quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Coluna Claquete – 10 de agosto de 2012

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  - @colunaclaquete

 

O que está em cartaz

Esta semana a coluna Claquete completou dez anos, o que motivou uma parada para refletir como o cinema e home vídeo evoluíram nessa década (vejam no Especial). Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias são a comédia romântica “Lola”, com Miley Cirus e Demi Moore, e o drama nacional “À Beira do Caminho”. Continuam em cartaz o documentário “Katy Perry Part Of Me 3D”, o blockbuster “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, as animações “Valente” e “A Era do Gelo 4”, e a comédia nacional “E Aí, Comeu?”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o infantil chileno-brasileiro “31 Minutos”, “O Espetacular Homem-Aranha”, “Agamenon, o Repórter”, e o drama “Deus da Carnificina”, na Sessão Cine Cult.

 

Estreia 1: “Lola


Lola (Miley Cyrus) vive em um mundo cada vez mais conectado pelas redes sociais. Em meio aos romances e amizades de colégio, ela enfrenta dificuldades em manter uma relação saudável com sua própria mãe, Anne (Demi Moore). Superprotetora, ela tenta se aproximar da filha, que cada vez está mais voltada para as amizades e as novidades da adolescência. “Lola” é uma autêntica e divertida comédia que retrata com bom humor e naturalidade a realidade dos jovens de hoje em dia. Refilmagem da comédia francesa “Rindo á Toa”, da diretora Lisa Azuelos, que também dirige esta versão feita para o público americano. “Lola” estreia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, e na Sala 2 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “LOL”)

Estreia 2: “À Beira do Caminho


Para fugir dos traumas do passado, o caminhoneiro João (João Miguel) resolve deixar sua cidade Natal para trás e cruzar o país. João vaga por anos, Brasil afora, até que numa de suas viagens conhece o menino Duda (Vinicius Nascimento), órfão de mãe e que está à procura de seu pai, que vive em São Paulo. Esse encontro faz o caminhoneiro rever seus conceitos sobre a vida e sobre os laços afetivos. A direção é de Breno Silveira. “À Beira do Caminho” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, e na Sala 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. Nacional. (T. O.: “À Beira do Caminho”)

Sessão Cine Cult: “Deus da Carnificina


Em Nova York, o casal Nancy e Alan Cowan (Kate Winslet e Christoph Waltz) vai até a casa de Penelope (Jodie Foster) e Michael (John C. Reilly). O motivo do encontro: o filho do primeiro casal agrediu o filho do segundo. Eles tentam resolver o assunto dentro das normas da educação e civilidade, mas, aos poucos, cada um perde o controle diante da situação. O quarteto é composto de personalidades muito diferentes: Nancy Cowan é mulher acostumada à elegância e à cordialidade, tendo sempre que se desculpar pelo comportamento inadequado de seu cínico marido, Alan. O outro casal é composto por Michael Longstreet, um homem acostumado à imagem de bondoso, mas, que esconde um temperamento mais forte do que se esperava, enquanto Penélope é uma mulher guiada por rígidos princípios morais. Então a luta psicológica começa...  A direção é de Roman Polanski. “Deus da Carnificina” será exibido na terça-feira e na quinta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 19h40. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Carnage”)

 
Especial: Dez anos de Coluna Claquete

No dia 8 de agosto de 2002 foi publicada a primeira edição da Coluna Claquete, dando início a uma maravilhosa década de troca de informações sobre cinema com os leitores do Jornal de Hoje. Mais do que uma simples vitrine dos títulos em cartaz, a coluna mostrou-se um registro vivo das espantosas mudanças que ocorreram nestes poucos anos no mundo do cinema e do home vídeo.

