sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Coluna Claquete – 19 de fevereiro de 2010



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com – colunaclaquete.blogspot.com

O que está em cartaz

Finalmente começa o ano de 2010 no Brasil! Para comemorar, que tal conferir as novidades nos cinemas? As estréias são o drama “Um Olhar do Paraíso”, com Saoirse Ronan e Stanley Tucci, o romance “Idas e Vindas do Amor”, com um elenco estelar, e o drama nacional “Quanto Dura o Amor?”, na Sessão Cult do Cinemark. Continuam em cartaz “O Lobisomem”, com Benicio Del Toro, a aventura “Percy Jackson – O Ladrão de Raios”, o concorrente ao Oscar “Guerra ao Terror” (vejam na sessão Filme da Semana), o terror “Premonição 4”, o thriller “O Fim da Escuridão”, com Mel Gibson, o ótimo drama “Amor Sem Escalas”, com George Clooney, a ficção-científica “Avatar”, de James Cameron, e o infantil “Alvin e os Esquilos 2”. Nas programações exclusivas, o Cinemark mantém “Sherlock Holmes”, com Robert Downey Jr e Jude Law, o musical “High School Musical – O Desafio” e o infantil “O Fada dos Dentes”.

Estreia 1: “Um Olhar do Paraíso”

Susie Salmon (Saoirse Ronan) está voltando para casa quando é abordada por George Harvey (Stanley Tucci), um vizinho que mora sozinho. George estupra Susie, a esfaqueia e posteriormente desmembra seu corpo. A única parte de seu corpo encontrada é o cotovelo, que cai acidentalmente. Os pais de Susie, Jack (Mark Wahlberg) e Abigail (Rachel Weisz), inicialmente não aceitam a morte da filha, mas precisam aceitar a situação quando o pedaço do corpo dela é encontrado. Jack e Lindsey (Rose McIver), a irmã de Susie, desconfiam de George e passam a atormentar sua vida. Toda esta situação é observada por Susie, que agora está no Paraíso. Lá, ela precisa lidar com o sentimento de vingança e a vontade de ajudar sua família a superar o trauma de sua morte. A direção é de Peter Jackson. Adaptação do livro de Alice Sebold. “Um Olhar do Paraíso” estreia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Moviecom, e, na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estreia 2: “Idas e Vindas do Amor”


“Idas e Vindas do Amor” nos traz um elenco de astros e estrelas vivendo as histórias de um grupo de habitantes de Los Angeles com pouco em comum, cujas vidas se cruzam, em meio a romances e corações partidos, durante um Dia dos Namorados. Casais e solteiros vivenciam os altos e baixos de encontrar, manter ou terminar relacionamentos no dia do amor. A direção é de Garry Marshall, e o elenco conta, ainda, com Jessica Alba, Jessica Biel, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Anne Hathaway, Queen Latifah, Shirley MacLaine, Julia Roberts, Taylor Lautner e Ashton Kutcher, entre outros. “Idas e Vindas do Amor” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “Quanto Dura o Amor?”


Marina (Sílvia Lourenço) é uma jovem atriz do interior, que vai tentar a sorte na cidade grande. Em São Paulo, ela divide um apartamento com Suzana (Maria Clara Spinelli), uma advogada solitária e misteriosa, e no mesmo prédio ela conhece Jay (Fábio Herford), um escritor em busca de um sentido para a vida. Coincidentemente, enquanto Marina fica encantada pela cantora Justine (Danni Carlos), Suzana engata um romance com um amigo do trabalho e Jay declara suas verdadeiras intenções para a prostituta Michelle (Leilah Moreno), dando um início a um período de revelações e descobertas para os três. A direção é de Roberto Moreira. A partir desta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 16 anos.





Confira na TV


“À Espera de um Milagre”, no SBT

Paul Edgecomb (Tom Hanks) relembra a época em que foi guarda no corredor da morte, onde conheceu John Coffey (Michael Clarke Duncan). O jeito pacífico do preso chamava a atenção e, com o tempo, Paul descobre que essa figura misteriosa possuía o dom da cura. Sexta-feira, às 21h.

