Newton Ramalho
colunaclaquete@gmail.com – www.colunaclaquete.blogspot.com
- @colunaclaquete
O que está em cartaz
Esta semana a
coluna Claquete completou dez anos, o que motivou uma parada para refletir como
o cinema e home vídeo evoluíram nessa década (vejam no Especial). Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias
são a comédia romântica “Lola”, com Miley Cirus e Demi Moore, e o drama
nacional “À Beira do Caminho”. Continuam em cartaz o documentário “Katy Perry
Part Of Me 3D”, o blockbuster “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, as animações
“Valente” e “A Era do Gelo 4” ,
e a comédia nacional “E Aí, Comeu?”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe
o infantil chileno-brasileiro “31 Minutos”, “O Espetacular Homem-Aranha”,
“Agamenon, o Repórter”, e o drama “Deus da Carnificina”, na Sessão Cine Cult.
Estreia 1: “Lola”
Lola (Miley Cyrus) vive em um mundo
cada vez mais conectado pelas redes sociais. Em meio aos romances e amizades de
colégio, ela enfrenta dificuldades em manter uma relação saudável com sua
própria mãe, Anne (Demi Moore). Superprotetora, ela tenta se aproximar da
filha, que cada vez está mais voltada para as amizades e as novidades da
adolescência. “Lola” é uma autêntica e divertida comédia que retrata com bom
humor e naturalidade a realidade dos jovens de hoje em dia. Refilmagem da
comédia francesa “Rindo á Toa”, da diretora Lisa Azuelos, que também dirige
esta versão feita para o público americano. “Lola” estreia nesta sexta-feira,
na Sala 5 do Cinemark, e na Sala 2 do
Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “LOL”)
Estreia 2: “À Beira do Caminho”
Para fugir dos traumas do passado, o
caminhoneiro João (João Miguel) resolve deixar sua cidade Natal para trás e
cruzar o país. João vaga por anos, Brasil afora, até que numa de suas viagens
conhece o menino Duda (Vinicius Nascimento), órfão de mãe e que está à procura
de seu pai, que vive em São Paulo. Esse encontro faz o caminhoneiro rever seus
conceitos sobre a vida e sobre os laços afetivos. A direção é de Breno Silveira.
“À Beira do Caminho” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, e na
Sala 3 do Moviecom. Classificação indicativa
12 anos. Nacional. (T. O.: “À Beira do Caminho”)
Sessão Cine Cult: “Deus da Carnificina”
Em Nova York, o casal Nancy e Alan
Cowan (Kate Winslet e Christoph Waltz) vai até a casa de Penelope (Jodie
Foster) e Michael (John C. Reilly). O motivo do encontro: o filho do primeiro
casal agrediu o filho do segundo. Eles tentam resolver o assunto dentro das
normas da educação e civilidade, mas, aos poucos, cada um perde o controle
diante da situação. O quarteto é composto de personalidades muito diferentes:
Nancy Cowan é mulher acostumada à elegância e à cordialidade, tendo sempre que
se desculpar pelo comportamento inadequado de seu cínico marido, Alan. O outro
casal é composto por Michael Longstreet, um homem acostumado à imagem de
bondoso, mas, que esconde um temperamento mais forte do que se esperava,
enquanto Penélope é uma mulher guiada por rígidos princípios morais. Então a
luta psicológica começa... A direção é
de Roman Polanski. “Deus da Carnificina” será exibido na terça-feira e na
quinta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 19h40. Classificação
indicativa 14 anos. (T. O.: “Carnage”)
Especial:
Dez anos de Coluna Claquete
No dia 8 de agosto de
2002 foi publicada a primeira edição da Coluna Claquete, dando início a uma
maravilhosa década de troca de informações sobre cinema com os leitores do
Jornal de Hoje. Mais do que uma simples vitrine dos títulos em cartaz, a coluna
mostrou-se um registro vivo das espantosas mudanças que ocorreram nestes poucos
anos no mundo do cinema e do home vídeo.
