sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Coluna Claquete – 31 de dezembro de 2010

Newton Ramalho


colunaclaquete@gmail.com – colunaclaquete.blogspot.com - @colunaclaquete


O que está em cartaz

Terminou 2010, um ano repleto de emoções, como, aliás, são todos os anos. É hora de comemorar a vida e fazer planos para o futuro, pois esta é a essência da nossa existência. As estreias da semana são o suspense “Incontrolável”, com Denzel Washington, e a animação “Enrolados”. Continuam em cartaz o ótimo policial “72 Horas” (vejam na Sessão Filme da Semana), com Russell Crowe e Liam Neeson, a comédia nacional “De Pernas Pro Ar”, com Ingrid Guimarães, a ficção científica “Tron – O Legado”, com Jeff Bridges e Garret Hedlund, o drama nacional “Aparecida – O Milagre”, com Murilo Rosa, a aventura “As Crônicas de Nárnia 3: A Viagem do Peregrino da Alvorada”, e a animação “Megamente”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe o romance “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos”, de Woody Allen, enquanto o Cinemark mantém a aventura juvenil “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1”, a comédia nacional “Muita Calma Nessa Hora”, e o drama “The Runaways – Garotas do Rock”, na Sessão Cine Cult. Feliz Ano Novo, repleto de ótimos filmes e muitas realizações!





Estreia 1: “Incontrolável”

Uma composição ferroviária, carregada de produtos altamente tóxicos, está desgovernada, e o perigo é iminente. Um maquinista novato (Chris Pine) e um engenheiro experiente (Denzel Washington) precisam evitar que uma pequena cidade em seu caminho seja destruída. A única saída é botar em prática uma operação muito arriscada, mas, o tempo corre contra eles e o plano tem tudo para sair dos trilhos. Inspirado em fatos reais ocorridos em maio de 2001, quando uma composição de 47 vagões percorreu mais de 100 quilômetros e atravessou três estados antes de ser parada. A direção é de Tony Scott, em sua quinta parceria com Denzel Washington. “Incontrolável” estreia nesta sexta-feira, na Sala do Moviecom, e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa dez anos.



Estreia 2: “Enrolados”

Flynn Ryder (Zachary Levi) é o bandido mais procurado e sedutor do reino. Um dia, em plena fuga, ele se esconde em uma torre. Lá conhece Rapunzel (Mandy Moore), uma jovem prestes a completar 18 anos que tem um enorme cabelo dourado, de 21 metros de comprimento. Rapunzel deseja deixar seu confinamento na torre para ver as luzes que sempre surgem no dia de seu aniversário. Para tanto, faz um acordo com Flynn. Ele a ajuda a fugir e ela lhe devolve a valiosa tiara que tinha roubado. Só que a mamãe Gothel (Donna Murphy), que manteve Rapunzel na torre durante toda a sua vida, não quer que ela deixe o local de jeito nenhum. “Enrolados” estreia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.



Sessão Cine Cult: “The Runaways – Garotas do Rock”

Los Angeles, 1975. Joan Jett (Kristen Stewart) tinha o sonho de montar uma banda de rock, formada apenas por mulheres. Ela encontra apoio em Cherrie Currie (Dakota Fanning), que integra a banda, e no empresário Kim Fowley (Michael Shannon). Com ele, as integrantes da banda The Runaways levam uma vida desajustada e, apesar de apresentarem um som cru, alcançam o sucesso graças ao talento de Joan e o visual sensual de Cherie. A direção é de Flora Sigismondi. “The Runaways – Garotas do Rock” estará em cartaz na Sala 1 do Cinemark, na terça e quinta-feira, na sessão de 19h15. Classificação indicativa 16 anos.



Confira na TV



“A Chave do Universo”, no SBT

Os irmãos Noah e Emma encontram na praia uma misteriosa caixa com "brinquedos": Um coelho de pelúcia, cristais e pedaços de rochas arredondadas. Estes objetos tem algo mágico e misterioso que irá encantar as crianças e assustar os adultos. Sexta-feira, às 23h.

