quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Coluna Claquete – 28 de janeiro de 2016


 

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  - @colunaclaquete

 

 

O que está em cartaz

Janeiro se vai, com grandes perdas para o cinema, mas sempre com novas revelações. As estreias da semana são o épico “Os Dez Mandamentos”, a comédia “Pai em Dose Dupla”, o thriller “Caçadores de Emoção – Além do Limite”, e o drama japonês “Sabor da Vida”. Continuam em cartaz a ficção-científica “A 5ª Onda”, o nacional “Reza a Lenda”, e as animações “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, o Filme”, e “O Bom Dinossauro”. Nas programações exclusivas o Cinemark mantém “A Grande Aposta”, “Alvin e os Esquilos: Na Estrada”, e “Até Que a Sorte Nos Separe 3”, enquanto o Natal Shopping exibe o drama “Joy – O Nome do Sucesso”. Na seção Especial, Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme, com a análise de “Spotlight – Segredos Revelados” e “O Quarto de Jack”.

Estreia 1: “Os Dez Mandamentos – O Filme”


Adaptação cinematográfica baseada na Bíblia e na célebre novela homônima da Rede Record, um dos maiores fenômenos de audiência dos últimos tempos da televisão brasileira. A épica e emocionante saga de Moisés, retratada na novela, que cobre mais de cem anos de história e adapta livremente quatro livros da Bíblia, ganhará cenas inéditas e um final diferente do veiculado na televisão. A direção é de Alexandre Avancini. “Os Dez Mandamentos – O Filme” estreia nesta quinta-feira nas Salas 4 e 7 do Moviecom, Salas 1, 6 e 7 do Cinemark, Salas 1 e 6 do Natal Shopping, e Salas 2, 3 e 4 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Nacional. (T. O.: “Os Dez Mandamentos – O Filme”)

Estreia 2: “Caçadores de Emoção – Além do Limite”


Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança. Refilmagem de “Caçadores de Emoção” (1991), que foi protagonizado por Keanu Reeves e Patrick Swayze.  A direção é de Ericson Core. “Caçadores de Emoção – Além do Limite” estreia nesta quinta-feira na Sala 6 do Moviecom, Salas 2 e 5 do Natal Shopping, e Sala 1 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Point Break”)

Estreia 3: “Pai Em Dose Dupla”


Brad (Will Ferrell) é executivo em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos. A direção é de Sean Anders. “Pai Em Dose Dupla” estreia nesta quinta-feira na Sala 3 do Moviecom, Sala 3 do Cinemark, Salas 2 e 5 do Natal Shopping, e Sala 6 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Daddy’s Home”)

Estreia 4: “Sabor da Vida”


Sentaro (Masatoshi Nagase) dirige uma pequena padaria que serve dorayakis - bolos recheados com pasta doce de feijão vermelho. Quando uma senhora de idade, Tokue (Kirin Kiki), se oferece para ajudar na cozinha, ele relutantemente aceita. Mas Tokue prova ter mágica em suas mãos quando se trata de fazer "AN". Graças à sua receita secreta, o pequeno negócio logo floresce e, com o tempo, Sentaro e Tokue abrem seus corações, revelando velhas feridas. A direção é de Naomi Kawase. “Sabor da Vida” estreia nesta quinta-feira na Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “An”)

 

Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme (2)