Cinema

No ano de 2002, os cinemas em Natal estavam em franca decadência, estando em atividade apenas as duas salas do Rio Verde, que seria o último cinema de rua remanescente, e as duas do Natal Shopping, do Grupo Severiano Ribeiro. Em 2003, foi inaugurado o primeiro multiplex de Natal, no Praia Shopping, da rede Moviecom, que representou uma importante mudança no hábito de ir ao cinema.
Muito diferente do passado, quando o cinema era uma diversão popular e acessível a todos, a chegada do multiplex consolidou a Sétima Arte como um entretenimento restrito à classe média. Isso foi reforçado, posteriormente, com a inauguração de mais sete salas da rede Cinemark, no shopping Midway Mall. As novas salas, se não tinham o gigantismo das antigas, ganharam recursos adicionais, como som multicanal, projeção digital e em 3D.
Espera-se, para os próximos anos, uma mudança que talvez seja tão impactante quanto foi a chegada do som no final da década de 20. Está em discussão a digitalização total das salas, deixando de existir as custosas películas, que serão substituídas por poderosos discos óticos ou magnéticos, ou, quem sabe, pela transmissão dos filmes online. O tempo dirá.

Locadoras

Em 2002, ao se pensar em assistir um filme, era só escolher a locadora, que podia uma grande, como a Yellow Vídeo, que tinha mais de uma filial, ou qualquer uma das inúmeras locadoras de bairro, alguma vizinhas de porta.
Nessa época, o bom e velho videocassete ainda reinava quase absoluto, pois o DVD ainda era restrito a quem podia pagar uma pequena fortuna pela novidade. Aos poucos, porém, não apenas o preço dos DVD players foi baixando, como um novo fenômeno se espalhava com enorme rapidez: o DVD pirata.
Sufocados entre os altos preços cobrados pelas distribuidoras, e pela concorrência desleal dos DVD piratas, as locadoras, aos poucos, foram minguando, estando hoje resumidas a umas poucas lojas que resistem como podem.

Home vídeo

Quando os primeiros videocassetes apareceram, a única preocupação que tínhamos era com a “transcodificação”, uma gambiarra que era feita nos aparelhos importados para compatibilizar com o sistema de cores da televisão brasileira. Mesmo o famoso videocassete estéreo não representou qualquer mudança significativa no home vídeo.
A chegada do DVD mudou radicalmente essa situação. Com áudio em seis canais, e o dobro da resolução do VHS, para se assistir decentemente um filme em DVD era indispensável um equipamento que muitos até hoje tem dificuldade em pronunciar o nome: o home theater.
Enquanto os antigos equipamentos eram ligados com cabos RCA comprados no camelô da esquina, para poder decodificar o som digital já era preciso utilizar um cabo ótico, ou coaxial digital. Esse domínio só foi quebrado com a chegada do Blu-ray e da conexão HDMI.

Televisores

Durante muito tempo, os televisores de tubo imperaram, graças a algumas inovações introduzidas, como tela plana, tamanhos cada vez maiores, e conexões melhores para vídeo, S-VHS ou Componente, que permitiam aproveitar toda a resolução do DVD. Os ricos instalavam projetores em suas salas, transformando-as em pequenos cinemas particulares.
Mas, os televisores de plasma, que no início custavam o equivalente a um apartamento popular, foram ficando com preços cada vez mais acessíveis, ao mesmo tempo em que melhoravam a resolução.
A tecnologia LCD, grande concorrente do plasma, foi se tornando mais popular à medida que aumentava de tamanho e reduzia os preços. Hoje em dia, é a tecnologia mais vendida nas lojas, ficando as TVs de plasma restritas aos cinéfilos, que acham a imagem destas mais parecida com a do cinema.
Uma nova tecnologia vem ganhando muito espaço no mercado, o LED, pois associa a qualidade de imagem do plasma com a versatilidade do LCD, além de serem, efetivamente, os aparelhos de tela mais fina que existem.