“Pinóquio”, no SBT

O pobre, bondoso e solitário carpinteiro Gepetto esculpe um boneco e o chama de Pinóquio. Para sua alegria, a fada azul dá vida ao menino de madeira e cabe a um grilo falante orientar Pinóquio a viver os valores que seu pai ensina. Mas, mesmo assim o garoto de coração de madeira insiste em mentir e se meter em confusões. Sábado, às 23h.

“Michael Jackson This Is It”, na Globo

Imagens raras da preparação do artista, desenvolvendo e criando, para os shows que teriam início no verão de 2009 na Arena O2 de Londres e que já estavam com lotação esgotada. Relatando os meses de abril a junho de 2009, o filme mostra mais de 100 horas de bastidores apresentando Michael Jackson ensaiando suas canções para o show. Sábado, às 23h05.

“As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas”, na Globo

Quatro irmãos em uma de suas brincadeiras encontram um misterioso guarda-roupa que leva quem o atravessa ao mundo mágico de Nárnia. Este novo mundo é habitado por seres estranhos, como animais falantes e criaturas místicas. O local já foi dominado pela paz, mas hoje vive sob o comando da maldição da feiticeira branca. Domingo, às 14h35.

“Golpe Baixo”, na Globo

Paul Crewe (Adam Sandler) é um ex-astro do futebol americano que, após ser pego dirigindo bêbado, vai para a penitenciária Allenville, uma das prisões mais duras do país. Ao chegar para cumprir sua pena, Paul recebe do diretor do presídio, Warden Hazen, um pedido para que o ex-jogador monte um time de prisioneiros para disputar uma partida de futebol americano com os guardas da prisão. Domingo, às 23h30.

“Se Eu Fosse Você”, na Globo

Casados há anos, Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires) ainda não conseguem entender a forma de pensar e os sentimentos do outro. Porém, na véspera do aniversário de 50 anos de Cláudio, em meio a uma discussão em que ambos dizem ao mesmo tempo “Se eu fosse você...”, tudo muda. Na manhã seguinte, para surpresa e pânico do casal, Helena acorda no corpo de Cláudio e vice-versa. Segunda-feira, às 22h10.


Lançamentos em DVD/Blu-Ray

“O Último Mestre do Ar”

Na história, o mundo é dividido em quatro nações: a Nação do Fogo, o Reino da Terra, a Tribo das Águas, e os Nômades do Ar. A cada geração surge uma pessoa que possa controlar os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) e que domine as artes marciais. Essa pessoa é o Avatar. Quando a Nação do Fogo ataca as outras três nações a fim de escravizá-las, o Avatar desaparece. Cem anos após esse acontecimento, dois jovens da tribo da Água do Sul encontram o Avatar, um habilidoso dominador de ar chamado Aang. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1, e, como extras, Origens de Avatar, O berço da mitologia dos originais criadores da série animada, Mike DiMartino e Bryan Konietzko, Cenas Inéditas e Erros de Gravação.

“Resident Evil 4: Recomeço”

A trama mostra o mundo devastado por um vírus e a jornada de Alice (Milla Jovovich) para encontrar sobreviventes e protegê-los. A batalha contra a Umbrella se torna mais violenta e a heroína recebe a ajuda inesperada de um velho amigo. Em Los Angeles, um local parece ser seguro para quem ainda não foi infectado, até que a região é invadida por milhares de zumbis que os colocará em risco em uma armadilha mortal. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Les Girls”

Depois de escrever um livro escancarando seus dias de dançarina na trupe “Barry Nichols and Les Girls”, Sybil Wren (Kay Kendall) é processada por difamar sua antiga companheira de palco Angele (Taina Elg). Assim como no clássico “Rashomon”, de Kurosawa, aqui a narrativa se desdobra em três episódios para contar três pontos de vista diferentes. Sybil acusa Angele de ter tido um caso com Barry (Gene Kelly); Angele, em seguida, diz que foi a amiga quem se enroscou com o sedutor dançarino; mas, Barry entra na história para dar a sua versão dos fatos. Ganhador do Oscar de Melhor Figurino. A direção é de George Cukor. O disco traz o filme com formato de tela standard e áudio em Dolby Digital 2.0.