Como mencionei na coluna da semana passada, esta safra de filmes do Oscar está excelente, com um nível de qualidade acima da média, principalmente pelos temas abordados. Entre os indicados para Melhor Filme, destaco mais dois, também favoritos para o prêmio: “Spotlight – Segredos Revelados” e “O Quarto de Jack”.
O primeiro título trata de um assunto delicado, a pedofilia praticada por sacerdotes católicos, e a maneira como a Igreja conduzia estes casos. Apesar de ser praticada por cerca de 15% da população americana, a religião católica tem uma forte presença em cidades onde a imigração europeia era mais marcante.
Na história tratada no filme – e que foi baseada em fatos reais – os acontecimentos se passam em Boston, onde inclusive existe uma grande comunidade de imigrantes brasileiros, mas que foi um destino preferencial de irlandeses católicos no século 19.
O nome Spotlight vem de uma seção independente do jornal Boston Globe, onde uma pequena equipe de dedica a reportagens especiais, muitas vezes levando meses para concluir uma cobertura destas. A equipe era formada por três repórteres, Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James), chefiados pelo editor Walter Robinson (Michael Keaton).
A investigação sobre o assunto é incentivada pelo novo redator-chefe do jornal, Marty Baron (Liev Schreiber), que vinha de outras cidades e por ter outra formação religiosa, não sentia-se limitado pelas influências políticas da igreja local.
De início investigando um pequeno número de casos, os jornalistas ficaram chocados ao descobrir que havia uma estatística de que seis por cento dos padres haviam praticado algum tipo de abuso sexual – e que todos os casos eram acobertados!
Além do silêncio das vítimas e obstrução de informações, a equipe é atrapalhada até pelo 11 de setembro, que desviou a atenção de toda a imprensa. Contudo, o caso foi plenamente investigado, o jornal recebeu o prestigiado prêmio Pulitzer e recentemente a Igreja Católica reconheceu sua culpa.
O filme é muito bem conduzido, com um roteiro bem amarrado e excelentes atuações, o que prova que para fazer um filme bom não precisa de um monte de efeitos especiais. Além de Melhor Filme, “Spotlight – Segredos Revelados” também foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor (Tom McCarthy), Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Atriz Coadjuvante (Rachel McAdams), Roteiro Original, e Montagem.
O outro filme que iremos tratar é “O Quarto de Jack” (“Room”). Desde os primeiros minutos do filme o espectador percebe algo diferente na situação que é mostrada na tela, onde uma jovem mãe e seu filho vivem em um pequeno quarto sem interação com o mundo exterior.
Jack ( Jacob Tremblay) completa cinco anos vivendo com a Mãe (Brie Larson) em um pequeno quarto sem janelas, onde a única visão do mundo externo é uma pequena claraboia no teto. Somente à noite, a presença do Velho Nick (Sean Bridgers) é percebida, para trazer alimentos e deitar com Mãe.
A jovem faz tudo para o garoto ter uma vida normal, criando histórias de que o mundo que vivem é só aquele quarto, e que tudo o que veem na TV é fantasia. Ela limita os horários de TV e cria brincadeiras para que o menino tenha atividade física, mesmo vivendo naquele espaço limitado.
Não tarda para perceber que os dois são vítimas de um longo sequestro, e apenas quando Mãe utiliza um estratagema copiado do livro “O Conde de Monte-Cristo” é que conseguem ser salvos pela polícia.
O que poderia ser o desfecho de uma situação na verdade é apenas o início de uma nova jornada de adaptação ao mundo real, tão complicada que chega a despertar o desejo de voltar ao antigo quarto.
Curiosamente, a dificuldade parece ser maior para Mãe do que para Jack. Enquanto que para o menino tudo é novo e divertido, para a jovem a volta ao mundo real traz o peso dos anos perdidos, a separação dos pais, o assédio da imprensa, e uma profunda depressão. Apenas o amor incondicional dos dois poderá salvá-los.
Este é mais um filme inteligente, com atuações excepcionais de um elenco reduzido e locações mínimas, onde a história é o que conta. Neste contexto, são explorados não apenas os relacionamentos mãe e filho, como também dos outros envolvidos na questão, bem como os preconceitos e maneiras de lidar com a dor da perda.
Além da indicação para Melhor Filme, “O Quarto de Jack” mereceu também a indicação ao Oscar de Melhor Diretor (Lenny Abrahamson), Melhor Atriz (Brie Larson), e Roteiro Adaptado. A atuação de Brie Larson é excelente, sendo merecidissima sua indicação ao Oscar.
  

