sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Coluna Claquete – 08 de janeiro de 2010



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

colunaclaquete.blogspot.com

O que está em cartaz


Um ano acaba, o outro inicia, embora, como diz Milton Nascimento, “O trem que chega / É o mesmo trem da partida”. Nos cinemas, a única estreia da semana é “Sherlock Holmes”, que traz a versão de Guy Ritchie para o detetive mais famoso do mundo. Continuam em cartaz o drama “Lula – O Filho do Brasil”, campeão absoluto dos comentários “não vi e não gostei”, o belíssimo drama “Sempre ao Seu Lado”, com Richard Gere, a ficção-científica “Avatar”, de James Cameron, o nacional “Xuxa em O Mistério de Feiurinha”, o romance “Encontro de Casais” e o infantil “Alvin e os Esquilos 2”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a animação “A Princesa e o Sapo” e o drama francês “As Testemunhas”, na Sessão Cult. Na Sessão Filme da Semana, resenha de “Julie & Julia” da jornalista Marina Ramalho.

Estreia 1: “Sherlock Holmes”

Final do século XIX. Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) é um detetive conhecido por usar a lógica dedutiva e o método científico para decifrar os casos nos quais trabalha. O Dr. John Watson (Jude Law) é seu fiel parceiro, que sempre o acompanha em suas aventuras. Porém, esta situação está prestes a mudar, já que Watson pretende se casar com Mary Morstan (Kelly Reilly). Isto não agrada Holmes, que não deseja o afastamento do colega. O último caso da dupla envolve Lorde Blackwood (Mark Strong), por eles presos ao realizar um ritual macabro que previa o assassinato de uma jovem. Blackwood já havia matado quatro mulheres e tem fama de ser um poderoso feiticeiro. Ele é preso e depois condenado à forca, mas, misteriosamente, é visto deixando o túmulo onde seu caixão fora deixado. Holmes e Watson são chamados para solucionar o caso e logo ele se torna um grande desafio para o detetive, que não acredita em qualquer tipo de magia. Em meio às investigações, há o retorno de Irene Adler (Rachel McAdams), uma ladra experiente por quem Holmes tem uma queda. A direção é de Guy Ritchie. “Sherlock Holmes” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 1 (dublado) e 4 (legendado) do Moviecom, e, na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.


Sessão Cult: “As Testemunhas”

Manu (Johan Libéreau) é um jovem rapaz que chega a Paris em meados da década de 80 para arranjar trabalho e conhece todo um novo estilo de vida através do amigo Adrien (Michel Blanc), cinquentão gay e extrovertido. Numa viagem de barco, Manu é apresentado ao casal Mehdi (Sami Bouajila) e Sarah (Emmanuelle Béart). Nesse novo estilo de vida, os quatro amigos precisam enfrentar os preconceitos quanto ao homossexualismo e o surgimento da AIDS. A direção é de André Téchiné. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 14 anos.




Confira na TV

“X-Men 2”, na Globo

Um militar realiza um grande plano para erradicar de uma vez por todas os mutantes, forçando que Magneto se una aos X-Men para combatê-lo. Com Patrick Stewart, Ian Mckellen, Hugh Jackman e Halle Berry. Sexta-feira, às 21h40.

“Rain Man”, no SBT

Um ambicioso homem de negócios está à beira da falência quando descobre que seu pai morreu e deixou tudo para o irmão autista. Com Tom Cruise, Dustin Hoffman e Valéria Golino. Sexta-feira, às 22h.
“Tamara”, no SBT

Uma jovem é assassinada pelos colegas de classe e enterrada em segredo. Mas, ela retorna para cumprir um ritual de vingança. Sábado, às 22h.


“Sequestrada Para o Prazer”, na Band

Justine acompanha o professor Robson ao deserto, onde é seqüestrada e levada para o harém de um Sheik. Sábado, às 0h15.

“Ela é o Cara”, na Record

Viola (Amanda Bynes) é uma boa jogadora de futebol, mas é impedida de jogar com os garotos de sua escola. Furiosa, Viola aproveita a viagem de seu irmão Sebastian (James Kirk) e decide se passar por ele em sua escola, jogando no time masculino de futebol. Domingo, às 10h45.


“Doutor Fantástico”, na Band

Obra-prima do diretor Stanley Kubrick, esta comédia de humor negro critica a paranóia da Guerra Fria, com brilhante atuação de Peter Sellers em três papéis diferentes. Domingo, à meia-noite.





Lançamentos em DVD


“Gamer", em DVD



Num futuro próximo um revolucionário videogame on-line será a mais popular forma de diversão. Semanalmente, milhões de internautas assistem condenados lutando para sobreviver como se fossem personagens virtuais em um videogame. Kable (Gerard Butler), um prisioneiro, se torna a grande estrela deste jogo. Ele está prestes a ganhar a liberdade, quando descobre a perigosa conspiração por trás do jogo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1, e, como extras, Slide Show, Trailers e Novidades.





“O Sequestro do Metrô 123”, em DVD

Uma gangue de criminosos liderada pelo misterioso Ryder (John Travolta) sequestra uma composição do metrô de Nova York. O resgate exigido é dez milhões de dólares, e terá de ser entregue no prazo de uma hora. Walter (Denzel Washington) se vê arremessado numa corrida contra o tempo para salvar as vidas dos reféns inocentes do vagão... e para impedir que Ryder escape. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.






