sexta-feira, 25 de março de 2011

Coluna Claquete – 25 de março de 2011

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O que está em cartaz


Sem as confusões do Kadafi, nem perigo de usina atômica, vamos tocando nossas vidinhas por aqui. Para compensar, as estreias estão bem animadas, a começar pela fantasia cyber-punk “Sucker Punch – Mundo Surreal”, além dos dramas “Sem Limites” e “VIPs”, e terminando com o documentário “U2 3D”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” (vejam na Sessão Filmes da Semana), o drama “Jogo de Poder”, com Sean Penn e Naomi Watts, a animação “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos”, o romance “Esposa de Mentirinha”, com Adam Sandler, as animações “Gnomeu & Julieta” e “Rango”, e a cinebiografia “Bruna Surfistinha”, com Deborah Secco. Nas programações exclusivas, o Cinemark mantém o musical “O Concerto”, na Sessão Cine Cult.

Estreia 1: “Sucker Punch – Mundo Surreal”

“Sucker Punch” é uma fantasia épica de ação que nos apresenta à imaginação fértil de uma jovem garota, cujos sonhos são a única saída para sua difícil realidade em um hospício. Desligada dos limites de tempo e espaço, ela está livre para ir onde sua mente levar, porém, chega o momento em que suas incríveis aventuras quebram o limite entre o real e o imaginário, trazendo consequências trágicas. No elenco estão Emily Browning, Abbie Cornish, Jena Malone, Vanessa Hudgens, Jamie Chung e Carla Gugino. A direção é de Zack Snyder (“300” e “Watchmen”). “Sucker Punch – Mundo Surreal” estreia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Moviecom, e na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estreia 2: “Sem Limites”

 Há anos o escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) esta sofrendo um bloqueio criativo. Quando um velho amigo lhe apresenta um remédio revolucionário sua vida muda instantaneamente. Com o remédio Eddie passa a usar 100% do seu cérebro. Ele consegue lembrar-se de tudo que já leu, ouviu ou viu em toda sua vida. Aprende línguas, faz cálculos, consegue ler e escrever muito rapidamente. Porém para que tudo isto ocorra ele precisa tomar o remédio todo dia. Em poucas semanas Eddie vira o rei de Wall Street chamando a atenção do mega empresário Carl Van Loon (Robert De Niro) que o contrata para fechar um dos maiores negócios da história. Tendo se tornado uma pessoa perfeita ele agora passará a viver sem limites. A direção é de Neil Burger. “Sem Limites” estréia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estreia 3: “VIPs”

História baseada em fatos reais, contadas no livro "Vips - Histórias Reais de Um Mentiroso". Desde pequeno, Marcelo Nascimento da Rocha (Wagner Moura) tem muita dificuldade de viver com sua identidade. Seu maior prazer é imitar as pessoas e se passar pelos outros. Isto faz com que passe a ter diversos nomes, nos mais variados meios, onde aplica seguidos golpes. Alimentando o sonho de aprender a voar e tornar-se piloto como o pai, Marcelo foge da casa da mãe e começa a maior aventura de sua vida, cada vez se passando por uma pessoa diferente. Até dar o maior golpe de sua vida: fazer-se passar pelo empresário Henrique Constantino, filho do dono da companhia aérea Gol, durante um Carnaval em Recife. A direção é de Toniko Melo. “VIPS” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

 

Estreia 4: “U2 3D”

Quem é fã do U2 já pode curtir o espetáculo “U2 3D”. O longa será exibido em aproximadamente 50 cidades, em três datas distintas, 25, 26 e 27 de março, sempre às 21h30. O documentário foi gravado durante a passagem do grupo pela América Latina em 2006 com a turnê Vertigo. O longa inclui cenas gravadas no show de São Paulo e Buenos Aires, no estádio do River Plate, onde mais de 80 mil pessoas estiveram na plateia. O filme conta com 14 músicas no repertório, incluindo os hits Sunday Bloody Sunday, With or Without You e Vertigo. O espetáculo será exibido na Sala 6 do Moviecom. Classificação indicativa livre.

Sessão Cine Cult: “O Concerto”

 Há 30 anos, o renomado maestro Andrei Simoniovich Filipov (Alexei Guskov) foi demitido da orquestra de Bolshoi, mas, seguiu trabalhando por lá como auxiliar de limpeza. Um dia, ele acaba descobrindo que o Bolshoi foi convidado para tocar no renomado teatro Châtelet, em Paris, e decide reunir seus antigos amigos para tocar no lugar da verdadeira orquestra. Para integrar sua equipe, ele pretende que a jovem e exímia solista de violino, Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent), os acompanhe. Se os planos derem certo, este tem tudo para ser um concerto muito especial e um verdadeiro triunfo. A direção é de Radu Mihaileanu. “O Concerto” estréia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 12 anos.


