sexta-feira, 25 de julho de 2008

Claquete – 25 de julho de 2008

Claquete – 25 de julho de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Aos poucos, a garotada retorna às aulas, e Natal entra em sua rotina normal. Neste final de semana, estréiam a ficção “Arquivo X: Eu Quero Acreditar”, a animação “Space Chimps – Micos no Espaço”, e, na Sessão Cult do Cinemark, o drama “Estômago”. Continuam em cartaz “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (veja em Filme da Semana), “Viagem ao Centro da Terra – O Filme”, com Brendan Fraser, a ação “Hancock”, com Will Smith, e as animações “Kung Fu Panda” e “Wall-E” da Pixar/Disney. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a comédia romântica “Jogo de Amor em Las Vegas”, e, o Moviecom, o drama nacional “Nome Próprio”, com Leandra Leal.

Estréia 1: “Arquivo X: Eu Quero Acreditar”

O súbito desaparecimento de mulheres nas colinas rurais da Virgínia, inclusive da agente Monica Bannan (Xantha Radley), faz com que a agente Dakota Whitney (Amanda Peet) recorra à ajuda do padre Joe (Billy Connolly), um homem que abusou sexualmente de 37 coroinhas no passado e que alega ter visões paranormais. Para ajudá-la na busca, já que não conta com experiência em acontecimentos fora do comum, a agente Whitney busca o apoio de Fox Mulder (David Duchovny), que não é mais agente do FBI. O contato é feito através de Dana Scully (Gillian Anderson), que também deixou a organização e agora trabalha como médica em um hospital católico. Inicialmente relutante, Mulder decide cooperar e, aos poucos, passa a acreditar cada vez mais nas palavras do padre Joe. A direção é de Chris Carter. “Arquivo X: Eu Quero Acreditar” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Space Chimps - Micos no Espaço”

“Space Chimps – Micos no Espaço” é uma aventura hilariante sobre três chimpanzés da NASA - Ham, Luna e Titan - que são enviados aos limites da galáxia para descobrir vida alienígena. Luna é a “certinha”: ela é bem treinada, disciplinada e fascinada por astronautas humanos. Titan é o superatleta, cujos músculos são tão grandes quanto seu ego. Ham, o bisneto do primeiro chimpanzé a ir para o espaço, é o tipo “errado”: o clássico pateta de bom coração que está mais interessado em ser artista de circo do que um herói astronauta. Forçados a trabalharem juntos, eles terão de juntar forças e aprender a conviver com suas diferenças, para salvar os habitantes locais de um tirânico líder. A direção é de Kirk de Micco. “Space Chimps – Mico no Espaço” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom e na Sala 5 do Cinemark. Classificação indicativa livre. Cópia dublada.

Sessão Cult: “Estômago”

Raimundo Nonato (João Miguel) foi para a cidade grande na esperança de ter uma vida melhor. Contratado como faxineiro em um bar, logo ele descobre que possui um talento nato para a cozinha. Com suas coxinhas Raimundo transforma o bar num sucesso. Giovanni (Carlo Briani), o dono de um conhecido restaurante italiano da região, o contrata como assistente de cozinheiro. A cozinha italiana é uma grande descoberta para Raimundo, que passa também a ter uma casa, roupas melhores, relacionamentos sociais e um amor: a prostituta Iria (Fabiula Nascimento). A história é inspirada no conto “Presos pelo Estômago”, do livro “Pólvora, Gorgonzola e Alecrim”, de Lusa Silvestre. A direção é de Marcos Jorge. A partir desta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, na sessão de 15h15. Classificação indicativa 16 anos.



Lançamentos em DVD

“Um Plano Brilhante”, em DVD

Nos anos 60 em Londres, as mulheres ainda não têm grandes chances de crescer profissionalmente. Laura Quinn (Demi Moore) chegou ao máximo que podia dentro da LonDi mesmo sendo uma competente gerente dentro da maior revendedora de diamantes do mundo. A falta de reconhecimento a faz tomar uma medida dramática: ajudar o modesto faxineiro Sr. Hobbs (Michael Caine) a roubar o cofre da empresa. A direção é de Michael Radford. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 5.1.

