Claquete – 05 de junho de 2009

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Chega o mês de junho, com mais um motivo para as festas juninas, já que ganhamos o direito de ser uma das sedes da Copa. Entre controvérsias técnicas e políticas, é melhor conferir as estréias do final de semana, com “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, com Christian Bale, e, “A Mulher Invisível”, com Selton Mello e Luana Piovani. Continuam em cartaz a animação “Donkey Xote”, a aventura “Uma Noite no Museu 2”, com Ben Stiller, o thriller “Anjos e Demônios”, com Tom Hanks, e a ação “X-Men Origens: Wolverine”, com Hugh Jackman. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama nacional “Divã”, com Lília Cabral, e, “O Fim da Picada”, na Sessão Cult. Neste final o Cinemark também promove a pré-estréia da animação “Romeu, o Vira-Lata Atrapalhado”. Veja também, no Filme da Semana, a resenha de “Alien, o 8º Passageiro”, que completa trinta anos.

Estréia 1: “O Exterminador do Futuro: A Salvação”

2018. John Connor (Christian Bale) é o homem destinado a liderar a resistência humana contra a Skynet e seu exército de Exterminadores. Mas, o futuro no qual Connor acreditava é parcialmente alterado pela chegada de Marcus Wright (Sam Worthington), um estranho cuja última memória é a de estar no corredor da morte. Connor precisa determinar se Marcus foi enviado do futuro ou resgatado do passado. Enquanto a Skynet prepara seu massacre final, Connor e Marcus embarcam numa odisséia que os levará até o coração das operações da Skynet, onde eles descobrirão o terrível segredo por trás da possível aniquilação da raça humana. Este é o quarto filme da série, tendo sido precedido por “O Exterminador do Futuro”, “O Exterminador do Futuro 2” e “O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas”. A direção é de McG. “O Exterminador do Futuro: A Salvação” estréia nesta sexta-feira, nas Salas 4 (dublado) e 6 (legendado) do Moviecom e nas Salas 3 (dublado) e 7 (legendado) do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Estréia 2: “A Mulher Invisível”

Pedro (Selton Mello) ainda acredita no conceito do casamento, ao contrário de seu amigo Carlos (Vladimir Brichta). Os dois trabalham no controle de tráfego, onde podem bisbilhotar à vontade a vida das pessoas. Um dia, Carlos fica preocupado com o amigo, deprimido ao ser abandonado por sua esposa, Marina (Maria Luísa Mendonça). O mesmo acontece com Vitória (Maria Manoella), vizinha de Pedro, que testemunha silenciosamente seu drama através de um buraco na parede. Até que subitamente alguém bate na porta de Pedro. Trata-se de Amanda (Luana Piovani), sua nova vizinha, que veio apenas lhe pedir açúcar. Com um jeito inocente e ao mesmo tempo sedutor, ela muda a vida de Pedro. Só que tem um problema: Amanda é invisível, e apenas aqueles que a desejam muito consegue enxergá-la. A direção é de Cláudio Torres. “A Mulher Invisível” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.

Pré-Estréia: “Romeu – O Vira-lata Atrapalhado”

Romeu é um cão que vive numa casa luxuosa até que seus donos mudam de cidade e o deixam com os empregados, que o enxotam para a rua. Ameaçado pela gangue que domina a rua, Romeu consegue conquistá-los sugerindo um negócio. Porém, suas atividades vão despertar a ganância da máfia local e de suas panteras-ninja e vão colocá-los em apuros. A única maneira de salvá-los será entregar a cachorrinha por quem Romeu se apaixonou ao chefão da gangue. Agora, Romeu precisa encontrar uma forma de se livrar de seus inimigos e salvar seu grande amor. “Romeu – O Vira-lata Atrapalhado” terá pré-estréia no sábado e domingo, na Sala 5 do Cinemark (13h45). Classificação indicativa livre. Cópias dubladas.



Confira na TV


“O Guarda-Costas”, no SBT

Após receber uma série de cartas ameaçadoras, uma estrela da música pop resolve contratar um guarda-costas para protegê-la. Mas a situação se complica quando eles acabam se apaixonando. Com Kevin Costner e Whitney Houston. Sexta-feira, às 23h15.

“Amor à Toda Prova”, no SBT

Após ser abandonada por seu marido, uma mulher deposita sua paixão em um famoso cantor romântico, do qual é fã. Porém, a morte dele faz com que ela inicie um relacionamento inesperado com um desconhecido. Com Kathy Bates e Rupert Everett. Sábado, às 0h15.

