Coluna Claquete – 09 de abril de 2010

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com – colunaclaquete.blogspot.com


O que está em cartaz

O mês de abril chega com muitas novidades nos cinemas, e uma diversidade de títulos que há muito não se via em Natal. As estreias da semana são a comédia romântica “Uma Noite Fora de Série”, com Steve Carell, o policial “Dupla Implacável”, com John Travolta, e, o suspense “Caso 39”, com Renée Zellweger. Continuam em cartaz a cinebiografia “Chico Xavier”, a animação “Como Treinar o Seu Dragão”, “O Livro de Eli”, com Denzel Washington, e, a comédia romena “Casamento Silencioso”, na Sessão Cult do Cinemark. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama “Lembranças”, o policial “Atraídos Pelo Crime”, e “Xuxa e o Mistério da Feiurinha”, enquanto o Moviecom mantém o ótimo drama “Invictus” (vejam em Filme da Semana), com Morgan Freeman, o suspense “Ilha do Medo”, o drama “Um Sonho Possível” e a aventura “Percy Jackson – O Ladrão de Raios”.

Estreia 1: “Uma Noite Fora de Série”

Em “Uma Noite Fora de Série”, Steve Carell e Tina Fey vivem um casal acomodado que quebra a rotina monótona quando percebem que seus programas noturnos podem ser mais do que sair para jantar ou ir ao cinema. Um “encontro” que parecia ser normal, torna-se muito mais do que um casal esperava. O elenco conta, ainda, com Mark Wahlberg, James Franco, Leighton Meester e Mark Ruffalo. A direção é de Shawn Levy. “Uma Noite Fora de Série” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estreia 2: “Dupla Implacável”

A vontade de um agente do governo norte-americano de brilhar além das sombras da sua profissão se torna realidade quando ele está lado a lado com seu novo parceiro no crime – Wax. Como os dois estão em Paris em uma missão antiterrorista de paz, o nosso jovem agente descobre que a pior arma é a que mais amamos. Com John Travolta e Jonathan Rhys Meyers. A direção é de Pierre Morel. “Dupla Implacável” estreia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.


Estreia 3: “Caso 39”

Renée Zellweger interpreta Emily Jenkins, uma assistente social idealista que acredita que já viu de tudo. Até que se depara com seu mais novo e misterioso caso, a perturbada adolescente de 10 anos Lilith Sullivan (Jodelle Ferland). No entanto, Emily descobre mais tarde que a garota não é tão inocente quanto parece, quando os pais tentam matar Lilith, a única filha. Emily a salva e decide ficar com a menina até que a família adotiva perfeita, apareça. Então o verdadeiro terror tem início… A direção é de Christian Alvart. “Caso 39” estreia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “Casamento Silencioso”

Na Romênia de 1953, Mara e Iancu preparam-se para se casar, e todos os habitantes da vila estão ansiosos para a festa dos noivos. Porém, para o espanto de todos, o prefeito da cidade, junto ao comandante do regimento, anunciam uma semana de luto devido à morte de Stalin. Durante essa semana, nenhuma festa ou comemoração será permitida. Apesar da proibição, os noivos e seus convidados irão usar toda criatividade para continuar a festa. A direção é de Horatiu Malaele. A partir desta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 16 anos.







Confira na TV

“A Mão do Diabo”, no SBT

Durante anos o detetive Wesley Doyle, FBI, procurou o responsável pelo caso "mão de deus", um criminoso que mutilava suas vítimas. Uma noite, um homem vai à delegacia e diz conhecer o serial killer e revela importantes detalhes sobre os crimes. Wesley só não imaginava que tais revelações iriam determinar também o seu destino. Sexta-feira, às 22h15.

“300”, no SBT
Em 480 a.C., Esparta presencia a mais terrível batalha da história: seu Rei Leônidas se nega a submeter-se aos desejos e caprichos do imperador da pérsia, Xerxes. Com apenas 300 soldados sob seu comando, Leônidas parte numa missão suicida rumo à sangrenta batalha de Termópilas. Sábado, às 23h15.

