sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Claquete – 28 de dezembro de 2007


Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz


Chegamos ao final de mais um ano, que é um momento interessante para cada um fazer o seu balanço de ganhos e perdas, e fazer o seu planejamento para o ano que chega. As estréias no cinema são tímidas, pois é difícil competir com as festividades tradicionais. As novidades são o drama “P.S.: Eu Te Amo”, com Hillary Swank, e o suspense “P2 – Sem Saída” (só no Cinemark, a partir do dia 01). Continuam em cartaz “O Amor nos Tempos do Cólera”, baseado no livro de Garcia Márquez, a fantasia “A Bússola de Ouro”, os nacionais “Os Porralokinhas”, com uma nova aventura do Tio Maneco e “Xuxa em Sonho de Menina”, o policial “Justiça a Qualquer Preço”, com Richard Gere, a fantasia “Encantada”, da Disney, a animação “Bee Movie – A História de uma Abelha” e a fantasia “A Lenda de Beowulf”. Nas programações exclusivas, o Cinemark mantém a comédia romântica “Antes Só do Que Mal Casado”, com Ben Stiller, e, na Sessão Cult, “Transilvânia”, enquanto o Moviecom programou o suspense “30 Dias de Noite”. Na segunda-feira, véspera de Ano Novo, os cinemas fecharão mais cedo.

Estréia 1: “P. S. Eu Te Amo”

Holly Kennedy (Hillary Swank) é uma jovem bonita, feliz e realizada. Casou-se com o homem de sua vida, o divertido e apaixonado Gerry (Gerard Butler). Mas, este é acometido por uma doença grave e morre, deixando Holly em estado de choque. Antes de falecer, Gerry deixou para a esposa uma série de cartas. Mensagens que surgem de forma surpreendente, sempre assinadas da mesma forma: "P.S. I Love You". A mãe de Holly (Kathy Bates) e as melhores amigas dela, Sharon (Gina Gershom) e Denise (Lisa Kundrow), estão preocupadas porque as cartas mantêm a jovem presa ao passado. Mas, o fato é que as mensagens estão ajudando a aliviar sua dor e a guiá-la a uma nova vida cheia de descobertas. A direção é de Richard LaGravenese. “P. S. Te Amo” estréia na terça-feira, no Cine 3 do Moviecom e Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “P2 – Sem Saída”

Uma executiva em busca de uma promoção fica presa no trabalho na véspera do Natal. É quando ela descobre ser o alvo de um segurança enlouquecido. Sozinha, ela precisa usar todas as suas forças, físicas e mentais, para sobreviver. Com direção de Franck Khalfoun e Wes Bentley, Rachel Nichols e Miranda Edwards no elenco, “P2 – Sem Saída” estréia na próxima terça-feira, dia 01, na Sala 4 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.

Sessão Cult: “Transilvânia”

Zingarina (Asia Argento) é uma mulher grávida que viaja com a amiga Marie (Amira Casar) rumo à Transilvânia, na Romênia. Ela está à procura do homem que ama, Milan (Marco Castoldi), que conheceu na França, mas, que foi embora sem qualquer explicação. Ao reencontrá-lo, Milan rejeita Zingarina. Sua vida apenas melhora quando ela conhece Tchangalo (Biron Ünel), um homem solitário que, assim como ela, é livre. Produção francesa, dirigida por Tony Gatlif. A partir desta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 14 anos.


Lançamentos em DVD

“O Homem Que Caiu na Terra”, em DVD


Um alienígena (David Bowie) vem para a Terra e adota o disfarce de um homem de negócios chamado Thomas Jerome Newton. A sua missão é encontrar água para o seu planeta que está morrendo. Ele utiliza a tecnologia avançada que traz consigo para ganhar bilhões de dólares, que serão necessários para construir a espaçonave que irá levá-lo de volta para casa junto com a água. Mas o gentil Newton não está preparado para a ganância e a crueldade de seus novos colegas de negócios e rivais e logo descobre que a missão será muito mais difícil do que ele havia imaginado. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1. Como extras, “Observando o alienígena”, “Sonhando com o lar”, Trailers do filme, Filmografias e Galeria de fotos.

