Não poderia ser diferente então a reação provocada pelo filme “Calígula”, que não apenas explorou os temas acima citados como ainda apresentou impensáveis cenas de sexo explícito. Se alguns beijos e diálogos em apologia a homossexualismo causaram impacto no recente “Alexandre”, imaginem o que este filme de Tinto Brass provocou, vinte e cinco anos atrás, sendo mundialmente rotulado de imoral, e, ultrajante.

Mas, como retratar, com fidelidade, uma época luxuriosa, onde um déspota, insano e sádico, de vinte e cinco anos, dominava metade do mundo, com poder absoluto, de vida e morte, sobre qualquer ser vivo? Orgias, execuções, torturas, e, extremas desigualdades sociais faziam parte do dia a dia da Roma Antiga. É possível que a realidade, naqueles dias, fosse muito mais chocante, para os nossos olhos, do que a versão produzida por Bob Guccione.

Se o filme é estranho, polêmico, e, perturbador, o homem retratado, e, sua época, o eram mais ainda. Quem era, afinal, este ser tão horrendo, que legou o seu nome como sinônimo de crueldade, e, devassidão? Todos os cronistas concordam que, Calígula (12 – 41 dC) possuía elementos de loucura, crueldade, vícios, extravagância, e, megalomania. O jovem imperador era alto, magro, pálido, e, prematuramente calvo. Do imperador Augusto herdou a ambição, e, a sensualidade, bem como a epilepsia, que acompanhou a família. Ele costumava fazer caretas (gostava de praticar na frente de um espelho), e, era um orador impressionante. Sua verdadeira natureza era cuidadosamente oculta, a ponto de seu tio-avô e imperador, Tiberius, ter dito, certa vez: “Nunca existiu um escravo melhor, e, um senhor pior do que Calígula”.

Criança ainda, Gaius Caesar era levado pelo pai, Germanicus, para as campanhas militares contra os bárbaros. Mascote das tropas, ele ganhou o nome, pelo qual entrou para a História, por conta das botas militares que usava (caligula significa botinhas). Mais tarde, viu o pai, a mãe, e, os irmãos, serem executados, por ordem de Tiberius, e, seu ambicioso comandante da Guarda Pretoriana, Sejano.

A adolescência de Calígula foi passada, virtualmente, como prisioneiro de Tiberius, na ilha de Capri, onde o imperador construiu uma fortaleza inexpugnável, para proteger-se das conspirações e assassinatos freqüentes na corte. De acordo com os historiadores Tacitus e Suetonius, lá, Tiberius dedicava-se a refinadas sessões de torturas, e, perversidades sexuais. Foi assim que, em 37 dC, Tiberius adoeceu, e, entrou em coma. Dizem as más línguas que, enquanto Calígula recebia as felicitações como novo imperador, Tibérius despertou, sendo “convencido” a morrer com a ajuda de Macro, que seria o novo chefe da guarda imperial.

Os primeiros meses do império de Calígula foram tranqüilos, com a proclamação de uma anistia geral, e, muitos jogos no Coliseu. Uma das primeiras medidas do novo governante foi acabar com os julgamentos, e, execuções, por traição, que tinham sido comuns, nos últimos anos do governo anterior. Mesmo assim, era um freqüentador assíduo das punições, e, execuções legais, principalmente quando fossem prolongadas.

Poucos meses depois, morreu sua avó Antonia, uma das duas pessoas que exerciam boa influência junto ao jovem imperador. Nesse mesmo ano, Calígula caiu seriamente doente, do que se imagina ter sido encefalite. Quando se recuperou, parece ter mudado, para muito pior do que era. Em poucos meses, exauriu o Tesouro, que Tiberius levara anos para amealhar. Obrigou Macro a suicidar-se, e, mandou assassinar Gemellus, neto e herdeiro de Tiberius. Em uma ocasião em que havia poucos condenados para lutar contra os tigres e leões, no Coliseu, ordenou que vários espectadores fossem arrastados, de seus lugares, para a arena.

Calígula tinha uma sensualidade exacerbada, chegando a praticar incesto com as três irmãs. Ele escolhia quem quisesse, usava-a a seu bel-prazer, e, descartava a moça (ou rapaz) sem o menor constrangimento. Sua primeira mulher, Julia Claudilla morreu muito jovem. Ao comparecer a um casamento, raptou a noiva, Lívia Orestilla, divorciando-se dela, depois de poucos dias. O mesmo ocorreu com Lollia Paulina, a terceira esposa. Casou-se, então, com Milonia Caesonia, na época, grávida, de pai desconhecido. A sensual (e vulgar) Caesonia era o par perfeito para Calígula. Quando nasceu Julia Drusilla, Calígula reconheceu-a como sua filha e herdeira.

Enquanto progredia sua vida familiar, Calígula mantinha o seu padrão de sensualidade desenfreada, mantendo relações com homens, mulheres, e, obrigando até mesmo sua irmã favorita, Drusilla, a viver como sua esposa. Numa trágica seqüência, logo Drusilla morreu, indo com ela o que restava de influência benéfica sobre Calígula.

O imperador continuou, alucinadamente, a cometer abusos, como promover um bordel na corte, usando, como prostitutas, as mulheres e filhas dos senadores. Levava o cavalo Incitatus para o Senado, ricamente ajaezado, com pedras preciosas, embora não existam provas de que foi eleito senador, como se fala. Após promover uma caríssima campanha para invadir a Bretanha, ordenou que os exércitos voltassem abruptamente, trazendo conchas marinhas, para serem expostas como troféus de batalha.

Finalmente, em 21 de janeiro de 41, Calígula foi assassinado por soldados da sua própria Guarda Pretoriana, juntamente com a mulher, a filha, e, todos os membros da família que foram encontrados no palácio. Horas depois, a Guarda chegou à conclusão de que, se não houvesse um imperador, não haveria necessidade de uma guarda imperial. Procurando por sobreviventes à sua própria matança, os soldados encontraram o gordo, e, aterrorizado Claudius, tio de Calígula, escondido nas cortinas de um salão. Proclamado imperador, o patético Cláudius surpreendeu, e, mostrou-se um ótimo governante. Mas, essa parte pertence aos livros de História.

O filme de Guccione foi bastante fiel à História, embora essa fidelidade tenha chocado a muitos. Todos os principais fatos relatados pelos historiadores da época estão presentes no filme, embora a ambientação e detalhes ficassem por conta do estúdio. Do que mais se fala são das cenas de sexo explícito, que, na verdade, não envolvem nenhum dos principais atores, e, foram enxertadas depois da filmagem principal concluída. Para isso Guccione trouxe uma dúzia de garotas da Penthouse (“Pets”), e, rodou as seqüências mais explícitas, como o bacanal do bordel imperial, e, uma antológica cena de lesbianismo, entre Anneka di Lorenzo e Lori Wagner.

Independente do conteúdo, tudo que envolve o filme impressiona. O roteiro original é assinado por nada menos que Gore Vidal, renomado novelista, roteirista, ensaísta, teatrólogo, e, historiador. O criador de cenários e roupas foi Danilo Donati, quatro vezes ganhador do Oscar, e, colaborador assíduo de Fellini. Grandes atores participaram do filme, como Peter O`Toole (“Lawrence da Arábia”) e Malcon MacDowell, recém saído do polêmico “Laranja Mecânica” de Kubrick. A produção consumiu 17.5 milhões de dólares, que significam pelo menos três vezes mais, quando corrigidos para valores atuais.