Livros de cinema:

Royale Com Queijo

Alguns dos maiores prazeres da vida reunidos em livro, Royale com Queijo é uma compilação com mais de 600 citações sobre comidas e bebidas extraídas de produções cinematográficas. Agrada leitores dos mais variados gostos e perfis, desde os gourmand até os adeptos de fast-food, sem distinção. Escrito pela publicitária Mariza Gualano, autora de livros de referência sobre a sétima arte, é uma excelente pedida para acompanhar solitários ou para uma leitura compartilhada. Foram reunidas frases de filmes como "A Festa de Babete", "Comer, rezar, amar", "A comilança" e "Chocolate", além de nacionais como "Gabriela, cravo e canela" e "Estômago". Há também os grandes clássicos e os cultuados, como "Um Dia de Fúria" e "Pulp Fiction". A edição vem acompanhada de um índice de filmes em que o leitor é convidado a ser também crítico cinematográfico, ao pontuar avaliações sobre produções selecionadas na coletânea de frases. 240 p. Editora Valentina.



Lançamentos em DVD/Blu-Ray:

“Perdido em Marte”

O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra. “Perdido em Marte” foi indicado ao Oscar 2016 nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator (Matt Damon), Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Edição de Som e Efeitos Visuais. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Martian”)

“Rainha e País”

Devido à Guerra da Coreia, o jovem Bill Rohan (Caleb Landry Jones), de apenas 18 anos, precisa cumprir o serviço militar obrigatório por dois anos em um quartel localizado na Inglaterra. Lá ele constrói uma forte amizade com Percy (Callum Turner), que não tem qualquer moral ou escrúpulos. A dupla não leva muito a sério o autoritarismo do exército e vive criticando ou pregando peças em seus superiores, fazendo o possível para escapar da punição maior: ser enviado para o campo de combate. Paralelamente a isto, Bill conhece uma mulher misteriosa e mais velha, por quem se apaixona perdidamente.  O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Queen and Country”)

“As Aventuras de Paddington”

Paddington (voz de Ben Whishaw) foi criado na floresta do Peru pelos tios Pastuzo (voz de Michael Gambon) e Luzy (voz de Imelda Staunton), mas um terremoto acaba separando o trio. Diante disto, o pequeno urso é enviado pela tia para Londres, local onde mora um explorador que visitou o Peru décadas atrás. Paddington faz a viagem clandestinamente e, ao chegar, acaba indo para uma estação de trem. Lá ele conhece a família Brown, que decide ajudá-lo a encontrar o tal explorador. Só que a vida na civilização e entre humanos não é tão simples assim.  Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Paddington”)

“Homem Irracional”

Em crise existencial, o professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix) chega para lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Logo uma de suas alunas, Jill (Emma Stone), se aproxima dele devido ao fascínio que sente pelo seu intelecto, além da tristeza que sempre carrega consigo. Simultaneamente, ele é alvo de Rita (Parker Posey), uma professora casada que tenta ter um caso com ele. A vida começa a melhorar para Abe quando, numa ida à lanchonete com Jill, ouve a conversa de uma desconhecida sobre a perda da guarda do filho devido a uma decisão do juiz Spangler (Tom Kemp). Abe logo começa a idealizar o assassinato de Spangler e como, por ser um completo desconhecido, jamais seria descoberto. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Irrational Man”)



quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Coluna Claquete – 21 de janeiro de 2016

 

 

Newton Ramalho

 

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O que está em cartaz

Mais uma semana triste para o cinema, com a morte de Ettore Scola, grande cineasta italiano, autor de “O Baile” e “Casanova e a Revolução”. As estreias da semana são o drama “Joy – O Nome do Sucesso”, a ficção-científica “A 5ª Onda”, e o nacional “Reza a Lenda”, além da pré-estreia de “Pai em Dose Dupla”. Continuam em cartaz os dramas “Creed: Nascido Para Lutar”, “A Grande Aposta”, a animação “Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, o Filme”, a animação “O Bom Dinossauro”, as comédias nacionais “Vai Que Dá Certo 2” e “Até Que a Sorte Nos Separe 3”, e “Alvin e os Esquilos: Na Estrada”. Nas programações exclusivas, o Natal Shopping exibe “Macbeth: Ambição e Guerra” e “Star Wars: O Despertar da Força”. Na seção Especial, Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme, com a análise de “A Ponte dos Espiões” e “A Grande Aposta”.