Cinema
No ano de 2002, os
cinemas em Natal estavam em franca decadência, estando em atividade apenas as
duas salas do Rio Verde, que seria o último cinema de rua remanescente, e as
duas do Natal Shopping, do Grupo Severiano Ribeiro. Em 2003, foi inaugurado o
primeiro multiplex de Natal, no Praia Shopping, da rede Moviecom, que
representou uma importante mudança no hábito de ir ao cinema.
Muito diferente do
passado, quando o cinema era uma diversão popular e acessível a todos, a
chegada do multiplex consolidou a Sétima Arte como um entretenimento restrito à
classe média. Isso foi reforçado, posteriormente, com a inauguração de mais
sete salas da rede Cinemark, no shopping Midway Mall. As novas salas, se não
tinham o gigantismo das antigas, ganharam recursos adicionais, como som
multicanal, projeção digital e em 3D.
Espera-se, para os
próximos anos, uma mudança que talvez seja tão impactante quanto foi a chegada
do som no final da década de 20. Está em discussão a digitalização total das
salas, deixando de existir as custosas películas, que serão substituídas por
poderosos discos óticos ou magnéticos, ou, quem sabe, pela transmissão dos
filmes online. O tempo dirá.
Locadoras
Em 2002, ao se pensar em
assistir um filme, era só escolher a locadora, que podia uma grande, como a Yellow
Vídeo, que tinha mais de uma filial, ou qualquer uma das inúmeras locadoras de
bairro, alguma vizinhas de porta.
Nessa época, o bom e
velho videocassete ainda reinava quase absoluto, pois o DVD ainda era restrito
a quem podia pagar uma pequena fortuna pela novidade. Aos poucos, porém, não
apenas o preço dos DVD players foi baixando, como um novo fenômeno se espalhava
com enorme rapidez: o DVD pirata.
Sufocados entre os altos
preços cobrados pelas distribuidoras, e pela concorrência desleal dos DVD
piratas, as locadoras, aos poucos, foram minguando, estando hoje resumidas a
umas poucas lojas que resistem como podem.
Home vídeo
Quando os primeiros
videocassetes apareceram, a única preocupação que tínhamos era com a
“transcodificação”, uma gambiarra que era feita nos aparelhos importados para
compatibilizar com o sistema de cores da televisão brasileira. Mesmo o famoso
videocassete estéreo não representou qualquer mudança significativa no home
vídeo.
A chegada do DVD mudou
radicalmente essa situação. Com áudio em seis canais, e o dobro da resolução do
VHS, para se assistir decentemente um filme em DVD era indispensável um
equipamento que muitos até hoje tem dificuldade em pronunciar o nome: o home
theater.
Enquanto os antigos
equipamentos eram ligados com cabos RCA comprados no camelô da esquina, para
poder decodificar o som digital já era preciso utilizar um cabo ótico, ou
coaxial digital. Esse domínio só foi quebrado com a chegada do Blu-ray e da
conexão HDMI.
Televisores
Durante muito tempo, os
televisores de tubo imperaram, graças a algumas inovações introduzidas, como
tela plana, tamanhos cada vez maiores, e conexões melhores para vídeo, S-VHS ou
Componente, que permitiam aproveitar toda a resolução do DVD. Os ricos
instalavam projetores em suas salas, transformando-as em pequenos cinemas
particulares.
Mas, os televisores de
plasma, que no início custavam o equivalente a um apartamento popular, foram
ficando com preços cada vez mais acessíveis, ao mesmo tempo em que melhoravam a
resolução.
A tecnologia LCD, grande
concorrente do plasma, foi se tornando mais popular à medida que aumentava de
tamanho e reduzia os preços. Hoje em dia, é a tecnologia mais vendida nas
lojas, ficando as TVs de plasma restritas aos cinéfilos, que acham a imagem
destas mais parecida com a do cinema.
Uma nova tecnologia vem
ganhando muito espaço no mercado, o LED, pois associa a qualidade de imagem do
plasma com a versatilidade do LCD, além de serem, efetivamente, os aparelhos de
tela mais fina que existem.
Mídia
O VHS, embora dominasse
o mercado em 2002, estava com os dias contados. Uma tecnologia que nascera nos
anos 70 sobrevivia como podia, mas, os frequentes problemas de desmagnetização,
sujeira no cabeçote, fita partida, etc., tornava o VHS cada vez mais obsoleto.
