terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Claquete

Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Divididos entre as confraternizações de final de ano, as compras de Natal, e, as férias dos pimpolhos, os olhos se voltam para os cinemas, que atendem adultos, crianças e colunas-do-meio. Nas estréias da semana, o mais esperado é “007 – Cassino Royale” (veja em Filme da Semana), ação, com o novo James Bond, vivido por Daniel Craig. As outras estréias são “Xuxa Gêmeas”, e, a ótima animação “Por Água Abaixo”. Nas continuações, “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, e, a animação “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério, o policial “Os Infiltrados”, de Martin Scorsese, e, “Jesus – A História do Nascimento”, de Catherine Hardwicke. No Moviecom, tem o drama “O Grande Truque”, o nacional “Sonhos e Desejos”, e, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Na sexta-feira e no sábado, acontece a pré-estréia da comédia romântica “O Amor Não Tira Férias”, somente no Cinemark.

Estréia 1: “007 – Cassino Royale”

A primeira missão do agente secreto James Bond (Daniel Craig) o leva a Madagascar. Sua tarefa é espionar o terrorista Mollaka (Sebastien Foucan), mas, nem tudo sai como o planejado. Bond decide espionar por conta própria o restante da célula terrorista, nas Bahamas. Lá, ele conhece Alex Dimitrios (Simon Abkarian), e, sua namorada Solange (Caterina Murino). Alex está envolvido com Le Chiffre (Mads Mikkelsen), o banqueiro de organizações terroristas espalhadas pelo planeta, que pretende conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 envia Bond para jogar contra Le Chiffre, sabendo que, caso Le Chiffre perca a partida, isto desmontará sua organização. Para esta tarefa, Bond terá a companhia da sedutora Vesper Lynd (Eva Green), enviada por M (Judi Dench) para acompanhá-lo na missão. A direção é de Martin Campbell. “007 – Cassino Royale” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 6 e 7 do Moviecom, e, nas Salas 5 e 6 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Estréia 2: “Xuxa Gêmeas”

Duas gêmeas idênticas foram separadas quando ainda eram bebês, já que uma delas saiu engatinhando do carro de luxo dos pais, e, entrou, acidentalmente, no trailer de uma trupe de artistas. Trinta anos depois, Elisabeth (Xuxa) é a presidente do império gráfico do pai, enquanto que sua irmã gêmea, Mel (Xuxa), dirige uma escola de artes cênicas, voltada para uma comunidade carente. A vida delas se cruza quando Elisabeth corta o patrocínio da empresa à escola de Mel, o que faz com que ela vá à empresa para reclamar. A direção é de Jorge Fernando. “Xuxa Gêmeas” estréia nesta sexta-feira, nos Cines 1 e 3 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Censura livre.

Estréia 3: “Por Água Abaixo”

Nova e divertida animação da DreamWorks, contando a história de Roddy, um rato da alta sociedade, que vive em um luxuoso apartamento em Kensington. Quando um rato comum de esgoto, chamado Syd, aparece, quem acaba indo por água abaixo é Roddy, indo bater na agitada Ratópolis. Lá, Roddy encontra Rita, uma ratazana empreendedora que pilota um barco nos esgotos, e, se dispõe a ajudá-lo. Mas, o perverso sapo Toad tem alguns propósitos malignos, e, envia seus dois miseráveis ratos-de-confiança, Spike e Whitey, para fazer o trabalho. Quando eles falham, Toad manda chamar seu primo francês, o temido mercenário, Le Frog. No filme todo é utilizada a técnica claymotion (animação de massinhas). “Por Água Abaixo” estréia nessa sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom, e, nas Salas 2 e 3 do Cinemark. Censura livre. Cópias dubladas.

Pré-Estréia: “O Amor Não Tira Férias”

Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) são duas mulheres que vivem distantes uma da outra, uma nos Estados Unidos, outra na Inglaterra. Mas, as duas têm estão cansadas de suas vidas, e, precisam desesperadamente dar uma renovada. Conhecendo-se na Internet, resolvem trocar de casas durante os feriados natalinos. É nessa troca que elas descobrem que uma mudança de endereço realmente pode mudar as suas vidas. A diretora Nancy Meyers reuniu um elenco de peso, com Jude Law, Jack Black, Edward Burns e Rufus Sewell. "O Amor Não Tira Férias” terá pré-estréia neste sábado e domingo, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.


Cineclube Natal exibe “Limite”

O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 17, o filme “Limite”, de Mário Peixoto. Este filme, de 1931, foi o único, porém, surpreendente, longa-metragem do genial cineasta. Será exibido, também, o curta-metragem “O Obsessor”, de Felipe Cataldo. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia, e, sorteio de brindes. Os ingressos custam R$ 2,00.

Filmes para ver antes de morrer

Chegou às bancas de jornais o livro “300 filmes para ver antes de morrer”. A publicação é muito interessante, e, como diz o título, explora os 300 filmes que, na opinião dos autores, destacaram-se na história do cinema. E, para cada um, dizem o porquê. Certamente, a seleção do leitor será diferente da minha, que é diferente do livro, mas, o que importa é que o cinéfilo tem, à disposição, uma antologia de cinema interessante, publicada com ótima qualidade. Por vinte pilas, vale à pena dar uma conferida.