O filme, iniciado em 1976, só chegou ao grande público em 1980. Por conta da repercussão sobre o conteúdo “pornográfico”, existem várias edições, fazendo a duração do filme variar de 143 a 156 minutos. A classificação também variou muito: enquanto que, na Austrália, foi considerado pornográfico, na maioria dos países foi censurado para menores de dezoito anos. Já França, e, Dinamarca, limitaram em dezesseis anos, e, Suécia, em quinze. Será que essas barreiras não fizeram só aguçar a curiosidade dos adolescentes?

O DVD, lançado no Brasil na edição comemorativa dos vinte anos do filme, permitiu que tivéssemos acesso não só à versão não censurada no formato original de cinema, como também a um excelente documentário, de uma hora de duração, totalmente legendado em português. O som oferece as opções Dolby Digital 5.1 e 2.0, ambas em inglês.

Talvez permaneça a dúvida inicial de quem nunca viu o filme: vale à pena assisti-lo? Essa é uma pergunta difícil de responder, porque é absolutamente individual. Por uma questão ética, creio que deva ser respeitada a limitação de idade para o Brasil, só sendo permitido o acesso aos maiores de dezoito anos. Embora as televisões abertas apresentem programas até mais fortes que “Calígula”, creio que a legislação, por princípio, deva ser respeitada. Se, mesmo adulto, o espectador tem restrições a cenas de nudez, sexo, e, violência, também não aconselho que veja o filme. O mesmo conselho vale para quem tenha uma formação mais conservadora, tanto moral quanto religiosa.

Quem, afinal, o espectador para Calígula? Se a pessoa é mais receptiva a visões diferentes, de um tema histórico, e, não pertence ao grupo do “não vi e não gostei”. Pode ser assistido, até mesmo, para proporcionar elementos para condena-lo. Se conseguirmos nos afastar dos preconceitos, e, paradigmas, teremos a chance de olhar para uma época, que pertence ao nosso passado, e, às nossas raízes culturais. Faça a sua escolha.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Claquete 21 de janeiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Férias, para que te quero... para ir ao cinema, é claro. Neste final de semana, estréiam nada menos que cinco novos títulos, que vão do infantil “Desventuras em Série”, com o camaleônico Jim Carrey, ao drama “Perto Demais”, com Julia Roberts, e, Natalie Portman, que confirma o seu talento dramático. Tem ainda o filme de ação “Elektra”, com Jennifer Garner, a comédia “Entrando Numa Fria Ainda Maior”, que tem, como maior mérito, reunir Robert de Niro, Dustin Hoffman, e, Barbra Streisand, na mesma tela, e, de quebra, o remake “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, como o acrobático Jackie Chan. Nas continuações, o polêmico “Alexandre”, de Oliver Stone, com direito a muitas batalhas e beijos, “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana, o divertido “A Lenda do Tesouro Perdido”, com Nicolas Cage, e, grande elenco, numa aventura no estilo Indiana Jones, “Doze Homens e Outro Segredo”, com George Clooney e sua turma, “Meu Tio Matou um Cara”,com Lázaro Ramos e Deborah Secco, os suspense “O Grito”, remake de um famoso filme japonês, e, “O Filho de Chucky”, o Brinquedo Assassino, na segunda geração. Para a criançada, além da maravilhosa animação “Os Incríveis”, parceria da Disney com a Pixar, campeão de audiência nos cinemas americanos, tem também o desenho animado “Bob Esponja”, da Nickelodeon, e, as produções nacionais “Tainá 2 – A Aventura Continua”, e, “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida”. Boa diversão!


Estréia 1: “Desventuras em Série”

Os fãs da série Harry Potter, certamente já terão ouvido falar desta grife, “Desventuras em Série”, do escritor Daniel Handler. Como as aventuras do bruxinho, desventuras também narra histórias cheias de aventuras e mistérios. Klaus (Liam Aiken), Violet (Emily Browning) e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman) são três irmãos que repentinamente recebem a notícia de que seus pais morreram em um incêndio. Como são menores de idade eles não podem ainda herdar a fortuna de seus pais, o que apenas ocorrerá quando o irmão mais velho completar 18 anos. O trio passa então a morar com o Conde Olaf (Jim Carrey), um parente distante bastante ganancioso, que deseja tomar a fortuna das crianças para si. Para atingir sua meta Olaf não medirá consequências. Para escapar das trapaças e planos maquiavélicos do conde Olaf, as crianças contam com a ajuda da tia Josephine (Meryl Streep). Bem direcionado para o público infantil, o filme tem a direção de Brad Silberling (“Cidade dos Anjos”). "Desventuras em Série" estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 1, e, no Cine 7 do Moviecom. Censura livre. Atenção: todas as cópias são dubladas.


Estréia 2: “Elektra”

Lembram da assassina misteriosa, do filme “Demolidor – O Homem Sem Medo”? Pois bem, a gatíssima personagem, Elektra, está de volta, em um filme todo seu. Torturada pelo passado, Elektra (Jennifer Garner) é obcecada por sua morte e seu misterioso renascimento. Apesar de ter sido treinada na rígida disciplina do ninjutsu, ela não consegue controlar a fúria que sente, pela morte dos pais. Sua ânsia por vingança faz com que parta para o exílio, e, torne-se uma perigosa assassina profissional. Quando Elektra é enviada em missão para matar Mark Miller (Goran Visnjic), ela descobre que o seu alvo é um homem legal, e, que a verdadeira bandida é exatamente a sua protetora, Kirigi. Enquanto namora sua ex-vítima, protege a filha dele, Elektra luta contra sua antiga chefe. Sem gostar nada do fato de sua melhor assassina ter virado menina boazinha, protegendo os fracos e oprimidos, os chefes do clã decidem eliminar a moça. Mais uma grande atuação do veterano Terence Stamp (“Priscilla, a Rainha do Deserto”). Jennifer Garner atua na série “Alias”. Direção de Rob Bowman. “Elektra” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 3: “A Volta ao Mundo em 80 Dias”

Em 1956, um trio inusitado estrelou um dos melhores filmes de todos os tempos. “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, inspirada no famoso romance de Julio Verne, era levada às telas, tendo o fleugmático David Niven, o comediante Cantinflas, e, a novata Shirley MacLaine. O filme, que foi o primeiro exibido a cores em nossa televisão, conquistou cinco Oscars. Para repetir a façanha, Jackie Chan revive Passepartout, com direito às suas lutas acrobáticas. Na Inglaterra vitoriana, um excêntrico inventor, Phileas Fogg (Steve Coogan) diz a Lorde Kelvin (Jim Broadbent), o diretor da Academia Real de Ciências, que é capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, com a ajuda de seus companheiros Passepartout e Monique La Roche (Cécile de France). Lorde Kelvin aceita o desafio, e, com isso, o trio parte em uma aventura, que irá passar pelos cinco continentes. O filme, dirigido por Frank Coraci, conta com participações de Arnold Schwarzenegger, Owen Wilson, Kathy Bates, John Cleese, Luke Wilson, Mark Addy e Rob Schneider. Foi o último filme em que Schwarzenegger atuou, antes de ser eleito governador da Califórnia. Estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de dez anos.