“Fantasias Exóticas”, na Band

As fantasias de Justine invadem o universo mágico de Macchu Picchu, príncipes incas e tesouros perdidos. Sábado, às 2h.

“A Estranha Perfeita”, na Globo

Uma repórter investigativa (Halle Berry) descobre que o assassinato de sua amiga pode estar relacionado com o poderoso executivo da publicidade Harrison Hill (Bruce Willis) e decide investigar. Sábado, às 23h05.

“Todo Poderoso”, na Globo
Em um acesso de fúria, um jornalista começa a questionar Deus e seu modo de fazer tudo funcionar. O próprio Todo Poderoso desce à Terra e lhe entrega o poder de comandar o mundo durante um dia. É quando ele percebe como é difícil ser Deus. Com Jim Carrey, Jennifer Aniston e Morgan Freeman. Domingo, às 13h45.

“Em Má Companhia”, na Globo

Quando um agente morre em ação, a CIA convoca seu irmão gêmeo para completar a missão, recebendo, então, ajuda de um agente mais experiente. Com Anthony Hopkins e Chris Rock. Domingo, às 23h40.

“Tara Road - Aprendendo a Viver”, na Band

Duas mulheres, marcadas pela tragédia, decidem mudar de casas, de cada lado do Atlântico, e também mudar radicalmente suas vidas. Com Olivia Williams e Andie MacDowell. Domingo, às 01h.





Lançamentos em DVD

“O Solista”

Esquizofrênico e sem-teto, um ex-estudante de música passa os dias tocando nas ruas do centro de Los Angeles. Um jornalista, em busca de histórias interessantes, descobre por acaso o talento daquela estranha figura. Decidido a conhecer mais da história do músico, ele vai tentar ajudá-lo a realizar seus sonhos e a reencontrar seu caminho. Com Jamie Foxx e Robert Downey Jr. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio em Dolby Digital 5.1.

“Inconcebível”

O roteiro acompanha a vida de nove mulheres que, impossibilitadas de engravidar por meio natural, procuram ajuda de uma clínica. O tratamento de todas parece ser bem sucedido, até que descobrem que seus filhos são estranhamente parecidos entre si, o que sugere que a mesma pessoa seja o pai de todas as crianças. Com Jennifer Tilly, Andie MacDowell, Geraldine Chaplin e Elizabeth MacGovern. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.


“Dalva e Herivelto, uma Canção de Amor”, em DVD duplo

Nos anos 50, Dalva de Oliveira e Herivelto Martins reinavam absolutos nas estações de rádio de todo país, encantando milhões de ouvintes com um sucesso atrás do outro. Porém, mais do que parceiros musicais brilhantes, eles formavam um casal explosivo, cujas brigas e trocas de insultos ficaram tão famosos quanto suas canções. Com Adriana Esteves e Fábio Assunção. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e som Dolby Digital 5.1, e, como extras, Making of e Musicais (Adeus Estácio, Brasil, Rainha do mar, Nada além, Promessa de pescador, Perfídia, Beija-me muito, Ave Maria no morro e Amor de solidão.

“Santos Justiceiros II: O Retorno”

Os irmãos MacManus (Norman Reedus e Sean Patrick Flanery) estiveram escondidos com o pai, II Duce (Billy Connolly), nos tranquilos vales da Irlanda, longe das suas vidas anteriores de vigilantes. Quando um amado padre é morto no submundo do crime organizado, os irmãos retornam a Boston para montar uma sangrenta e violenta cruzada em busca de justiça. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários, Cenas Excluídas, Making Of, Billy Connolly e Troy Duffy: Sem Edição e Trailers.






Eventos

Oficina de Realização Cinematográfica

A Fundação José Augusto abre inscrições para uma oficina de realização cinematográfica, que pretende abordar as áreas de pré-produção, produção e pós-produção de um documentário. O evento acontecerá no dia 14 de abril (quarta-feira), com Wagner Araújo. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 12 de abril através do e-mail brunnabrok@yahoo.com.br. A oficina será realizada no Auditório Franco Jasielo da FJA (Rua Jundiaí, 641, Tirol), das 9 às 12 horas e de 14 às 17 horas, tendo carga horária total de seis horas/aula.