Filme da semana: “007 – Cassino Royale”

A primeira missão a gente nunca esquece...

Bond, James Bond. Este chavão, que se tornou a marca registrada do espião mais famoso do cinema, será repetido mais uma vez, na mais recente produção sobre 007. Contudo, “007 – Cassino Royale” promete ser diferente de tudo que já foi mostrado sobre Bond, nos vinte filmes da lista oficial. Curiosamente, este Bond, literalmente, novinho em folha, está muito mais próximo do personagem criado pelo escritor Ian Fleming do que os protagonistas dos filmes anteriores.

“Cassino Royale” é o primeiro livro com o personagem James Bond, escrito pelo escritor e jornalista inglês Sir Ian Lancaster Fleming em 1952. A história é baseada nas próprias experiências do autor, que foi correspondente durante a Segunda Guerra Mundial, ingressando, depois, no Serviço de Inteligência da Marinha britânica.

Este foi o único livro, dos 14 com o personagem James Bond, que o produtor Harry Saltzman não obteve os direitos de adaptação para o cinema, em 1961. Isto fez com que ele fosse adaptado por outros produtores em 1967, estrelado por David Niven. Só agora, após muitos acordos, é que pode ser realizado pelos produtores da série oficial.

Após tanto tempo, era chegado o momento de inovar. Mesmo tendo passado por cinco atores diferentes, Sean Connery, George Lazemby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan, James Bond parecia estar se tornando, cada vez mais, um mero operador de geringonças eletrônicas. A mudança não poderia ser mais radical, a começar pelo ator escolhido, Daniel Craig. “Louro, feio e musculoso”, apregoam os insatisfeitos, indiferentes à longa carreira do ator, mais apegados a um padrão definido pelos filmes mais recentes do espião.

O Bond de Craig, na verdade, é muito mais parecido com o Bond dos livros, principalmente com o de “Cassino Royale”, o primeiro de todos. Em sua primeira missão, James Bond tem que suar, para merecer o duplo zero, que dá permissão para matar. Como nos livros, as armas mais valiosas deste novo Bond serão a sua inteligência, coragem e habilidades, qualidades desejadas para um super-espião.

A sua primeira missão de Bond leva-o a Madagascar, com o objetivo de espionar um terrorista, Mollaka (Sebastien Foucan). Mas, nem tudo corre como planejado, e, em vez de obedecer às ordens de M (Judi Dench), ele resolve investigar por conta própria, e, capturar o resto da célula terrorista.

Seguindo uma pista até as Bahamas, ele conhece Dimitrios (Simon Abkarian) e sua namorada, Solange (Caterina Murino). Lá, ele descobre que Dimitrios está envolvido com Le Chiffre (Mads Mikkelsen), banqueiro de organizações terroristas do mundo todo. A Inteligência do Serviço Secreto revela que Le Chiffre planeja conseguir dinheiro em um jogo de pôquer milionário em Montenegro, no Cassino Royale. O MI6 designa 007 para jogar contra ele, sabendo que se Le Chiffre perder, destruirá sua organização.

M envia Bond sob os olhos atentos da sedutora Vesper Lynd (Eva Green). Incrédulo a princípio quanto à possível contribuição que Vesper poderia prestar, o interesse de Bond por ela aumenta depois que eles sobrevivem, juntos, a muitos perigos, e, até à tortura, nas mãos de Le Chiffre. Em Montenegro, Bond se associa a Mathis (Giancarlo Giannini), um agente de campo local do MI6, e, Felix Leiter (Jeffrey Wright), representante dos interesses da CIA. O jogo prossegue como uma maratona de golpes baixos e agressões, em que está em jogo o próprio sangue, até chegar a um clímax apavorante.

Se o espectador irá encontrar um Bond que resolve as coisas “no braço”, poderá se surpreender com os traços mais humanos, do agente. Por sua vez, a Bond-girl de Eva Green a invés de imitar as figurantes exóticas dos outros filmes, será alguém que irá influenciar o caráter e o comportamento do futuro 007. Algumas heresias serão observadas pelos fãs, como não dar importância ao jeito de preparar o martini. O “batido, não mexido” foi substituído por “eu lá dou importância a isso?”...

Os fãs do personagem poderão matar a saudade dos filmes anteriores com o relançamento em luxuosas edições em DVD, dos vinte filmes da série. Os filmes podem ser adquiridos na coleção completa, com uma bonita (e cara) maleta, em packs de quatro filmes, ou isoladamente, todos em edição dupla, com formato de tela widescreen anamórfico, som remasterizado e diversos extras. Rever estes filmes, certamente ajudará as novas gerações a entender a magia do personagem, que, de tão famoso, virou até sinônimo de pasta de executivo (para quem não sabe o porquê, assista “Moscou Contra 007”).

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