“Gente Grande”

Trinta anos após a conquista do campeonato de basquete, cinco amigos (Adam Sandler, Chris Rock, Kevin James, David Spade e Rob Schneider) se reencontram para passar um fim de semana juntos, no funeral do seu antigo técnico. Com suas mulheres (Salma Hayek, Maria Bello e Maya Rudolph) e filhos, eles comemoram o feriado de 4 de Julho em uma casa no lago, para celebrar os anos de juventude e relembrar os bons momentos, enquanto se metem em grandes confusões, entre eles mesmos e com uma antiga turma de desafetos. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital.



Filme da Semana: “72 Horas”



É muito comum as críticas sobre os filmes girarem em torno dos chavões “o livro era melhor”, “toda continuação é fraca” e “a refilmagem nunca é melhor que o original”. Mesmo me considerando imune a esses paradigmas, sempre é bom ser surpreendido, como aconteceu com o thriller “72 Horas”, que estreou esta semana em nossos cinemas.

 O filme em foco, estrelado por Russell Crowe e Elizabeth Banks, é uma refilmagem de “Tudo Por Ela”, produção francesa de 2008, dirigida por Fred Cavayé, com Vincent Lindon e Diane Kruger nos papéis principais.

Ao saber desse detalhe, fui ver “72 Horas” com certa má vontade, pois o gênero policial francês é um dos meus favoritos, e já imaginava que iria ver uma história bem “americanizada”.

A história é a mesma nos dois filmes, já que o diretor francês, co-roteirista do filme original, também participou do roteiro da produção americana. O filme mostra como a vida de uma casal típico de classe média é transformada de uma hora para outra.

John Brennan (Crowe) é um professor em uma universidade comunitária, enquanto sua mulher, a exuberante Lara (Banks), é uma executiva em ascensão. John é calmo, caseiro e apegado ao único filho dos dois, enquanto a mulher é muito passional, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.

Em uma manhã que parecia ser igual às outras, a casa deles é invadida por policiais, que prendem Lara sob a acusação de ter assassinado a sua chefe. Para agravar as coisas, ela e Lara tinham tido uma áspera discussão no trabalho, as impressões desta estavam no extintor que fora usado como arma, e ainda havia uma mancha do sangue da vítima no casaco da outra.

Assim começa um ciclo infernal na vida de John, que luta para libertar a esposa, cuidar do filho e ainda manter a sanidade. Mas, com todas as evidências contra ela, os recursos e apelações são negados, e eles recebem a comunicação de que ela será transferida para uma penitenciária, onde cumprirá pena de vinte anos de prisão. A transferência acontecerá em três dias, as tais 72 horas do título.

Desesperado, o pacato John começa a pensar no impensável: tirar a mulher da cadeia e fugir com ela e o filho. O que era apenas um desejo se torna mais palpável quando ele procura Damon Pennington (Liam Neeson), um ex-detento que fugira sete vezes da prisão. Percebendo o que John pretende, ele explica as dificuldades que ocorrerão para realizar a fuga, e as conseqüências após a mesma, quando toda a polícia estará mobilizada à sua procura.

Como Damon previra, nada será fácil para John. Ao tentar conseguir documentos falsos, ele é enganado e espancado, fica sob a suspeita da polícia e se envolve com perigosos traficantes de drogas.

Lutando contra o tempo, já que precisava de 15 minutos para fugir do centro e 30 para sair da cidade, John ainda precisa buscar o filho e enfrentar toda a polícia do estado, mobilizada em sua procura.

Como já havia assistido a versão atual, antes de assistir o original, pude perceber que, embora “Tudo Por Ela” seja um bom filme policial francês, “72 Horas” foi transformado em um thriller empolgante, com o acréscimo de alguns detalhes, o uso de ótimas cenas de ação, e, uma trilha sonora envolvente, com o uso de rock fazendo subir a adrenalina do espectador.

