Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com – colunaclaquete.blogspot.com
O que está em cartaz
A mudança de estação parece ter influenciado os cinemas. As novidades da semana são a animação “Como Treinar o Seu Dragão”, que estreia em quatro salas, e, o drama nacional “É Proibido Fumar”, com Glória Pires, na Sessão Cult do Cinemark. Continuam em cartaz o ótimo drama “Um Sonho Possível”, com Sandra Bullock, “O Livro de Eli”, com Denzel Washington, o suspense “Ilha do Medo”, com Leonardo DiCaprio, o drama “Lembranças”, com Robert Pattinson, e a comédia romântica “Simplesmente Complicado”, com Meryl Streep. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o romance “Idas e Vindas do Amor”, e “Xuxa e o Mistério da Feiurinha”, enquanto o Moviecom mantém o ganhador do Oscar “Guerra ao Terror” e a aventura “Percy Jackson – O Ladrão de Raios”.
Estreia 1: “Como Treinar o Seu Dragão”

Sessão Cult: “É Proibido Fumar”

Pré-Estreia: “Dupla Implacável”

Confira na TV
“Beerfest”, no SBT
Os irmãos Todd e Jan Wolfhouse participam, na Alemanha, de uma competição secreta chamada "Beerfest", onde bebedores de vários países disputam entre si um verdadeiro teste de resistência à cerveja. Sexta-feira, às 22h15.
“Refém de uma Vida”, na Globo
“Refém de uma Vida”, na Globo
Eileen (Helen Mirren) e Wayne Hayes (Robert Redford) levam uma vida pacata e aparentemente feliz, até que Wayne é seqüestrado em sua própria casa. Eles tem que lidar com o seqüestrador (Willen Dafoe), que não tem nada a perder. Sexta-feira, às 23h25.
“O Aviador”, no SBT
O jovem e herdeiro milionário, Howard Hughes (Leonardo DiCaprio), é apaixonado por cinema e aviões e por isso dedica sua vida e fortuna na produção da maior obra cinematográfica já vista até então. Também investiu no setor aéreo tornando-se umas das pessoas mais influentes de sua época. Sábado, às 23h15.
“Sedução Final”, na Band
O Dr. Fez decide abrir o misterioso aparelho que encontrou para ver se descobre como ele funciona, e provoca uma onda erótica em um grupo de agentes federais. Sábado, às 2h.
“Gigolô Europeu por Acidente”, na Globo
Vários gigolôs europeus são assassinados e as suspeitas recaem sobre T.J. Hicks, o cafetão de Deuce Bigalow. Ele, então, vai à Europa para tentar limpar o nome do amigo. Sábado, às 23h35.
“Um Salão do Barulho”, na Record
Depois de ser insultada por seu patrão, uma cabeleireira abre o seu próprio salão e entra em guerra com ele. Com Queen Latifah, Alicia Silverstone, Andie MacDowell e Kevin Bacon. Domingo, às 11h.
“Hora da Virada”, na Globo
Um treinador que vive mais interessado em acordos comerciais do que em ganhar jogos, é obrigado a treinar um time de adolescentes que nunca ganhou. Com Martin Lawrence. Domingo, às 13h05.
“Baladas, Rachas e um Louco de Kilt”, na Globo
Um químico descobre uma nova droga que promete revolucionar o mercado do tráfico. Para negociá-la, parte rumo a Liverpool ao lado de um traficante de drogas. Mas, eles têm que enfrentar uma matadora de aluguel, que está atrás da droga. Domingo, às 0h15.
“Assassinato em Gosford Park”, na Band
No início dos anos 30, um eclético grupo se reúne em uma mansão, onde acontece um assassinato misterioso. De Robert Altman, ganhador do Oscar de Roteiro Original. Domingo, às 01h.
Lançamentos em DVD
“Lua Nova”

“Imortal”
“O Baile”

“Xuxa e o Mistério de Feiurinha”