Mídia

O VHS, embora dominasse o mercado em 2002, estava com os dias contados. Uma tecnologia que nascera nos anos 70 sobrevivia como podia, mas, os frequentes problemas de desmagnetização, sujeira no cabeçote, fita partida, etc., tornava o VHS cada vez mais obsoleto.
A chegada do DVD mudou radicalmente a mídia doméstica. Agora, além da melhoria do som e da imagem, não havia necessidade de escolher entre a fita dublada ou legendada, podia-se avançar ou recuar rapidamente, escolher os capítulos, e, o melhor: não precisava rebobinar no final.
O DVD chegou para ficar, e como tudo na sociedade pós-moderna, popularizou-se com o barateamento dos aparelhos, principalmente os fabricados na China, e a abundante oferta de discos piratas, vendidos livremente em qualquer lugar da cidade.
Essa sobrevida do DVD ganhou força com a disputa do seu sucessor, uma guerra autofágica entre o HD-DVD e o Blu-ray. Ganhou esse último, mas, a um custo de mercado grande, e um imenso tempo perdido. O Blu-ray tem uma definição de imagem muito melhor que a de um DVD, assim como os novos padrões de som. O problema é que, para perceber isso, é preciso ter um televisor Full HD de um tamanho acima de quarenta polegadas, e um home theater capaz de decodificar esses novos padrões sonoros.
Como a maioria da população está muito satisfeita assistindo seu DVD ligado direto em televisor qualquer, percebe-se que o Blu-ray ficou destinado a um grupo mais restrito, de cinéfilos que gostam de assistir filmes em casa com ótima resolução de imagem e de som.

Internet

Esse é o pesadelo de todo empresário. A internet em 2002 era muito diferente da atual, com baixas velocidades de acesso, altos custos de assinatura, e uma indefinição geral de conteúdo e aplicações.
Aos poucos, a internet se tornou a maior fonte de informações do planeta, deixando de ser um repositório de dados passivo para transformar-se em um universo de comunicação entre as pessoas, principalmente com o advento das chamadas mídias sociais.
Outro fenômeno apareceu, tornando-se o terror das gravadoras e dos estúdios: a troca de arquivos de músicas e de filmes pela internet. Embora ainda continue provocando gritos e ranger de dentes, este é um processo irreversível, que os grandes estúdios deveriam tentar tirar proveito, como o mercado de música fez, ao associar-se com a Apple, e vender as músicas para download pelo iTunes.
Aos poucos, estão surgindo algumas alternativas oficiais para baixar os filmes pela internet, com os VOD (vídeo on demand) e serviços como o Netflix, que permitem escolher e assistir pela internet filmes de um catálogo bem diversificado, ao preço de uma assinatura mensal.

Para onde iremos?

É difícil apostar qual será a tecnologia que vai imperar nos próximos anos, até porque esse “império” será curto, qualquer que seja o escolhido. A evolução tecnológica anda a passos gigantescos, e hipóteses que pareciam ficção-científica alguns anos atrás, hoje são coisas do dia-a-dia.
Não há dúvida de que as telas finas vieram para ficar, e a aposta é que se tornarão cada vez maiores, mais finas, e com melhor resolução. E, espero, mais baratas. É possível que, dentro de pouco tempo, vejamos um técnico chegar com um grande tubo debaixo do braço, desenrolá-lo e colar na parede uma TV de dezenas de polegadas.
O som, por sua vez, esbarra na própria capacidade humana de percebê-lo. Sei que para alguns pode parecer heresia, mas dificilmente consigo distinguir um som em Dolby Digital 5,1 de um dos novos padrões Dolby TrueHD ou DTS HD Master. Mais do que isso, então, só com ouvido de cachorro ou a orelha do Homem Biônico...
A próxima vítima, creio eu, será a mídia física. Nessa última década ocorreu uma convergência absoluta para o formato digital. Hoje, tudo é digital: fotos, músicas, filmes, livros, etc.. E, o melhor, todos esses arquivos podem ser vistos em quase todos os aparelhos, computador, televisão, DVD player, celular, tablet, etc..
É possível que nos próximos anos se concretize a sonhada “computação nas nuvens”, e que toda a forma de entretenimento seja usufruída diretamente nos aparelhos multimídias, sejam eles TVs de cem polegadas, ou as minúsculas telas de celular.
Quaisquer que sejam os caminhos que as novas tecnologias nos levem, a Coluna Claquete estará atenta e cônscia de sua missão de manter o leitor informado. Ao final destes dez anos agradeço ao meu querido professor Barreto, que foi meu grande mentor e incentivador, à direção do Jornal de Hoje, representados por Marco Aurélio, Sylvia Sá e Daniela Pacheco, que sempre me apoiaram, e, principalmente, aos meus leitores, do jornal e do blog, reais e verdadeiros destinatários dessas informações.

