sexta-feira, 18 de março de 2011

Coluna Claquete – 18 de março de 2011

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O que está em cartaz


Terremoto, tsunami, acidente nuclear, acho que nem os filmes-catástrofes japoneses traziam uma pálida ideia do que acontece no Japão. E nós, com o nosso povinho, precisamos de terremoto? As estreias do final de semana são a ficção-científica “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”, o drama “Jogo de Poder”, com Sean Penn e Naomi Watts, a animação “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos”, e o tocante musical “O Concerto”, na Sessão Cine Cult do Cinemark. Continuam em carta a comédia “Passe Livre”, com Owen Wilson e Christina Applegate, o romance “Esposa de Mentirinha”, com Adam Sandler, as animações “Gnomeu & Julieta” e “Rango”, e a cinebiografia “Bruna Surfistinha”, com Deborah Secco. Nas programações exclusivas, o Moviecom mantém a comédia “Vovó... Zona 3 – Tal Pai, Tal Filho”. Vejam na Sessão Filme da Semana a resenha do vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Em um Mundo Melhor”.

Estreia 1: “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”


Uma chuva de meteoros repentinamente atinge a Terra. Logo se descobre que eles na verdade são naves alienígenas, que desejam exterminar os seres humanos a qualquer custo. A cidade de Los Angeles é alvo de uma das principais batalhas, dentre as várias que ocorrem ao redor do planeta. Nela está envolvido o sargento Michael Nantz (Aaron Eckhart), que teve sua aposentadoria cancelada devido à gravidade dos ataques. Nantz sofre ainda o trauma de ter perdido vários homens em sua última missão, o que o coloca em dúvida entre integrantes de sua nova tropa. Apesar disto, ele obedece as ordens do tenente William Martinez (Ramon Rodriguez) e tenta ajudar no que pode para eliminar o invasor extraterrestre. A direção é de Jonathan Liebesman. “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom, e na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estreia 2: “Jogo de Poder”


O diplomata Joseph Wilson (Sean Penn) escreveu um editorial para o jornal New York Times, no qual alega que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, de forma a justificar a invasão. Como retaliação, Valerie Plame (Naomi Watts), esposa de Wilson e agente secreta da CIA, passa a ser ameaçada por agentes da Casa Branca de ter sua identidade revelada. Baseado em fatos reais. A direção é de Doug Liman. “Jogo de Poder” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Moviecom e na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estreia 3: “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos” (3D)


Um grupo de animais é forçado a sair de seu habitat por causa da destruição causada pelos humanos. Agora, eles vivem em paz em território africano, até que, um dia, a água simplesmente desaparece. Eles investigam o que possa ter ocorrido e descobrem que os homens construíram uma imensa represa, que deixou o local onde vivem totalmente sem água. Para reverter esta situação, os animais resolvem se unir e partir para a guerra contra os humanos. “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos” estréia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Moviecom e na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa livre.

Sessão Cine Cult: “O Concerto”


Há 30 anos, o renomado maestro Andrei Simoniovich Filipov (Alexei Guskov) foi demitido da orquestra de Bolshoi, mas, seguiu trabalhando por lá como auxiliar de limpeza. Um dia, ele acaba descobrindo que o Bolshoi foi convidado para tocar no renomado teatro Châtelet, em Paris, e decide reunir seus antigos amigos para tocar no lugar da verdadeira orquestra. Para integrar sua equipe, ele pretende que a jovem e exímia solista de violino, Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent), os acompanhe. Se os planos derem certo, este tem tudo para ser um concerto muito especial e um verdadeiro triunfo. A direção é de Radu Mihaileanu. “O Concerto” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 12 anos.



Confira na TV

“O Justiceiro”, no SBT

Sem saber que seu pai, o lutador Kung Wei, fora recrutado pela polícia Chinesa para desmantelar uma quadrilha em Hong Kong, o pequeno Johnny, agora órfão de mãe, sofre com as acusações contra seu idolatrado pai. Kung Wei será forte o bastante para essa missão? Sexta-feira, às 23h.

“De Olhos Bem Fechados”, no SBT

O sofisticado casal, Bill e Alice Harford, após uma festa, conversa sobre as vezes em que ficaram tentados a ter um caso extraconjugal. Perturbado com o que ouviu, Bill, com ciúmes, sai em busca de novas experiências sexuais pelas ruas sedutoras e perigosas de Nova York! Sábado, às 23h.