“O Segredo de Brokeback Mountain”, na Globo

Jack e Ennie se conhecem no verão de 1963, após serem contratados para cuidar de ovelhas em Brokeback Mountain. Isolados por semanas, eles se tornam cada vez mais amigos e iniciam um relacionamento amoroso que marcará suas vidas para sempre. Sexta-feira, às 22h15.
“Falcão Negro em Perigo”, no SBT

Em outubro de 1993, durante a guerra civil da Somália, dois helicópteros Black Hawk foram derrubados, terminando com 18 americanos mortos e 73 feridos, além de outras centenas de somalianos mortos. Sábado, às 21h.

“Déjà Vu”, na Globo

Em Nova Orleans, o agente do governo Doug Carlin (Denzel Washington) descobre que pode voltar no tempo para tentar evitar uma explosão numa balsa que mata 500 pessoas. Sábado, às 22h35.

“Super Escola de Heróis”, na Globo

O jovem Will Stronghold (Michael Angarano) é filho de dois lendários super-heróis, mas ao ser mandado para uma escola especial, descobre que não tem os mesmos superpoderes dos pais, sendo designado para a categoria de assistente. Quando seus poderes afloram, Will deixa o sucesso lhe subir à cabeça. Domingo, às 13h05.

“No Embalo do Amor”, na Band

As coisas ficam complicadas quando Dre e Sidney, que são amigos desde a infância, se vêem forçados a encarar a inesperada atração mutua. Com Queen Latifah. Domingo, às 21h.

“Apostando a Vida”, na Globo

Quando um homem com dívidas de jogo passa a ser perseguido por uma assassina, ele aposta a sua vida com um jogador compulsivo. Domingo, às 23h55.

“Passando dos Limites”, na Band

Um americano do interior se muda para Nova York e se apaixona pela cidade. Mas, tem um problema: o barulho da metrópole o deixa a beira de um ataque de nervos. Com Tim Robbins. Domingo, às 01h.

“Cruzada”, na Globo

Após perder sua esposa e filho, um ferreiro decide seguir seu pai e dedicar sua vida para defender a Terra Santa. Dirigido por Ridley Scott (Gladiador) e com Orlando Bloom, Liam Neeson, Jeremy Irons, Eva Green e Edward Norton no elenco. Segunda-feira, às 22h35.






Lançamentos em DVD

“Vigaristas”, em DVD


Bem-vindo ao mundo de vigaristas, onde enganar é uma arte e nada é o que parece. Os irmãos Bloom aperfeiçoaram suas vigarices através de anos de fraterno trabalho em equipe. Agora eles decidiram assumir um último e espetacular golpe: atrair uma bela e excêntrica herdeira e elaborar um esquema para levá-la em uma viagem ao redor do mundo. Com Rachel Weisz, Adrien Brody e Mark Ruffalo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.




“A Partida”

Depois que a orquestra onde toca é dissolvida, um violoncelista (Masahiro Motoki) é obrigado a devolver o instrumento e volta à cidade natal com a esposa (Ryoko Yoshiyuki). Lá, ele começa a trabalhar como auxiliar de uma função peculiar, porém, desprezada: preparar os cadáveres para o funeral. Aos poucos, ele percebe a importância de sua nova profissão, apesar das críticas de todos que o rodeiam, inclusive a sua própria esposa. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.


“Teorema”, em DVD

Um jovem chega misteriosamente e se hospeda na casa de uma família burguesa. Aos poucos, ele vai seduzindo a empregada, a mãe, o filho, a filha, e por ultimo o pai. Assim como veio, ele parte sem dar mais explicações, deixando um vazio de existência na casa. O que teria mudado com a passagem deste rapaz? Considerado a obra-prima de Píer Paolo Pasolini, o filme é uma alegoria política apresentando Terence Stamp como o estranho que seduz todos os membros de uma família burguesa. O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio em Dolby Digital 2.0.


“De Caso com o Inimigo”, em DVD

Julian Wright (Jason Clarke), um charmoso e bem-sucedido homem de negócios, está para fechar o maior acordo de sua carreira. Mas, sua vida vira de cabeça para baixo quando conhece uma mulher (Paz Vega) que desencadeia emoções que ele nunca sentiu antes. Enquanto ele a persegue em um perigoso jogo de sedução, ele é forçado a confrontar seu passado. Julian precisará encarar um obscuro segredo familiar que continua a atormentar ele e sua irmã (Jada Pinkett Smith). O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio em Dolby Digital 5.1.