“Sou Espião”, na Globo

Após o protótipo de um sofisticado avião de combate ser roubado, um espião é enviado para recuperá-lo, com a ajuda de um arrogante pugilista. Com Eddie Murphy e Owen Wilson. Sábado, às 23h.

“Flashbacks Eróticos”, na Band

Justine é raptada por desconhecidos, é dopada e interrogada, lembrando de alguns dados, através de eróticos “flashbacks”. Sábado, às 2h30.

“O Encantador de Cavalos”, na Globo

Após sua filha sofrer um acidente de cavalo, uma editora resolver ir a um rancho que lhe foi indicado, para que consiga domar o animal, que ficou arredio após o acidente. Com Kristin Scott Thomas e Robert Redford. Sábado, às 3h10.

“Férias no Trailer”, na Globo

Desejando descansar, um homem decide levar sua família para uma viagem pelo Colorado a bordo de um trailer. Só que sua família não gosta da idéia. Com Robin Williams e Jeff Daniels. Domingo, às 13h05.

“Simplesmente Irresistível”, na Band

Um caranguejo mágico ajuda uma jovem dona de restaurante a fazer pratos fabulosos e conquistar o grande amor de sua vida. Com Sarah Michelle Gellar e Sean Patrick Flanery. Domingo, às 21h.

“Rocky Balboa”, na Record

Dono de um restaurante, Rocky (Sylvester Stalone) vive insatisfeito com sua vida, e resolve retornar aos ringues, num desafio ao campeão mundial de pesos-pesados. Domingo, às 22h30.

“O Ataque das Víboras”, no SBT

Um lote de víboras geneticamente modificadas escapa de um laboratório e aterroriza uma pequena cidade. Com Tara Reid. Após o Domingo Legal.

“Jogo Duro”, na Globo

Um ladrão recém-saído da prisão deseja largar o crime, mas, é forçado a participar de um roubo na véspera de Natal. Com Ben Affleck, Gary Sinise e Charlize Theron. Domingo, às 23h10.

“Em Busca do Dólar”, na Band

Uma simples nota de vinte dólares é roubada, perdida, emprestada e usada numa transação ilegal, e a questão é sempre a mesma: o que a nota pode fazer com as pessoas e o que as pessoas podem fazer com ela? Domingo, às 1h.

“Arrebentando em Nova York”, na Globo

Um perito em artes marciais mal chega a Nova York e já compra briga com motoqueiros e mafiosos. Com Jackie Chan. Domingo, às 0h05.

“Minha Super Ex-Namorada”, na Globo

Um homem acaba o namoro com uma super-heroína, que decide usar seus poderes para se vingar da dispensa. Com Uma Thurman, Luke Wilson e Anna Faris. Segunda-feira, às 22h05.





Lançamentos em DVD

“O Menino do Pijama Listrado”, em DVD

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma família alemã se muda de Berlim para Auschwitz, quando o patriarca é obrigado a trabalhar em um campo de concentração. Assim, Bruno (Asa Butterfield), um garoto de oito anos e filho do oficial, começa uma linda amizade com Shmuel (Jack Scanlon), um menino judeu da mesma idade. O filme mostra o modo como o preconceito, o ódio e a violência afetam pessoas inocentes, especialmente as crianças. O disco traz o filme com formato de widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Amizade Alem da Cerca, cinco Cenas Inéditas com Comentários em Áudio e Comentários em Áudio do Diretor / Roteirista / Autor.

“Dúvida”, em DVD

1964. O carismático padre Flynn tenta acabar com os rígidos costumes da escola St. Nicholas, localizada no Bronx. A diretora do local é a irmã Aloysius Beauvier, que acredita no poder do medo e da disciplina. A escola aceitou recentemente seu primeiro aluno negro, Donald Miller, devido às mudanças políticas da época. Um dia a irmã James conta à diretora suas suspeitas sobre o padre Flynn, de que esteja dando atenção demais a Donald. É o suficiente para que a irmã Aloysius inicie uma cruzada moral contra o padre, tentando a qualquer custo expulsá-lo da escola. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Mary Poppins: Edição de 45º Aniversário”, em DVD duplo

Londres, 1910. Um banqueiro, George Banks (David Tomlinson), resolve redigir um anúncio pedindo uma babá, após Michael (Matthew Garber) e Jane (Karen Dotrice), seus filhos, mais uma vez sumirem e fazerem Katie Nanna (Elsa Lanchester), a babá, pedir demissão. Ao procurar uma nova babá, chega, então, Mary Poppins, que desce das nuvens, usando um guarda-chuva mágico como pára-quedas. Ela conhece as crianças e concorda em ficar com o trabalho. Michael e Jane ficam fascinados com Mary Poppins, pois ela é exatamente a babá que sempre sonharam. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Trailer Original de Cinema, Por trás das Câmeras, Disney na Brodway: Mary Poppins do Roteiro para o Palco, Curiosidades sobre Mary Poppins, Curta Extra e Seleção de Músicas da Disney.

