Newton Ramalho
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Especial: Os nomes do
som
Sempre que pensamos em cinema e
vídeo, o que nos vem à mente são as telas maravilhosas que cada dia ficam
maiores e com resoluções surpreendentes. Contudo, um aspecto pouco lembrado
desta indústria é o som – que evoluiu de forma surpreendente nos últimos trinta
anos.
A primeira exibição oficial de
cinema ocorreu em Paris, em 28 de dezembro de 1895, onde os espectadores
ficavam fascinados com aquelas grosseiras imagens em preto e branco – mas dotadas
de movimento! Em pouco tempo a filmagem e exibição alcançavam níveis
fantásticos com ótimas resoluções, ainda em preto e branco. Tudo, porém, era
mudo, e para complementar a exibição, músicos de carne e osso tocavam, muitas
vezes de improviso, acompanhando o movimento na tela.
O primeiro filme falado do mundo
só apareceu em seis de outubro de 1927, com “O Cantor de Jazz”. A novidade foi
surpreendente, e promoveu uma verdadeira revolução na indústria, já que obrigou
uma profunda modificação nas instalações de exibição, além de exigir um novo
tipo de ator – com voz.
Embora a televisão tenha surgido
nesta época, com as primeiras transmissões no final dos anos 1920, ainda teria
um longo caminho a percorrer. A resolução era ruim, as telas eram minúsculas, e
os aparelhos absurdamente caros. A verdadeira expansão só aconteceu após a
Segunda Grande Guerra, com as transmissões em preto e branco, e posteriormente,
em cores.
O Brasil, apesar de ter sido um
dos primeiros países a adotar a novidade – graças à loucura de Assis Chateaubriand
– só alcançaria um bom nível de qualidade de imagem e conteúdo no início da
década de 1970.
Durante décadas, o som da TV
vinha de um único alto falante, e a qualidade dependia muito da origem do
conteúdo, variando de um zumbido constante a um som cristalino – mas, monofônico.
Isso persistiu com a televisão em cores, e mesmo com o advento do videocassete,
no início da década de 1980.
A primeira grande mudança viria com
o videocassete estéreo, na década seguinte. Eu mesmo gastei um bom dinheiro
comprando o videocassete e um televisor estéreo. Claro que mesmo juntando tudo,
e mais uma fita original, ainda assim era difícil distinguir alguma coisa que
encantasse os ouvidos.
O passo seguinte foram os
primeiros home theaters que surgiram no mercado. Estes novos aparelhos, que
consistiam em um amplificador, cinco caixas acústicas e mais um subwoofer, pela
primeira vez traziam um arremedo do que seria o som do cinema. E com ele surgiu
o primeiro padrão de som, Dolby Prologic.
Graças ao equipamento, era possível
escutar um vídeo estéreo de uma forma harmoniosa, com o som dos diálogos
concentrados na caixa central, as outras caixas distribuindo os sons
ambientais, e os graves direcionados para o subwoofer.
Minha experiência nesta época
foi com um conjunto Pioneer, que vinha tudo em uma caixa. Logo que instalei,
achei o som fantástico. Posteriormente, fui substituindo as caixas acústicas do
conjunto por outras melhores, da marca JBL, e a mudança foi surpreendente.
Acreditem, a qualidade nestes casos é proporcional ao preço.
Com o advento do DVD, um novo
panorama surgiu. Com o disco, tudo era digital, e assim como o CD fizera com o
vinil, logo o videocassete foi superado. Mesmo com o meu sistema Dolby
Prologic, o som era fantástico. Quando consegui trocar o receiver por um
apropriado, o resultado foi impressionante.
O DVD inicialmente veio com
vários padrões de som, a depender do fabricante. Mas, logo dois padrões se
impuseram no mercado: Dolby Digital ou AC-3, dos Laboratórios Dolby, e DTS, da
Digital Theater System, que teve Steven Spielberg como um dos investidores
iniciais. Ambos decodificavam o som do DVD em cinco canais mais um do subwoofer
(por isso o 5.1). O Dolby Digital tornou-se praticamente o padrão da indústria,
enquanto o DTS, mais sofisticado, era utilizado em filmes com efeitos sonoros
mais delicados.