“A Verdade Nua e Crua”, em DVD

Abby (Katherine Heigl) é a produtora bem-sucedida de um show matinal e espera demais dos homens. Mike (Gerard Butler), seu astro de TV rabugento, sabe que os homens só pensam em uma coisa. Decidida a provar que não é incapaz de manter um relacionamento romântico, Abby aceita os conselhos de Mike e inicia um romance novo e promissor, mas os resultados são inesperados para todos. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1.





“Tá Rindo do Que?”, em DVD

“Tá Rindo do Que?” conta a história de um comediante veterano, George Simmons, vivido por Adam Sandler, que se descobre portador de uma doença incurável, que só lhe restam seis meses de vida e sem amigos verdadeiros. Melhores amigos há anos, Sandler e Apatow nunca haviam trabalhado juntos - e agora tiram o atraso parodiando os clichês de comédia de Hollywood. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1.



Eventos

Projeto da Petrobras exibe filmes nacionais em praça pública


Com exibições de filmes nacionais programadas para 35 cidades do interior da Bahia, o Circuito Petrobras de Cinema Livre inicia amanhã (06/01) a sua quinta edição. As exibições são sempre ao ar livre, em praças públicas, com 300 assentos disponibilizados para o público. A estrutura de exibição tem como base um caminhão adaptado com projetor de alta definição, tela desmontável de 200 polegadas e equipamento de som de alta fidelidade com 1.000 watts de potência. A programação das sessões, além de exibições de longas e curtas metragens patrocinados pela Petrobras, contará com apresentações culturais de grupos locais.



Filme da Semana: “Julie & Julia”

Receita para uma tarde perfeita – por Marina Ramalho (*)


(*) Marina Ramalho é jornalista formada na UFRN e reside atualmente em Vancouver, Canadá.



Todo início de ano é o momento ideal para fazer um balanço em nossas vidas, e o planejamento do que fazer a seguir. Muitas vezes, é a hora de chutar o pau da barraca, como se diz popularmente. É reinventar a si mesmo, dar uma nova direção à vida, sair do imobilismo e começar tudo do zero. Um filme que ilustra bem essa reinvenção é “Julie & Julia”, com Amy Adams e Meryl Streep.

Baseado na autobiografia de Julie Powell, “Julie & Julia” acompanha a trajetória de duas mulheres, uma nos anos 50 e a outra, no início do século 21, que são obrigadas a dar uma sacudida em suas vidas, orientando-as em função de novos objetivos.

Julie Powell (Amy Adams) é uma escritora frustrada, que trabalha como atendente de uma agencia governamental, e que se sente sem saída em um emprego burocrático e sem perspectivas. A aproximação de seu aniversário de 30 anos é apenas mais um lembrete de que sua vida é bem diferente do que ela pensou que seria.

Tudo muda, no entanto, quando ela resolve roubar um antigo livro de culinária de sua mãe, já que um dos seus prazeres é a arte de cozinhar. O livro em questão é “Mastering the art of French cooking”, de Julia Child, um best seller nos EUA publicado em dois volumes – 1961 e 1970 – e que introduziu na classe média americana o conceito de cozinhar bem, utilizando-se as técnicas básicas francesas.

Aceitando o desafio proposto por seu marido Eric (Chris Messina), Julie decide cozinhar todas as 524 receitas do livro em 365 dias e escrever sobre a experiência em um blog. E é nesse momento que Julia entra em sua vida. As experiências, nem sempre positivas, mas, contadas com muito humor, se transformaram num livro de sucesso que serviu de base para o filme que estamos discutindo.


O filme vai mais além, no entanto, e nos mostra um pouco da trajetória de Julia Child (Meryl Streep), tão querida na América do Norte quando a nossa Ofélia. Tendo se casado – virgem - somente aos 35 anos, com o diplomata Paul Child (Stanley Tucci), Julia resolve ocupar seu tempo quando o casal mora em Paris. Depois de algumas tentativas frustradas de se encontrar, Julia procura se aperfeiçoar na culinária francesa, esbarrando na dificuldade de encontrar alguma literatura em inglês, já que o seu francês era limitado.

Ousada, ela decide se inscrever no disputado curso de chefes da renomada escola de cozinha Le Cordon Bleu, onde é a única mulher do grupo, dedica-se de corpo e alma aos estudos de culinária, e, posteriormente, ao desafio de escrever um livro de culinária francesa especialmente para o público americano.

Julia se tornou um fenômeno de vendas, publicou diversos livros, estrelou programas de televisão e recebeu diversas condecorações e prêmios ao longo de sua vida. Ela morreu em 2004, dois dias antes de completar 92 anos. Sua famosa cozinha, que eu tive a honra de visitar, se encontra em exposição no Museu de Historia Americana, em Washington, DC.

O mais interessante talvez seja saber que ambas as historias são reais. Duas mulheres em épocas e momentos diferentes em suas vidas decidem buscar algo mais e encontram, na cozinha, uma bússola. A jovem atriz Amy Adams, diverte com a charmosa neurose de sua personagem (fácil se identificar com ela), mas, como era de se esperar, a veterana Meryl Streep dá um show em cada uma de suas cenas. Seja cortando cebolas freneticamente ou virando omeletes (ou tentando virá-los), ela consegue capturar todos os maneirismos e até o timbre de voz de Julia. Sua performance abre grandes possibilidades para um Oscar.

Para quem quiser se divertir, rir, chorar e sair do cinema se sentindo leve e de bem com a vida, “Julie & Julia” é, certamente, a receita perfeita. Só não esqueçam da pipoca, com tantos quitutes na tela, não dá para ficar só olhando!

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