“Faça o Que eu Digo, Não Faça o Que eu Faço”, em DVD

Dois vendedores e envolvem em um acidente, e o tribunal os condena a uma pena alternativa, como mentores de adolescentes. Quando a diretora percebe que eles não estão se esforçando, ameaça mandá-los para a prisão, o que faz com que tenham que usar a sua imaturidade em prol do interesse dos seus alunos. Com Seann William Scott e Paul Rudd. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

Eventos

“A Viagem do Capitão Tornado” na Sessão Cine Café

Nesta sexta-feira, dia 05 de junho, o Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Salão Café, exibe o filme “A Viagem do Capitão Tornado”, do diretor italiano Ettore Scola. Trata-se de um filme mágico, que trata de uma época de declínio da comedia de arte pela Europa, inserindo o espectador no clima onírico e teatral daquelas mambembes apresentações. A sessão será no próprio Café, na Av. Duque de Caxias, 110, Ribeira, com início às 20:00 horas e a entrada custa R$ 2,00 (dois reais).

Claquete na web

Quem tiver interesse em rever qualquer assunto ou resenha que tenha sido apresentado na Coluna Claquete, tem, à sua disposição, todo o acervo publicado, no blog colunaclaquete.blogspot.com. São mais de 270 resenhas de filmes, além das tradicionais notas sobre estréias nos cinemas e em DVDs. Comentários, críticas e sugestões serão muito bem vindos, como sempre.

Inscrições abertas para o Filma Brasil

Estão abertas, até 31 de julho, as inscrições para o Filma Brasil, concurso de produção de filmes de curtas e médias metragens, em formato digital, com foco em produção de conteúdo sobre qualidade de vida. Os valores dos prêmios são de R$40 mil e R$70 mil para os projetos de curta e média metragem, respectivamente. Para a definição dos dois projetos vencedores, serão analisados o cronograma de execução, a viabilidade da produção e a qualidade artística expressada no roteiro apresentado. Mais informações no site http://www.filmabrasil.com/.

A misteriosa morte do Gafanhoto

Às vezes, a Vida imita a Arte. O ator David Carradine foi encontrado morto, em circunstâncias não esclarecidas, em seu quarto de hotel na Tailândia, onde filmava. David é o filho mais velho do lendário John Carradine e ficou famoso ao interpretar o papel principal na série televisiva “Kung Fu”, de grande sucesso nos anos 70. Um dos últimos e mais lembrados papéis do ator foi no filme “Kil Bill”, de Tarantino, onde interpretava o próprio Bill.






Filme da Semana: “Alien, o 8º Passageiro”

A pobreza das estréias da semana passada me fez vasculhar minha coleção, em busca de um título significativo para comentar. A escolha terminou recaindo sobre “Alien, o 8º Passageiro”, não apenas por estar completando exatos trinta anos de seu lançamento nos cinemas, mas, também, por ser um marco, tanto no gênero ficção-científica, quanto de suspense/terror.

O que tem esse filme a mais que tantos outros, uma produção de modestos onze milhões de dólares, que mesmo atualizando para os valores de hoje, mal pagaria os cachês dos protagonistas, quanto mais os efeitos especiais? Além disso, a indústria já havia feito inúmeros filmes com extraterrestres, naves espaciais, etc., de modo que nada ali parecia ser novidade.

A história do filme é de uma simplicidade que dói. Ao retornar para a Terra, uma gigantesca nave repleta de minérios tem a sua trajetória interrompida devido a um chamado misterioso, provindo de um pequeno planeta. A tripulação, composta de sete membros, que vinha em hibernação artificial, é despertada para investigar esse sinal estranho.

O comandante Dallas (Tom Skerritt), a navegadora Lambert (Verônica Cartwright) e o pesquisador Kane (John Hurt) vão até uma nave abandonada, de onde vinha o sinal. Lá, Kane é atacado por um ser estranho, que gruda em seu rosto.