Estréia 4: “Entrando Numa Fria Maior Ainda”

Em 2000, o filme “Entrando Numa Fria” contava a história de Greg Focker (Ben Stiller), um atrapalhado noivo, que mete-se nas maiores confusões, ao passar um simples final de semana na casa dos futuros sogros. Pelo jeito, a história agradou, pois Greg e Jack Byrnes (Robert De Niro) estão de volta, e, aparentemente, se dando muito bem. Greg e Pam (Teri Polo) estão animados, com os preparativos do casamento, mas, há ainda uma pendência a ser resolvida: os futuros sogros precisam passar um fim de semana juntos. Para resolver o problema Greg, Pam, Jack e Dina (Blythe Danner) viajam, no moderno trailer de Jack, rumo à ilha Focker, em Cocoanut Grove. Ao chegar, os Byrnes conhecem Bernie (Dustin Hoffman), e, Roz (Barbra Streisand), pais de Greg. Porém, o modo liberal como os Fockers levam a vida, entra em conflito com os rígidos valores pregados por Jack. Rara oportunidade de ver tantos talentos da velha guarda juntos. Com direção de Jay Roach, “Entrando Numa Fria Ainda Maior” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.


Estréia 5: “Perto Demais”

Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa bem sucedida, recém divorciada. Ela conhece, e, seduz Dan (Jude Law), um aspirante a romancista, que ganha a vida escrevendo obituários, mas, casa-se com Larry (Clive Owen). Por sua vez, Dan mantém um caso secreto com Anna, mesmo após ela se casar, enquanto usa Alice (Natalie Portman), uma stripper, como musa inspiradora, para ganhar confiança, e, tentar conquistar o amor de Anna. “Perto Demais” ganhou dois Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Clive Owen), e, Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman). Natalie Portman, a princesa Amídala, da série “Guerra nas Estrelas” chegou a filmar uma cena onde aparecia nua, mas, pediu ao diretor Mike Nichols (“A Primeira Noite de um Homem”) para retirá-la da edição final. Quem sabe, na edição em DVD... “Perto Demais” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.



Diga não ao piratão

Está cansado de ver a enxurrada de produtos piratas invadindo o mercado? Pois saiba que já existem órgãos sérios para combater isto. Se quiser fazer alguma reclamação, procure o Conselho Nacional Anti-Pirataria do Ministério da Justiça (http://www.mj.gov.br/pirataria/default.asp), ou, a Associação Brasileira de Empresas de Software – ABES (http://www.abes.org.br/antipirataria/), através da própria internet, ou, de telefones disponíveis nos sites.




Festival de Cinema na Internet abre inscrições

O Fluxus - Festival Internacional de Cinema na Internet, está recebendo inscrições, até o dia 23 de fevereiro, para a sua edição 2005. Poderão participar audiovisuais, produzidos em qualquer formato (vídeo, filme, dv, flash), com duração de até 15 minutos, e, que tenham sido produzidos entre 2003 e 2005, de qualquer gênero (ficção, documentários, experimentais, e, animações). O festival recebe, também, inscrições de trabalhos produzidos especialmente para a internet, como web-arte, mídia-arte, ou, sites interativos. As inscrições, e, o regulamento completo, estão disponíveis no site www.fluxusonline.com. No site, é possível, também, ver todos os trabalhos que participaram das quatro edições anteriores do festival.


Clássicos em DVD

No próximo mês, serão lançarão vários clássicos em DVD, inclusive alguns filmes inéditos, em vídeo, como “Vinhas da Ira”, de John Ford, que ganhou o Oscar de direção. Outros títulos, da Fox, são “Adeus às Armas” (com Rock Hudson e Jennifer Jones), e, “Esses Homens Maravilhosos e suas Máquinas Voadoras”. A Continental promete, nada menos, que a versão restaurada do inesquecível “Metropolis”, de Fritz Lang, de 1927. A Playarte lançará “Rio Vermelho”, um dos grandes faroestes de Howard Hawks, enquanto a Paramount trará “Duelo de Titãs”, de John Sturges, e, “A Selva Nua”, com Charlton Heston e Eleanor Parker. É ver, para crer.


Filme recomendado: “Verão de 42”

Viagem ao verão de nossos sonhos

Um dos períodos mais confusos, na vida de qualquer pessoa, é, sem dúvida, a adolescência. É uma fase onde não somos mais meninos, mas, ainda não somos homens. Os hormônios estão em ebulição, despertando desejos, antes adormecidos, e, por isso mesmo, nebulosos. A excitação, por uma bicicleta nova, pode ser tão grande quanto a visão de uma garota bonita. E, o que dizer das fantasias, galopantes, e, ensandecidas, onde somos os primeiros, e, únicos heróis. Não sei se outros podem dizer isso, mas, para a minha adolescência, "Verão de 42" foi a materialização das fantasias que dominavam a nossa geração.

Lançado nos cinemas brasileiros com o título "Houve Uma Vez um Verão", o filme conta a história de um verão mágico, vivido por um garoto de quinze anos, numa pequena ilha americana, durante a Segunda Guerra Mundial. Este verão significou, para Hermie, a passagem para o mundo adulto, com todas as coisas boas, e, ruins, que este pode oferecer.

Hermie era o lado intelectual do trio formado por Oscy, um garoto grandão com cérebro de azeitona, e, Benjie, o "água-me-leva-agua-me-traz", do grupo. Juntos, exploravam a ilha, jogavam futebol, caçavam inimigos nazistas imaginários, e, espiavam as moças na praia. Se, para os amigos, qualquer coisa que usasse saias já era interessante, para Hermie, uma pessoa, em especial, era alvo de adoração.

A pessoa em questão era Dorothy, uma mulher de vinte e poucos anos, que vivia, com o marido, numa casa isolada, na praia. Hermie costumava espiar os dois, e, se a mulher era a sua musa romântica, a visão do homem despertava-lhe sentimentos antagônicos, de admiração, e, inveja. Ele era forte, bonito, era um soldado, e, acima de tudo, era o dono de Dorothy! Poderia existir alguém com maiores benefícios no mundo?

Enquanto as fantasias de Hermie ocorriam num plano onírico, as de Oscy, e, Benjie, aconteciam muito mais terra à terra. Benjie descobriu, em sua casa, um livro que falava sobre sexo, e, os amigos interessaram-se, de imediato. Uma seção do livro descrevia uma relação sexual, como se fosse uma receita de bolo, que eles copiaram cuidadosamente. Agora só faltavam as parceiras...

Na entrada do cinema, conheceram suas candidatas. Oscy, o líder, fazendo às vezes de relações públicas, escolhe logo a lourinha, Miriam. Hermie fica com a tímida Aggie, enquanto Benjie foge do encontro, como o diabo foge da cruz. A sessão de cinema mostra um confuso Hermie tentando bolinar a menina, para diversão de Oscy e Miriam.

