quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Coluna Claquete – 29 de novembro de 2013



Newton Ramalho

 

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 O que está em cartaz



Na despedida de novembro – e praticamente 2013 – as estreias resumem-se à comédia nacional “Crô – O Filme”, com Marcelo Serrado, à animação “Um Time Show de Bola”, e à comédia “Vovô Sem Vergonha”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Jogos Vorazes: Em Chamas”, com Jennifer Lawrence, o drama “Capitão Phillips”, com Tom Hanks, a animação “Bons de Bico”, e o blockbuster “Thor – O Mundo Sombrio”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a comédia nacional “Meu Passado Me Condena”, e o drama francês “Adeus Minha Rainha” na Sessão Cine Cult, enquanto o Moviecom mantém o drama “Blue Jasmine”. Na sessão Filme da Semana, resenha do filme “Lovelace”, com Amanda Seyfried.

 Estreia 1: “Crô – O Filme


Após herdar a fortuna de Tereza Cristina, Crodoalvo Valério, mais conhecido como "Crô" (Marcelo Serrado), está cansado da vida de milionário. Decidido a encontrar uma nova musa a quem possa dedicar sua vida, ele inicia uma busca pessoal que faz com que entreviste diversas peruas. Seu objetivo é encontrar aquela que seja melhor qualificada para que ele próprio possa servir como mordomo, assim como fez com sua antiga patroa. Entretanto, após muito avaliar, acaba percebendo que sua musa ideal é justamente aquela que jamais havia imaginado. A direção é de Bruno Barreto. “Crô – O Filme” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 5 e 6 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Crô – O Filme”)

 Estreia 2: “Um Time Show de Bola


Desde garoto Amadeo é aficcionado por totó, tendo construído seus próprios jogadores e com eles ensaiado as mais diversas jogadas. Um dia ele é desafiado por Ezequiel, um arrogante garoto que vive se gabando por ser um exímio jogador de futebol de verdade. Mas a partida épica de totó entre os dois não foi vencida por ele. Anos mais tarde, ele retorna rico e com seu dinheiro quer transformar a cidade natal em um espécie de parque temático. Agora, para salvar a cidade, Amadeo terá que aceitar o desafio proposto pelo vilão: enfrentá-lo numa partida de futebol de verdade. É quando algo mágico acontece e os bonecos da mesa de jogo ganham vida para ajudar o seu companheiro de grandes jogadas. A direção é de Juan José Campanella. “Um Time Show de Bola” estreia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas. (T. O.: “Metegol”)

Estreia 3: “Vovô Sem Vergonha


“Vovô Sem Vergonha” é o filme derivado da franquia Jackass, que acompanha a jornada de Irving Zisman (Johnny Knoxville), um idoso que percorre toda a América ao lado de companheiro improvável, o seu neto de 8 anos de idade, Billy. Ao longo do caminho Irving vai colocar o jovem Billy em lugares e situações que dão todo um novo significado ao termo “educar os filhos”. A dupla irá encontrar strippers masculinos, crianças infelizes concorrendo a um concurso de beleza (e suas mães também infelizes), choros em funerária, motociclistas e um monte de cidadãos inocentes. A direção é de Jeff Tremaine. “Vovô Sem Vergonha” estreia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Jackass Presents: Bad Grandpa”)

Sessão Cine Cult: “Adeus Minha Rainha


Julho de 1789, alvorecer da Revolução Francesa. A vida no Palácio de Versalhes continua imprudente e descontraída, distante do tumulto que reina em Paris. Quando a notícia da tomada da Bastilha chega à Corte, nobres e servos fogem desesperados, abandonando o Rei Luís XVI (Xavier Beauvois) e Maria Antonieta (Diane Kruger). Sidonie Laborde (Léa Seydoux), jovem leitora totalmente devotada à Rainha, não acredita no que ouve e permanece perto de sua adorada, confiante de que nada lhes acontecerá. A direção é de Benoît Jacquot. “Adeus Minha Rainha” será exibido na terça-feira (03/12) e quinta-feira (05/12), na Sala 3 do Cinemark, na sessão de 21h10. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Les Adieux à la Reine”)

