sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Claquete – 11 de setembro de 2009



Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com – www.colunaclaquete.blogspot.com

O que está em cartaz

A data de hoje é um símbolo da irracionalidade do homem contra a sua própria espécie, não só no atentado que marcou a data, mas, também, em todas as terríveis consequências que o sucederam. Neste final de semana teremos a estreia da comédia romântica “Falando Grego”, com Nia Vardalos e Richard Dreyfuss, o musical “High School Band”, com Vanessa Hudgens (só no Cinemark), “A Palavra Encantada”, no Projeto Moviecom Arte e o drama nacional “Budapeste”, na Sessão Cult do Cinemark. Continuam em cartaz a ação “O Sequestro do Metrô”, com John Travolta e Denzel Washington, a animação da Pixar “Up – Altas Aventuras” (vejam em Filmes da Semana), a comédia “Os Normais 2”, a comédia “Se Beber Não Case”, e a animação “Força G”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe o interessante drama nacional “À Deriva”, com Vicente Cassel e Débora Bloch.

Estréia 1: “Falando Grego”

Georgia (Nia Vardalos) é uma americana de origem grega que trabalha como guia turística justamente... na Grécia. Sua vida é extremamente entediante e ela vive sempre cansada, pois os turistas se interessam mais em comprar do que aprender alguma coisa sobre a Grécia. Hotéis baratos, ônibus velhos, calor infernal e turistas "engraçadinhos" tornaram Georgia uma mulher frustrada. Até o dia em que Irv Gordon (Richard Dreyfuss), um turista muito especial, aparece. Com seu senso de humor ele tenta mostrar todas as possibilidades de viver bem, ser feliz e não perder a chance de ter um grande amor, enfim, recuperar seu kefi, como dizem os gregos. Agora, cabe a Georgia parar de reclamar e perceber que tudo isso sempre esteve bem embaixo do seu nariz. A direção é de Donald Petrie. “Falando Grego” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Moviecom e na sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.


Estréia 2: “High School Band”

Will Burton (Gaelan Conell) é um adolescente que se muda para New Jersey. Logo em seus primeiros dias na escola, Will conhece duas garotas: a tímida e introvertida Sam (Vanessa Hudgens) e a descolada e popular Charlotte Banks (Aly Michalka), talentosa ex-namorada do vocalista da banda mais quente da escola. Quando Will revela seu conhecimento enciclopédico de música, do clássico ao punk, ele é convidado para gerenciar a nova banda de rock de Charlotte e ajudá-los a vencer o Bandslam. A vida de Will vira de cabeça para baixo daí para frente, pois ele deixa de lado seu antigo status de perdedor, mas, acaba por se ver em um mundo de rivalidade, ressentimentos, traições e descobre o amor, sentimento que nunca conheceu antes. “High School Band” estreia nesta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.


Projeto Moviecom Arte: “A Palavra Encantada”

A partir da reflexão da relação entre a música popular e a poesia e literatura, o documentário usa depoimentos, performances musicais e trilha sonora a fim de esclarecer e refletir sobre o assunto. O tema central é a Canção em sua especificidade maior: consonância perfeita entre ritmo e letra, entre ritmo e fala, entre a idéia e a emoção. O filme apresenta imagens inéditas, como a encenação de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, em 1966. Merecem destaque também imagens raras, que foram restauradas pela produção do filme, de Dorival Caymmi, nos anos 40, cantando e tocando O Mar ao violão. A direção é de Helena Solberg e Marcio Debelian. “A Palavra Encantada” estreia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Moviecom, na sessão de 17h50. Classificação indicativa livre.

Sessão Cult: “Budapeste”

José Costa (Leonardo Medeiros) é um bem sucedido ghost writer. Ao retornar de um congresso, uma ameaça de bomba faz com que seu vôo aterrisse em Budapeste, na Hungria. Logo ao chegar, se apaixona pelo idioma local. Já de volta ao Rio ele reencontra Vanda (Giovanna Antonelli), sua esposa, e o filho. Entretanto sua vida torna-se cada vez mais infeliz, o que faz com que comece a murmurar em húngaro enquanto dorme. Exaurido por seu próprio talento, ele se vê em um impasse criativo e existencial, dividido entre duas cidades: Rio e Budapeste - duas mulheres e dois idiomas. Baseado no romance homônimo de Chico Buarque. A direção é de Walter Carvalho. A partir desta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 14h. Classificação indicativa 16 anos.






