Coluna Claquete – 14 de dezembro de 2012

  

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.com – www.colunaclaquete.blogspot.com  - @colunaclaquete

 

O que está em cartaz

Enquanto o mundo se diverte com o fim do mundo, o Brasil continua requentando seus insípidos e insossos escândalos. Neste final de semana estreia “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, de Peter Jackson, nos levando de volta para a Terra Média. Continuam em cartaz “Quatro Amigas e um Casamento”, a animação “A Origem dos Guardiões”, a comédia nacional “Os Penetras”, “Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2”,  e “Gonzaga de Pai Para Filho”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Cosmópolis”, de David Cronenberg, na Sessão Cine Cult, enquanto o Moviecom mantém o drama “Três Histórias, um Destino”. Na Sessão Filme da Semana, resenha da produção francesa “Bairro Distante”.

 

Estreia 1: “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”

A aventura conta a trajetória do personagem-título Bilbo Bolseiro, que enfrenta uma jornada épica para retomar o Reino de Erebor, terra dos anões que foi conquistada há muito tempo pelo dragão Smaug. Levado à empreitada pelo mago Gandalf, o Cinza, Bilbo encontra-se junto a um grupo de treze anões liderados pelo lendário guerreiro Thorin Escudo-de-Carvalho. Essa aventura irá leva-los a lugares selvagens, passando por terras traiçoeiras repletas de Goblins e Orcs, Wargs mortais e Aranhas Gigantes, Transmorfos e Magos. Embora o objetivo aponte para o Leste e ao árido da Montanha Solitária, eles devem escapar primeiro dos túneis dos goblins, onde Bilbo encontra a criatura que vai mudar sua vida para sempre... Gollum. A sós com Gollum, nas margens de um lago subterrâneo, o despretensioso Bilbo Bolseiro não só descobre sua profunda astúcia e coragem, que surpreende até mesmo a ele, mas também ganha a posse do "precioso" anel de Gollum, que possui qualidades inesperadas e úteis... Um simples anel de ouro que está ligado ao destino de toda a Terra-Média, de uma maneira que Bilbo nem pode imaginar. A direção é de Peter Jackson. “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 1, 6 e 7 do Cinemark, e nas Salas 4 e 6 do Moviecom. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas, legendadas, 2D, 3D e HFR (T. O.: “The Hobbit: An Unexpected Journey”)

HFR (High Frequency Rate)

O novo filme de Peter Jackson trouxe uma novidade às salas de cinema, a exibição em HFR ou High Frequency Rate. Essa sigla refere-se a uma nova técnica de filmagem e exibição que utiliza uma frequência de 48 quadros por segundo. Desde que o cinema foi inventado, no final do século 19, os filmes são exibidos a 28 quadros por segundo, o que induz o nosso cérebro à ilusão do movimento contínuo. Com a nova técnica espera-se eliminar alguns defeitos da exibição, principalmente em 3D, reduzindo a sensação de efeito estroboscópico (aquela luz de boate que fica piscando intermitente), e proporcionando um maior conforto visual para o espectador. Esse tipo de exibição ainda está incipiente, e existem cerca de mil salas HFR no mundo, e 47 no Brasil. Mais detalhes sobre a sala HFR de Natal no site do Cinemark.

Filme da Semana: “Bairro Distante”

Por mais feliz que tenha sido a sua adolescência, todo mundo tem alguma coisa que gostaria que tivesse sido diferente, algum erro que cometeu, alguma coisa ruim que aconteceu, ou mesmo algo que se arrepende de não ter feito. E se houvesse a chance de voltar no tempo e refazer as coisas? Essa é a premissa deste interessante filme francês, “Bairro Distante” (“Quartier Lointain”), do cineasta Sam Garbarski.

Thomas Verniaz (Pascal Greggory) vive um momento difícil em sua vida. Com cerca de cinquenta anos, é casado, tem duas filhas, uma vida confortável, e vive da arte de desenhar graphic novels, histórias em quadrinhos para colecionadores. Mesmo com essas realizações, Thomas sente-se infeliz.