“A Mosca da Cabeça Branca”, em DVD

Um brilhante cientista torna-se obcecado com o aperfeiçoamento de um aparelho que pode realizar a transmissão de matéria de um lugar para outro. Tendo sucesso em seu primeiro teste, ele faz um teste utilizando uma cobaia humana, ele mesmo. Mas, acidentalmente, uma mosca comum se envolve no seu experimento, e quando o teste termina, ambas as criaturas foram extraordinariamente modificadas. Um resultado de dar calafrios. Este clássico de 1958, dirigido por Kurt Neumann e estrelado por Vincent Price, teria uma refilmagem nos anos 80, “A Mosca”. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, trailers de cinema.

“Vira-Lata”, em DVD


Depois de um acidente no misterioso laboratório do cientista maníaco, Dr. Simon Barsinister (Peter Dinklage), um beagle comum inesperadamente adquire poderes inigualáveis e a capacidade de falar. Vestido com um bonito traje de super-herói, o Vira-Lata (com a voz de Jason Lee) promete proteger os cidadãos em perigo de Capitol City e, em especial, uma bela cocker spaniel chamada Polly Purebread. Quando o sinistro plano de Barsinister e de seu guarda-costas Cad ameaça destruir Capitol City, só o Vira-Lata poderá salvar a cidade. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1., e, como extras, videoclipe e cenas inéditas. Nas locadoras.


Especial: Retrospectiva 2007

O ano de 2007 foi pródigo em filmes, como todos os outros, mas, a marca que ficou mais forte foi a do hardware, ou seja, dos equipamentos para se assistir filmes e outros produtos. No início de dezembro foi inaugurada a TV Digital brasileira, por enquanto, só em São Paulo. Cercada de indefinições técnicas e de muita controvérsia sobre os padrões adotados, a nova TV só deverá chegar a Natal no final de 2008 ou meados de 2009. Até lá, esperamos que o preço dos conversores tenha baixado aos níveis prometidos pelos políticos.



Mas, bem mais próximo da nossa realidade estão as TVs de tela fina, grandes estrelas do comércio de final de ano. A dúvida, entre o plasma e LCD continua, com defensores de uma tecnologia e da outra, mas, o consumidor deve analisar os seus hábitos antes de meter a mão no bolso. Eu mesmo, grande defensor do LCD, optei por um plasma, considerando que ainda é o melhor custo x benefício, adequado para as fontes de imagem que temos agora, o DVD e as TVs por assinatura.



A briga corre feia entre o Blue-Ray e HD-DVD, os candidatos a sucessores do DVD em alta definição, cada um com poderosas indústrias a suportá-los. Nessa indefinição, perdem todos, pois os usuários preferem ver quem vai ganhar, para não correr o risco de ficar com um elefante branco na mão, a exemplo do que ocorreu com o videocassete, com a disputa entre os padrões VHS e Betamax. Na falta de uma escala de mercado, os preços continuam altos, com os equipamentos entre três e quatro mil reais, e discos na faixa de cem reais. Como disse, é briga para cachorro grande.



No mercado de DVDs, a luta inglória contra a pirataria está levando ao encerramento de atividades muitas locadoras, principalmente as menores. Quando se paga impostos, aluguel e direitos trabalhistas, fica difícil competir com o camelô que vende a cópia pirata mais barato do que a locação de um disco legal. Mesmo assim, as distribuidoras continuam lançando os DVDs com preços altos, acima de cem reais para as locadoras.



Em nossa cidade, um grupo que começou tímido, mas, que vem ganhando força e visibilidade é o Cineclube Natal, que fez mais de cem apresentações de filmes que dificilmente estão disponíveis para o grande público, tanto no Teatro da Cultura Popular (TCP), como nos projetos Cine Café e Cinema & Literatura. A cidade de Mossoró também ganhou um Cineclube, que espero que tenha igual êxito. Quem quiser saber mais sobre os dois cineclubes, pode acessar as páginas http://www.cineclubenatal.blogspot.com/ e http://www.cineclubemossoro.blogspot.com/.