 

Filme da Semana: “Lovelace”

Nesta semana celebramos o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, e talvez por isso seja mais atual do que nunca o filme “Lovelace”, que retrata a vida de uma mulher que sofreu na própria carne todos os tipos de violência imagináveis, a atriz Linda Lovelace.
Linda Susan Boreman, vivida por Amanda Seyfried em “Lovelace”, era uma jovem americana comum, criada em uma família com rígidos preceitos morais e religiosos. No início dos anos 1970, o mundo ainda vivia uma mistura de descobertas depois de uma década revolucionária, onde os ecos do amor livre chocavam-se com a forte propaganda anticomunista e o ufanismo pró guerra do Vietnã.
Neste ambiente difuso Linda conheceu Chuck Traynor (Peter Sasgaard), um malandro sedutor que encantou a ingênua garota de 22 anos. Como essa garota inocente protagonizou o filme pornográfico mais conhecido de todos os tempos? Para isso, é preciso contextualizar um pouco.
Apesar da liberação sexual da época, os filmes pornográficos da época eram produções grosseiras, com garotas de programa, ou contrabandeadas da Europa, e  exibidas em salas escondidas.
“Garganta Profunda” foi o primeiro filme a ser exibido no circuito comercial, com atores que pareciam pessoas normais, e conseguiu arrecadar mais de 600 milhões de dólares para os seus criadores. O marido de Linda recebeu 1250 dólares pelo trabalho dela. Linda jamais recebeu um centavo por sua participação no filme.
“Lovelace” tem uma montagem muito interessante, mostrando como a história de amor se transforma em um pesadelo. Preenchendo lacunas com flashbacks, a progressiva agonia de Linda é apresentada aos poucos, e o espectador vai entendendo a armadilha em que ela estava presa.
Encurralada entre um marido psicótico e violento, e a família extremamente conservadora, Linda não tinha outra saída a não ser submeter-se aos desmandos de Traynor, que incluíam não apenas filmar cenas de sexo explícito com outros homens, mas também ser objeto de um estupro coletivo pelo qual ele recebia dinheiro.
E, seu o sucesso era grande, o apedrejamento moral era maior ainda, principalmente na conservadora sociedade americana. Linda precisou fugir – literalmente – para ter a sua vida de volta.
Divorciada de Traynor, ela tentou a duras penas refazer sua vida, fracassando em filmes mais leves, e tendo que carregar sempre o estigma de “Garganta Profunda”. Ela casou novamente, com Larry Marchiano, com quem teve dois filhos.
Linda participou de muitos movimentos que denunciavam a violência contra a mulher, e lançou uma biografia, “Ordeal”, em que revelava ter sido vítima de violência, violações, prostituição e pornografia. A obra e um depoimento a comissões do Congresso ajudaram a investigar irregularidades na indústria pornográfica.
Sua vida seria marcada por controvérsias, uso de drogas, uma hepatite que a levaria a um transplante de fígado, e muitos outros problemas. Ela morreu em 2002, em consequência de um acidente de carro.
Chuck Traynor, após divorciar-se de Linda, casou-se com Marilyn Chambers, que estrelou dois filmes pornôs memoráveis, “Atrás da Porta Verde” e “O Diabo na Carne de Miss Jones”. Ao contrário de Linda, Marilyn era uma entusiasta da profissão, e viveu dez anos com Traynor.
É curioso observar que “Garganta Profunda” tenha causado tanto impacto, já que é um filme primário, com atuações medíocres, e mesmo as cenas de sexo não tem nada que chame atenção. Só mesmo o pioneirismo dos exibidores, trazendo esse tipo de produto para as salas comerciais é que justifica tanto sucesso.
Embora “Lovelace” atenha-se a um pequeno, mas, significativo tempo da vida de Linda, é um filme interessante para ser visto, debatido e entendido, lembrando que muito do que é mostrado ali ainda acontece na vida real, em qualquer canto do mundo. 