Ele sente-se distante da família, acha que elas não sentem sua falta, mesmo com as frequentes ausências para as promoções de suas obras. Mesmo o lado profissional está afetado, pois em dois anos não conseguiu criar nada de novo, embora os fãs adorem suas personagens, principalmente as heroínas das histórias de aventuras. Thomas está inquieto, gostaria de fazer algo diferente, mais intimista e emocional.

No retorno de uma viagem, ele é acordado pelo condutor do trem em que está. Ao examinar sua passagem, o condutor avisa que ele está no trem errado, e aconselha que desça na próxima estação, para tomar o trem para Paris.

Quando Thomas desce na estação, ele toma um choque. Por um acaso do destino, ele estava na estação da cidade em que crescera, e cuja última visita tinha sido muitos anos antes, no enterro de sua mãe.

Como o próximo trem demoraria algumas horas, ele decide fazer uma visita ao túmulo de sua mãe. No caminho, encontra um de seus amigos de infância, que o acompanha até a sua antiga casa. Thomas não reconhece quase nada, tudo está mudado.

Ao chegar ao cemitério, perturbado pelo forte calor e pela emoção, Thomas sente-se mal e desmaia. Quando ele acorda, percebe que está estranho. Ao levantar-se, descobre que voltara a ser um adolescente, embora conservasse a memória de toda sua vida.

Extasiado, ele volta para a casa em que morara, e descobre que tudo está como ele se lembrava. Inclusive o pai (Jonathan Zaccai), que os abandonara sem deixar vestígios no dia do seu aniversário, ainda está lá, bem como a mãe e a irmã caçula.

Thomas (Léo Legrand) fica encantado com esse retorno no tempo, e imagina que a razão seja para modificar o evento mais doloroso de suas vidas, o desaparecimento do pai. Thomas reencontra os velhos companheiros, as brincadeiras de adolescente, mas passa a encará-las de forma diferente, assim como a relação com a mãe e a irmã mais nova.

Enquanto se preocupa com o comportamento do pai, Thomas encontra a menina por quem era apaixonado, e nunca ousara se aproximar. A sua habilidade no desenho faz com ela o perceba, e se interesse por ele.

Ao mesmo tempo em que Thomas se inebria com esse retorno à adolescência, ele consegue perceber que o pai era uma pessoa ausente, e que este comportamento talvez se devesse à forma como conhecera a mãe (Alexandra Maria Lara), que era a noiva de seu melhor amigo, morto na Segunda Guerra.

Thomas descobre que seu pai recebia ligações e visitava com frequência uma mulher, na qual imaginou uma amante, a possível causa da saída dele de casa. Mas, à medida que suas investigações se aprofundavam, ele percebeu que na verdade ela era uma das coisas que prendiam o pai naquela cidade.

Thomas angustia-se ao perceber que nada que faz poderá mudar o seu destino, e começa a sentir-se aprisionado naquele corpo de menino, sem saber o que acontecerá a seguir.

Quando ele é obrigado a confrontar a realidade, é que começa a entender a verdadeira razão de sua volta ao passado, deixando para sempre de ser um menino.

A história de “Bairro Distante” segue com notável fidelidade o mangá (a revista de quadrinhos japonesa) "Harukanaru machi e", de autoria de Jirô Taniguchi, sobre um executivo japonês que se vê projetado no passado ao parar por acidente na cidadezinha em que morara.

Como todo bom filme francês – e uma boa pitada da visão oriental – “Bairro Distante” não é para ser visto com um olhar literal. Ao invés de ser encarado como uma história de ficção-científica, a viagem no tempo de Thomas parece ser mais um mergulho em sua própria alma, penetrando no fundo de suas memórias mais dolorosas, para compreender quem ele mesmo é.

Existem pequenos detalhes no filme que sugerem, ou induzem, uma suspeita sobre quem o filme fala. Alguns trejeitos e hábitos de Thomas são idênticos aos do pai, mas isso poderia ser normal numa relação de pai e filho.