Se com Aggie Hermie não teve tanto sucesso, o acaso fez com que se aproximasse de Dorothy. Atrapalhada com vários pacotes de supermercado, aceitou de bom grado a ajuda do garoto, para chegar em casa. Maravilhado, por estar perto de sua musa, Hermie ficou com vergonha quando encontrou os amigos na rua, retrato de sua confusa transição menino-homem.

Pouco preocupado com romantismos, Oscy quer perder a virgindade a qualquer custo. Organizando uma noitada na praia, insiste com Hermie para que este compre camisinhas, o que proporciona uma das seqüências mais divertidas do filme. Enfim, equipados com preservativos, e, com a fantástica receita, copiada do livro, os garotos partem para sua noite memorável, que termina sendo a realização de Oscy.

O destino, novamente, conspirará a favor de Hermie. Todo enfatiotado, resolve visitar Dorothy, numa noite. Ao chegar, estranha encontrar a casa silenciosa, e, deserta. Enquanto um disco gira, sem som, na vitrola, um telegrama chama a atenção do rapaz: o marido de Dorothy morrera no front. Sua musa aparece, aturdida, e, confusa, tentando, ela mesma, entender o que acontecia. Neste clima confuso, acontecerá a tão fantasiada primeira vez de Hermie.

A trama simples do filme não deve desestimular quem ainda não o assistiu. A história é conduzida com muita delicadeza, e, humor, como se víssemos tudo pela ótica de Hermie. As confusões, e, os sentimentos, que povoam a cabeça do jovem, certamente serão reconhecidas, por quem viveu a adolescência numa época em que a permissividade era totalmente diversa do que ocorre nos dias de hoje.

Mais ainda, num ambiente onde, ser macho, era freqüentar um cabaré, era doloroso, para alguém, mais romântico, ou, mais sensível, a dissociação de sexo e amor. Se, por um lado, os novos tempos permitem que os jovens casais tenham uma vida sexual ativa, por outro lado, a banalização do erotismo, e, a instabilidade dos relacionamentos, fazem a balança pender, para o outro lado. Talvez, o Hermie, de hoje, esteja tão confuso, e, perdido, quanto o do filme.

"Verão de 42" é uma pérola escondida numa ostra encardida. Com um roteiro simples, mas, bem elaborado, atores desconhecidos, locações singelas, e, a bela música de Michel Legrand, o diretor Robert Mulligan construiu um clássico do romantismo cinematográfico. Para ter um termo de comparação, o péssimo "American Pie" versou, sobre o mesmo tema, com um gosto duvidoso...

A seleção do elenco chama a atenção. A não ser pela bela Jennifer O'Neill, todos têm o aspecto de pessoas comuns. Quero dizer, se compararmos com "Malhação", ou, qualquer filme para adolescentes americanos, todos são estéticamente perfeitos, recém-saídos de academias, ou, salões de beleza. Não é o caso de Hermie, Oscy, Aggie, Miriam, e, Benjie, que são pessoas normais, nem bonitos, nem feios, apenas, adolescentes.

O sucesso do filme, porém, parece ter sido entrave para seus participantes. Uma continuação foi feita ("Class of '44"), mas, além de ter sido mal recebida pelo público americano, não passou em nossos cinemas. Nenhum dos personagens principais fez novos papéis importantes. Jennifer O'Neill (que nasceu no Rio de Janeiro) continuou atuando, na TV americana. Jerry Houser, o Oscy, especializou-se em dublagens, inclusive a do Ban-Ban (não o do Big Brother, mas, sim, do filho adotivo de Barney e Beth Rubble) da série Flinstone.

A edição latina de "Verão de 42", se não foi excepcional, ao menos, não foi mutilada, como tantas outras. O formato de tela foi mantido em widescreen original, e, o áudio, veio em inglês e francês (mono, infelizmente). Nada de extras, também.

Costumo sempre dizer que, o filme que emociona, é o que nos faz identificar, seja com o ambiente, seja com os personagens. Se isso já ocorreu comigo, na época em que assisti, no saudoso Cine Avenida, lá em Santa Rita, quando tinha a mesma idade de Hermie, trouxe agora não só as lembranças do personagens, mas as minhas próprias. Independente disso, considero "Verão de 42" um dos filmes mais românticos do cinema americano. Se você não se importar de reviver o seu lado adolescente, curta o filme, pois não há pieguices, ou, falsos moralismos. Apenas um filme muito, muito bonito. Experimentem.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Claquete 14 de janeiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Além dos turistas, Natal também está sendo invadida por macedônios e golfinhos... Neste final de semana, estréia o tão esperado “Alexandre”, de Oliver Stone, causa de muita polêmica e discussão. Em sua companhia, “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com a apresentadora infantil Eliana. Nas continuações, filmes para todos os gostos: “A Lenda do Tesouro Perdido”, com Nicolas Cage, e, grande elenco, numa aventura no estilo Indiana Jones, “Blade – Trinity”, com Wesley Snipes retomando seu papel do meio-homem, meio-vampiro, combatendo o próprio Drácula, George Clooney e sua turma agitam com “Doze Homens e Outro Segredo”, Lázaro Ramos e Deborah Secco vivem suas agruras, em “Meu Tio Matou um Cara”, e, Richard Gere, Jennifer Lopez e Susan Sarandon rodopiam para valer, na comédia romântica “Dança Comigo”, os suspense “O Grito”, remake de um famoso filme japonês, e, “O Filho de Chucky”, o Brinquedo Assassino na segunda geração. Para a criançada, além da maravilhosa animação “Os Incríveis”, parceria da Disney com a Pixar, campeão de audiência nos cinemas americanos, tem também o desenho animado “Bob Esponja”, da Nickelodeon, e, as produções nacionais “Tainá 2 – A Aventura Continua”, e, “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida”. Em pré-estréia, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, com Jackie Chan.


Estréia 1: “Alexandre”

Alexandre, o Grande, conquista, novamente, o mundo. Desta vez, através das telas de cinema, graças a Oliver Stone, numa superprodução com quase três horas de duração. Conquistando 90% do mundo até então conhecido, aos 25 anos, Alexandre, O Grande (morto em 323 a.C.) - interpretado por Colin Farrell - liderou seu exército por 22 mil milhas, durante oito anos, dominando todas as terras que encontrava pela frente. Vindo da minúscula Macedônia, Alexandre conquistou o Império Persa, o Egito, e, finalmente, encontrou seu caminho à Índia. O filme mostra o trajeto do conquistador durante esses anos de conquistas, assim como o relacionamento que ele mantinha com seu amigo mais íntimo, Hephaestion (Jared Leto), com seus pais, Felipe (Val Kilmer) e Olympia (Angelina Jolie), sua esposa ambiciosa Roxane (Rosario Dawson), e, o general Ptolomeu (Anthony Hopkins), seu homem de confiança. Considerada uma guerra impossível, Alexandre sai vitorioso, e, aumenta seus domínios para locais até então desconhecidos, como a Ásia Central e o Himalaia. Seus feitos militares fazem com que ele domine todo o território entre a Macedônia e a Índia, sem ter sofrido uma derrota sequer. Uma produção tão grande, sofre críticas igualmente grandes, que vão da atuação dos atores, até uma suposta, e, inoportuna, bisexualidade do conquistador. Este filme provocou uma enxurrada de documentários e livros sobre a vida do imperador macedônio. "Alexandre" estréia, nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 2: “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”

