Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com – colunaclaquete.blogspot.com
O que está em cartaz
A chegada de fevereiro traz o início das aulas e o fim do veraneio, embora tenha o Carnaval pra descansar, pois ninguém é de ferro! Nos cinemas, as estreias são “High School Musical – O Desafio”, versão brasileira para o quarto filme da série, o terror “Premonição 4”, e o drama peruano “A Teta Assustada”, na Sessão Cult do Cinemark. Continuam em cartaz o thriller “O Fim da Escuridão”, com Mel Gibson, o ótimo drama “Amor Sem Escalas”, com George Clooney, um dos favoritos ao Oscar, “Sherlock Holmes”, com Robert Downey Jr e Jude Law, o infantil “O Fada dos Dentes”, a ficção-científica “Avatar”, de James Cameron, o nacional “Xuxa em O Mistério de Feiurinha”, e o infantil “Alvin e os Esquilos 2”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe a animação “Astro Boy”, baseado no mangá de Osamu Tezuka, enquanto o Cinemark mantém o drama nacional “Lula – O Filho do Brasil”. Na Sessão Filme da Semana, revisitamos o clássico “2001 – Uma Odisséia no Espaço”.
Estreia 1: “High School Musical – O Desafio”

Estreia 2: “Premonição 4”

Sessão Cult: “A Teta Assustada”

Confira na TV
“O Demolidor”, no SBT
O perigoso bandido Simon Phoenix e o policial Spartan foram condenados e congelados para cumprir suas penas. Em 2032, o aterrorizador Phoenix volta às ruas e, para detê-lo, só um policial à moda antiga como Spartan seria capaz. Com Sylvester Stallone, Wesley Snipes e Sandra Bullock. Sexta-feira, às 21h.
“Quando um Estranho Chama”, na Globo
Uma jovem está trabalhando como babá em uma remota casa, localizada no topo de uma colina. Com as crianças dormindo, ela tranca a porta e liga o alarme geral. E quando tem início uma serie de telefonemas, em que uma pessoa estranha repetidamente insiste que ela cheque as crianças. Sexta-feira, às 22h20.
“Helter Skelter”, no SBT
Julho de 1969, Califórnia: o ariano Charles Manson se autoproclama Jesus Cristo e recruta jovens para uma onda de assassinatos a serem cometidos em "seu nome". A cada crime, seus seguidores assinam Helter Skelter, o que para Charles significa "a última guerra". Sábado, às 21h.
“American Pie 5 – O Ultimo Stifler Virgem”, na Globo
Erik Stifler (John White) deseja perder a virgindade antes de concluir a faculdade. Seus amigos o incentivam a participar da "milha nua", uma tradicional competição em que as pessoas correm nuas pelo campus da faculdade. Sábado, às 22h35.
“Rituais do Sexo”, na Band
Robson e Justine partem para a Rússia, em busca de um valioso cálice, e vão parar na Birmânia, onde acabam prisioneiros de uma tribo da era das cavernas. Sábado, às 1h.
“As Apimentadas – Entrar Para Ganhar”, na Record
Duas escolas participam de um campeonato de líderes de torcida, envolvendo relações pessoais e muito antagonismo. Domingo, às 9h45.
“Eragon”, na Globo
Eragon (Edward Speelers) é um jovem que encontra uma estranha pedra azul, da qual nasce um dragão. Com isso, ele passa a ser o portador de uma dinastia antiga, que foi aparentemente exterminada pelo governante do reino em que vive. Domingo, às 12h.
“Sou Espião”, na Globo
O protótipo do avião mais moderno do mundo é roubado e Alex Scott é enviado pelo governo americano para recuperá-lo. Ele terá a companhia de um arrogante pugilista que foi transformado de última hora em um espião. Com Eddie Murphy, Owen Wilson e Famke Janssen. Domingo, às 22h55.
“O Rei Urso Polar”, na Band
Num reino longínquo, o belo rei Valemon se recusa a casar com uma bruxa perversa, e é transformado em urso polar. Ao fugir para o norte, Valemon se apaixona por uma princesa que consegue enxergar além da fera em que ele se transformou. Domingo, às 12h30.
Lançamentos em DVD
“Besouro”, em DVD