Eventos



8ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
 
A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é um evento que celebra há oito edições o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Em Natal, a Mostra acontece a partir da próxima quinta-feira, com uma vasta programação de curtas, longas e documentários, com entrada franca, no campus da IFRN na Cidade Alta, Av. Rio Branco, 743. Mais detalhes sobre programação e horários no site mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br.



Livros de Cinema



“Sean Connery”, de Michael Feenan Callan
 
Uma intima e reveladora biografia de um dos maiores astros do mundo. Nascido numa pobre família de Edinburgh, Sean perseguiu sua ambição para se tornar um ator e interpretou o primeiro James Bond em “007 Contra o Satânico Dr. No”. Ele participou de muitos filmes memoráveis, como “O Nome da Rosa”, e recebeu o Oscar de melhor ator coadjuvante atuando como Jimmy Marlone em “Os Intocáveis”, ao lado de Kevin Costner. Com entrevistas de profundidade com sua família, amigos e colegas de cinema, este livro é obrigatório para todos os fãs de Sean Connery.




Lançamentos em DVD/Blu-Ray



“Um Evento Feliz”
 
Barbara (Louise Bourgoin), uma dedicada e ambiciosa aluna de doutorado, conhece o atraente Nicolas (Pio Marmaï) na locadora de vídeos onde ele trabalha. Os dois sentem uma forte atração um pelo outro e iniciam um relacionamento. Arrebatados pela paixão, o casal recém formado decide ter um filho. Porém, antes mesmo do bebê vir ao mundo, o romance se desfaz. Barbara fica sozinha e vai ter de se preparar para ser mãe solteira.  O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em DD 5.1. (T.O.: “Un Heureux Événement”).

“Renoir”

Côte d'Azur, 1915. Pierre-Auguste Renoir (Michel Bouquet) é atormentado pela morte da esposa, as dores da artrite e a preocupação com o filho Jean (Vincent Rottiers), que luta na Primeira Guerra Mundial. Eis que surge em sua vida Andrée (Christa Theret), uma jovem bela e radiante que desperta no pintor uma inesperada energia. Rejuvenescido, Renoir a torna sua musa. Quando Jean retorna à casa do pai para se recuperar de um grave ferimento na perna, ele se envolve com Andrée e a torna também sua musa, mas de um sonho ainda distante: o de fazer cinema. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Renoir”)

“Buraco Negro”

Após a viagem de sua família à Espanha, o jovem Gaspard (Grégoire Leprince-Ringuet) passa o verão no sul da França com a namorada e um grupo de amigos. Tudo vai bem, até eles encontrarem um celular perdido. Indo atrás do dono, se deparam com uma estranha cerimônia de suicídio que envolve a bela e sedutora Audrey (Louise Bourgoin). A moça de visual gótico logo atrai Gaspard, levando-o a adentrar num mundo virtual chamado Black Hole, onde ela vive uma vida paralela e atende pelo nome de Sam. Criando para si próprio um avatar, Gaspard se deixa seduzir pelo jogo dela, ignorando o perigo que o aguarda. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD 5.1. (T. O.: “L’Autre Monde”)

“Tese Sobre um Homicídio”

Roberto Bermudez (Ricardo Darín) é um especialista em Direito Criminal que ministra um curso bastante reconhecido. Uma nova turma está prestes a iniciar as aulas e entre os alunos está Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho conhecido do professor. Gonzalo trata Roberto como um verdadeiro ídolo, o que incomoda o mestre. Já com as aulas em pleno andamento, um brutal assassinato ocorre perto da universidade. Roberto logo demonstra interesse no caso e, ao investigar os detalhes, passa a crer que Gonzalo seja o autor do crime e esteja desafiando-o a um jogo de inteligência. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital. (T. O.: “Tesis sobre un homicidio”)



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