A longa briga que atrapalhou o
lançamento do sucessor do DVD, entre o Blu-Ray e o HD-DVD também prejudicou os
novos sistemas de som. Apesar da vitória do Blu-Ray, o sucesso não foi tão
impressionante como no lançamento do DVD. Apesar de uma resolução muito maior,
as diferenças de som e imagem não eram tão perceptíveis, quanto fora do VHS
para o DVD.
Os novos televisores atendem a
questão da resolução de imagem (e até superam, pois as TVs 4K tem uma resolução
quatro vezes maior que a de um Blu-Ray). Contudo, os novos padrões de som
parecem ser uma continuidade do que era usado com o DVD. A Dolby lançou o Dolby
True HD e a DTS o DTS-HD MA. Ambos podem utilizar até 7.1 canais. Mas, sabem
qual é o padrão que está onipresente em todos os discos? O bom e velho Dolby
Digital 5.1.
Atualmente a maior oferta de
filmes é feita através da internet, seja por serviços como Netflix, Youtube ou
pelo clássico download. A maioria deles também utiliza o padrão Dolby Digital
5.1.
Uma coisa que confunde alguns é
o padrão THX. Este padrão, criado por George Lucas, não é um concorrente da
Dolby ou DTS. THX é, na verde, um conjunto de parâmetros que permite fazer um
perfeito balanceamento do som dos filmes, seja no cinema ou em casa.
Em resumo, embora seja possível
assistir filmes em casa com uma qualidade de som equivalente a uma sala de
cinema, é preciso ponderar o investimento que se quer fazer, e aquilo que
realmente vamos conseguir. Gosto de brincar que para perceber as diferenças de
som e imagem hoje em dia é preciso ter olhos de águia e ouvidos de cachorro.
Qual é a sua opção?
Sempre que pensamos em cinema e
vídeo, o que nos vem à mente são as telas maravilhosas que cada dia ficam
maiores e com resoluções surpreendentes. Contudo, um aspecto pouco lembrado
desta indústria é o som – que evoluiu de forma surpreendente nos últimos trinta
anos.
A primeira exibição oficial de
cinema ocorreu em Paris, em 28 de dezembro de 1895, onde os espectadores
ficavam fascinados com aquelas grosseiras imagens em preto e branco – mas dotadas
de movimento! Em pouco tempo a filmagem e exibição alcançavam níveis
fantásticos com ótimas resoluções, ainda em preto e branco. Tudo, porém, era
mudo, e para complementar a exibição, músicos de carne e osso tocavam, muitas
vezes de improviso, acompanhando o movimento na tela.
O primeiro filme falado do mundo
só apareceu em seis de outubro de 1927, com “O Cantor de Jazz”. A novidade foi
surpreendente, e promoveu uma verdadeira revolução na indústria, já que obrigou
uma profunda modificação nas instalações de exibição, além de exigir um novo
tipo de ator – com voz.
Embora a televisão tenha surgido
nesta época, com as primeiras transmissões no final dos anos 1920, ainda teria
um longo caminho a percorrer. A resolução era ruim, as telas eram minúsculas, e
os aparelhos absurdamente caros. A verdadeira expansão só aconteceu após a
Segunda Grande Guerra, com as transmissões em preto e branco, e posteriormente,
em cores.
O Brasil, apesar de ter sido um
dos primeiros países a adotar a novidade – graças à loucura de Assis Chateaubriand
– só alcançaria um bom nível de qualidade de imagem e conteúdo no início da
década de 1970.
Durante décadas, o som da TV
vinha de um único alto falante, e a qualidade dependia muito da origem do
conteúdo, variando de um zumbido constante a um som cristalino – mas, monofônico.