Um outro marco histórico para a cidade de Natal foi a edição de 20 anos do Festival de Cinema de Natal, o FestNatal. Participando, como jurado, pela primeira vez, a convite de Valério Andrade, foi que pude ter idéia da dimensão e complexidade de um evento deste porte. Calouro ao lado de nomes consagrados, como Durval Garcia, Miguel Borges, Dejean Pellegrin, Arnóbio Fernandes, Milton Alencar Jr, tive direito a voto com igual valor, o que mostra a seriedade e a lisura do evento. Ganhou, como Melhor Filme da Mostra Competitiva, “Terra de Deus”, de Iberê Cavalcanti. O prêmio de Melhor Ator foi para Antonio Fagundes e o de Atriz para Patrícia Pillar. O Melhor Diretor foi José Joffily, com “Achados e Perdidos”.



Bem, Newton, dirão os meus queridos e pacientes leitores, ta tudo muito bom, mas, e os filmes? Cadê a retrospectiva? Calma, meus caros. Apesar de 2007 não ter sido uma safra de filmes excepcionais, foi um bom terreno para os “três”. Nessa de terceira seqüência, tivemos “Homem-Aranha 3”, “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo”, “13 Homens e um Novo Segredo”, “Shrek Terceiro” e “Ultimato Bourne”. Destes, o terceiro episódio do Bourne foi o melhor, pois, além de manter a coerência com os filmes anteriores, manteve também o mesmo padrão de qualidade de produção e interesse do espectador.



Outras continuações chegaram ao mercado, como o esperado “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, cujo lançamento foi quase simultâneo com o sétimo e último livro da série do bruxinho, e, “Duro de Matar 4.0”, com Bruce Willis se divertindo à beça como o policial durão John McClane dando porradas em ciberterroristas.



O mundo dos efeitos especiais esteve presente em muitos filmes, mas, foi quase a totalidade em “300”, de Zack Snyder, baseado em graphic novel de Frank Miller. Entre as centenas de “tanquinhos” digitais, estava Rodrigo Santoro, numa versão punk do rei Xerxes. “Transformers”, de Michael Bay, também foi pródiga, com 99 cenas de transformações dos robôs em guerra.



A criançada foi agraciada com vários filmes, mas, o mais cativante foi “Ratatouille”, da Pixar/Disney, com a inverossímil, mas, deliciosa história do ratinho apaixonado pela culinária, que firma uma parceria com o atrapalhado ajudante de um restaurante, que não sabe cozinhar. Uma animação politicamente incorreta, mas, igualmente divertida foi “Os Simpsons – O Filme”, que manteve o mesmo tom anarquista da série da TV, e que agrada a muitos adultos.



Entre as produções que merecem destaque, estão o alemão “Perfume – A História de um Assassino”, “Cartas Para Iwo Jima”, de Clint Eastwood, e, “Um Crime de Mestre”, com Anthony Hopkins. Tivemos, também, muitas porcarias no mercado. Só para citar uma, o péssimo “Turistas”, não só por mostrar coisas absurdas acontecidas no Brasil, mas, por ser mesmo muito mal feito.



Mas, e o cinema nacional? Não há dúvidas quanto ao filme do ano, “Tropa de Elite”, estrelado por Wagner Moura, que, mesmo tendo sido pirateado antes de ser lançado nos cinemas, obteve uma repercussão enorme. O personagem capitão Nascimento virou um ídolo pop, com centenas de referencias no Orkut, e as expressões “traz o saco”, e “zero-dois” ficaram presentes no linguajar da garotada.



Outros títulos dividiram opiniões, como “A Grande Família”, que apesar de ter a maior bilheteria entre os nacionais, teve críticas, o incômodo “Cheiro do Ralo”, e o baianíssimo “Ó Paí, Ó”. Uma boa surpresa foi “Saneamento Básico – O Filme”, que uniu um roteiro inteligente com ótimas performances de Fernanda Torres, Paulo José, Lázaro Ramos, Wagner Moura e Camila Pitanga.



É possível que os filmes citados aqui não tenham sido os preferidos de muitos leitores, mas, isto é perfeitamente compreensível. Cinema é feito para os espectadores e não para técnicos, e as pessoas julgam com a sua percepção, que é influenciada pelo gosto pessoal e, até mesmo, pela história de vida de cada um. Desconfie de qualquer lista de “100 Melhores”, pois aquilo só reflete a opinião de quem a escreveu.



E assim, esperando ter cumprido, a contento, aquilo que os meus leitores esperam de mim, desejo a todos um maravilhoso Ano Novo, repleto de realizações, paz e amor, não necessariamente nesta ordem. Feliz 2008!

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