Eliana, a apresentadora, interpreta uma apresentadora, nesta produção, dirigida por uma xará, Eliana Fonseca (“O Martelo de Vulcano”). A apresentadora Eliana está no litoral do Caribe, no México, para gravar um programa sobre golfinhos. Lá, ela conhece um biólogo (Daniel Del Sarto), que cuida dos golfinhos, e, também, um garoto apaixonado por animais, que, vê o mar pela primeira vez. Juntos, eles precisarão enfrentar um eco-predador, que é responsável por acidentes ecológicos em vários pontos do planeta, tendo apenas a ajuda de um golfinho muito especial. Nas filmagens, foi utilizado um golfinho animatrônico, durante as filmagens. O robô possuía pele de silicone, flutuava, piscava os olhos, e, realizava movimentos de barbatana, boca e cauda. A decisão pelo uso do golfinho animatrônico ocorreu devido à proibição de filmar com filhotes de golfinho no México. “Eliana em O Segredo dos Golfinhos” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Censura livre.


Pré-Estréia: “A Volta ao Mundo em 80 Dias”

Em 1956, um trio inusitado estrelou um dos melhores filmes de todos os tempos. “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, inspirada no famoso romance de Julio Verne, era levada às telas, tendo o fleugmático David Niven, o comediante Cantinflas, e, a novata Shirley MacLaine. O filme, que foi o primeiro exibido a cores em nossa televisão, conquistou cinco Oscars. Para repetir a façanha, Jackie Chan revive Passepartout, com direito às suas lutas acrobáticas. Na Inglaterra vitoriana, um excêntrico inventor, Phileas Fogg (Steve Coogan) diz a Lorde Kelvin (Jim Broadbent), o diretor da Academia Real de Ciências, que é capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, com a ajuda de seus companheiros Passepartout e Monique La Roche (Cécile de France). Lorde Kelvin aceita o desafio, e, com isso, o trio parte em uma aventura, que irá passar pelos cinco continentes. O filme, dirigido por Frank Coraci, conta com participações de Arnold Schwarzenegger, Owen Wilson, Kathy Bates, John Cleese, Luke Wilson, Mark Addy e Rob Schneider. Foi o último filme em que Schwarzenegger atuou, antes de ser eleito governador da Califórnia. Somente no sábado e domingo, no Cine 4 do Moviecom. Para maiores de dez anos.


O que está nas locadoras

Já passou na sua locadora esta semana? Além de filmes que ainda mantém grande procura, como “O Enviado”, e, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, já chegaram “Colateral”, com Tom Cruise e Jamie Foxx, “Hellboy”, o ótimo “O Terminal”, de Spielberg, estrelado por Tom Hanks, “Rios Vermelhos 2 – Anjos do Apocalipse”, com o excelente Jean Reno, “Mulher-Gato”, com a gatíssima Halle Berry, “No Pique de Nova York”, com as gêmeas Ashley e Mary-Kate Olsen, e, a última ousadia de Jim Carrey, “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Confira!


DVD, o rei de 2004


Após três anos em queda, as vendas dos aparelhos eletroeletrônicos viraram a mesa, em 2004. Foram 35,78 milhões de aparelhos de áudio, vídeo, eletrodomésticos, e, portáteis, superando, em 20%, os números de 2003. Os leitores de DVD estão entre os campeões de vendas, tendo sido entregues ao varejo, em 2004, três milhões de unidades, 80% mais que em 2003. Além da concorrência, a oferta em escala barateou o produto, o que explica a popularização, junto com uma maior quantidade de títulos disponíveis. Para se ter uma idéia, cinco anos atrás, um aparelho de DVD custava o equivalente a mil dólares, enquanto hoje pode ser encontrado, facilmente, por menos de quatrocentos reais.


Novo formato do DVD pode se decidido pelo cinema pornô

Enquanto estúdios e fabricantes debatem qual será o sucessor do DVD, uma silenciosa categoria detém um peso importante nesta decisão. É que, os amantes de filmes pornô, sempre estiveram entre os “early adopters”, que é como são chamados os consumidores vorazes de tecnologia, que sempre compram os primeiros aparelhos de uma nova geração eletrônica. Isso aconteceu com os videocassetes, aparelhos de DVD, canais privê, e, conexões de alta velocidade à internet. Para se ter uma idéia, são lançados cerca de onze mil novos títulos de DVD adultos, a cada ano, e, seu apoio a um grupo pode definir o próximo padrão do vídeo doméstico.


Os incríveis criadores de “Os Incríveis”

O sucesso estrondoso de “Os Incríveis”, talvez se deva menos a uma poderosa campanha de marketing, do que a um bom produto, colocado no mercado por uma empresa – a Pixar – formada por artistas, e não, homens de negócios. Para conferir outros sucessos do estúdio, temos “Toy Story”, “Toy Story 2”, “Vida de Inseto”, “Monstros S.A.”, “Procurando Nemo”, e, o ainda inédito “Cars”, último exemplar da parceria com a Disney, previsto para novembro de 2005. Alguns curtas-metragens podem ser vistos, junto com os títulos citados. Dois que renderam Oscars para a Pixar foram “Geri’s Game”, onde um velho joga xadrez consigo mesmo, e, “For The Birds”, hilariante disputa, entre um bando de pássaros mal-humorados sobre um lugar ao sol.

O que vem por aí: cegos e heróis


Os cegos estão em alta, nos filmes orientais que estrearão a seguir. Além do samurai cego “Zatoichi”, dirigido por Takeshi Kitano, que também atua como o personagem-título, tem também uma dançarina cega, perita em artes marciais, no filme “A Casa das Adagas Voadoras”, de Zangh Yimou. Mas, cegueira à parte, o que os fãs aguardam, impacientes, é a estréia de “Herói”, do mesmo Yimou, com um retorno de Jet Li às origens. Li interpreta um guerreiro Wuxia, um cavaleiro errante, que derrota três perigosos bandidos, ganhando a honra de ser recebido pelo imperador. O personagem é visivelmente baseado em “Rashomon”, de Kurosawa. “Herói” foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do ano passado, e, deve estrear, no Brasil, no próximo mês.


Filmes recomendados: “Círculo do Medo”/”Cabo do Medo”

Medo de cabo a rabo

Na indústria do cinema, as refilmagens são comuns. O filme, ou, os filmes sobre os quais conversaremos, vão mais além. Temos, não só, a mesma história, como o mesmo estúdio, e, até a repetição de alguns atores. Considerando que existe um intervalo de trinta anos entre uma versão e outra, poderíamos imaginar que é só uma cópia melhorada. Na verdade, é um dos casos mais bem sucedidos de refilmagem do cinema. Estou falando dos filmes "Círculo do Medo" e "Cabo do Medo", que tinham o mesmo título original: "Cape Fear", uma história que é do tempo em que Kojak ainda tinha cabelos.