A chegada do DVD mudou
radicalmente a mídia doméstica. Agora, além da melhoria do som e da imagem, não
havia necessidade de escolher entre a fita dublada ou legendada, podia-se
avançar ou recuar rapidamente, escolher os capítulos, e, o melhor: não
precisava rebobinar no final.
O DVD chegou para ficar,
e como tudo na sociedade pós-moderna, popularizou-se com o barateamento dos
aparelhos, principalmente os fabricados na China, e a abundante oferta de
discos piratas, vendidos livremente em qualquer lugar da cidade.
Essa sobrevida do DVD
ganhou força com a disputa do seu sucessor, uma guerra autofágica entre o
HD-DVD e o Blu-ray. Ganhou esse último, mas, a um custo de mercado grande, e um
imenso tempo perdido. O Blu-ray tem uma definição de imagem muito melhor que a
de um DVD, assim como os novos padrões de som. O problema é que, para perceber
isso, é preciso ter um televisor Full HD de um tamanho acima de quarenta
polegadas, e um home theater capaz de decodificar esses novos padrões sonoros.
Como a maioria da
população está muito satisfeita assistindo seu DVD ligado direto em televisor
qualquer, percebe-se que o Blu-ray ficou destinado a um grupo mais restrito, de
cinéfilos que gostam de assistir filmes em casa com ótima resolução de imagem e
de som.
Internet
Esse é o pesadelo de
todo empresário. A internet em 2002 era muito diferente da atual, com baixas
velocidades de acesso, altos custos de assinatura, e uma indefinição geral de
conteúdo e aplicações.
Aos poucos, a internet
se tornou a maior fonte de informações do planeta, deixando de ser um repositório
de dados passivo para transformar-se em um universo de comunicação entre as
pessoas, principalmente com o advento das chamadas mídias sociais.
Outro fenômeno apareceu,
tornando-se o terror das gravadoras e dos estúdios: a troca de arquivos de
músicas e de filmes pela internet. Embora ainda continue provocando gritos e
ranger de dentes, este é um processo irreversível, que os grandes estúdios
deveriam tentar tirar proveito, como o mercado de música fez, ao associar-se
com a Apple, e vender as músicas para download pelo iTunes.
Aos poucos, estão
surgindo algumas alternativas oficiais para baixar os filmes pela internet, com
os VOD (vídeo on demand) e serviços como o Netflix, que permitem escolher e
assistir pela internet filmes de um catálogo bem diversificado, ao preço de uma
assinatura mensal.
Para onde iremos?
É difícil apostar qual
será a tecnologia que vai imperar nos próximos anos, até porque esse “império”
será curto, qualquer que seja o escolhido. A evolução tecnológica anda a passos
gigantescos, e hipóteses que pareciam ficção-científica alguns anos atrás, hoje
são coisas do dia-a-dia.
Não há dúvida de que as
telas finas vieram para ficar, e a aposta é que se tornarão cada vez maiores,
mais finas, e com melhor resolução. E, espero, mais baratas. É possível que,
dentro de pouco tempo, vejamos um técnico chegar com um grande tubo debaixo do
braço, desenrolá-lo e colar na parede uma TV de dezenas de polegadas.
O som, por sua vez,
esbarra na própria capacidade humana de percebê-lo. Sei que para alguns pode
parecer heresia, mas dificilmente consigo distinguir um som em Dolby Digital
5,1 de um dos novos padrões Dolby TrueHD ou DTS HD Master. Mais do que isso,
então, só com ouvido de cachorro ou a orelha do Homem Biônico...
A próxima vítima, creio
eu, será a mídia física. Nessa última década ocorreu uma convergência absoluta
para o formato digital. Hoje, tudo é digital: fotos, músicas, filmes, livros,
etc.. E, o melhor, todos esses arquivos podem ser vistos em quase todos os
aparelhos, computador, televisão, DVD player, celular, tablet, etc..
É possível que nos
próximos anos se concretize a sonhada “computação nas nuvens”, e que toda a
forma de entretenimento seja usufruída diretamente nos aparelhos multimídias,
sejam eles TVs de cem polegadas, ou as minúsculas telas de celular.
