sexta-feira, 8 de abril de 2011

Coluna Claquete – 08 de abril de 2011

Newton Ramalho


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O que está em cartaz


 Enquanto o mundo se aflige com as catástrofes naturais e os confrontos na África e Oriente Médio, nós aguentamos com paciência de Jó as catástrofes que nós mesmos elegemos... Enquanto isso, nos cinemas, a grande estreia do final de semana é a animação “Rio”, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, que invadirá metade das salas disponíveis em Natal. Continuam em cartaz o drama nacional “As Mães de Chico Xavier” (vejam na Sessão Filmes da Semana), os dramas “Sem Limites” e “VIPs”, e o romance “Esposa de Mentirinha”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a aventura “Fúria Sobre Rodas”, e o drama “Ah! O Amor” na Sessão Cine Cult enquanto o Moviecom mantém a ótima fantasia cyber-punk “Sucker Punch – Mundo Surreal”.

Estreia 1: “Rio”

Blu (Jesse Eisenberg/ Gustavo Pereira) é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro, mas, após ser capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda (Leslie Mann/ Sylvia Salustti), com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio (Rodrigo Santoro, em ambas as versões) entra na vida de ambos. Ornitólogo, ele diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa, onde conhecem Jade (Anne Hathaway/ Adriana Torres). Só que ela é um espírito livre e detesta ficar engaiolada, batendo de frente com Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro. A direção é do brasileiro Carlos Saldanha, o mesmo de “A Era do Gelo 2” e “A Era do Gelo 3”. “Rio” estreia nesta sexta-feira, na Sala 6 (3D), 4 e 7 (2D) do Moviecom, e nas Salas 2 e 6 (3D), 4 e 5 (2D) do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas e legendadas.

Sessão Cine Cult: “Ah! O Amor”

O filme acompanha a vida de seis casais, que acabaram se entrelaçando: Filippo e Caterina, no meio de um divórcio, lutam para “não” ganhar a custódia de seus filhos; Luca que está se divorciando de Loredana, vai parar no apartamento de seu filho estudante, determinado a ser jovem e sexy aos 50 anos; Sergio enfrenta a complicada situação de suas duas filhas adolescentes, após a morte imprevista da sua ex-mulher; Elisa está para se casar com Corrado, quando se depara com seu ex onde menos se espera: como o novo padre que vai celebrar seu casamento. Tudo isto ocorre entre um Natal e o Dia dos Namorados, entre Roma, Paris e a Nova Zelândia A direção é de Fausto Brizzi. “Ah! O Amor” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 14 anos.