“A Lenda do Zorro”, na Globo

A população da Califórnia deseja tornar-se o 31º estado dos Estados Unidos, o que vai de encontro aos interesses de uma misteriosa organização medieval. Ao mesmo tempo, McGivens está intimidando os moradores da Califórnia, apossando-se de suas terras e ameaçando suas vidas. Isso faz com que Don Alejandro de La Vega precise agir como o justiceiro Zorro. Sábado, às 23h55.

“Click”, na Globo

Arquiteto estressado está decidido a conquistar a aprovação de seu chefe para que possa ser nomeado sócio da empresa. Por esta razão, deixa sua família em segundo plano. Certa noite, irritado quando não consegue descobrir qual de seus controles remotos liga a TV., ele busca um controle universal e recebe de um vendedor excêntrico um controle que permite que ele avance no tempo. Domingo, às 13h45.

“Efeito Dominó”, na Globo

Ambientado em 1971, o filme acompanha um dos maiores assaltos já ocorridos na história da Inglaterra. Os ladrões conseguiram levar cerca de três milhões de libras entre jóias e dinheiro. Nada foi recuperado e ninguém foi preso. O assalto ganhou as manchetes, mas a imprensa sofreu pressão para abafar o escândalo. Domingo, às 23h55.

“Por Conta do Destino”, na Globo

Em Nova York, o destino de algumas pessoas toma um rumo inesperado. Entre elas, uma atriz em crise conjugal, uma fotógrafa prestes a se casar, um advogado tentando evitar o contato com um jornalista inglês e um jovem ator. Domingo, às 02h.

“Paranoia”, na Globo

Desde que perdeu o pai, o problemático Kale Brecht se tornou uma pessoa introvertida e mal-humorada, principalmente com a mãe. Após briga no colégio, em que teve um surto de fúria, é preso e condenado a 90 dias em prisão domiciliar. Transformando-se num voyeur, ele passa a desconfiar que um de seus vizinhos seja serial killer e começa a investigar sua vida. Segunda-feira, às 22h55.




 Lançamentos em DVD/Blu-Ray



“RED – Aposentados e Perigosos”

Frank Moses (Bruce Willis) é um ex-agente da CIA, hoje aposentado, que tenta levar uma vida normal. Ele está interessado por Sarah (Mary-Louise Parker), com quem volta e meia conversa ao telefone, apesar de ainda não conhecer pessoalmente. Um dia, a casa de Frank é atacada por agentes da CIA. Sem saber o que está acontecendo, ele deduz que logo perceberão sua ligação com Sarah e parte para protegê-la. Para entender o porquê de ter sido atacado, Frank precisará da ajuda de seus antigos companheiros Joe (Morgan Freeman), Marvin (John Malkovich) e Victoria (Helen Mirren), todos também aposentados. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Tron – O Legado”

Sam Flynn (Garret Hedlund), ao investigar uma misteriosa mensagem recebida do escritório abandonado de seu pai, entra no mundo digital de TRON e acaba caindo no meio de uma guerra de discos entre gladiadores. Com a ajuda de Quorra (Olivia Wilde), Sam reencontra seu pai desaparecido (Jeff Bridges) que, na verdade, está aprisionado no universo que ele próprio criou há 20 anos. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Bambi: Edição Diamante”, em Blu-Ray

Numa floresta, os animais ficam agitados com o nascimento de um filhote de cervo, Bambi, que foi chamado de "Príncipe da Floresta", pois seu pai é o cervo mais respeitado da região. Bambi cresce, faz amizade com outros animais da floresta, aprende como sobreviver e descobre o amor. Um dia, chegam caçadores e ele precisa aprender a ser tão corajoso como seu pai, para saber conduzir outros cervos para um lugar seguro. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1, e, como Extras: Introdução de Diane Disney Miller, Disney View, Por Dentro das Reuniões de História de Walt: Edição Aprimorada, Bastidores Disney Edição Diamante, Jogos e Atividades, e Bônus Clássicos do DVD.
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“Um Doce Olhar”
 
Yusuf (Bora Altas) é um garoto turco que está aprendendo a ler e a escrever. Nas horas vagas ele ajuda o pai, um apicultor que guarda as colmeias nos galhos mais altos de uma misteriosa floresta. Até que um dia seu pai parte para um local mais distante, já que perto de casa as abelhas repentinamente sumiram. A demora do pai em retornar causa estranheza em Yusuf e sua mãe. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.