“Paixão Proibida”, em DVD

Século 19. Herve Jancour (Michael Pitt) achava que seria feliz para sempre ao lado da amada Helene (Keira Knightley). Mas, estava enganado. A próspera indústria da seda européia é atingida por uma praga, e ele terá que fazer uma perigosa viagem ao Japão, para negociar a mercadoria em uma ilha misteriosa e lendária. Sua jornada o levará ao temido barão local, Hara Jubei (Koji Yakusho) – e, também, à sua concubina, garota misteriosa e dona de uma beleza impressionante. A direção é de François Girard. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Sangue Negro”, em DVD

Virada do século XIX para o século XX, na fronteira da Califórnia. Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um mineiro de minas de prata derrotado, que divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia, ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste, onde um mar de petróleo está transbordando do solo. Daniel decide partir, com seu filho, H.W. (Dillon Freasier), para Little Boston. Daniel e H.W. se arriscam e logo encontram um poço de petróleo, que lhes traz riqueza, mas, também, uma série de conflitos. Dirigido por Paul Thomas Anderson, o filme foi indicado para oito Oscars e ganhou os de Melhor Ator e Fotografia. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera”, em DVD

Ninguém é indiferente ao poder das quatro estações. Nem mesmo os dois monges que compartilham a solidão, em um lago rodeado por montanhas. Eles também estão impossibilitados de escapar da roda da vida, dos desejos, sofrimentos e paixões que cercam cada um de nós. Sobre os olhos atentos do velho monge, vemos a experiência da perda da inocência do jovem monge, o despertar para o amor, quando uma mulher entra em sua vida, o poder letal do ciúme e da obsessão, o preço do perdão, o esclarecimento das experiências. Dirigido por Kim Ki-Duk. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Entrevista, Making of, Final coreano e Trailer.

Eventos

Da Arte de Escrever no Rio Grande do Norte

Hoje acontece, na Livraria Siciliano, do Midway Mall, o lançamento do livro “Da Arte de Escrever no Rio Grande do Norte”, com texto de doze autores potiguares. O lançamento é uma homenagem a todos os escritores do estado no Dia Nacional do Escritor. Entre os autores, o meu estimado professor de jornalismo Vicente Serejo. O evento será às 19h.

Cine Sesi exibe filmes em Assu

O Cine SESI Cultural é um projeto executado pelo Instituto Origami, em parceria com o SESI, leva produções cinematográficas a cidades do interior do Brasil. Neste final de semana, a cidade de Assu terá exibições na sexta, no sábado e no domingo, a partir das 18h30, cada dia com um curta-metragem e um longa diferentes. A programação é a seguinte: 25/07 – “Até o Sol Raiá” e “Tapete Vermelho”; 26/07 – “Câmera Viajante” e “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” e 27/07 – “Vida Maria” e “Ratatouille”. A exibição será no anfiteatro vizinho à igreja, lugar conhecido como Buraco do Prefeito.

Treco-nologia

Qual a distância para assistir TV?

Quando só existiam TVs de tubo, a resolução era a mesma, de modo que tanto fazia o tamanho ser de 12 de 38 polegadas. Por isso, estabelecia-se, como regra, uma distância mínima igual a cinco vezes a diagonal do aparelho, para se ter uma imagem nítida. Assim, uma TV de 20 polegadas (50,8 cm) implicaria em uma distância de 2,5 metros, aproximadamente. Com as novas TVs de plasma ou LCD, a resolução da imagem ficou muito melhor, e alguns especialistas sugerem multiplicar o tamanho da diagonal por três. Ao contrário das TVs de tubo, com esses novos aparelhos, aumentar a distância causará uma perda na qualidade percebida da imagem. O ideal é o consumidor testar a distância ideal, tanto na loja, quanto em casa. E, se perceber sintomas como cansaço visual, irritação nos olhos, lacrimejamento e até dores de cabeça e no pescoço, procurar ajustar a posição da TV ou do sofá, até encontrar a distância ideal.



Filme da Semana: “Batman – O Cavaleiro das Trevas”

Um morcego na corda bamba

Uma das maiores dificuldades do crítico de cinema é falar – por incrível que pareça – de um filme famoso, um blockbuster, pois, nessa altura do campeonato, já se falou tudo dele. É o caso de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, o novo filme do personagem vivido por Christian Bale, com a direção de Christopher Nolan.