Eventos
100 anos de Akira Kurosawa

Nascido há cem anos, Akira Kurosawa, certamente o mais conhecido cineasta japonês, não era muito admirado em seu país, sendo considerado muito “ocidentalizado”. Essa é uma visão injusta para o célebre diretor, ele mesmo advindo de um clã de samurais, e que presenteou o mundo com 32 filmes, entre os quais se destacam “Os Sete Samurais”, “Kagemusha”, “Rashomon” e “Ran”. Sua influência continuou mesmo depois de sua morte, quando os seus fiéis colaboradores realizaram o filme “Depois da Chuva”, concretizando um roteiro escrito pelo mestre.
Cinema pela internet: um futuro presente?
Nas últimas semanas, os órgãos de imprensa especializados parecem ter olhos apenas para o mundo tridimensional, seja nas salas de cinema, nos televisores, blu-rays e até consoles de videogames 3D, estes, sem nem precisar dos famosos óculos. Mas, indiferente a esse bafafá tecnológico, o mundo caminha silenciosamente para outra direção, a do filme pela internet.
Quando falo desta relação do cinema com a internet, não me refiro apenas ao pessoal que “baixa” o filme ou o seriado horas depois da estreia nas telas ou na programação doméstica. O aluguel de filmes via download já é uma realidade no mundo – pelo menos, no mundo onde a maioria das pessoas dispõe de internet banda larga veloz.

Por outro lado, é cada vez maior o número de pessoas que procuram filmes para baixar da internet. A razão disso? Talvez o número cada vez menor de locadoras, o preço das locações e dos discos originais, a pobreza de títulos no mercado, etc.. A isso poderíamos acrescentar a ansiedade das pessoas em assistir um filme, que, muitas vezes, ainda não foi lançado nos cinemas do Brasil.
Quando eu era menino, lá em Santa Rita, já sabia que um filme lançado em Hollywood levaria anos para chegar à minha cidade, depois de passar pelo Sul-Maravilha, por Recife, pela capital da Paraíba, até chegar à tela do velho e saudoso Cine Avenida. E, de lá, a cópia ainda rodaria anos, Brasil afora, percorrendo todos os rincões, da Ponta do Seixas à Serra do Divisor.
A realidade agora é totalmente diversa. Um filme importante precisa fazer estreia simultânea mundial, para não correr o risco de encontrar o DVD pirata na porta do cinema, se defasar alguns meses. Os aficionados se reúnem em bandos para produzir as legendas, muitas vezes a partir do próprio áudio, num trabalho extenuante, apenas pelo prazer de fazê-lo.
Mas, antes de demonizarmos os torrents, seeders e leechers da vida, é preciso reconhecer que, embora o download de filmes novos seja uma praga, a internet é uma maravilha para se encontrar filmes fora de catálogo, que nunca foram – e, provavelmente, nunca serão – lançados em DVD.
Mesmo um usuário jurássico como eu, que aprendeu a usar computador em linguagem Fortran, no tempo em que uma CPU de 32 Kb ocupava uma sala inteira, foi fácil entender o mecanismo para procurar o filme, encontrar a legenda e exibir o conjunto. Na verdade, foi mais fácil baixar o filme do que entender o porquê de milhões de pessoas se dedicarem a disponibilizar filmes e legendas só pelo prazer de fazê-lo!

Observe-se que todos estes filmes foram lançados em VHS e a maioria já passou nas sessões da tarde da vida. Nenhum deles, porém, mereceu uma edição em mídia digital.
O mercado caminha para o cinema à La carte, onde o freguês escolhe o que quer assistir, no momento que melhor lhe convier. As pessoas não querem ficar aprisionadas aos horários das emissoras, ao plim-plim dos intervalos comerciais, ao horário de devolução na locadora, e, principalmente, à escolha do marketing dos estúdios, que decidem o que vai ser lançado, ou, não.
O futuro será – ou talvez, já seja – o do download digital. Se antes a inovação era o DVD que lia avi e mp4, agora os próprios aparelhos blu-ray e os novos televisores já tem condições de acessar a internet e exibir seu conteúdo.
Resta, à indústria do cinema, entender a forma de pensar deste novo consumidor, e adaptar-se a ele, mudando radicalmente a lógica fordiana de distribuição, e pensando, por exemplo, no download autorizado, mediante uma pequena taxa, a exemplo do mercado de músicas.