Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Neste final de semana,
os cinemas serão invadidos pelos “Vingadores”, que ocuparão a metade das salas
de Natal. A outra estreia é a ópera “COSI FAN TUTTE DIGITAL”, da Royal Opera
House. Continuam em cartaz a comédia “American Pie: O Reencontro”, o suspense
“A Perseguição” (vejam na Sessão Filmes
da Semana), com Liam Neeson, e o infantil “Espelho, Espelho Meu”, com Julia
Roberts. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a ficção-científica “Jogos
Vorazes”, a comédia romântica “Como Agarrar meu Ex-Namorado”, a versão 3D de
“Titanic”, e o drama argentino “Um Conto Chinês”, na Sessão Cine Cult, enquanto
o Moviecom mantém o drama nacional “Xingu”, o policial “A Toda Prova”, e o
épico “Fúria de Titãs 2”.
Estreia 1: “Os Vingadores”
Loki (Tom Hiddleston) retorna à Terra, enviado
pelos chitauri, uma raça alienígena que pretende dominar os humanos. Com a
promessa de que será o soberano do planeta, ele rouba o cubo mágico dentro de
instalações da S.H.I.E.L.D. e, com isso, adquire grandes poderes. Loki os usa
para controlar o Dr. Erik Selvig (Stellan Skarsgard) e Clint Barton/Gavião
Arqueiro (Jeremy Renner), que passam a trabalhar para ele. No intuito de
contê-los, Nick Fury (Samuel L. Jackson) convoca um grupo de pessoas com
grandes habilidades, mas que jamais haviam trabalhado juntas: Tony Stark/Homem
de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), Thor
(Chris Hemsworth), Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) e Natasha Romanoff/Viúva
Negra (Scarlett Johansson). A direção é de Joss Whedon. “Os Vingadores” estreia
nesta sexta-feira, nas Salas 1, 2, 3 e 6 do Cinemark, e nas Salas 4, 6 e 7 do
Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. Exibição em 2D e 3D, cópias
dubladas e legendadas. (T. O.: “The Avengers”).
Estreia 2: “Royal Opera House: COSI FAN TUTTE DIGITAL”
Terceira ópera de autoria de Mozart e Da Ponte,
esse conto satírico de traição e confiança testada até o limite é uma comédia
com elementos nitidamente sérios. É possível que dois casais aparentemente
fiéis tenham suas vidas afetivas arruinadas por um jogo de traições
aparentemente inofensivo? A direção é de Jonathan Miller. “Opera House: COSI
FAN TUTTE DIGITAL” estreia neste sábado (14h00), domingo (18h00) e quinta-feira,
na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa livre.
Sessão Cine Cult: “Um Conto Chinês”
Roberto (Ricardo Darín) é um veterano da Guerra
das Malvinas que vive recluso em sua casa há vinte anos e coleciona manias. Jun
(Huang Sheng Huang) é um chinês que apareceu na vida de Roberto depois de ser
roubado e arremessado de um taxi em Buenos Aires. Roberto
não fala chinês e Jun não fala espanhol. Apesar das diferenças e dificuldades
Roberto e Jun descobrirão o real motivo deste encontro inusitado: uma vaca que
caiu do céu. A direção é de Sebastian Borensztein. “Um Conto Chinês” está em
carta nesta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, sempre na sessão de 14h00.
Classificação indicativa 12 anos. (T.O.: “Um Cuento Chino”)
Filmes da Semana:
“A Perseguição” e “Área Q”
A luta pela sobrevivência é um
conceito tão antigo quanto a própria vida em nosso planêta, pois ela é comum do
mais simples micro-organismo até a mais complexa corporação dos nossos dias.
Assim, não é de estranhar que seja o ponto comum entre dois filmes bem
diferentes, o thriller “A Perseguição”, e a ficção científica “Área Q”.
A história de “A Perseguição” é
contada através da ótica de Ottway (Liam Neeson), um homem amargurado, que se
ressente da ausência da esposa. Ottway trabalha para uma empresa petrolífera em
uma refinaria em um canto isolado do Alaska. Diferente dos demais
trabalhadores, ele é um caçador, e protege a vida dos demais caçando os animais
selvagens que se aproximam das instalações.
Viver em condições tão insalubres
só mesmo para quem não tem mais nada de bom no mundo, é a conclusão do próprio
Ottway, que se inclui nesse grupo de párias, a maioria por escolha pessoal.