Ambos os filmes foram baseados num romance policial, de nome "The executioners", sobre a história de um advogado e sua família, que são ameaçados por um ex-presidiário. Até aí, nada de mais, pois já estamos de saco cheio de ver histórias semelhantes no "Linha direta", da TV Globo. O que torna a história diferente é a forma, envolvente e asfixiante, que o bandidão Max Cady cerca a família de seu desafeto, o advogado Sam Bowden, como se fosse uma aranha, enrolando uma mosca presa em sua teia.

Quando assisti "Cabo do Medo", no início dos anos noventa, fiquei impressionado com o filme. Desde a madrasta da Branca de Neve, nunca vira um vilão tão malévolo, e, determinado, quanto Max Cady. Só recentemente, quando descobri a existência de "Círculo do Medo" foi que descobri que a história realmente foi construída em torno do vilão, totalmente fora dos padrões hollywoodianos.

No filme de 62, os personagens refletiam bem a sua época. O advogado Bowden era um perfeito pai de família, e, cidadão exemplar. O testemunho dele foi determinante para mandar Max Cady para a cadeia, para uma sentença de oito anos, por ter violentado uma mulher. Gregory Peck, que também produziu o filme, interpretou o advogado, enquanto Robert Mitchum encarnou o ex-presidiário, sem dúvida, o melhor papel em toda a sua carreira.

O filme é fortemente centrado nos dois personagens principais, embora o brilho absoluto seja de Mitchum, com um Cady frio, cínico, e, cruel, mas, estranhamente elegante. A mulher e a filha do advogado são elementos complementares, sem grande influência na trama. Com sua fotografia preto-e-branco maravilhosa, o filme consegue manter a atmosfera noir, e, passar, para o espectador, a sensação opressiva e aterradora, de um bom suspense psicológico. O embate final, onde o Bem, e, a Justiça prevalecem, não chega a enquadrar o filme como ação.

Considerando-se que, nessa época, já eram comuns superproduções como "Cleópatra", "Spartacus", etc., foi preciso certa ousadia para produzir um filme "B". E, que se tornou um clássico, no gênero. Por falar em ousadia, o filme sofreu muitas críticas na época, chegando a sofrer 161 cortes na censura britânica.

Três décadas depois, a recontagem de "Cape Fear" surgiu, através de Martin Scorcese, que terminara o excelente "A Última Tentação de Cristo". Numa produção muito mais rica, e, com efeitos especiais impensáveis, na época do primeiro filme, “Cabo do Medo” trouxe, agora, um elenco igualmente estelar. No papel do advogado, e, sua família, Nick Nolte, Jessica Lange, e, Juliette Lewis. Para o malévolo Cady, ninguém menos que Robert de Niro. Numa homenagem à equipe do primeiro filme, Robert Mitchum, Martin Balsam, e, Gregory Peck aparecem, em algumas pontas maravilhosas.

Apesar de suas limitações, Nick Nolte assume bem o papel do advogado perseguido. Contudo, é o camaleônico Robert de Niro que dá o tom ao filme. Diferente da caracterização de Mitchum, Niro traz um Cady brutal, grosseiro, desagradável, que também consegue ser sensual, e, persuasivo, quando lhe convém. As personagens da mulher, e, da filha, agora são muito mais atuantes. Julitte Lewis recria a filha adolescente, agora com um formato sensual, e, perigosamente receptiva, ao Lobo Mau vivido por Niro.

A nova versão de "Cape Fear" ficou muito mais interessante, por fugir da dicotomia “bonzinho x malvado”, da primeira edição. A família Bowden não é tão perfeita agora. Sam é um homem que já teve várias relações extra-conjugais, e, no momento retratado, está numa paquera com uma colega de trabalho. A mãe (a ótima Jessica Lange), é uma mulher alienada, totalmente envolvida com seu trabalho. A filha (Juliette Lewis, que sempre faz bem esses papéis de maluquete), já teve problemas por uso de maconha, e, tem uma sexualidade precoce.

Mas, a mudança mais interessante ficou ligada à motivação da vingança de Cady. No primeiro filme, era o testemunho, de um cidadão contra um bandido, que despertava a sede de vingança. Na segunda versão, Bowden fora o advogado de Cady ao trabalhar como defensor público. Ao defendê-lo de uma acusação de estupro, Bowden fica horrorizado ao ver como Cady maltratara a vítima. Durante o processo, Bowden recebeu uma informação que poderia reduzir a pena, ou, até mesmo, libertar Cady. Sabendo que o acusado era analfabeto, Bowden oculta a informação. Para nós, brasileiros, esse aspecto talvez não desperte a mesma indignação que os americanos sentiriam. Mas, para uma sociedade onde a Lei vale mais que a Justiça, o advogado cometeu um crime tão terrível quanto o estupro de Cady.

O filme prossegue, num jogo de gato e rato, com todos os clichês do gênero, culminando no confronto, no Cabo do Medo (que é um lugar da Carolina do Norte), em meio a uma tempestade, criada pela equipe de efeitos especiais. A luta final coloca em cheque o limite de civilização e bestialidade, da natureza humana, nos dois homens, restando dúvidas sobre qual prevaleceu. O final do segundo filme é radicalmente diferente do primeiro.

Os dois filmes tem edições em DVD, bem cuidadas, que só pecaram nos extras. "Círculo do Medo" traz o filme em seu formato widescreen original (1.85:1), e, legendas em português, espanhol, inglês, chinês, japonês, coreano e tailandês. Como extras, trailer, galeria de fotos, notas de produção, e, um making of com trinta minutos de duração, infelizmente, sem legendas. Uma curiosidade, revelada nos extras: ao receber uma homenagem das autoridades de Savanah, onde o filme foi rodado, Robert Mitchum revelou que, em sua juventude, fora preso, e, condenado, ali.

A edição de "Cabo do Medo" traz dois discos. No primeiro, o filme completo e interação do roteiro com a cena. O filme vem com formato widescreeen, e, trilha sonora em inglês e japonês(?). Detalhe: existe uma trilha Dolby Digital e outra DTS, ambas de qualidade fantástica. No disco de extras, além de notas de produção, trailer, cenas deletadas, e, galeria de fotos, existe um documentário, de oitenta minutos, esmiuçando todos os detalhes do filme. Mais uma vez, o problema da linguagem: só existem legendas em inglês e japonês (!). Existe também um pequeno documentário sobre as cenas do barco.

"Cabo do Medo" traz à tona um problema comum em nossa sociedade. Não existe forma do Estado proteger alguém, preventivamente, de ser vítima de um crime. A nossa legislação, e, a estrutura que a suporta, só estão preparadas para punir um crime, e, não, para evitá-lo. Para piorar, ainda temos a repressão à autodefesa, com campanhas esdrúxulas, para o desarmamento do cidadão comum. E, para completar, grupos de defesa de direitos humanos, que só se preocupam com os pobres criminosos, nunca com suas vítimas.

