Newton Ramalho - claquete@interjato.com.br
O que está em cartaz
Neste final de semana, mais importante do que comprar um presente caro, que tal dar o presente que os pais mais querem, os filhos ao seu lado. Para isso, porque não conferir algumas estréias com ele? De novidade, tem a comédia “Click”, com Adam Sandler e Kate Beckinsale, e, “Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio”. Nas continuações, “Zuzu Angel”, com Patrícia Pillar e Daniel de Oliveira, baseado em personagens reais, vítimas da ditadura militar, “O Sentinela”, ação, com Michael Douglas, Kim Basinger e Kiefer Sutherland, “Assombração, suspense sino-tailandês, “Bandidas”, faroeste puxado para comédia, estrelado pelas belas latinas Salma Hayek e Penélope Cruz, “Sorte no Amor”, comédia romântica estrelada por Lindsay Lohan e Chris Pine (ambos no Moviecom), a aventura “Piratas do Caribe – O Baú da Morte”, com Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley, “Superman – O Retorno”, as animações “Os Sem-Floresta”, a mais recente produção da Dreamworks, e, “Carros”, da Pixar.
Estréia 1: “Click”
Michael Newman (Adam Sandler), casado com Donna (Kate Beckinsale), é pai de Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann). Michael tem tido dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em que trabalha, no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia, exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os aparelhos eletrônicos de sua casa. Em uma loja meio estranha, ele encontra um funcionário mais estranho ainda, chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá um controle remoto experimental que irá mudar sua vida. Michael aceita a oferta, e, fica satisfeito, já que controla todos os aparelhos. Porém, Michael logo descobre que o controle tem ainda outras funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro, e, até adiantar os fatos de sua própria vida. “Click” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom, e, na Sala 6 do Cinemark. Censura livre.
Estréia 2: “Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio”
Sean Boswell (Lucas Black) é um adolescente superficial e infeliz, que usa as corridas de rua como válvula de escape. Seu envolvimento irresponsável nas corridas fez com que Sean tivesse problemas com a polícia anteriormente. Após bater com o carro, e, para evitar a prisão, Sean é enviado para Tóquio, onde passa a morar com seu pai (Brian Goodman). Em sua nova cidade, Sean fica inteiramente deslocado até conhecer Twinkie (Bow Wow), que lhe apresenta as corridas de drift. O drift é uma mistura de derrapagem e velocidade, que corre em circuitos bastante perigosos. Sean logo se empolga com a novidade, o que faz com que se envolva com os corredores locais. “Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.
“O Coronel e o Lobisomem”, em DVD
Ponciano de Azeredo Furtado (Diogo Vilela) é um coronel da Guarda Nacional, e, fazendeiro por herança, que luta contra seu irmão de criação Pernambuco Nogueira (Selton Mello) para manter as terras da Fazenda Sobradinho, e, conquistar o coração de sua prima Esmeraldina (Ana Paula Arósio). Para vencer esta batalha, Ponciano precisa enfrentar feras, agiotas e ladrões, além de se envolver com a vida boêmia da cidade, e, ainda, espantar assombrações. Baseado na obra de José Cândido de Carvalho. Nas locadoras.
“Capote”, em DVD
Em novembro de 1959, o chocante assassinato de uma família em Kansas prende a atenção de Truman Capote (Philip Seymour Hoffman). Mas, quando começa sua investigação e ele cria um vínculo com os assassinos, sua vida começa a mudar. Notável interpretação de Hoffman, que reviveu o polêmico jornalista, e, sua relação com os personagens do caso. Além do formato de tela em widescreen anamórfico, o disco traz áudio em Dolby Digital 5.1 (Inglês e português), e, como extras, comentários Philip Seymour Hoffman, do diretor Benett Miller, e, do roteirista Dan Futterman, os documentários “Especiais: Orações Atendidas”, Making Of partes 1 e 2, e, trailers de cinema. Nas locadoras.
Filme da Semana: “Lua de Fel”
Viagem ao fundo do poço
O cinema, desde os seus princípios, tem sido utilizado para que os homens olhem para si próprios, através de seus relacionamentos. Nem sempre os resultados conseguem ultrapassar a linha da pura chatice, mas, algumas pérolas conseguem sobressair, pela ousadia e coragem ao devassar o que se esconde na intimidade das pessoas. Um bom exemplo disso é o filme de Roman Polanski, “Lua de Fel”, de 1992.
A história do filme gira em torno de dois casais, cujos caminhos o Destino se encarregará de cruzar, rumo a um desfecho totalmente inusitado. O encontro se dá em alto-mar, a bordo de um luxuoso transatlântico, em pleno cruzeiro no Mediterrâneo.
Nigel (Hugh Grant) e Fiona (Kristin Scott Thomas) são um casal de ingleses que viaja em comemoração ao sétimo aniversário de casamento. Casal tradicional, os dois são partícipes de uma relação rotineira, sem paixão, sem filhos, e, talvez, até sem futuro. Nigel, marido fiel e bem comportado, sente na pele as crises da meia-idade e da própria chatice do casamento. Sua atenção é despertada, de imediato, quando ele conhece Mimi (Emmanuelle Seigner), uma bonita e provocante francesa, esposa de Oscar (Peter Coyote), um americano paraplégico.
Percebendo, de imediato, a atração que Mimi exerce sobre Nigel, Oscar começa a provoca-lo, contando fatos de sua vida ao lado da francesa, oferecendo-a como prêmio, para espanto do inglês.
Embora chocado com o jeito escrachado do americano, que fala abertamente do que fazia com a sua parceira, Nigel é atraído pela sensualidade dos relatos, tanto quanto pela própria Mimi. Aos poucos, vai conhecendo a relação de amor e ódio que existe entre Oscar e Mimi, enquanto é envolvido pelo poder sedutor do narrador.
O problema é que Fiona percebe o quanto o marido está preso à teia de sedução do estranho casal, e, embora sem entender o alcance do que acontece, sente ciúmes pelo que considera uma traição anunciada. O desfecho caminha para tragédia, já que a sedução alcança níveis que não deveria ser ultrapassados. Ponto. Para saber mais, assista ao filme.
Embora os casais sejam apresentados como diametralmente opostos, na verdade, é como se fossem as duas faces de uma moeda, cara e coroa, intimamente ligadas. Todo casal, na realidade, é (ou, deveria ser) a mistura do casal equilibrado, como Nigel e Fiona, mesclado com a sensualidade e as fantasias de Mimi e Oscar. Para isso, precisam vencer a apatia e frieza do casal inglês, sem se deixar arrastar pela busca do prazer ilimitado, sempre querendo ultrapassar novos limites da sexualidade.
Além da temática fascinante, este filme de Roman Polanski traz uma fotografia perfeita, aliada ao elenco impecável, e, à maravilhosa trilha sonora assinada por Vangelis. Só Kristin Scott Thomas voltaria a brilhar, novamente, no premiado “O Paciente Inglês”, que lhe renderia uma indicação ao Oscar.
Vendido em bancas promocionais, o DVD de “Lua de Fel” vem numa edição pobre, com som em inglês 2.0 e legendas em português, mas, ao menos, foi preservado o formato de tela widescreen anamórfico, um alívio para os amantes do bom cinema. Nos extras, apenas algumas notas sobre o elenco e ficha técnica.
Este filme deveria ser uma leitura obrigatória para todos os casais, como referência para discutir a sua própria relação, evitando as armadilhas que a rotina, ou, a banalidade do sexo podem acarretar. Fica a sugestão.
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