Estreia 1: “Joy: O Nome do Sucesso”



A inventora Joy Mangano (Jennifer Lawrence) é uma mãe solteira cheia de ideias criativas na cabeça. A sua primeira criação revoluciona o mercado com o Miracle Mop, um esfregão feito com um tecido propício para ser torcido, sem a pessoa molhar as mãos. A partir dessa invenção ela constrói seu negócio milionário. O longa é baseado em fatos reais. Joy Mangano se formou em administração de empresas e é a presidente da empresa President of Ingenious Designs. Ela já lançou mais de 100 invenções. Jennifer Lawrence recebeu sua quarta indicação ao Oscar de Melhor Atriz por este filme. No elenco estão também Bradley Cooper e Robert de Niro. A direção é de David O. Russell. “Joy: O Nome do Sucesso” está em exibição na Sala 1 do Moviecom, e Salas 4 e 5 do Natal Shopping. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Joy”)

Estreia 2: “A 5ª Onda”


A Terra repentinamente sofre uma série de ataques alienígenas. Na primeira onda de ataques, um pulso eletromagnético retira a eletricidade do planeta. Na segunda onda, um tsunami gigantesco mata 40% da população. Na terceira onda, os pássaros passam a transmitir um vírus que mata 97% das pessoas que resistiram aos ataques anteriores. Na quarta onda, os próprios alienígenas se infiltram entre os humanos restantes, espalhando a dúvida entre todos. Com a proximidade cada vez maior da quinta onda, que promete exterminar de vez a raça humana, a adolescente Cassie Sullivan (Chloe Grace Moretz) precisa proteger seu irmão mais novo e descobrir em quem pode confiar. A direção é de J Blakeson. “A 5ª Onda” está em exibição na Sala 4 do Moviecom, Sala 2 do Cinemark, Salas 1 e 4 do Natal Shopping, e Salas 1 e 2 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “The 5th Wave”)

Estreia 3: “Reza a Lenda”


Ara (Cauã Reymond) é um homem de poucas palavras, mas muita determinação. Ele vive em uma terra devastada e sem lei que espera ansiosamente por uma espécie de messias que devolva a justiça e a liberdade, usurpadas pelo cruel Tenório (Humberto Martins). Auxiliado por sua gangue de motoqueiros armados, o rapaz irá lutar contra o universo ao seu redor e seus próprios dramas - como os ciúmes de sua mulher, Severina (Sophie Charlotte). A direção é de Homero Olivetto. “Reza a Lenda” está em exibição na Sala 7 do Moviecom, Sala 1 do Cinemark, Sala 6 do Natal Shopping, e Sala 5 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Nacional. (T. O.: “Reza a Lenda”)

Pré-Estreia: “Pai Em Dose Dupla”


Brad (Will Ferrell) é executivo em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos. A direção é de Sean Anders. “Pai Em Dose Dupla” está em pré-estreia na Sala 1 do Moviecom, na sessão de 16h50, e Sala 4 do Partage Norte Shopping, na sessão de 22h20. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas. (T. O.: “Daddy’s Home”)

 

Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme

No dia 28 de fevereiro próximo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood fará a tradicional entrega de prêmios aos destaques da indústria segundo a visão dos seus membros. O prêmio é mais conhecido pelo nome de Oscar, é entregue a diversas categorias, que vão de Melhor Filme a especialidades como Figurino ou Maquiagem, e incluem alguns prêmios especiais.
Este ano parece ter produzido uma excelente safra, pois tanto constam os blockbusters tipo “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Perdido em Marte” e “Star Wars – O Despertar da Força”, quanto temas históricos importantes como a crise de 2008 em “A Grande Aposta” e a Guerra Fria em “A Ponte dos Espiões”, além de questões delicadas como a primeira transexual em “A Garota Dinamarquesa” e a pedofilia na igreja em “Spotlight: Segredos Revelados”.
Este ano houve oito indicações para a categoria de Melhor Filme, dos quais “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Perdido em Marte”, “Ponte dos Espiões” já estrearam nos cinemas ainda no ano passado. “Spotlight – Segredos Revelados” estreou em janeiro, e “A Grande Aposta” entrou na semana passada e ainda está em cartaz. “O Regresso”, “Brooklyn” e “O Quarto de Jack” só estreiam em fevereiro.
Gostaria de destacar dois destes filmes, não por considerá-los favoritos ao prêmio, mas por tratarem de temas importantes, mas que são praticamente desconhecidos para o grande público.
“A Ponte dos Espiões” (“Bridge of Spies”) se passa em plena Guerra Fria, nas décadas 1950 e 1960, quando o mundo era alinhado em dois blocos, liderados pelos Estados Unidos e União Soviética, com grande tensão de parte a parte e intensa atividade de espionagem entre os dois lados.
O espião soviético Rudolf Abel (Mark Rylance) é preso nos Estados Unidos em 1957, e levado a julgamento público. O advogado James Donovan (Tom Hanks) é convocado para fazer a defesa do espião, no que deveria ser apenas um papel simbólico. Donovan, entretanto, leva o seu papel a sério, o que lhe traz reações negativas do público, amigos e vizinhos.
Um incidente com a captura do piloto americano Gary Powers (Austin Stowell) em 1960 em plena Rússia oferece a oportunidade para a troca dos dois prisioneiros. Donovan então é convocado para a negociação, mesmo sem ter nenhum suporte oficial.
A negociação é conduzida em uma Berlim dividida, onde as fugas do setor comunista eram risco de execução, e o poder era disputado entre os soviéticos e a própria Alemanha Oriental, ainda não reconhecida como país.
O filme é um drama tenso com ritmo de thriller de ação, com a direção de Steven Spielberg, e boa atuação de Tom Hanks e Mark Rylance, que foi indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante.
“A Ponte dos Espiões” foi indicada também para Melhor Filme, Roteiro Original, Trilha Sonora, Design de Produção, e Mixagem de Som.
O outro filme que gostaria de destacar é “A Grande Aposta” (“The Big Short”), que trata dos fundamentos da crise financeira que abalou o mundo em 2008 e ainda mantêm as consequências até os dias atuais.
Talvez se o tema fosse tratado só da crise, seria mais um documentário chato. Mas, a história foi mostrada do ponto de vista de alguns especialistas do mercado, que perceberam uma chance inusitada de ganhar dinheiro. Pode ser a tal oportunidade gerada pela crise, como também tirar vantagem da desgraça do outro.
Michael Burry (Christian Bale) é o dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá quebrar em breve.
Ao saber destes investimentos, o corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o workaholic dono de uma corretora.
Paralelamente, dois iniciantes na Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert (Brad Pitt), que vive recluso.
O que todos estes espertos descobriram foi que os investimentos mais rentáveis do mercado financeiro, os títulos imobiliários, estavam contaminados por papéis de alto risco. Eles criaram um novo investimento, uma espécie de seguro para o caso de quebra do setor imobiliário.
Esse novo papel parecia ser algum tipo de piada de mau gosto, pois a crença geral é a de que ninguém deixaria de pagar a sua casa própria. Isso no Brasil seria verdade, pois as exigências para liberação de crédito são enormes, mas nos Estados Unidos eram ridículas. Os corretores muitas vezes nem preenchiam os campos de rendimentos, e muitas casas eram vendidas a emigrantes, que nem sabiam o que era um juro variável.
E para piorar as coisas, quem deveria fiscalizar esses títulos eram as agências classificadoras de risco, que nem ousavam recusar uma boa avaliação. Sim, foram as mesmas agências que recentemente rebaixaram as notas do Brasil, as cúmplices da crise. Mesmo com os bancos afundando, as agências ainda mantinham os títulos com boa classificação.
O filme é bem construído, com alguns momentos de explicação didática, que merece ser visto e discutido por qualquer pessoa com mais de dez anos de idade, e que ainda tem alguma ilusão sobre a inocência e pureza do mercado financeiro.
“A Grande Aposta” recebeu indicações para Melhor Filme, Diretor (Adam McKay), Ator Coadjuvante (Christian Bale), Roteiro Adaptado e Edição.
  