Problemas sociais à parte, a dobradinha de "Círculo do Medo" e "Cabo do Medo" certamente é um programa excelente, para qualquer cinéfilo. Seja pelos aspectos técnicos, seja pela atmosfera envolvente, ou, simplesmente, para curtir dois ótimos filmes de suspense, dificilmente alguém terá motivos para reclamar. Não esqueçam da pipoca!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

Claquete 07 de janeiro de 2005



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Começa o ano, ainda sob a ressaca das festas natalinas. Enquanto Natal é invadida pelos turistas, quem pode, corre para as praias, para curtir o veraneio, já que ninguém é de ferro... Enquanto isso, nos cinemas, as estréias são tímidas. De novo, só o suspense “O Grito”, “O Filho de Chucky”, o Brinquedo Assassino na segunda geração, e, a produção nacional “Tainá 2 – A Aventura Continua”. Continuam em cartaz, “A Lenda do Tesouro Perdido”, com Nicolas Cage, e, grande elenco, numa aventura no estilo Indiana Jones, “Blade – Trinity”, com Wesley Snipes retomando seu papel do meio-homem, meio-vampiro, combatendo o próprio Drácula, George Clooney e sua turma agitam com “Doze Homens e Outro Segredo”, Lázaro Ramos e Deborah Secco vivem suas agruras, em “Meu Tio Matou um Cara”, e, Richard Gere, Jennifer Lopez e Susan Sarandon rodopiam para valer, na comédia romântica “Dança Comigo”. Para a criançada, além da maravilhosa animação “Os Incríveis”, parceria da Disney com a Pixar, campeão de audiência nos cinemas americanos, tem também o desenho animado “Bob Esponja”, da Nickelodeon, além da aventura nacional “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida”.


Estréia 1: “Tainá 2”

Uma indiazinha desaparece na selva, preocupada em defender os animais e o meio-ambiente. Se o enredo parece familiar, é porque “Tainá 2 – A Aventura Continua” é a seqüência de “Tainá”, filmado em 2000. Agora, uma pré-adolescente, a indiazinha Tainá (Eunice Baía) divide-se entre enfrentar piratas da biodiversidade, que capturam animais raros da fauna amazônica, e, a atenção para com a pequenina Catiti, de seis anos, que foge da aldeia querendo imitar Tainá como protetora do meio ambiente. A protagonista também tem problemas com Carlito (Vitor Morosini), menino que veio da cidade para passar as férias com o pai, um biólogo. Ele trouxe Boris, um pequeno cão que se perde na mata, resgatado por Catiti. Com direção de Mauro Lima, o filme conta com a presença de Kadu Moliterno e Chris Couto. "Tainá 2 – A Aventura Continua" estréia, nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Censura livre.


Estréia 2: “O Filho de Chucky”

Parece brincadeira, mas não é. Chucky, o brinquedo assassino que toda criança deseja, chega agora, nos cinemas, em sua quinta versão. Glen, filho de Chucky e Tiffany, descobre que está sendo feito um filme sobre os dois. Ele consegue, então, acordá-los, iniciando uma nova contagem de mortos. Mas isso o desagrada, já que é bem mais tranqüilo que seus pais, o que pode criar problemas familiares. Enquanto isso, em Hollywood, a atriz Jennifer Tilly é escolhida para interpretar Tiffany, o que coloca a pequena homicida em seu encalço. Mais para os fãs da série. Jennifer Tilly é a garota de voz rouca e sensual de “Procura-se Amy” e “Ligadas Pelo Desejo”. A direção é de Don Mancini. “O Filho de Chcky” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.


Estréia 3: “O Grito”

Uma casa modesta em Tóquio disfarça o terror que nela se oculta. A casa está possuída por uma maldição violenta que destrói a vida de todos que nela entram. Esta maldição faz com que suas vítimas morram nas garras de uma poderosa raiva. Karen (SARAH MICHELLE GELLAR) é uma estudante em regime de intercâmbio que está fazendo faculdade de Serviço Social no Japão. Ela, inocentemente, aceita substituir uma enfermeira que não apareceu para trabalhar. Quando entra na casa para a qual havia sido designada, ela descobre uma americana idosa, Emma (GRACE ZABRISKIE), que se encontra perdida em estado catatônico, e nota que a casa está deserta e abandonada. Enquanto cuida da mulher, Karen ouve ruídos como de arranhões no andar de cima. Ao investigar, ela se depara com o terror sobrenatural mais assustador que jamais poderia imaginar. Dentro desta casa, uma corrente de terror é posta em movimento, fruto de um terrível mal nascido anos antes. Enquanto morrem outras pessoas, Karen é tragada por este ciclo de terror e aprende o segredo da maldição vingativa que se enraizou nesta casa. Refilmagem de um filme japonês, com o mesmo roteiro, diretor e alguns atores. "O Grito" estréia nesta sexta-feira, no Cine Natal 2, e, no Cine 6 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

O que está nas locadoras

O mês de janeiro traz uma série de títulos que fizeram sucesso nos cinemas. O mais badalado é “A Vila”, de M. Night Shyamalan, que dirigiu “Sexto Sentido” e “Sinais”. Chegam também “Colateral”, com Tom Cruise e Jamie Foxx, “Hellboy”, o ótimo “O Terminal”, de Spielberg, estrelado por Tom Hanks, “Rios Vermelhos 2 – Anjos do Apocalipse”, com o excelente Jean Reno, “Mulher-Gato”, com a gatíssima Halle Berry, o drama “Mar Aberto”, e, as comédias “De Repente 30”, “Show de Vizinha”, e, “Igual a Tudo na Vida”, esta última, do diretor Woody Allen. Vale à pena conferir.


“Shrek 2”, em DVD

Os atores de carne e osso devem estar se roendo de inveja. O grande campeão das bilheterias americanas, em 2004, foi o simpático ogro verde, Shrek, no segundo filme da série, que amealhou mais de 440 milhões de dólares. “Shrek 2” chega agora, em DVD, com muitos extras. Após se casar com a Princesa Fiona (Cameron Diaz), Shrek (Mike Myers) vive feliz em seu pântano. Ao retornar de sua lua-de-mel Fiona recebe uma carta de seus pais, que não sabem que ela agora é um ogro, convidando-a para um jantar juntamente com seu grande amor, na intenção de conhecê-lo. Além do filme, o disco traz Comentários do Diretor, A Música de “Shrek 2”, Videoclipe de "Accidentaly in Love", Conheça o Gato de Botas, Conheça o Elenco, A Técnica de “Shrek 2”, A Casa de Jogo do Homem-Biscoito, DVD-ROM, Cante com a Fada Madrinha, O Idolo de um Reino Tão Tão Distante. Além do áudio original, o filme também tem a ótima dublagem em português (com Bussunda, dublando Shrek), além do formato de tela em widescreen anamórfico.


Nova guerra de formatos: Blue-Ray, HD-DVD, DMD

Nem bem o DVD chegou na sala da classe operária, e, começa uma guerra pelo seu sucessor. Enquanto um DVD oferece 4,7 Gigabytes para armazenar os filmes e arquivos, o HD-DVD, patrocinado pela NEC e Toshiba acenam com 15 Gb, o Blue-Ray, da SONY, Matsushita e outros, chega com 50 Gb, ambos com a tecnologia do laser azul. Correndo por fora, a Ddata introduz o seu DMD, com novas utilizações do laser vermelho tradicional. Resta saber quem os estúdios de cinema irão apoiar, o que significará vida ou morte para o sistema vencedor. Mas, esses “brinquedos” só irão entrar no mercado no final deste ano, ou, início de 2006. Até lá, muita briga ainda vai acontecer, nos bastidores.


