sexta-feira, 18 de julho de 2008

Claquete – 18 de julho de 2008


Claquete – 18 de julho de 2008

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

O mês de julho ainda vai pelo meio, mas, a garotada já volta às aulas, e os ventos de agosto chegam mais cedo. Neste final de semana, a grande estréia é “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, que chega em mais de 500 salas no Brasil. Estréiam, também, apenas no Moviecom, o drama nacional “Nome Próprio”, com Leandra Leal, e a animação “Space Chimps – Micos no Espaço”. Continuam em cartaz “Viagem ao Centro da Terra – O Filme” (veja em Filme da Semana), com Brendan Fraser, ação “Hancock”, com Will Smith, a animação “Kung Fu Panda”, a animação “Wall-E” da Pixar/Disney e a comédia romântica “Jogo de Amor em Las Vegas”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o romance “Um Beijo Roubado”, na Sessão Cult.

Estréia 1: “Batman – O Cavaleiro das Trevas”

Batman consolida sua luta contra o crime e, com a ajuda do Tenente Jim Gordon e do promotor Harvey Dent, acaba com diversas organizações criminosas de Gotham City. A parceria se mostra eficaz, mas eles logo se deparam com um reino de caos que aterroriza a cidade, gerado pelo genial criminoso conhecido como Coringa. O filme vem marcado pela morte trágica do ator Heath Ledger, que fez uma interpretação magistral do Coringa. Dirigido por Christopher Nolan, autor do inovador “Amnésia”, e, com Christian Bale, Morgan Freeman, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine, Gary Oldman, Maggie Gyllenhall e Cillian Murphy no elenco. Este é o sétimo filme de Batman, e o segundo da dobradinha Nolan e Bale. “Batman – O Cavaleiro das Trevas” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 4 (dublado) e 6 (legendado) do Moviecom e nas Salas 2 (legendado) e 6 (dublado) do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Nome Próprio”

Camila (Leandra Leal) é intensa, complexa e corajosa. Para ela, o que interessa é construir uma trajetória como ato de afirmação. Sua vida é sua narrativa. Construir uma existência complexa o suficiente para se escrever sobre ela. “Nome próprio” é um filme sobre a paixão de Camila. De sua busca por redenção. Quer a literatura como ato de revelação. Para tal, cria vínculos. Carente, os destrói. Por excesso. Por apego. Por paixão. Para Camila, a vida floresce das cicatrizes de seu processo de entrega absoluta e vertiginosa. A direção é de Murilo Salles e o roteiro é baseado nos livros “Máquina de Pinball” e “Vida de Gato”, de Clarah Averbuck, e em textos publicados pela autora em seu blog pessoal. “Nome Próprio” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Classificação indicativa 18 anos.

Estréia 3: “Space Chimps - Micos no Espaço”

“Space Chimps – Micos no Espaço” é uma aventura hilariante sobre três chimpanzés da NASA - Ham, Luna e Titan - que são enviados aos limites da galáxia para descobrir vida alienígena. Luna é a “certinha”: ela é bem treinada, disciplinada e fascinada por astronautas humanos. Titan é o superatleta, cujos músculos são tão grandes quanto seu ego. Ham, o bisneto do primeiro chimpanzé a ir para o espaço, é o tipo “errado”: o clássico pateta de bom coração que está mais interessado em ser artista de circo do que um herói astronauta. Forçados a trabalharem juntos, eles terão de juntar forças e aprender a conviver com suas diferenças, para salvar os habitantes locais de um tirânico líder. A direção é de Kirk de Micco. “Space Chimps – Mico no Espaço” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Cópia dublada.


Lançamentos em DVD

“Jumper”, em DVD

David Rice é um jovem que não conhece fronteiras - um "Jumper", nascido com a incrível habilidade de teletransportar-se para qualquer lugar da face da Terra. Quando descobre que há outros como ele, David se vê em meio a uma antiga guerra na qual ele é caçado por um grupo de paladinos sedentos de sangue determinados a destruir todos os Jumpers. Com Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane e Tom Hulce. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em Áudio, Jumperstar: A História de David, Animação da Graphic Novel, Pulando pelo Mundo, Jumper de Doug Liman: Revelações, Construindo o Pulo de um Ator, Pulando da Graphic Novel para o Filme, Cenas Excluídas e Pré-visualização: Conceitos do futuro.

“Agonia e Glória”, em DVD duplo

Lee Marvin, em uma rica interpretação, uma das melhores de sua carreira, estrela o filme como um sargento que conduz seu pelotão lutando desde o Norte da África até a Normandia, cruzando toda a Europa. O filme funciona como o diário de combate do esquadrão, mostrando como se lutou, como se suou e sangrou na guerra e, talvez, como foi possível sobreviver a ela. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em áudio, Filme promocional original, Comerciais de rádio, Anatomia de uma cena, Cenas alternativas, A grande glória: reconstruindo "O Sargento da Força 1", Os primeiros a lutar e Homens que fizeram o cinema: Samuel Fuller.