Confira na TV





“Ataque dos Tubarões”, no SBT

Quando um inescrupuloso empresário despeja lixo tóxico em uma baía, transforma os tubarões da área em sanguinários e famintos caçadores. Sexta-feira, às 22h45.
“O Exterminador do Futuro 2”, na Record

Um novo andróide é enviado para eliminar John Connor ainda criança. Enquanto isso, o andróide que perseguiu sua mãe no passado agora é enviado para protegê-lo da nova ameaça. Com Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e Edward Furlong. Sábado, às 21h30.

“Retorno ao Éden”, no SBT

Uma milionária australiana, recém-casada com um antipático tenista, não sabe que está na mira de um plano assassino. Sábado, às 22h45.
“A Profecia”, na Globo

Depois que a mulher perde um bebê no parto, um diplomata decide adotar uma criança nascida na mesma noite, sem que ela saiba. Damien cresce como um garoto comum, até que, aos 5 anos, o pai descobre que ele pode ser o Anticristo. Sábado, às 23h35.

“Sedução Final”, na Band

Doutor Fez decide liberar toda a força do aparelho contra seus perseguidores, e provoca uma onda erótica de prazer em todos. Quando termina, eles descobrem que Fez fugiu. Sábado, às 01h45.
“O Rei Urso Polar”, na Band

Num reino longínquo, o belo rei Valemon se recusa a casar com uma bruxa perversa. Como vingança, ela o enfeitiça, transformando-o em um gigantesco urso polar. Domingo, às 21h.

“Jade”, na Globo

A morte de um milionário faz com que um promotor, um advogado e uma psicóloga se envolvam nas investigações. Com Linda Fiorentino, David Caruso e Chazz Palminteri. Domingo, às 0h05.

“48 Horas Para Morrer”, na Band

Em um futuro próximo, uma empresa chamada X Change possui uma tecnologia que permite as pessoas viajarem através do espaço, trocando de corpo com alguém que esteja no destino desejado. Por um acidente, um membro da companhia acaba trocando de corpo com um terrorista. Domingo, às 1h.
“Obrigado Por Fumar”, na Globo

Nick Taylor (Aaron Eckhart) é o porta-voz das grandes empresas do tabaco dos EUA e manipula informações, minimizando o risco do uso de cigarros. Porém, o interesse de seu próprio filho em seu trabalho faz com que ele repense o que faz. Domingo, às 3h.

“X-Men III: O Confronto Final”, na Globo

Os X-Men precisam enfrentar a própria evolução na forma de sua ex-integrante, Jean Grey, agora possuída pela força cósmica da Fênix Negra e se tornando um perigo para ela mesma e para todos a sua volta. Segunda-feira, às 22h05.





Lançamentos em DVD

“17 Outra Vez”, em DVD


Mike O'Connell (Matthew Perry) era um astro do basquete quando estava no colégio, mas, ao descobrir que sua namorada (Leslie Mann) estava grávida, resolveu abandonar seus planos e se casar. Após 20 anos, Mike está infeliz. O casamento não vai bem, seus filhos não o respeitam e a promoção que aguardava no trabalho não saiu. Um dia ele decide visitar o antigo colégio e, ao rever fotos e objetos de sua adolescência, deseja voltar no tempo e ter uma nova chance. Repentinamente seu desejo se realiza, e ele volta a ter 17 anos de idade. A direção é de Burr Steers. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio em Dolby Digital 5.1.

“A Era do Gelo 3”, em DVD

O esquilo Scrat continua tentando agarrar a noz fujona, e, nesse processo, talvez encontre o verdadeiro amor; Manny e Ellie esperam o nascimento de seu mini-mamute; a preguiça Sid forma sua própria família adotiva seqüestrando alguns ovos de dinossauro; e Diego, o tigre dentes-de-sabre, se pergunta se não está ficando "mole" demais devido à convivência com seus amigos. Em uma missão para resgatar o azarado Sid, a turma se aventura em um lugar onde ainda vivem dinossauros. Com as vozes de Claudia Jimenez, Diogo Villela, Márcio Garcia e Tadeu Melo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1.

“El Cid”, em DVD

Charlton Heston e Sophia Loren estrelam esta super produção sobre a história do lendário herói espanhol El Cid. No século XI, o herói cristão procura celebrar a paz entre os membros da realeza, visando promover a unificação da Espanha, sendo depois chamado para comandar a resistência contra os invasores mouros. Incríveis cenas de batalhas e uma meticulosa reconstituição de época conferem a este filme um caráter de grandiosidade poucas vezes visto no cinema. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0.