Filme da Semana: “Invictus”

O filme desta semana, “Invictus”, dirigido por Clint Eastwood, quase passa despercebido pelos cinemas de Natal, ofuscado pela guerra de marketing dos concorrentes ao Oscar. Isso é uma tremenda injustiça para um filme que, além de ganho vários prêmios, mereceu indicações de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, para Morgan Freeman e Matt Damon. E, mais, é um ótimo filme.

“Invictus” já seria interessante por mostrar o país onde será realizada a Copa do Mundo de Futebol deste ano, a África do Sul. Mas, mais do uma simples visão exótica, o filme retrata um momento delicado e importante daquele país, a transição do regime do apartheid para o do primeiro presidente negro, Nelson Mandela.

A transição do domínio dos brancos, seja colonialista ou local, não foi novidade no continente africano, que até a primeira metade do século XX ainda estava quase todo nas mãos das potencias européias. Mas, dificilmente uma nação reprimira tanto os seus habitantes em função da raça como o fez a África do Sul.

A diferença, neste caso, deveu-se totalmente à figura carismática de Nelson Mandela, sem dúvida um dos maiores líderes da atualidade. Ao contrário de outros governantes, que, ao chegar ao poder, implantaram um regime de vingança, Mandela buscou um caminho diferente. Ele não queria uma África do Sul de negros, mas, um país onde todos convivessem em harmonia.

Esse estado de espírito é mostrado no filme, quando Mandela (vivido magistralmente por Morgan Freeman) chega ao palácio presidencial, convida os atuais funcionários a permanecerem em seus cargos, e até utiliza os mesmos seguranças do antigo presidente, para desespero do seu guarda-costas, Jason (Tony Kgoroge). A desconfiança é geral, e o presidente precisa se esforçar para acalmar os ânimos.

Procurando uma saída, Mandela percebe um caminho durante uma partida de rúgbi. Ele observa que os poucos negros que vão ao estádio torcem contra o time da África do Sul, cuja torcida é esmagadoramente branca.

Ele convida o jovem capitão do time, François Pienaar (Matt Damon) para tomar um chá no palácio, onde expõe o seu sonho: quer que a África do Sul vença a Copa do Mundo de Rúgbi, que seria realizada no país. Pienaar fica surpreso com a simples idéia, pois o time vem muito mal.

Mas, com o apoio do carismático líder e o entusiasmo do atleta, eles se dedicam a duas tarefas hercúleas, vencer a Copa do Mundo, e, mais difícil ainda, convencer a população negra a gostar do esporte, e torcer pela sua seleção.

A direção de Clint Eastwood foi fabulosa, ao trazer para a tela um fato histórico importante, e, provavelmente, pouco conhecido do resto do mundo. Além disso, tratou a imagem de Mandela sem tentar endeusá-lo, focando no aspecto conciliador do líder.

É possível, inclusive, fazer um paralelo histórico entre Mandela e o nosso Lula, no sentido de que este, no início do seu primeiro mandato, foi mais criticado pelos “companheiros” do que pelos adversários, por ter assumido uma postura de conciliação e tolerância. Foi jocosamente apelidado de “Lulinha-paz-e-amor” pelos dece-pt-cionados, que esperavam um regime onde os capitalistas selvagens fossem fuzilados no paredão.

É claro que o nosso presidente nunca sofreu as torturas e os quase trinta anos de prisão de Mandela (fato que é reconhecido no filme), mas, o nosso regime, por mais duro que tenha sido, não fazia a mais pálida sombra ao cruel regime do apartheid.

O maior mérito de “Invictus”, acredito, é mostrar, de uma forma leve e apaixonante, o poder de se construir um mundo alicerçado no amor, união e tolerância. Confiram.