“Boogie Nights”, em DVD

Eddie Adams (Mark Wahlberg) estaria destinado a se tornar apenas mais um estudante fracassado se não caísse nas graças do diretor de filmes adultos Jack Horner (Burt Reynolds). Ele descobre que Adams tem um enorme talento que promete tomar a indústria de filmes pornográficos. Num passe de mágica, o garoto assume uma outra personalidade: ele agora é Dirk Diggler, que alcança a fama rapidamente. Com o estrelato, vêm também as mulheres, as bebidas e as drogas. Afundado na cocaína, Eddie descobrirá que o os holofotes custam mais do que ele jamais imaginou. Dirigido por Paul Thomas Anderson, o elenco conta, ainda, com Julianne Moore, Don Cheadle e Philip Seymour Hoffman. O disco traz o filme com formato de tela letterbox e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Vídeo musical “Try”, de Michael Penn, Cenas Deletadas e Boogie Nights - Menus de Elenco e Equipe.

“Evidências de um Crime”, em DVD

O policial aposentado Tom Carver (Samuel L. Jackson) trabalha, agora, fazendo faxina em cenas de crimes. Em um dos serviços, Tom limpa a luxuosa casa de Ann Norcut (Eva Mendez), onde ocorreu um crime. Porém, no dia seguinte, ele descobre que a dona da casa não sabe que houve um crime lá. A partir desse momento o ex-policial tenta buscar a verdade sobre o caso, metendo-se com uma rede de corrupção da polícia. Seu antigo parceiro, Eddie Lourenzo (Ed Harris) tentara de tudo para que o amigo saia ileso e desista de mexer nessa grande vespeiro. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.


Eventos

Curta Natal 2008

Estão abertas, até 15 de agosto, as inscrições para as Mostras Nordeste, Curta Celular e Videoclipe do Festival Curta Natal, em sua 7ª edição. O festival acontece entre 01 e 06 de setembro, em Natal/RN. Podem ser inscritas obras produzidas a partir de 2006, com até 20 minutos de duração, incluindo os créditos, nos gêneros ficção, documentário, experimental e videoclipe. Não haverá limite de inscrições por participante. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no http://www.curtanatal.com.br/. Mais informações no site, ou, pelo email michelheberton@gmail.com.


FESTIVAL NACIONAL DE VÍDEO IMAGEM EM 5 MINUTOS

Já estão abertas as inscrições para a décima segunda edição do Festival Nacional de Vídeo Imagem em 5 Minutos, que será sediado em Salvador (BA), entre 10 a 15 de novembro. O festival seleciona vídeos concluídos até 16 de dezembro de 2007, com até cinco minutos de duração e temática livre. Os trabalhos selecionados concorrem a cinco prêmios, num valor total de R$ 30 mil. As inscrições para o 12º Festival Nacional de Vídeo Imagem em 5 Minutos podem ser efetuadas até 20 de agosto. Mais informações no endereço http://www.dimas.ba.gov.br/.

Treco-nologia

Subwoofer: Pra que serve isso?

Quando alguém entra em um ambiente de home theater, vê uma profusão de caixas acústicas, que podem variar de duas a oito, dependendo do sistema. Mas, o que intriga o leigo é o subwoofer, uma caixa que fica no chão, em algum canto da sala. Esta é uma caixa específica para tocar o “.1” dos padrões de som digital, que são as freqüências abaixo de 100 Hz (isso pode ser ajustado), e que não são audíveis pelo ouvido humano. Aí, perguntará o nobre leitor, para que serve uma caixa acústica que produz um som que não se ouve? Essas faixas de som, chamadas de subsônicas, não são para serem escutadas, e sim, sentidas. Geralmente, nas cenas de ação, com explosões e tiros, o subwoofer é bastante utilizado, fazendo o espectador entrar – fisicamente – no clima do enredo. O cuidado que se deve ter, exatamente por produzir muita vibração, é posicioná-lo no chão, para evitar prejudicar os outros equipamentos.



Filme da Semana: “Viagem ao Centro da Terra – O Filme”

Viagem ao mundo dos sonhos

Os meus leitores mais jovens irão me perdoar, mas, é impossível falar do lançamento “Viagem ao Centro da Terra – O Filme”, sem ter uma boa dose de nostalgia. É que, para a minha geração – muitas outras, antes da minha – os livros de Júlio Verne, autor da obra que inspirou o filme, eram leitura freqüente e garantia de boa diversão!