Filme da Semana: “Em um Mundo Melhor”

Um dos aspectos mais interessantes do cinema é a sua capacidade de refletir a realidade, mesmo sob forma de ficção, de maneira a suscitar e provocar discussões sobre os valores que os homens acreditam. É exatamente o que propõe – e alcança – a produção escandinava “Em um Mundo Melhor”, da diretora Susanne Bier, vencedora do Globo de Ouro e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2011.
Muitos filmes que ganharam esses prêmios no passado traziam mensagens herméticas e incompreensíveis, emolduradas por uma linguagem tediosa e árida, tão ao gosto dos intelectuais. “Em um Mundo Melhor” nada tem a ver com isso. Sua mensagem é simples e direta, atual e atemporal. Seu tema? A violência.
O filme transita entre dois mundos diametralmente opostos. Em uma cidade dinamarquesa, duas famílias suecas convivem com os seus problemas internos e suas relações com a comunidade em que vivem. No outro extremo, um hospital improvisado atende refugiados em algum lugar ermo da África, na fronteira da civilização.
O elo entre estes dois mundos é o médico Anton (Mikael Persbrandt), que trabalha em condições indizíveis no arremedo de hospital, atendendo centenas de pessoas todos os dias, em condições que lembram os primórdios da medicina.
Em suas folgas, Anton visita a família, que atravessa uma crise. Anton e Marianne (Trine Dyrholm) estão em meio a um divórcio, que nenhum dos dois deseja, mas, que parece inevitável. O filho mais velho, Elias (Markus Ryggard), sofre na escola devido às agressões de um garoto maior, sendo apelidado de Rato, devido à forma dos dentes, e pelo fato de ser sueco.
O destino de Elias muda com a chegada de Christian (William Johnk Nielsen). O menino, também de família sueca, acaba de chegar de Londres, onde passou por um doloroso processo pela perda da mãe, que sofria de câncer. Christian e o pai, Claus (Ulrich Thomsen) vieram morar com a avó paterna, mas, o menino isola-se da família, por culpar o pai pela morte da mãe.
Quando Christian tenta ajudar Elias, também é agredido. Mas, ele revida com tal agressividade, que mesmo sendo o outro muito maior que ele, todos passam a respeitá-lo. Ele e Elias tornam-se grandes amigos, e dividem as suas mágoas e frustrações.
Anton tem outros problemas, além da família. Além de todas as vítimas de doenças sazonais e acidentes corriqueiros, seu hospital vivia recebendo vítimas de “Big Man”, o chefe de uma gangue cuja maior diversão era abrir o ventre de mulheres grávidas para apostar sobre o sexo da criança, além de outras barbaridades.
O que mais frustra o médico, além de seus problemas pessoais, é o desalento em ver que os seus ideais de um mondo em harmonia parecem não encontrar eco em canto nenhum, nem na paupérrima África, ou na rica e culta Dinamarca, onde é agredido apenas por tentar separar uma briga de crianças.
Lá e cá, situações extremas ocorrerão, uma por ele provocada, e outra realizada pelos garotos em seu nome. O resultado pode ser trágico, a depender do ponto de vista.
Mais do que uma história em dois mundos, “Em um Mundo Melhor” expõe como a civilização pode ser um mero verniz disfarçando o selvagem que se impõe pela violência. O filme provoca e atiça a discussão sobre isso, mostrando que civilização, mais do que um mero conjunto de leis e normas, depende da autodeterminação e do livre arbítrio de cada um.
Falar das qualidades técnicas deste filme é acrescentar pouco a uma excelente história. O roteiro é bem feito e realizado, a montagem ágil e contínua, nunca deixando o espectador se perder, mesmo quando há mudanças do ambiente. A fotografia é fantástica, ilustrando de forma admirável tanto as paisagens escandinavas quanto a aridez africana, e tudo isso embalado por uma trilha sonora sutil, com traços fortes da new age.
A direção de Susanne Bier se reflete no trabalho eficaz do elenco, tanto do casal central, Mikael Persbrandt e Trine Dyrholm, quanto dos garotos Markus Ryggard e William Johnk Nielsen, este último surpreendendo com o seu personagem amargurado e ressentido. Mais um ponto a favor do cinema europeu é a utilização de pessoas “normais”, diferente de Hollywood, onde todos parecem ter saído de um comercial de margarina.
“Em um Mundo Melhor” é um filme muito bom, merecedor dos prêmios recebidos, e que merece ser assistido com atenção, em todas as plateias, o que pode propiciar excelentes discussões sobre todas as formas de violência que ainda afligem o nosso mundo atual.
  

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