Filme da Semana: “As Mães de Chico Xavier”
Nos últimos anos, o cinema brasileiro, em plena revitalização, tem optado por um tema fora do lugar-comum, o espiritismo. Entre os exemplos mais notáveis estão “Nosso Lar”, de Wagner de Assis, e “Chico Xavier”, de Daniel Filho. A estes, se junta o recente lançamento “As Mães de Chico Xavier”, que estreou no final de semana passado.
É curioso tanto a escolha do tema pelos produtores quanto à resposta do público, que tem lotado as salas para conferir os filmes. Esse interesse parece dever-se à tolerância dos católicos, mais propensos ao ecumenismo, do que aos fundamentalistas, que chegam a confundir espiritismo com candomblé.
Embora trate abertamente do tema, “As Mães de Chico Xavier”, baseado no livro "Por Trás do Véu de Ísis", de Marcel Souto Maior, foca mais a vida de três mulheres, as mães citadas no título, apresentando suas vidas, e os problemas advindos de relacionamentos problemáticos. Como elas, muitas outras buscaram – e encontraram – conforto graças ao médium Chico Xavier, que serviu de canal de comunicação com os entes queridos que partiram, muitos deles de mortes traumáticas.
No filme, como na vida, as histórias dessas diferentes mulheres se entrelaça. Ruth (Via Negromonte) é uma artista plástica, casada com Mário (Herson Capri), um poderoso executivo da televisão. Os dois sofrem com o filho Raul (Daniel Dias), que vive submerso no mundo das drogas, obrigando os pais a interná-lo à força em uma clínica de reabilitação.
Elisa (Vanessa Gerbelli) é casada, mas, totalmente ignorada pelo marido (Joelson Medeiros). A única razão da sua existência é o pequeno Theo (Gabriel Pontes), a quem dedica todo o seu carinho e atenção.
A professora de Theo, Lara (Tainá Müller), tem os seus próprios problemas. Ela descobre que está grávida ao mesmo tempo em que o namorado, Santiago (Gustavo Falcão) recebe a notícia de que recebeu uma bolsa para estudar na Espanha. Se já estava em dúvidas quanto à maternidade, com essa notícia, Lara decide fazer o aborto.
Em meio a tudo isso, o repórter Karl (Caio Blat) recebe de Mário a missão de investigar o médium Chico Xavier, e realizar uma entrevista para ser exibida na televisão. Karl conhece Santiago e Lara, e questiona o amigo sobre o que vai decidir sobre a viagem e a namorada.
Como é possível imaginar, as vidas dessas mulheres é transformada com os acontecimentos que se seguem. Raul não se adapta à clínica e termina cometendo suicídio. Santiago, ao repensar sua relação com Lara e o filho que ambos geraram, sofrerá um acidente terrível. O filho de Lara, que ainda nem nasceu, parece já estar com as horas contadas.
O tempo, que se acredita ser o remédio para todos os males, parece não ter o efeito nestas mulheres. A dor da perda, o sentimento de culpa, a incapacidade de levar a vida adiante, tudo isso causa extremo sofrimento nas pessoas envolvidas, a ponto de uma delas tentar ela mesma a atitude extrema do suicídio.
Quando, finalmente, decidem procurar a ajuda de Chico Xavier, alguma verdade lhes será revelada, e algumas lições importantes deverão ser aprendidas.
Se a história é bonita e absurdamente emocionante, o filme peca, tecnicamente, por não levar o melhor resultado à telona. Algumas falhas de montagem e de roteiro deixam o espectador confuso (afinal, quando foi que Raul morreu?). A mudança das linhas narrativas é meio truncada, deixando dúvidas se é um flashback ou continuação da história no tempo atual.
A opção pelo uso de câmera lenta em alguns momentos importantes da narrativa também não ficou muito boa. Ao contrário de soluções mais simples para transmitir a emoção do momento, como a cena em que Elisa guarda a roupa do filho morto, quando Ruth olha a foto do filho estúdio, ou quando Lara acaricia o ventre, ainda em dúvida se toma o remédio abortivo ou não.
De qualquer forma, é incontestável a atuação de Nelson Xavier, mais uma vez vivendo o famoso médium de Uberaba. Ele consegue transmitir a solenidade e a simplicidade que eram características do Chico real, ao mesmo tempo em que enuncia os princípios espíritas não como ensinamentos religiosos, e sim como lógica de vida.
O resto do elenco também está muito bem, em especial Herson Capri, Via Negromonte e Vanessa Gerbelli. Os jovens Caio Blat e Tainá Müller também convencem em seus papéis, para os quais parecem ter nascido.
Sobre o próprio tema do filme, o espiritismo, não há nenhum tipo de doutrinação ou mesmo de referências as colônias ou reencarnação. O filme prende-se à dor e à aceitação da morte, encarando-a como uma passagem para outra vida. Mais que um libelo sobre o espiritismo, a mensagem é um apelo ao bom senso e à certeza de que, independente da religião, todos devemos buscar nos tornar pessoas melhores. Recomendo.


Lançamentos em DVD/Blu-Ray

  
“Você de Novo”
A família de Marni (Kristen Bell) tem muitas novidades pela frente. Depois que ela comunica a todos que foi promovida no trabalho, acaba descobrindo que a futura cunhada (Odette Yustman) era a inimiga nº 1 que infernizou sua vida na escola. Agora, ela só pensa em fazer alguma coisa para impedir este casamento, apesar de sua mãe (Jamie Lee Curtis) insistir que ela deveria deixar tudo de lado. Até o momento em que as duas descobrem que a mãe (Sigourney Weaver) da futura nora também era um osso duro de roer. E agora? Esse casamento sai ou não sai?  O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Exorcismus – A Possessão”
Emma Evans (Sophie Vavasseur) não tem boa relação com seus pais que, para ela, são autoritários e vivem a oprimindo. Em busca de sua identidade, a jovem decide libertar seus desejos mais profundos e, assim, desencadeia forças poderosas e malignas das quais perde o controle. Todo esse horror resultado das ações de Emma atormenta a sua família e ela descobre que tem coisas que é melhor não desejar.  O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio em Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making Of.

“O Céu Mandou Alguém”
Estrelado por John Wayne, o filme conta a história de três bandidos que praticam um assalto e, na fuga, perdem-se no meio do deserto. No meio do nada eles encontram uma carroça com uma mulher grávida e prestes a dar a luz. Após o parto, a mãe faz dos três padrinhos da criança e morre em seguida. Obrigados a cuidar do afilhado, vão aos poucos sucumbindo. Hightower (Wayne), já no fim das forças, encontra um jumento e nele coloca o recém nascido e vão até Nova Jerusalem. O disco traz o filme com formato de tela standard e áudio em Dolby Digital 5.1.
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“Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos”
  Esta é a história de dois casais: Alfie e Helena e sua filha Sally, casada com Roy, abordando as suas paixões, ambições, ansiedades e, logicamente, suas insanidades. Depois que Alfie deixa Helena em busca da sua juventude perdida com uma menina liberal chamada Charmaine, Helena abandona sua própria racionalidade e entrega sua alma para uma vidente charlatã. Também infeliz no casamento, Sally desenvolve uma paixonite pelo seu elegante chefe, proprietário de uma galeria de arte, Greg (Antonio Banderas), enquanto o escritor de romances Roy aguarda ansiosamente resposta da editora para seu último manuscrito. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

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