Livros de cinema:

Story. Substancia, Estrutura, Estilo E Os Princípios Da Escrita De Roteiro

Diferente de outros livros, Story é sobre forma, não fórmula. Empregando exemplos de mais de cem filmes, Robert Mckee usa uma filosofia que vai além das regras rígidas para identificar os elementos mais elucidativos que distinguem histórias de qualidade das outras. Começando com definições básicas - o que e um beat? Uma cena? Uma sequência? O clímax de ato? O clímax do filme? McKee não apenas desvenda os mistérios da estrutura padrão de três atos, mas desmistifica estruturas incomuns como as de dois, sete e oito atos. Expõe as limitações de cada gênero, ressaltando a importância do tema, ambiente e atmosfera, e enfatiza a diferença de personagem versus caracterização. Recheado com exemplos de filmes como 'Casablanca' e 'Chinatown', Story disseca cenas clássicas, guiando-nos passo a passo para revelar não somente como uma cena funciona, mas por que ela funciona. Indo além dos fundamentos da composição para os valores duradouros e conflitos que separam os clássicos do clichê. 432 p. Editora Arte & Letra.


Lançamentos em DVD/Blu-Ray:

“Sicario: Terra de Ninguém”

A CIA está preparando uma audaciosa operação para deter o grande líder de um cartel de drogas mexicano. Kate Macy (Emily Blunt), policial do FBI, decide participar da ação, mas logo descobre que terá de testar todos os seus limites morais e éticos nesta missão. Do diretor canadense Denis Villeneuve, que dirigiu “Polytechnique”, “Incêndios”, “Os Suspeitos”, e “O Homem Duplicado”. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Sicario”)

“#garotas – O Filme”

Beth, Milena e Carina são três jovens amigas que se divertem nas maiores festas do Rio de Janeiro. Mas depois de morar um ano em Nova Iorque, Beth retorna ao Rio na véspera do Ano Novo, completamente mudada e decidida a se comportar. As amigas, porém, não estão dispostas a deixá-la renunciar ao estilo de vida festeiro, e Beth será tentada por uma grande festa na noite da virada, onde os segredos e as intrigas testarão sua resiliência e até mesmo a amizade entre as três.  O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “#garotas – O Filme”)

“Promessas de Guerra”

Joshua Connor (Russell Crowe) perdeu seus três filhos na batalha de Galípoli, em 1919. Após a morte da mãe deles, Joshua promete que irá enterrá-la ao lado dos filhos. Desta forma, ele viaja até a Turquia decidido a recuperar os corpos deles, para que possa enterrá-los em sua terra natal. Por mais que o país esteja agora em paz, devido à derrota dos turcos para os ingleses, Joshua enfrenta muitas dificuldades para chegar ao campo de batalha onde eles teriam morrido. Ele recebe então a ajuda de Ayshe (Olga Kurylenko), uma mulher que está à espera do marido, enviado para a guerra, e de seu filho, o pequeno Orhan (Dylan Georgiades). Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Water Diviner”)

“Parahyba Mulher Macho”

"Parahyba Mulher Macho" (1983), de Tizuka Yamazaki, mostra, com grande realismo, um dos episódios mais turbulentos da história brasileira: o assassinato, em 1930, de João Pessoa, Governador da Paraíba na época. O crime contribuiu para a eclosão da Revolução de 30. Em meio a este cenário turbulento, brota a paixão entre o advogado João Dantas (Cláudio Marzo), assassino de João Pessoa, e a libertária Anayde Beiriz (Tania Alves). Os amantes enfrentam muitos obstáculos, inclusive suas diferenças ideológicas e sociais. Anayde Beiriz foi uma das primeiras feministas brasileiras. Formada na Escola Normal, não foi aceita como professora por ser filha de tipógrafo. Por isso, foi trabalhar em uma colônia de pescadores, na praia de Cabedelo, emprego rejeitado pelas moças de família. Naquela época, aos 26 anos, Anayde já se rebelava contra os costumes e preconceitos provincianos da Paraíba. Seu comportamento livre despertava a indignação da sociedade paraibana. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Parahyba Mulher Macho”)