 Lançamentos em DVD/Blu-Ray

  
“72 Horas”
O professor universitário John Brennan (Russell Crowe) levava uma vida perfeita até sua esposa, Lara (Elizabeth Banks), ser presa acusada de um crime brutal, que ela alega não ter cometido. Após três anos de vários recursos negados pela justiça, John percebe que só há uma saída: elaborar um plano de fuga preciso para tirá-la da prisão. Agora, ele e Lara terão apenas 72 horas para fugir. Em uma corrida contra o tempo, John irá provar que não há nada mais perigoso do que um homem com tudo a perder. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Um Homem Misterioso”
Jack (George Clooney) é um assassino profissional com um histórico impecável, mas quando um trabalho na Suécia acaba mal, ele promete que sua próxima missão será a última. Então Jack esconde-se numa pequena cidade do interior da Itália enquanto espera por instruções para seu último trabalho. Logo Jack se encontra em uma cidade de muita paz e conhece Mathilde, uma belga por quem se apaixona. Mas, baixar a guarda de repente pode ser fatal.  O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio em Dolby Digital 5.1.

“No Caminho dos Elefantes”
A recém falecida Elizabeth Taylor, no auge da fama, interpreta uma recém-casada que vai com Peter Finch para sua caótica fazenda de plantação de chá, chamada Caminho dos Elefantes... e se apaixona pelo capataz Andrews. Mas, esse triângulo amoroso logo é superado por outros acontecimentos. Uma epidemia de cólera se espalha, a seca devasta a terra e manadas de sedentos elefantes devastam as plantações, destruindo toda a propriedade. Nesta sequência antológica, a casa palaciana é reduzida a escombros, à medida que os descontrolados elefantes pisoteiam os pisos reluzentes, arrancam as paredes e derrubam barris de querosene, acendendo um horrível inferno. O disco traz o filme com formato de tela standard e áudio em Dolby Digital 2.0.
“A Ilha dos Mortos”
Em um mundo devastado por mortos-vivos, um grupo de soldados mercenários descobre a existência de uma ilha que promete segurança para aqueles que ainda estão vivos. Neste cenário isolado e sombrio, duas famílias rivais há gerações, lutam pelo domínio total da ilha. Um lado é favorável ao extermínio de todos os zumbis, enquanto o outro prefere preservar os mortos-vivos, numa espécie de quarentena, a espera de uma possível cura. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.