Os últimos segundos do filme são muito reveladores sobre tudo o que foi mostrado antes, mas, nada é abertamente explicado como nos filmes hollywoodianos. “Bairro Distante” segue a tradição francesa dos finais abertos, que dão margem a longas e agradáveis discussões.

T. O.: “Quartier Lointain”

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

“Branca de Neve e o Caçador”

Nesta épica aventura de ação, Kristen Stewart vive a única pessoa do mundo que é mais bonita que a Rainha Má (Charlize Theron), que está pronta para destruí-la. Mas a única garota capaz de ameaçar o reino da cruel soberana foi treinada na arte da guerra, pelo próprio caçador (Chris Hemsworth) enviado de matá-la. Agora, a maldade enfrenta o destino. Disco com formato de tela widescreen e áudio em 7.1 DTS-HD MA, e, como extras, Nasce uma nova Lenda, Reinventando o conto de fadas, Cidadãos do Reino, A Magia de Snow White and The Huntsman, Comentário do filme com o diretor Rupert Sanders, Supervisor de efeitos visuais Cedric Nicolas-Troyan e Co-Editor Neil Smith, e Uma volta pelo reino: Volta ao SET em 360º. (T. O.: “Snow White and The Huntsman”)

“Clara Schumann”

“Clara Schumann” traz no elenco Martina Gedeck, Pascal Greggory e Malik Zidi. Em 1850, Robert Schumann e sua mulher Clara se mudam para Düsseldorf, onde ele assume um cargo de regente. São anos infelizes para o talentoso músico, que se considera mais compositor do que maestro. Na cidade, Clara conhece o compositor Johannes Brahms, 14 anos mais jovem, e eles se apaixonam perdidamente. Com reconstituição de época impecável e um roteiro apaixonante, Clara Schumann é uma homenagem magistral à música clássica. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making Of, e Entrevista com Martina Gedeck.  (T.O.: “Geliebte Clara”).

“Flores do Oriente”

Na devastada cidade de Nanjing, em 1937, o perigo das ruas fez com que um grupo inimaginável de refugiados se reunisse em uma igreja: um bando de crianças em estado de choque, algumas sedutoras e provocantes cortesãs e um renegado americano que se passa por padre para salvar a própria pele. Ou que pensa que se salvará. Emboscados por saqueadores, ao longo dos próximos dias eles vão lutar não apenas para sobreviver, mas também para fazer o que parece ser impossível nestas circunstâncias, compreender e confiar um no outro. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em DTS-HD MA 5.1. (T.O.: “Jin líng shí san chai”).

“Rendez-vous”

 

Nina (Juliete Binoche) é uma atriz que mantém uma vida sempre intensa e de constantes mudanças e que faz todos os homens que tenham interesse por ela, mergulharem em seus problemas e amarguras, gerando um ciclo desconfortável para todos. Um provocante drama erótico, elegantemente dirigido por André Téchiné, que ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes por esta investigação convincente da interseção entre paixão sexual e a artística. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio DD  2.0, e, como extras, Biografia, Filmografia, Coleção Lume, e Trailers. (T.O.: “Rendez-vous”).

Film de la semaine: «Quartier Lointain»

Pour plus heureux qu'il ait été son adolescence, tout le monde a quelque chose qu'il souhaiterait qui avait été différente, une erreur commis, quelque chose de mauvais que s'est passé, ou même quelque chose que il regrette de ne pas avoir fait. Et s'il y avait une chance de revenir en arrière et refaire les choses? C'est la prémisse de ce intéressant film français «Quartier Lointain», du réalisateur Sam Garbarski.

Thomas Verniaz (Pascal Greggory) traverse actuellement une période difficile de sa vie. Avec près de cinquante ans, il est marié, il a deux filles, une vie confortable et il vivre de son art, du dessin de romans graphiques, bandes dessinées pour les collectionneurs. Même avec toutes ces réalisations, Thomas se sent malheureux.