Embora Elizabeth Banks não seja tão bonita quanto Diane Kruger, ela não decepciona, e Russell Crowe convence bem no papel do pacato professor. No elenco de apoio, Liam Neeson sempre surpreende, mesmo fazendo apenas uma ponta, e foi uma agradável surpresa ver o ótimo Brian Dennehy como o pai de John.

“72 Horas” combina elementos de fugas de prisão com os elaborados planos de “Onze Homens e um Segredo”, mantendo o espectador totalmente envolvido no desenrolar da história. O espectador pode até julgar os valores mostrados no filme, já que o protagonista mata, rouba e tira a mulher da prisão, mas, devemos lembrar que uma obra de ficção não é atrelada à moral e aos bons costumes, mas, à intenção do autor.

Ah, e para provar que o filme não seguiu os chavões costumeiros, desta vez os fugitivos não pretendem vir para o Rio de Janeiro. Também, pudera, já tem criminoso lá saindo – literalmente – pelo ladrão...





Tomada 3 - Coluna de audiovisual do jornalista Marcelo Barreto - 31 de dezembro de 2010


NA TELONA – 72 horas (The Next Three Days, EUA, 2010). Disposto a tirar a esposa da prisão, John (Russell Crowe) traça um plano arriscado para salvar a mulher que ama. É a melhor estréia que vi desde Tropa de Elite. Filme de ação sim, mas um filme que é um pouco mais longo que a média e tem até estória. Com pouco menos de duas horas, é uma obra inteligente e dá tempo pra gente pensar. A atuação dos protagonistas está muito boa e o roteiro é inteligente sim. 72 horas não é uma estréia global e tampouco tem um orçamento insano. Com 30 milhões de dólares, o filme conta uma estória relativamente plausível, centrada em um sujeito comum, que sozinho dá conta do recado. O roteiro feito para adultos evita a fantasia adolescente e tiroteio tão comuns do gênero. A idéia do prazo (3 dias) dá um clima de suspense e isso foi bem trabalhado. Detalhe; 72 horas é “remake” do filme francês “Pour Elle” de 2007.



NA TV – Persons Unknown (Persons Unknown, EUA, 2010) é uma minissérie da NBC, estreou em junho, composta por 13 episódios. Sete pessoas sequestradas acordam numa cidade deserta e não sabem qual o motivo de estarem no cativeiro (hotel), ou como foram parar ali. Pra aumentar a curiosidade, não existe ligação entre elas e a única coisa que sabem é que estão sendo monitoradas. As câmeras falam por si, dando todo o suspense necessário. Não é uma produção multibilionária, mas é bem feita. Sendo uma mistureba do livro “1984” com o reality “big Brother” e o filme “Jogos Mortais” é suspense com pitada de drama . Quem gostou de “Lost” vai gostar dessa. Com exibição prevista para abril no canal fechado Liv, a solução agora é DVD.



Série ou minissérie? – Séries, Minisséries e seriados parecem ser a aposta para o futuro da televisão. Já ouvi algumas pessoas reclamarem que novela é "coisa do século passado" e, sendo assim, o “novo” formato tem chamado a atenção dos espectadores e atraído um grande público. Existe diferença ou será que são todos iguais? Série e seriados são sinônimos, enquanto minissérie é um folhetim televisivo semelhante a uma série, porém de curta duração. Minissérie tem um número de episódios previamente estipulado (mais que um e menos que 15) com uma estória fechada. Tendo começo, meio e fim, permite o desenvolvimento completo dos personagens e estórias (como num filme). Trata-se de uma criação britânica dos anos 50; a primeira feita no Brasil foi na Globo,- Lampião e Maria Bonita, em 1982 . Devido a sua curta duração, elas tendem a ser mais reprisadas e geralmente são lançadas em DVD. Uma boa definição é essa: Mais de um epísódio, tem começo meio e fim, não tem segunda temporada; então é minissérie. Definição por definição, há quem ache que Guerra nas Estrelas seja mais uma minissérie que filme.

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