Isso persistiu com a televisão em cores, e mesmo com o advento do videocassete,
no início da década de 1980.
A primeira grande mudança viria com
o videocassete estéreo, na década seguinte. Eu mesmo gastei um bom dinheiro
comprando o videocassete e um televisor estéreo. Claro que mesmo juntando tudo,
e mais uma fita original, ainda assim era difícil distinguir alguma coisa que
encantasse os ouvidos.
O passo seguinte foram os
primeiros home theaters que surgiram no mercado. Estes novos aparelhos, que
consistiam em um amplificador, cinco caixas acústicas e mais um subwoofer, pela
primeira vez traziam um arremedo do que seria o som do cinema. E com ele surgiu
o primeiro padrão de som, Dolby Prologic.
Graças ao equipamento, era possível
escutar um vídeo estéreo de uma forma harmoniosa, com o som dos diálogos
concentrados na caixa central, as outras caixas distribuindo os sons
ambientais, e os graves direcionados para o subwoofer.
Minha experiência nesta época
foi com um conjunto Pioneer, que vinha tudo em uma caixa. Logo que instalei,
achei o som fantástico. Posteriormente, fui substituindo as caixas acústicas do
conjunto por outras melhores, da marca JBL, e a mudança foi surpreendente.
Acreditem, a qualidade nestes casos é proporcional ao preço.
Com o advento do DVD, um novo
panorama surgiu. Com o disco, tudo era digital, e assim como o CD fizera com o
vinil, logo o videocassete foi superado. Mesmo com o meu sistema Dolby
Prologic, o som era fantástico. Quando consegui trocar o receiver por um
apropriado, o resultado foi impressionante.
O DVD inicialmente veio com
vários padrões de som, a depender do fabricante. Mas, logo dois padrões se
impuseram no mercado: Dolby Digital ou AC-3, dos Laboratórios Dolby, e DTS, da
Digital Theater System, que teve Steven Spielberg como um dos investidores
iniciais. Ambos decodificavam o som do DVD em cinco canais mais um do subwoofer
(por isso o 5.1). O Dolby Digital tornou-se praticamente o padrão da indústria,
enquanto o DTS, mais sofisticado, era utilizado em filmes com efeitos sonoros
mais delicados.
A longa briga que atrapalhou o
lançamento do sucessor do DVD, entre o Blu-Ray e o HD-DVD também prejudicou os
novos sistemas de som. Apesar da vitória do Blu-Ray, o sucesso não foi tão
impressionante como no lançamento do DVD. Apesar de uma resolução muito maior,
as diferenças de som e imagem não eram tão perceptíveis, quanto fora do VHS
para o DVD.
Os novos televisores atendem a
questão da resolução de imagem (e até superam, pois as TVs 4K tem uma resolução
quatro vezes maior que a de um Blu-Ray). Contudo, os novos padrões de som
parecem ser uma continuidade do que era usado com o DVD. A Dolby lançou o Dolby
True HD e a DTS o DTS-HD MA. Ambos podem utilizar até 7.1 canais. Mas, sabem
qual é o padrão que está onipresente em todos os discos? O bom e velho Dolby
Digital 5.1.
Atualmente a maior oferta de
filmes é feita através da internet, seja por serviços como Netflix, Youtube ou
pelo clássico download. A maioria deles também utiliza o padrão Dolby Digital
5.1.
Uma coisa que confunde alguns é
o padrão THX. Este padrão, criado por George Lucas, não é um concorrente da
Dolby ou DTS. THX é, na verde, um conjunto de parâmetros que permite fazer um
perfeito balanceamento do som dos filmes, seja no cinema ou em casa.
Em resumo, embora seja possível
assistir filmes em casa com uma qualidade de som equivalente a uma sala de
cinema, é preciso ponderar o investimento que se quer fazer, e aquilo que
realmente vamos conseguir. Gosto de brincar que para perceber as diferenças de
som e imagem hoje em dia é preciso ter olhos de águia e ouvidos de cachorro.
Qual é a sua opção?
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