Ao final do período de embarque,
regime comum em empresas de petróleo, Ottway e vários outros trabalhadores
tomam um avião para retornar à civilização, mas, uma violenta tempestade causa
um acidente, e o avião faz um pouso forçado, do qual sobreviverão apenas sete
homens.
Em função de sua experiência,
Ottway assume a liderança do grupo, e convence os sobreviventes a partir em
direção sul, onde terão maior probabilidade de serem resgatados. Apesar dos
protestos, o relutante grupo o acompanha, mas, um perigo ronda os homens, na
forma de uma alcateia de lobos selvagens.
Não, não se trata de lobisomens ou
lobos gigantescos. São apenas lobos normais, mas, nem por isso menos perigosos.
Enquanto os homens lutam para sobreviver ao frio, ao cansaço e à fome, os
animais estão bem adaptados, e caçam os invasores implacavelmente.
Ao longo da perigosa jornada, os
homens são submetidos às mais diversas dificuldades, enfrentando corredeiras
perigosas, abismos, a neve, além dos implacáveis lobos.
O que é mais assustador é que é uma
história totalmente possível de acontecer, e o homem, totalmente desacostumado
em viver em harmonia com a natureza, torna-se uma presa fácil para os animais.
Enquanto os homens discutem e
brigam sobre a melhor forma de sobreviver, os lobos agem em perfeita
consonância, caçando em grupo, escolhendo as vítimas mais indefesas, testando a
capacidade do inimigo, etc..
O final pode parecer estranho à
maioria dos espectadores, acostumados com produções mais “certinhas”, contudo,
me pareceu perfeito, lembrando um clássico da Segunda Guerra chamado “A
Patrulha de Bataan”.
Liam Neeson está perfeito no papel
do angustiado líder, e mostra que, apesar da maturidade, cada dia ganha mais
exposição nos cinemas, com papéis variados, que vão do vilão de “Batman Begins”
ao personagem título de “Kinsey”.
O outro filme da semana é “Área Q”,
ficção-científica nacional, e que eu reputo com um dos filmes mais originais e
bem feitos do cinema brasileiro dos últimos anos.
O cinema nacional tem oscilado
entre as comédias quase televisivas e as proezas do capitão Nascimento, com
algumas produções voltadas para o público espírita. “Área Q” conseguiu fugir de
todos estes estereótipos, levando para as telas uma história que advém da
tradição de uma região, e ainda deixando mais dúvidas que respostas – o que é
muito bom!
No início do filme o espectador
acompanha a vida de João Batista (Murilo Rosa), um humilde fazendeiro de
Quixadá, no interior do Ceará, que é carregado por uma estranha luz, retornando
uma semana depois. Depois disso, ele parece ter estranhos poderes, e termina
desaparecendo de vez, embora todos achem que ele está presente, e até que virou
santo.
Trinta anos mais tarde, Thomas
Matthews (Isaiah Washington), um jornalista americano, é enviado para Quixadá
para investigar fenômenos paranormais que acontecem na região, possívelmente
ligados a OVNIs, com relatos de luzes, aparições e de abduções de pessoas.
Thomas vem de um drama pessoal,
quando o seu único filho desapareceu sem deixar vestígios, e por mais que ele
tenha investigado, nunca encontrou o mais leve traço que pudesse indicar o
destino do garoto.
Ao chegar na pequena cidade, Thomas
tem o impacto do calor, da língua e da paisagem, com as belas formações
rochosas da região permeadas pelos cursos d’água.
Thomas recebe a ajuda de Eliosvaldo
(Ricardo Conti), o prestativo intérprete, que serve de relações públicas,
faz-tudo e companhia para o americano. Eliosvaldo não apenas traduz as palavras,
mas, a própria alma da região, e aconvivência entre dois representantes de
culturas tão díspares proporciona alguns dos melhores momentos do filme.
Outra personagem constante é a
enigmática Valquíria (Tânia Khalil), uma repórter que parece ter a ideia
formada de que tudo o que acontece na região é apenas resultado de fenômenos
naturais, que alimentados pela crendice e ignorância do povo, torna-se um caso
fantástico.
Mas, Thomas não enxerga dessa mesma
maneira, pois, a cada dia ele descobre novas evidências que não só parecem ser
reais, como também parecem relacionar-se com o desaparecimento do filho, mesmo
que os lugares dos acontecimentos estivessem a milhares de quilômetros de
distância.