De volta à nave, apesar dos protestos de Ripley (Sigourney Weaver), Kane é trazido a bordo, com o bicho grudado nele. De uma hora para outra, o ser morre e Kane volta ao normal, parecendo que tudo tinha passado. Mas, um novo e simpático bichinho literalmente explode o peito de Kane e desaparece na imensa nave.

O que parecia ser um pequeno animal logo mostra ser um animal perfeito, praticamente indestrutível, com ácido orgânico em vez de sangue e com capacidade para resistir às piores condições de sobrevivência. E, para azar dos tripulantes da Nostromo, mostrou ser extremamente hostil e perigoso. Começa, então, um jogo de gato e rato para garantir a sobrevivência dos humanos, que ainda tem a desvantagem de que a companhia acha mais interessante o alienígena do que a própria tripulação.

Como disse acima, antes de “Alien, o 8º Passageiro”, o cinema já havia vivenciado muitos filmes de ficção-científica. A própria realização do filme foi facilitada pelo sucesso de “Guerra na Estrelas”, que levara milhões de pessoas aos cinemas, dois anos antes.

Mas, “Alien, o 8º Passageiro” resultou da soma de diversos fatores, um roteiro inteligente, escrito por Dan O’Bannon, uma criação de arte inédita, a partir da imaginação delirante de um pintor suíço, H. R. Giger, que fizera um livro, Necrominum, que pode ser considerado o pai de todos os “aliens”, e que trabalharia na produção do filme, a utilização de ótimos atores, todos desconhecidos no cinema, mas, com grande experiência de teatro, e a direção segura de um diretor, Ridley Scott, que tinha feito um único filme anteriormente (“Os Duelistas”).

Embora não tivesse o rigor científico de Stanley Kubrick em “2001: Uma Odisséia no Espaço”, nem as liberdades rocambolescas de “Guerra nas Estrelas”, em “Alien, o 8º Passageiro”, o ambiente futurista apenas cria o cenário necessário para o que realmente importa, que é a história que se desenrola. Deve se fazer a ressalva, porém, que, a menos dos (hoje) ridículos terminais de computadores, o cenário do filme é primoroso, e continua atual, tanto que mereceu um Oscar de Efeitos Especiais (sem o uso de computação gráfica) e uma indicação para Melhor Direção de Arte.

Mas, o melhor deste filme, sem dúvida alguma, é o clima hitchcockiano, de puro suspense, claustrofóbico e envolvente, que proporciona momentos de surpresa até neste cronista, que já o assistiu inúmeras vezes. Outro aspecto interessantíssimo é como as personagens femininas são retratadas, sem distinção dos outros, bem diferentes das frágeis donzelas que precisavam ser salvas pelos mocinhos.

O filme em si já merece uma revisão, mas, se o espectador tiver a chance de assistir à edição especial, que, além da versão que foi exibida nos cinemas. vem com a versão do diretor, revista por Ridley Scott, e mais um extenso documentário com três horas de duração, onde podem ser acompanhadas todas as etapas de realização do filme, desde que era o rascunho de um roteiro, até as estréias nos cinemas, que causaram um tremendo impacto nas platéias.

No documentário é possível saber, por exemplo, que todos os cenários foram construídos e decorados com restos de sucatas de aviões militares comprados em um ferro-velho, que, em algumas cenas foram utilizadas crianças (os filhos do próprio diretor) para aumentar a sensação de grandiosidade do cenário, e que boa parte das aparições do alienígena foi construída com entranhas de vaca, ostras e outros produtos de um açougue.

É interessante comparar o esbanjamento de dinheiro dos efeitos gráficos dos filmes atuais com uma produção mais antiga como essa, para ver que, às vezes, é mais importante imaginação e criatividade para lidar com poucos recursos, do que simplesmente desfilar um monte de efeitos de computador na tela. Como eu estava saindo da faculdade na época do lançamento deste filme, o computador da época enchia uma sala inteira, e era utilizado para atividades prosaicas, como folhas de pagamento e controle de estoque.

Muita bobagem filosófica se falou sobre “Alien”, insinuando que era uma alegoria à infiltração comunista no Ocidente, ou, à burocracia que ia matando as pessoas e empresas. O fato é que foi um filme inovador, que uniu dois gêneros, o da ficção-científica e o do suspense, favorecendo a produção de mais três filmes ainda estrelados por Sigourney Weaver (“Aliens, o Resgate”, “Alien 3” e “Alien – A Ressurreição”), dois com o Predador, outro ícone famoso, que surgiu na esteira de “Alien”, e mais uma infinidade de imitações de todos os graus de qualidade.