“Faces da Verdade”

“Sexo e Mentiras”, em DVD

“Massacre no Bairro Chinês”, em DVD

Filme da Semana: “2001 - Uma Odisséia no Espaço”

Minha relação com o filme “2001 - Uma Odisséia no espaço” vem de longe, mais precisamente 1969, quando o homem chegou à Lua, eu passava minhas férias em Recife e quase assisti “2001”. Quase, pois meu primo não quis ir, e eu dancei (você me deve essa, Ulissinho).

Algum tempo depois é que pude ler o livro de Artur C. Clarke, que, ao contrário do que se imagina, não foi a origem do filme. Como Clarke trabalhou com Kubrick no roteiro do filme, o livro saiu meio que em paralelo, e explicava muitas coisas que o filme deixava subtendido.
E para os que explicam essas lacunas como falhas de roteiro, eu diria que é impossível para uma pessoa tão perfeccionista como Kubrick deixar alguma coisa na edição final que não fosse intencional. Afinal, um diretor que repete 78 vezes uma cena em que alguém abre a porta e diz “alô”, até ficar perfeita, não condiz com alguém que deixa um filme incompleto – a não ser que seja essa a intenção.

“2001 – Uma Odisséia no Espaço” é uma sequência de vários capítulos. No primeiro, muito antes da Civilização, um grupo de hominídeos pré-históricos recebe a visita de um estranho monólito, que os ensina a usar armas e alimentar-se de carne, iniciando sua dominação da Terra.
Quatro milhões de anos depois, encontramos uma nave fazendo o trajeto da Terra à Lua, onde o Dr Heywood Floyd (William Sylvester) vai investigar um estranho monólito que foi encontrado enterrado – por autores desconhecidos, mas, seguramente, extraterrestres. Quando a luz do Sol toca o monólito pela primeira vez, uma onda de rádio é gerada.
Na próxima sequência, a gigantesca nave espacial Discovery ruma em direção a Júpiter, conduzida pelos astronautas David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood), que contam com a ajuda do computador HAL, a última palavra em inteligência artificial. Entretanto, próximo do objetivo final, HAL entra em conflito com os tripulantes humanos, matando Frank e mais três cientistas que estavam em hibernação artificial.

O filme, hermético e com poucas explicações, é um deslumbre de efeitos visuais, principalmente se considerarmos que não existia nada de computação gráfica. Tudo era feito com maquetes, pinturas e muita, muita inteligência. Com justiça, rendeu a Douglas Trumbull o Oscar de Efeitos Especiais, embora também tenha sido indicado nas categorias de Direção de Arte, Roteiro e Diretor.
Curiosamente, os primeiros resultados de bilheteria apontavam para um fracasso total. Contudo, ao fim do primeiro mês, foi observado que muitos jovens assistiam sessões seguidas do filme. O boca-a-boca funcionou mais que o marketing dos estúdios, e o sucesso se consolidou.
O formato DVD trouxe às novas gerações a beleza do filme que o VHS não permitia, e, o Blu-ray, permitiu que a alta definição homenageasse a beleza do balé sideral ao som de uma trilha sonora surpreendente, que vai do “Danúbio Azul” de Johann Strauss ao famosíssimo tema, “Assim Falou Zaratustra”, que é tocado nos lugares e ocasiões mais improváveis.

Recomendo a todos que façam uma releitura deste filme, principalmente se tiverem acesso aos documentários, que fornecem um painel completo da época em que o filme foi feito, das previsões que não se realizaram, e dos muitos acertos surpreendentes de Kubrick, um verdadeiro gênio do cinema.
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