“Street Fighter: A Lenda de Chun Li”, em DVD









No mundo de Street Fighter, forças poderosas estão surgindo e todos se preparam para uma batalha final: da luz contra as trevas. As forças das trevas estão assumindo o controle das áreas mais pobres da capital. Para combatê-los, surge uma legião de heróis liderada por Chun-Li (Kristin Kreuk), que abdicou de uma vida de privilégios para se tornar uma street fighter. Alguns lutam por nós; outros, por um poder sem limites. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.






Eventos


“Brinquedo Proibido” na Sessão Cine Vanguarda










Neste domingo, dia 13 de agosto, o Cineclube Natal, em sua parceria com o Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, exibirá o cultuado clássico francês Brinquedo Proibido (Jeux Interdits, 1952), de René Clément, e mostra o horror da guerra na visão de duas crianças. O filme é o terceiro do ciclo Vive La France!, em homenagem ao Ano da França no Brasil, que o Cineclube Natal exibe durante todo o mês de setembro. A sessão será no TCP - Teatro de Cultura Popular “Chico Daniel”, na Rua Jundiaí, 641, Tirol, com início às 17h00 e contribuição de R$ 2,00.



Programa Realidade no Curta Petrobras às Seis

Até novembro de 2009 volta às salas de cinemas o Curta Petrobras às Seis. O projeto exibe conjuntos temáticos de curtas-metragens, que se revezam durante quatro semanas em cada sala, completando 52 semanas de exibição em cada cinema. Esta semana, sob o tema Realidade, estão em exibição os curtas “Sol de Amém”, de Ives Albuquerque, “O Anjo Daltônico”, de Fábio Rocha, e “Na Terra do Sol”, de Lula Oliveira. As sessões são sempre gratuitas e às 18h, na Sala 6 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.






Filmes da Semana: “O Sequestro do Metrô” e “Up – Altas Aventuras”

Depois de algum tempo com estréias mornas, o público natalense foi brindado com dois títulos interessantes, embora cada um tenha público-alvo bem distinto. Os filmes são o suspense “O Sequestro do Metrô” e a animação “Up – Altas Aventuras”, da Pixar.

“O Sequestro do Metrô” é baseado em livro homônimo escrito por John Godey, e que já inspirou duas versões anteriores, uma em 1974, com Walter Matthau e Robert Shaw, e outra para televisão, em 1998, com Vincent D’Onofrio e Edward James Olmos. Desta vez, o diretor Tony Scott repetiu sua parceria com Denzel Washington (“Deja Vu”) e permitiu a John Travolta encarnar um vilão muito especial.

O filme inicia com um dia normal no metrô, as pessoas embarcando para os seus destinos. O operador Walter Garber (Denzel Washington) está encerrando o seu turno na sala de controle e preparando-se para voltar para casa.

Num dado momento, o maquinista é dominado por Ryder (John Travolta), que, com mais três comparsas, domina a composição e para em um túnel ermo, quase inacessível. Lá, ele anuncia o seqüestro, e faz a sua exigência: quer dez milhões de dólares em uma hora. Se o dinheiro não for entregue no prazo, ele matará um refém a cada minuto.

O que parecia ser um ato de insanidade revelou-se um plano minucioso e bem arquitetado. Tendo que envolver o prefeito de Nova York, que é o chefe da polícia e do metrô, o resgate foi providenciado, tendo que ser transportado em uma corrida alucinada pelas ruas da cidade.

Enquanto isso, Ryder recusa a intermediação do negociador da polícia (John Turturro) e exige que Garber permaneça como o seu contato. Alguns fatos do passado de Garber são revelados, e sugerem que ele não é uma pessoa inocente.

A história se passa praticamente em tempo real, e os minutos finais do filme mostram o desespero dos reféns, levados por um veículo desgovernado, enquanto Garber persegue Ryder pelas ruas de Nova York.

O filme é tenso e intrigante, com a fotografia e a trilha sonora aumentando o impacto das cenas. Alguns detalhes que parecem desnecessários, como o policial disfarçado entre os passageiros, ou, a explicação sobre a trava da pistola, são referências ao livro, de cenas que foram excluídas ou alteradas.

Se Denzel Washington repete a sua atuação padrão, John Travolta, por outro lado, constrói um vilão cruel e determinado, mas, sem cair nos chavões habituais. Suas motivações são reveladas, mas, o êxito da sua vingança não fica muito claro, pelo menos em uma primeira visão.