A busca de Thomas por respostas só
o deixa com mais dúvidas, mesmo após encontrar-se com o mítico João Batista,
que não apenas parece conhecê-lo, como também sabe o que aconteceu ao filho do
jornalista. O mais intrigante é que Thomas e seu filho são considerados vitais
para a sobrevivência da Humanidade.
O que me chamou mais a atenção no
filme foi a forma brilhante como a história foi apresentada, não fazendo
concessões ao explícito à la Spielberg, e ao mesmo tempo deixando muitas
dúvidas no espectador. Seriam Ets? Seriam espíritos? Seria loucura ou
alucinação coletiva?
Apesar do filme ser nacional, os
diálogos são praticamente todos em inglês. Isso ficou muito natural, pois
americano não conhece outra língua, e as pessoas que falavam com ele eram o
intérprete, a jornalista e uma médica, pessoas que supõe-se que falem inglês.
“Área Q” é um filme excelente, com
um elenco enxuto mas extraordinário, com destaque para Isahia Washington, bons
efeitos especiais, fotografia maravilhosa, trilha sonora envolvente e
perturbadora, e uma paisagem fantástica, que remete ao sobrenatural.
A lamentar mesmo é que, em função
dos blockbusters, sua permanência nos cinemas será curta. Mas, terá uma
sobrevida longa nas mídias DVD e Bu-Ray.
(Títulos originais: “The Grey” e “Área
Q”)
Lançamentos em DVD/Blu-Ray
“O Pior dos Pecados”
Adaptado do surpreendente romance
de Graham Greene, O Pior dos Pecados conta história de Pinkie (Sam Riley) um
jovem lutando para assumir o controle do crime organizado. Porém quando
Rose(Andrea Riseborough), uma garçonete da cidade, descobre evidências ligando
Pinkie a um assassinato todos os planos serão alterados. Pinkie seduz Rose para
descobrir o quanto ela sabe e garantir que ela não contará nada a polícia. Mas
será que ele está certo? Deveria ele matar Rose antes que ela contasse algo? E
Rose? Deveria ela confiar nesse criminoso sabendo que ela pode ser a próxima da
lista? Disco com formato de tela
widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1. (T.O.: “Brighton Rock”).
“Loup – Uma Amizade Para Sempre”
Sergueï é um rapaz do povo Évène,
nômades criadores de renas, que vive nas montanhas da Sibéria Oriental. Ao
completar 16 anos, é nomeado guardião do grande rebanho de renas do clã de
Batagaï. Ainda menino, sabendo que precisaria proteger as renas, Sergueï aprendeu
a caçar e a matar lobos sem hesitar. Até o dia em que o encontro com uma loba e
seus adoráveis filhotes altera todas as suas certezas. O disco traz o filme com
formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1. (T.O.: “Loup”).
“Inspetor Tibbs contra a Organização”
Neste suspense estrelado por Sidney
Poitier, o famoso detetive Mr. Tibbs está prestes a desmascarar uma quadrilha
de traficantes de drogas. Último filme da série Mr. Tibbs. Neste filme está uma
superorganização por trás dos crimes, o que vai tornar muito difícil a prisão
dos culpados. Com a direção de Gil Melle (grande músico de Jazz) degustaremos a
música clássica dos anos 70, que nos acompanhará até San Francisco, em busca
dos assaltantes. Um deles, o então jovem e de primeira grandeza, Raul Julia.
Lançado na época junto com Shaft e French Connection, teve uma bilheteria
tímida e injusta. Grande performance do Poitier. Disco com formato de tela widescreen,
e, como Extras, Bio-Filmografia, Galeria de Pôsteres, Menus Interativos, e
Trailer. (T.O.: “The Organization”).
“A Tia de Carlitos”
Charley e Jack são estudantes
universitários que precisam de um acompanhante para que possam cortejar algumas
jovens da velha sociedade. Eles pressionam o colega Fancourt Babberly (Jack
Benny), para fingir ser a tia brasileira de Charley, Dona Lucia D'Alvadores.
Tudo vai bem até que..., claro, a verdadeira tia de Charley aparece e
espantasoamente descobre que... "ela já esta lá!". O disco traz o
filme com formato de tela standard e áudio em Dolby Digital 2.0,
e, como Comentários de Randy Skretvedt, (Historiador e comentarista de
cinema.), Biografia e Filmografia, e Galeria de Fotos . (T.O.: “Charley’s Aunt”).