Eventos

América Latina no Cinema: “A estratégia do Caracol”
 
O projeto América Latina no Cinema retoma suas exibições, desta vez trazendo a produção colombiana “A Estratégia do Caracol”, de 1993, do cineasta Sergio Cabrera. Moradores de um dos bairros mais pobres de Bogotá lutam para evitar a demolição da casa onde moram, de propriedade de um milionário sem escrúpulos. Defendendo o edifício de juízes e policiais, planejam uma original estratégia, dirigida por D. Jacinto, um velho anarquista espanhol. A exibição será no Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, da UFRN, na terça-feira, dia14/8, às 18.30 h. Depois do filme haverá sorteio de brinde e debate. A entrada livre e gratuita. (T. O.: “La Estrategia del Caracol”)

Lançamentos em DVD/Blu-Ray

“A Outra Terra”
 
Rhoda Williams, uma estudante de astrofísica no MIT, se anima quando vê um planeta e resolve dar uma olhada mais de perto. Ela atinge uma minivan e mata uma família. Ela é presa por quatro anos, e quando é solta, busca o viúvo da família, o compositor John Burroughs. O planeta que ela viu é uma cópia do planeta Terra, e um concurso de dissertações é feito onde o vencedor pode viajar em uma nave espacial para visitá-lo. Williams considera a possibilidade de visitá-lo para ver que tipo de vida sua cópia teria levado. Disco com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1.  (T. O.: “Another Earth”)

“Medianeras”
 
Mariana, Martin e a cidade. Os dois vivem na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro, mas nunca conseguem se encontrar. Eles se cruzam sem saber da existência um do outro. Ela sobe as escadas, ele desce as escadas; ela entra no ônibus, ele sai do ônibus. Eles frequentam a mesma videolocadora, sempre com um stand de filmes que os separando. Eles sentam na mesma fileira em um cinema, mas a sala é escura. A cidade que os coloca juntos é a mesma que os separa. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 2.0. (T.O.: “Medianeras”).

“Trem Mistério”
 
Um casal de jovens orientais (Masatoshi Nagase e Youki Kudoh), obcecados pela cultura norte-americana dos anos de 1950, pegam a estrada em direção a Memphis, cidade de Elvis Presley e Carl Perkins. Dentro dessa história recheada de clássicos do rock como: “Mystery Train” (Elvis Presley), ”Domino”(Roy Orbison), “The Memphis Train” (Rufus Thomas), “Soul Finger” (the Bar-Kays), entre outros, acompanhamos a aventura melancólica e romântica da “geração perdida” . O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. (T.O.: “Mistery Train”).

“Mauvais Sang”
 
Em uma Paris de um futuro não muito distante, uma nova e misteriosa doença chamada STBO está matando os jovens que fazem amor sem envolvimento emocional. Um antídoto foi desenvolvido, mas é trancado a sete chaves em um edifício de escritórios, fora do alcance de quem mais precisa. Uma mulher americana chantageia dois velhos bandidos, Marc e Hans, para roubar o soro STBO. Marc recruta Alex, um adolescente rebelde, cujo pai trabalhava para ele antes de ser morto. Embora Alex tenha uma namorada, ele acaba se apaixonando pela jovem amante de Marc, Anna ... Disco com formato de tela widescreen, e som Dolby Digital, e, como extras, Cenas de bastidores e Stills. (T.O.: “Mauvais Sang”).

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