A animação “Up – Altas Aventuras”, por sua vez, segue a tradição da Pixar de fazer um filme para divertir toda a família. A história inicia nos anos 1930, com o menino Carl Fredricksen vibrando no cinema, ao assistir os cinejornais com as aventuras do explorador Charles Muntz, que percorria o mundo em seu dirigível capturando espécimes selvagens e revelando novos lugares.

Em uma destas viagens, ao retornar da América do Sul, ele afirmava ter encontrado um estranho pássaro, do qual trouxe um esqueleto. Este, era tão estranho, que os cientistas se recusaram a considerar verídico, levando Muntz ao descrédito. Revoltado, ele decidiu retornar à América do Sul, afirmando que só voltaria quando pudesse trazer um espécime vivo. Muntz nunca retornou da viagem.

Carl, ainda menino, conheceu sua vizinha Ellie, uma irrequieta e alegre garota, que contrastava com o seu jeito tímido e quieto. Os dois compartilhavam o sonho de aventuras, e, ao longo dos anos, desenvolvem outras afinidades, se casam, e enfrentam a vida, com vários dissabores e alegrias.

Após a morte da esposa, Carl, já velho, vive solitário em sua antiga casa, que agora está cercada de prédios modernos e gigantescos sendo construídos em torno dela. Teimoso, Carl se recusa a vender a casa, e ranzinza, reclama de tudo e de todos. Um dia, um incidente com a sua caixa de correio o leva a ferir um operário. Levado ao tribunal, é condenado a ir para um asilo de velhos.

Mas, Carl não se entrega, e, quando o transporte chega para levá-lo, descobrem que ele enchera milhares de balões de gás, que elevam a casa aos céus. Ele, finalmente, irá concretizar o seu sonho de criança, de viajar para a América do Sul.

O que ele não contava é que teria um passageiro. Um escoteiro de oito anos de idade, Russel, que insistia em prestar alguma ajuda a Carl, estava na varanda da casa no momento em que ela subiu aos ares. Carl não tem saída senão deixar o garoto entrar.

Depois de enfrentar tempestades e correntes de ar, a casa finalmente chega ao seu destino, uma área selvagem e montanhosa da América do Sul. Mas, antes que Carl possa descansar no lugar que ele e Ellie sempre haviam sonhado, eles irão encontrar novos e estranhos amigos, como um cão que fala e uma estranhíssima ave, que adora chocolate e se afeiçoa a Russel, e recebe deste o apelido de Kevin.

O mundo que parecia inóspito e deserto revela outros habitantes, nada menos que o desaparecido explorador Charles Muntz, que ainda persegue a estranha ave, com o auxílio de uma matilha de cães falantes e altamente treinados.

Quando Charles descobre que os recém-chegados estão com a ave, ele muda de face e se torna o implacável caçador. Uma tremenda batalha acontecerá em terra e nos ares pela posse de Kevin, que precisa voltar para junto dos seus filhotes.

Este filme é, sem dúvida, um dos melhores já produzidos pela Pixar, que, apesar de ter sido comprada pelos Estúdios Disney, ainda mantém certa independência, e, melhor ainda, o padrão de qualidade observado em filmes como “Os Incríveis”, “Carros”, “Wall-E”, etc..

Falar da qualidade técnica seria, como se diz popularmente, “chover no molhado”. A perfeição do desenho está associada à intenção de exibição em três dimensões – o que, infelizmente, ainda não dispomos de salas apropriadas em Natal. Quem pode ver, adorou.

O melhor de “Up – Altas Aventuras” está na dimensão humana de seus personagens, algo impensável em produções infantis até pouco tempo atrás – característica seguida pela própria Disney. O prólogo, mostrado em poucos minutos, e que conta a trajetória de vida de Carl e Ellie, seus sonhos e projetos, as frustrações e as adversidades, é de uma beleza comovente.

Por outro lado, o velho resmungão e egoísta revela uma sensibilidade impensada ao entender a história de vida do jovem Russell, e, por incrível que pareça, a sua própria. Curiosamente, é só na velhice solitária que ele descobre que a sua sonhada vida de aventuras começara muitos anos atrás – sem que ele percebesse.

“Up – Altas Aventuras” é um filme altamente recomendado para todas as idades e níveis de percepção. Talvez você concorde, ao ver o filme, que, a maior aventura de todas é mesmo viver.

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