Il se sent éloignée de sa famille, pense qu'elles ne le manquent pas, même avec les absences fréquentes pour les promotions de ses œuvres. Même le côté professionnel est affecté, car dans deux ans il n'a pas réussi à créer quelque chose de nouveau, même si les fans adorent ses personnages, en particulier les héroïnes des romans d'aventures. Thomas est inquiet, voulait faire quelque chose de différent, plus intime et émotionnel.

Au retour d'un voyage, il est réveillé par le conducteur du train qui il est. En examinant son billet, le conducteur signale qu'il est trompé de train, et conseille que il descendre à la station suivante, pour prendre le train à Paris.

Lorsque Thomas arrive à la station, il prend un choc. Par un caprice du destin, il était à la station de la ville qui il avait grandi, et dont sa dernière visite, de nombreuses années auparavant, a été pour les funérailles de sa mère.

Comme le prochain train prendrait quelques heures, il décide de visiter la tombe de sa mère. Sur le chemin, il rencontre un de ses amis d'enfance, qui l'accompagne dans son ancienne maison. Thomas ne reconnaît pas presque rien, parce que tout est changé.

En arrivant au cimetière, perturbé par la chaleur et émotion, Thomas se sent mal et s'évanouit. Quand il se réveille, se rend compte qu'il est bizarre. Quand il se leve, il découvre qu'il est un adolescent, mais conservé les souvenirs de sa vie.

Fasciné, il retourne à la maison où ils vivaient, et découvre que tout est comme il se souvint. Même le père (Jonathan Zaccaï) qui les a abandonnés sans laisser de trace de son anniversaire, est toujours là, ainsi que sa mère et sa sœur cadette.

Thomas (Léo Legrand) se réjouit de ce retour dans le temps, et imagine que la raison soit pour changer l'événement le plus douloureux de leur vie, la disparition de son père. Thomas réunit anciens camarades, les blagues adolescentes, mais commence à les regarder différemment, ainsi que la relation avec sa mère et sa sœur cadette.

Malgré les inquiétudes concernant le comportement de son père, Thomas trouve la jeune fille dont il était amoureux, et qu'il n'a jamais osé s'approcher. Sa habileté dans le dessin fasait-t-elle réaliser sa presence, et elle prend soin de lui.

Alors que Thomas est enivre avec ce retour à l'adolescence, il peut voir que son père était une personne absente, et que ce comportement est dû peut-être à la façon dont a rencontré la mère (Alexandra Maria Lara), qui était fiancée à son meilleur ami qui est mort dans la Seconde Guerre mondiale.

Thomas découvre que son père a reçu des appels et a visité souvent une femme, qu'il a imaginé une maîtresse, la cause possible de son départ de la maison. Mais autant que leur enquête approfondie, il s'est rendu compte qu'elle était en fait l'une des choses qui tenaient le père dans cette ville.

Thomas s'angoisse quand il voit que rien de ce qu'il fasse va changer ses destins, et il commence à se sentir pris au piège dans ce corps de garçon, ne sachant pas ce qui va se passer ensuite.

Quand il est forcé d'affronter la réalité, c'est qu'il commence à comprendre la vraie raison de son retour vers le passé, en laissant d'être un garçon, à la vie.

L'histoire de «Quartier Lointain» suit avec une fidélité remarquable le mangá (bande dessinée japonaise) «Harukanaru machi e», dessiné par Jirô Taniguchi, au sujet d'un homme d'affaires japonais qui se trouve dans le passé, en arrivent, par accident, dans la ville où il est vécu.

Comme tout bon film français - et une bonne pincée de vision orientale - «Quartier Lointain» ne doit pas être vu avec un regard littéral. Plutôt que d'être considéré comme une histoire de science-fiction, le voyage dans le temps de Thomas semble plus être un plongeon dans sa propre âme, pénétrant profondément dans leurs souvenirs les plus douloureux, pour comprendre qui il est.

Il ya des petits détails dans le film qui suggèrent ou induire soupçons au sujet de qui le film est d'environ. Certaines habitudes et manières sont identiques au père de Thomas, mais c'est peut-être normal dans une relation de père et fils.