Filme da Semana: “Guerra ao Terror”


Quando as indicações ao Oscar foram anunciadas, as atenções se voltaram para o badalado “Avatar”, de James Cameron, e o menos conhecido “Guerra ao Terror”, dirigido por sua ex-mulher, Kathryn Bigelow. Os dois filmes dividem as indicações, inclusive de Melhor Filme, Diretor, Edição, Trilha Sonora, Edição de Som e Mixagem de Som. Curiosamente, “Guerra ao Terror” foi lançado, no Brasil, direto em DVD, sendo relançado nos cinemas após a indicação ao Oscar.

É interessante observar outras semelhanças entre os dois filmes. Ambos tratam de guerra, onde uma potência mais poderosa invade outra. Nos dois filmes, tudo é visto através da ótica de um soldado, que sente todo o horror da guerra, seja como um avatar, seja como um personagem real.

As semelhanças, folgo em dizer, terminam por aí. Enquanto “Avatar” é ambientada em um futuro distante, “Guerra ao Terror” se passa em nossos dias, em um ambiente e sobre um tema que freqüenta os nossos noticiários, as bombas usadas nos atentados no Iraque invadido pelos Estados Unidos.

A história nos é contada através da ótica distorcida de William James (Jeremy Renner, que concorre ao Oscar de Melhor Ator pelo papel). James é um sargento especialista em desarmamento de bombas, que veio integrar a equipe formada por JT Sanborn (Anthony Mackie), Brian Geraghty (Owen Eldridge).

A missão deles é desarmar os diversos tipos de bombas usadas pelos rebeldes para provocar atentados. James veio substituir Matt Thompson (Guy Pearce), que morreu na explosão de uma bomba operada por controle remoto.

Cada dia, a equipe encontra novos perigos, na forma de diferentes artefatos e maneiras de como os rebeldes atuam. Para complicar, James não consegue trabalhar em equipe, expondo-se demasiado ao perigo, entrando sempre em choque com JT.

À medida que o tempo passa, a paranóia aumenta, e as perguntas que surgem subliminarmente no filme são: O que estamos fazendo aqui? e Será que vamos sair daqui vivos?

Ao contrário de “Avatar”, onde o espectador é conduzido a tomar partido pelos nativos, “Guerra ao Terror” tem, entre seus maiores méritos, não tomar partido algum. Não se tenta justificar a invasão, orquestrada por George W. Bush e sua gangue, e muito menos, se tenta tornar os invasores – ou, os rebeldes - heróis. Não se sabe quem é o inimigo, a cor de sua farda, o seu quartel, nada. A ameaça pode vir de um suicida, de uma dona de casa, ou até do menino que vende DVD pirata.

A escolha da profissão dos personagens principais deixa-os em uma posição neutra, já que não estão atirando o tempo todo (só um pouco), e seu objetivo é mais nobre, o de evitar mortes por conta das bombas.

Mesmo assim, o medo é real, já que não se sabe de onde virá o tiro do franco-atirador, ou o comando que detonará a bomba. A atmosfera sufocante, o calor do deserto, a total ignorância da língua e da cultura do povo que estão invadindo leva os invasores à loucura.

É nos poucos momentos em que a armadura psicológica de James se rompe, que conseguimos vislumbrar um pouco de sua própria loucura. Ao contrário dos outros, que contam os dias para voltar para casa, ele não consegue voltar, pois é totalmente viciado no que faz.

Em uma caixa que guarda embaixo da cama, James coleciona partes dos 873 dispositivos que desarmou – e que quase o mataram. Entre eles, a aliança de casamento, que também quase o matou.

O maior mérito da diretora, sem dúvida, foi ter mostrado a guerra do Iraque sem glamour, sem heróis e sem intenção política. Mais que um libelo ufanista, o filme mostra a total desconexão dos invasores com o país invadido, a sensação sufocante da ameaça desconhecida e onipresente, e, para muitos dos combatentes, a certeza de estarem completamente perdidos.

Com uma edição alucinante, fotografia que aproveita o máximo das locações, uma trilha sonora envolvente, o filme merece as indicações que obteve, além dos prêmios já alcançados, como Gotham Awards, Hollywood Festival, Festival de Veneza, além dos críticos de Nova York e Los Angeles.

A lamentar só o péssimo título nacional, que copia o título da campanha de Bush, e que nada tem a ver com filme. Recomendo, também, que assistam o filme no cinema, já que a versão em DVD não traz todo o envolvimento que o filme merece.

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