Quaisquer que sejam os
caminhos que as novas tecnologias nos levem, a Coluna Claquete estará atenta e
cônscia de sua missão de manter o leitor informado. Ao final destes dez anos
agradeço ao meu querido professor Barreto, que foi meu grande mentor e
incentivador, à direção do Jornal de Hoje, representados por Marco Aurélio,
Sylvia Sá e Daniela Pacheco, que sempre me apoiaram, e, principalmente, aos
meus leitores, do jornal e do blog, reais e verdadeiros destinatários dessas
informações.
Eventos
América Latina no Cinema: “A estratégia do
Caracol”
O projeto América Latina
no Cinema retoma suas exibições, desta vez trazendo a produção colombiana “A
Estratégia do Caracol”, de 1993, do cineasta Sergio Cabrera. Moradores de um
dos bairros mais pobres de Bogotá lutam para evitar a demolição da casa onde
moram, de propriedade de um milionário sem escrúpulos. Defendendo o edifício de
juízes e policiais, planejam uma original estratégia, dirigida por D. Jacinto,
um velho anarquista espanhol. A exibição será no Auditório da Biblioteca
Central Zila Mamede, da UFRN, na terça-feira, dia14/8, às 18.30 h. Depois do
filme haverá sorteio de brinde e debate. A entrada livre e gratuita. (T. O.: “La
Estrategia del Caracol”)
Lançamentos em DVD/Blu-Ray
“A Outra Terra”
Rhoda Williams, uma
estudante de astrofísica no MIT, se anima quando vê um planeta e resolve dar
uma olhada mais de perto. Ela atinge uma minivan e mata uma família. Ela é
presa por quatro anos, e quando é solta, busca o viúvo da família, o compositor
John Burroughs. O planeta que ela viu é uma cópia do planeta Terra, e um
concurso de dissertações é feito onde o vencedor pode viajar em uma nave
espacial para visitá-lo. Williams considera a possibilidade de visitá-lo para
ver que tipo de vida sua cópia teria levado. Disco com formato de tela
widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Another Earth”)
“Medianeras”
Mariana, Martin e a
cidade. Os dois vivem na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o
outro, mas nunca conseguem se encontrar. Eles se cruzam sem saber da existência
um do outro. Ela sobe as escadas, ele desce as escadas; ela entra no ônibus,
ele sai do ônibus. Eles frequentam a mesma videolocadora, sempre com um stand
de filmes que os separando. Eles sentam na mesma fileira em um cinema, mas a
sala é escura. A cidade que os coloca juntos é a mesma que os separa. O disco
traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 2.0.
(T.O.: “Medianeras”).
“Trem Mistério”
Um casal de jovens
orientais (Masatoshi Nagase e Youki Kudoh), obcecados pela cultura
norte-americana dos anos de 1950, pegam a estrada em direção a Memphis, cidade
de Elvis Presley e Carl Perkins. Dentro dessa história recheada de clássicos do
rock como: “Mystery Train” (Elvis Presley), ”Domino”(Roy Orbison), “The Memphis
Train” (Rufus Thomas), “Soul Finger” (the Bar-Kays), entre outros, acompanhamos
a aventura melancólica e romântica da “geração perdida” . O disco traz o filme
com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. (T.O.: “Mistery Train”).
“Mauvais Sang”
Em uma Paris de um
futuro não muito distante, uma nova e misteriosa doença chamada STBO está matando
os jovens que fazem amor sem envolvimento emocional. Um antídoto foi
desenvolvido, mas é trancado a sete chaves em um edifício de escritórios, fora
do alcance de quem mais precisa. Uma mulher americana chantageia dois velhos
bandidos, Marc e Hans, para roubar o soro STBO. Marc recruta Alex, um
adolescente rebelde, cujo pai trabalhava para ele antes de ser morto. Embora
Alex tenha uma namorada, ele acaba se apaixonando pela jovem amante de Marc,
Anna ... Disco com formato de tela widescreen, e som Dolby Digital, e, como
extras, Cenas de bastidores e Stills. (T.O.: “Mauvais Sang”).
Nenhum comentário:
Postar um comentário