Rede TV! Investe em filmes de arte

A Rede TV!, que tem um programação popular, parece dar mostras de querer abocanhar uma audiência mais diversificada. A emissora comprou, da Europa Filmes, um pacote de 58 filmes de arte, que serão inseridos na programação de 2005. Os filmes serão exibidos em uma sessão de arte, provavelmente no sábado ou domingo à noite. Entre os títulos, algumas preciosidades, como o belíssimo desenho japonês “A Viagem de Chihiro”, “O Escorpião de Jade”, de Woody Allen, “Kedma” e “O Dia do Perdão”, de Amos Gittai. Outros são filmes nebulosos, como “Cidade dos Sonhos”, ou “Pi”, que algumas legiões amam, e, outras, detestam. Mas, quanto maior o leque de opções disponíveis ao espectador, melhor!

O que vem por aí

Nos próximos dias, três novas estréias deverão agitar os cinemas. A primeira é “Alexandre”, de Oliver Stone, sobre a vida de Alexandre, o Grande. O filme despertou muita polêmica sobre uma suposta bissexualidade do biografado. O outro título é “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, baseado no famoso livro de Alexandre Dumas, que já rendeu vários filmes, o mais famoso, de 1956, estrelado por David Niven e Cantinflas. A nova versão traz Jackie Chan, no papel de Passepartout. O filme conta, ainda com participações de Arnold Schwarzenegger, Luke e Owen Wilson, Rob Schneider, Kathy Bates, e, John Cleese. Finalmente, a apresentadora infantil Eliana vive uma aventura no Caribe, enfrentando um predador ecológico em “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”.


Filme recomendado: “Malditas Aranhas!”

De volta à Sessão da Tarde

Os monstros são parte permanente do imaginário popular, desde o começo dos tempos, e, como não poderia deixar de ser, desde os primórdios do cinema, também. Em seu filme de 1902, “Viagem à Lua”, George Méliès trazia alguns simpáticos selenitas com cabeça de peixe, para atormentar os astronautas. O auge do cinema fantástico e de terror foi nas décadas de 50 e 60, quando a tensão paranóica da Guerra Fria fornecia um pano de fundo perfeito para invasores, monstros, e, outras criaturas. Muitas produções baratas foram feitas, geralmente classificadas como filmes B, já que fugiam à escala de custo e qualidade dos grandes estúdios. Numa grande homenagem aos filmes B, “Malditas aranhas!” resgata, com muito bom humor, todos os clichês desse gênero, hoje clássico, numa produção divertida e agradável.

Produção relativamente barata, pelo menos para os padrões hollywoodianos, “Malditas aranhas!” custou 30 milhões de dólares, graças a um elenco de segundo escalão, locações simples, efeitos especiais sem grande sofisticação, e, muitas, muitas aranhas feitas através de computação gráfica. O enredo segue o padrão dos filmes B da década de 50: cidade pequena, no meio do deserto, os poucos habitantes dominados por um político corrupto. Devido ao acidente, com um tambor de lixo tóxico, centenas de aranhas exóticas crescem monstruosamente, e, começam a aterrorizar os habitantes do lugar.

Em meio à situação de catástrofe, os personagens do filme também preenchem os padrões de arquétipos: o herói quixotesco e bem intencionado, sua amada, a corajosa xerife da cidade, a filha rebelde adolescente, que vive se metendo em encrencas, o cientista maluco, que involuntariamente provoca a catástrofe, a tia velha, simpática e mordaz, o assistente gordo e trapalhão, e, o menino-gênio, no qual ninguém acredita, mas que acaba salvando todo mundo.

Enquanto os aracnídeos se divertem devorando os figurantes, uma simpática love story é revelada. Chris McCormack (David Arquette, da trilogia “Pânico”), era apaixonado por Sam Parker (Kari Wuhrer), a atual xerife da cidade. Ao descobrir que o marido de Sam a traía, Chris quebra-lhe a cara, e, some da cidade, só retornando dez anos depois, quando seu pai morre. Nessas alturas, Sam é uma mãe divorciada, lutando para controlar a rebelde Ashley e o precoce Mike. Nosso herói tem todas as qualidades do herói romântico, tendo como único defeito uma barbicha, que segundo a sua tia, “parece a genitália de uma vadia”.

Assim como “Independence Day” e “Godzilla”, “Malditas aranhas!” não nega sua inspiração nos filmes de ficção-científica dos anos 50. A diferença é que, neste último, observa-se uma irreverente homenagem àqueles filmes B que, no auge da paranóia nuclear, eram exibidos nos cinema drive-in americanos, e que, quase sempre, mostravam gigantescos animais, deformados pela radiação nuclear. Observam-se claras referências a “Tarântula”, de 1955, e “O mundo em perigo”, de 1954, que é visto sendo exibido em uma TV no quarto do garoto.

Em plena Guerra Fria, é como se os monstros e alienígenas fossem uma materialização da ameaça comunista, sempre à espreita para devorar criancinhas, e, dominar os inocentes americanos incautos. Talvez por isso mesmo, aqueles filmes se levassem a sério, embora fossem poucos os que tivessem algum valor científico real. A era de “2001, Uma Odisséia no Espaço” ainda demoraria a chegar.

Se os elementos do filme B são evidentes, não há problema algum. Como funciona um típico filme B? É estabelecida uma situação básica (a criação acidental das aranhas gigantes, por exemplo). O espectador experiente logo associa aquela situação com um monte de outras em que já viu coisa parecida. Pode-se dizer que, com quinze minutos de filme, já se sabe exatamente o que vai acontecer. Resta ao roteirista não ser absolutamente previsível, e, ao cineasta, achar soluções criativas, para que o espectador permaneça com a atenção ligada no resto do filme. E, acima de tudo, jamais levar a trama tanto a sério, para não insultar a inteligência do espectador.

“Malditas aranhas!” é uma reciclagem muito bem-humorada, que reúne todos os clichês do gênero - a cidadezinha, o herói relutante, o xerife, o menino prodígio e, é claro, aranhas gigantes, desde as saltadeiras até uma enorme tarântula, que trabalha como tanque de guerra. Só que os bichos, todos produzidos em computador, provocam mais risos do que sustos, em seqüências como a perseguição aos motoqueiros no deserto, e, na invasão do shopping. Sem nenhum ator conhecido no elenco, além de Arquete, “Malditas aranhas!” consegue ser muito mais divertido do que o milionário “Godzilla”.

A edição em DVD de “Malditas aranhas!” só peca pelo formato de tela cheia, que sempre irrita os cinéfilos, e, agrada a turma da TV. O disco traz trilhas em Inglês, Espanhol e Português, assim como as legendas. O som original em inglês é Dolby Digital, muito bem masterizado, trazendo o envolvimento necessário para as cenas de ação. Como extras, 13 minutos de cenas deletadas, como legendas em português, trailer de cinema e trilha de comentário em áudio. A distribuição é da Warner Home Vídeo. Alugue, reúna a família toda, faça muita pipoca, e bom divertimento!