Les dernières secondes du film sont très révélateurs de ce qui a été démontré auparavant, mais rien n'est ouvertement expliqué comment dans les films hollywoodiens. «Quartier Lointain» s'inscrit dans la tradition française des finales ouvertes, qui donnent lieu à des longues et agréables discussions.

T. O.: «Quartier Lointain»

Movie of the Week: "Distant Neighborhood"

For happier that had been any adolescence, everyone has something that would wish being different, some mistake committed, something bad happened, or even something to regret not having done. What if there were a chance to go back and redo things? That's the premise of this interesting French film "Distant Neighborhood" ("Quartier Lointain"), from filmmaker Sam Garbarski.

Thomas Verniaz (Pascal Greggory) is going through a difficult time in his life. With nearly fifty years, he is married, he has two daughters, a comfortable life and lives of drawing graphic novels, comic books for collectors. Even with these accomplishments, Thomas feels unhappy.

He feels distant from his family, he thinks they do not miss him, even with the frequent absences for the promotions of his works. Even the professional side is affected, because in two years he failed to create anything new, although fans adore her characters, especially the heroines of adventure stories. Thomas is restless, he would like to do something different, more intimate and emotional.

Upon returning from a trip, he is awakened by the train conductor. By examining its passage, the conductor warns him that he's got the wrong train, and advises him to get out at the next station, to take the right train to Paris.

When Thomas gets in the station, he takes a shock. By a quirk of fate, he was at the station in the town that had grown up, and whose last visit was many years before, at the funeral of his mother.

As the next train would take a few hours, he decides to visit the grave of his mother. On the way, he met one of his childhood friends, who escorts him to his former home. Thomas does not recognize almost nothing, everything is changed.

Arriving at the cemetery, disturbed by strong heat and emotion, Thomas feels bad and faints. When he wakes up, realizes he's weird. When standing up, he's atonished to discover that turn back a teenager, but preserved the memory of a lifetime.

Entranced, he returns to the house where they lived, and discovers that everything is as he remembered. Even the father (Jonathan Zaccai) who abandoned them without a trace on his birthday, is still there, as well as her mother and younger sister.

Thomas (Léo Legrand) is delighted with this return in time, and he imagines that the reason is for changing the most painful event of their lives, the disappearance of her father. Thomas reunites old comrades,but starts to look at them differently, as well as the relationship with her mother and younger sister.

While worries about the behavior of his father, Thomas finds the girl for whom he was in love, and never dared to approach. His skill in drawing leaves her to notice him.

While Thomas is inebriates with this return to adolescence, he can see that his father was an absent person, and that this behavior was due perhaps to how met the mother (Alexandra Maria Lara), who was engaged to her best friend who died in WWII.

Thomas discovers that his father received calls and visited often a woman, in which imagined a lover, the possible cause of his departure from home. But as their investigation deepened, he realized that she was actually one of the things that held the father in that city.

Thomas anguishs when they see that nothing that he does can change his destiny, and begins to feel trapped in that body of boy, not knowing what would happen next.

When he is forced to confront the reality, he begins to understand the true reason for his return to the past, leaving forever being a boy.

The story of "Distant Neighborhood" follows with remarkable fidelity the mangá (a Japanese comic book) "Harukanaru machi e", authored by Jiro Taniguchi, about a Japanese businessman who finds himself in the past when stop, by accident, in the town where he had lived.

Like any good French movie - and a good pinch of oriental vision - "Distant Neighborhood" is not to be seen with a literal look. Rather than being seen as a history of science fiction, the time travel of Thomas looks to be another dip in his own soul, penetrating deep in his most painful memories, to understand who he is.

There are little details in the movie that suggest or induce a suspicion about whom the film is about. Some habits and mannerisms are identical to Thomas's father, but that might be normal in a relationship of father and son.

The last few seconds of the movie are very revealing about what has been shown before, but nothing is openly explained as in Hollywood movies. "Distant Neighborhood" follows the tradition of the French open final, which gives rise to long and enjoyable discussions.

O. T.: "Quartier Lointain"