Filmes da Semana: “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” e “Jogo de Poder”
Um paradoxo interessante, que envolve a indústria do cinema, é que um dos piores males que afligem a Humanidade, a guerra, termina sendo um dos temas mais freqüentes das produções cinematográficas. Este é o caso de dois filmes bem diferentes, a ficção-científica “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” e o drama “Jogo do Poder”, baseado em fatos reais.
Uma das primeiras vezes em que a invasão da Terra por seres alienígenas foi explorada numa obra de ficção foi no livro “Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells, lançado em 1898. Curiosamente, seu livro era um libelo contra o armamentismo crescente na Europa, que iria desencadear na Primeira Guerra Mundial.
Em “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”, a história é mostrada pela ótica de Michael Nantz (Aaron Eckhart), um veterano sargento do corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Nantz está desiludido, em final de carreira, e se culpa pelo resultado da última missão em combate, quando perdeu a maioria dos seus comandados.
No dia em que decide pedir baixa, um estranho fenômeno ocorre em várias partes do mundo. Chuvas de meteoros vindos do espaço caem no mar, sempre próximos da costa e de grandes cidades.
Logo, a verdade aparece. Ao invés de meteoros, os objetos são naves espaciais trazendo invasores agressivos, com alto poder de destruição, que aniquilam qualquer ser vivo que apareça em sua frente.
Nantz é integrado ao pelotão do tenente Martinez (Ramon Rodriguez), um jovem e brilhante oficial que está em sua primeira missão de combate. Entre os componentes do pelotão está Jason Lockett (Cory Hardrict), cujo irmão foi um dos que morreram no grupo de Nantz.
Em meio ao caos que se transformou Los Angeles, eles precisam chegar a uma delegacia de polícia para resgatar possíveis sobreviventes civis. A missão se torna quase impossível, pois eles lutam contra um inimigo do qual nada conhecem.
Numa atmosfera sufocante, com imagens de câmera de mão que lembram “Bruxa de Blair”, os soldados conseguem chegar ao seu destino, onde se encontram dois adultos e três crianças.
Ao mesmo tempo em que tentam sobreviver, eles precisam aprender sobre o inimigo, para chegar em segurança à base operacional, sabendo que, em poucos minutos, um pesado bombardeio irá destruir a cidade.
Mais que um filme tradicional de ficção científica, “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” é um filme de guerra, que reúne todos os elementos tradicionais do gênero, até as ações heróicas individuais, que gera até a melhor piadinha do filme. Quando Nantz destrói uma nave sozinho, alguém reclama “Você parece John Wayne”, e outro soldado pergunta “Quem é John Wayne?”.
Enquanto assistia, só consegui imaginar que aqueles soldados estivessem como nas guerras do Vietnã, do Afeganistão e Iraque. Enquanto tentam se proteger de um inimigo invisível e indestrutível, perguntam o que diabos estão fazendo ali. O problema é que, quem faz a guerra não é o mesmo que deseja a guerra. Mas, isso é assunto do outro filme.
Quando os Estados Unidos invadiram pela segunda vez o Iraque, sob a alegação da existência de armas de destruição em massa, a maioria das pessoas esclarecidas sabia que isso era falso. Mas, e a própria população americana? Tá certo que eles sempre foram meio alienados, que acham que falamos espanhol e que nossa capital é Buenos Aires, mas, tudo tem limites.
O filme “Jogo do Poder”, baseado nos livros "A Política da Verdade", de Joseph Wilson, e "Jogo do Poder", de Valerie Plame, oferece uma visão objetiva do vergonhoso processo que culminou com a invasão do Iraque, objetivo maior dos Falcões, o poderoso grupo que cercava o presidente George W. Bush.
Logo após o atentado de 11 de setembro de 2001, a paranóia antiterrorista permeou os Estados Unidos, estimulada pelo grupo da Casa Branca, que identificou ali uma oportunidade de ganhos com a possível invasão do Iraque.
Valerie Plame (Naomi Watts) era uma agente da CIA que atuava em diversas partes do mundo, trabalhando para prevenir e minar possíveis grupos terroristas. Após o 11 de setembro, ela foi encarregada de tudo o que fosse relacionado com o Iraque.
Um dos pontos investigados era uma possível venda de 500 toneladas de urânio para o Iraque, que seriam utilizadas para a construção de uma bomba atômica.
O marido de Valerie, Joe Wilson (Sean Penn), era um embaixador aposentado, cujo último cargo fora exatamente no Iraque, na época da primeira Guerra do Golfo. Por sua atuação, fora considerado um herói, ao evitar que estrangeiros no país fossem usados como reféns.
Com pouca atividade, Joe prestava consultorias e dava palestras, e foi convocado pela CIA para investigar a tal venda de urânio, já que conhecia a região e tinha bons contatos com o governo local. Chegando lá, constatou que não existia a menor possibilidade de tal venda ter existido, o que colocou no detalhado relatório que redigiu em seu retorno.
Mas, o relatório não agradou a Casa Branca, que forçava a CIA a arranjar evidências contra Sadan Hussein que justificassem a invasão. Eles insistiam que um carregamento de tubos de alumínio seria utilizado no enriquecimento de urânio, o que era sistematicamente negado pela equipe comandada por Valerie.
Quando Joe vê na televisão o presidente utilizar o seu relatório e os tais tubos de forma distorcida, mentindo abertamente para aliciar a opinião pública, ele redige um artigo para o jornal New York Times denunciando a mentira do presidente e a realidade dos fatos.
O que se sucede é uma guerra de acusações travada nos principais meios de comunicações, que culmina com o mais desleal e vergonhoso golpe dos Falcões: a revelação pública da identidade de Valerie.
Talvez seja difícil para o grande público perceber o alcance de uma ação tão vil. Mas, independente do massacre público que a família de Valerie sofreu, todas as pessoas envolvidas na operações que ela conduzia em diversos países ficaram em total risco de vida. O filme apenas sugere, mas, o grupo de cientistas atômicos iraquianos, que seria resgatado pela CIA, simplesmente desapareceu no caos do Iraque invadido, mortos sabe-se lá por quem.
Nas investigações que se sucederam, Scooter Libby, chefe de gabinete do vice-presidente Dick Chenney, terminou sendo condenado por obstrução da justiça, perjúrio e falso testemunho a dois anos e meio de prisão – pena que foi comutada pelo amigo Bush.
Após a condenação de Libby, o secretário de Estado, admitiu ter sido a fonte de vazamento da identidade de Valerie.
O filme certamente irá agradar os fãs de filmes que mostram os bastidores da política mundial, principalmente referente a fatos tão recentes. Não saia do cinema antes de iniciar os créditos, pois é mostrado o histórico depoimento de Valerie no Congresso, bem como o destino de alguns dos personagens.
  

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