Também, pudera, se fizermos um paralelo, Verne equivaleria a juntar Spielberg, George Lucas e Paulo Coelho numa cabeça só. Vivendo na França na segunda metade do século 19, uma época de fervilhante progresso científico e cultural, Verne destacou-se por escrever uma série de livros de aventuras extraordinárias, repletos de detalhes históricos e geográficos apurados, resultado de exaustivos trabalhos de pesquisa em bibliotecas.

Verne publicou mais de 70 livros, traduzidos em 148 línguas, sendo mais conhecidos “Volta ao Mundo em 80 Dias”, “A Ilha Misteriosa”, “Da Terra à Lua”, “Cinco Semanas em um Balão” e “Viagem ao Centro da Terra”, este publicado, pela primeira vez, em 1863. A história virou filme em 1959, estrelado por James Mason, Pat Boone e Arlene Dahl. Apesar de todos os personagens do livro serem homens, no filme foi introduzida uma mulher – afinal, era Hollywood, e era obrigatório um enfoque romântico.

O filme atual não apenas se inspirou no livro, mas, também, o introduziu como personagem. Trevor Anderson (Brendan Fraser) é um cientista que estuda os movimentos das placas tectônicas, sendo ignorado pelos alunos da universidade onde leciona e desprezado pela comunidade científica. Trevor se ressente do desaparecimento do irmão Max (Jean Michel Pare), também cientista, que sumiu misteriosamente durante uma pesquisa de campo na Islândia.

No mesmo dia em que recebe a notícia de que o laboratório do irmão seria fechado, ele recebe a visita do sobrinho, Sean (Josh Hutcherson), de quem precisará cuidar por dez dias, enquanto a cunhada se estabelece no Canadá. Com o garoto, Trevor recebe uma caixa com objetos do irmão, entre os quais, um exemplar do livro “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, repleto de anotações.

Ao estudar estas notas, Trevor descobre que uma anomalia sísmica na Islândia fazia com que as condições geológicas fossem as mesmas de dez anos atrás, ocasião em que Max desaparecera. Decidido a descobrir mais sobre o irmão, Trevor embarca para a Islândia – com o sobrinho a tiracolo, já que este também queria saber sobre o pai.

Quando chegam na Islândia e procuram um cientista cujo nome Max escrevera no livro, descobrem que ele morrera. Assim como Max, este cientista também era um aficionado pela obra de Verne. A filha do cientista, Hannah (Anita Briem) se oferece para guiá-los até o local onde estava a sonda geológica deixada por Max.

A viagem, que tem que ser feita a pé, conduz o trio até uma montanha, onde estava o artefato. Uma tempestade de raios, porém, os prende em uma caverna, e eles são obrigados a penetrar cada vez mais fundo na montanha, procurando uma saída.

A partir daí, cada passo os leva a uma situação de perigo, onde se descobrem percorrendo os mesmos caminhos seguidos por Max e, talvez, pelo personagem de Verne, o explorador Arne Saknussen. Quando, depois de muitas peripécias, o trio chega a uma galeria de dimensões colossais que continha no seu interior um oceano, ilhas, nuvens, e até mesmo luz, gerada por um fenômeno elétrico. Além disso, eles descobrem que ali existe vida naquele mundo paralelo, seres extintos na superfície da Terra milhões de anos atrás.

Para voltar ao seu mundo, os exploradores terão que enfrentar dinossauros, andar sobre rochas flutuantes, navegar em um oceano infestado de peixes voadores, e ainda subir por um vulcão ativo! Conseguirão o seu intento? Claro, isso é Hollywood, mas, o gostoso é ver como cada nó é desatado...

“Viagem ao Centro da Terra – O Filme” recebeu algumas críticas, por ter sido produzido visando a exibição em três dimensões. Para isso é necessário uma sala especial – no Brasil só existem nove delas, em São Paulo, Rio e Florianópolis. Mas, as críticas são injustas, pois o filme funciona com perfeição numa sala tradicional.

É fácil perceber a influência de outros filmes de ação. A corrida nas vagonetes na mina abandonada lembra muito “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. De resto, há várias referências ao filme de 1959, e, obviamente, ao livro de Verne.

O filme é feito para todas as idades. Apesar do clima romântico entre Fraser e Anita Briem, o filme é casto como a versão anterior. O melhor é o ritmo de aventura, que contagia a adultos e crianças. Uma crítica mais valiosa, talvez, do que a que acabaram de ler foi a de um garoto de cerca de oito anos, na saída da sessão, ao ser perguntado pelo pai se gostara do filme. “Não entendi nada – disse ele – mas gostei”. Claquete entendeu, gostou e recomenda.

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