Nem precisaria de crítica para saber que o filme é repleto de efeitos especiais – muito bons, por sinal. O elenco é repleto de bons atores, todos com ótimas atuações, mas, o papel que se destaca mesmo é o do Coringa, vivido magistralmente por Heath Ledger, que morreria tragicamente antes da estréia do filme.



Bem, ultrapassados os lugares comuns, vamos ao filme. Ao fazer o filme anterior, “Batman Begins”, foi passada uma borracha nas quatro produções anteriores. A história começou do zero, com a origem do herói, a contextualização, os amigos e os acessórios. Os inimigos variam a cada filme, obviamente.



Batman é um herói curioso. Diferente de outros heróis, ele vive no limiar entre o policial e o bandido, obedecendo a um código próprio, que lhe permite seqüestrar um bandido em Hong Kong para trazê-lo a Gothan City. O fato de ser milionário ajuda, pois, na vida real, muitos deles se comportam dessa maneira, pois se julgam acima de qualquer lei.


O filme inicia retratando essa posição dúbia. Enquanto a polícia tem um mandado de prisão contra ele, ninguém faz questão de cumpri-lo, pois ele se tornou o terror dos bandidos. Por outro lado, cidadãos comuns tentam imitá-lo, atuando como vigilantes, o que preocupa as autoridades, principalmente o combativo promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart). Entre os policiais, o maior simpatizante do morcegão é o tenente Jim Gordon (Gary Oldman), que agora comanda a Divisão de Crimes Hediondos.


Batman (Christian Bale) mantém a sua luta com o auxílio do fiel mordomo e pai substituto, Alfred (Michael Caine, ótimo) e do cientista Lucius Fox (Morgan Freeman), responsável pela criação da maioria dos seus bat-acessórios.


Se a situação já estava complicada, com a bandidagem solta em Gothan, um novo personagem aparece, para engrossar o caldo. Num ousado assalto a um banco onde era guardado o dinheiro da Máfia, o Coringa (Heath Ledger) faz a sua entrada triunfal.


O Coringa não é um bandido comum. Enquanto os outros são motivados por dinheiro e poder, o seu maior prazer é subverter a ordem e provocar o caos. Com uma frieza e arrojo que só a loucura são capazes de explicar, ele enfrenta a polícia e a Máfia, utilizando todos os meios para alcançar o Batman, o único adversário que acha digno de enfrentar.


Enquanto Gothan City vira uma terra-de-ninguém, um campo de batalha infernal, baixas importantes vão acontecendo, principalmente entre os aliados do homem-morcego. A mais séria delas é com o promotor Harvey Dent, que se tornará um dos vilões mais emblemáticos dos quadrinhos de Batman, o Duas-Caras, que já foi vivido por Tommy Lee Jones em “Batman Eternamente”.


Embora o filme atual seja merecedor de muitos elogios, tanto pelo apuro técnico como pelo desempenho do elenco, choros e ranger de dentes irão acontecer, com toda e nenhuma razão. O problema é que, um personagem tão empolgante como o homem-morcego tem fãs dos quadrinhos originais, da versão de Frank Miller, que inspirou este filme, do seriado da TV (lembram do Batman gordinho, vivido por Adam West?), dos primeiros filmes e da série atual.



Sempre alguém vai reclamar que está diferente do que deveria ser, e até mesmo que personagens importantes morrem precocemente.


Independente das reclamações, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” é um filme de ação bem feito e eletrizante, que certamente irá agradar até mesmo a quem nunca ouviu falar do personagem (se é que existe tal pessoa). Um aspecto interessante é que este filme é mais do que uma história de super-herói, pois há um trama policial que lembra “Los Angeles – Cidade Proibida”, e envolvimentos emocionais verossímeis, muito distantes das crises existenciais do Homem-Aranha.


Claquete recomenda a todos que confiram o filme, embora seja interessante dar uma refrescada na memória assistindo “Batman Begins”, já que os fatos seguem quase em continuação. Boa diversão.

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