Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Mais uma
semana triste para o cinema, com a morte de Ettore Scola, grande cineasta
italiano, autor de “O Baile” e “Casanova e a Revolução”. As estreias da semana
são o drama “Joy – O Nome do Sucesso”, a ficção-científica “A 5ª Onda”, e o
nacional “Reza a Lenda”, além da pré-estreia de “Pai em Dose Dupla”. Continuam
em cartaz os dramas “Creed: Nascido Para Lutar”, “A Grande Aposta”, a animação
“Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, o Filme”, a animação “O Bom Dinossauro”,
as comédias nacionais “Vai Que Dá Certo 2” e “Até Que a Sorte Nos Separe 3”, e “Alvin
e os Esquilos: Na Estrada”. Nas programações exclusivas, o Natal Shopping exibe
“Macbeth: Ambição e Guerra” e “Star Wars: O Despertar da Força”. Na seção Especial,
Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme, com a análise de “A Ponte dos Espiões” e
“A Grande Aposta”.
Estreia 1: “Joy: O Nome do Sucesso”
A inventora Joy Mangano (Jennifer Lawrence) é
uma mãe solteira cheia de ideias criativas na cabeça. A sua primeira criação
revoluciona o mercado com o Miracle Mop, um esfregão feito com um tecido
propício para ser torcido, sem a pessoa molhar as mãos. A partir dessa invenção
ela constrói seu negócio milionário. O longa é
baseado em fatos reais. Joy Mangano se formou em administração de empresas e é
a presidente da empresa President of Ingenious Designs. Ela já lançou mais de
100 invenções. Jennifer Lawrence recebeu sua quarta indicação ao Oscar de
Melhor Atriz por este filme. No elenco estão também Bradley Cooper e Robert de
Niro. A direção é de David O. Russell. “Joy: O Nome do Sucesso” está em
exibição na Sala 1 do Moviecom, e Salas 4 e 5 do Natal Shopping. Classificação indicativa dez anos. Cópias
dubladas e legendadas. (T. O.: “Joy”)
Estreia 2: “A 5ª Onda”
A Terra repentinamente sofre uma série de
ataques alienígenas. Na primeira onda de ataques, um pulso eletromagnético
retira a eletricidade do planeta. Na segunda onda, um tsunami gigantesco mata
40% da população. Na terceira onda, os pássaros passam a transmitir um vírus
que mata 97% das pessoas que resistiram aos ataques anteriores. Na quarta onda,
os próprios alienígenas se infiltram entre os humanos restantes, espalhando a
dúvida entre todos. Com a proximidade cada vez maior da quinta onda, que
promete exterminar de vez a raça humana, a adolescente Cassie Sullivan (Chloe
Grace Moretz) precisa proteger seu irmão mais novo e descobrir em quem pode
confiar. A direção é de J Blakeson. “A 5ª Onda” está em exibição na Sala 4 do
Moviecom, Sala 2 do Cinemark, Salas 1 e 4 do Natal Shopping, e Salas 1 e 2 do
Partage Norte Shopping. Classificação
indicativa 14 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “The 5th Wave”)
Estreia 3: “Reza a Lenda”
Ara (Cauã Reymond) é um homem de poucas
palavras, mas muita determinação. Ele vive em uma terra devastada e sem lei que
espera ansiosamente por uma espécie de messias que devolva a justiça e a
liberdade, usurpadas pelo cruel Tenório (Humberto Martins). Auxiliado por sua
gangue de motoqueiros armados, o rapaz irá lutar contra o universo ao seu redor
e seus próprios dramas - como os ciúmes de sua mulher, Severina (Sophie
Charlotte). A direção é de Homero Olivetto. “Reza a Lenda” está em exibição na
Sala 7 do Moviecom, Sala 1 do Cinemark, Sala 6 do Natal Shopping, e Sala 5 do
Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Nacional. (T. O.: “Reza
a Lenda”)
Pré-Estreia: “Pai Em Dose Dupla”
Brad (Will Ferrell) é executivo em uma rádio e
se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua
namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o
desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o
amor dos pimpolhos. A direção é de Sean Anders. “Pai Em Dose Dupla” está em pré-estreia
na Sala 1 do Moviecom, na sessão de 16h50, e Sala 4 do Partage Norte Shopping,
na sessão de 22h20. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas. (T. O.:
“Daddy’s Home”)
Oscar 2016: Indicações a Melhor Filme
No dia 28 de fevereiro próximo, a
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood fará a tradicional
entrega de prêmios aos destaques da indústria segundo a visão dos seus membros.
O prêmio é mais conhecido pelo nome de Oscar, é entregue a diversas categorias,
que vão de Melhor Filme a especialidades como Figurino ou Maquiagem, e incluem
alguns prêmios especiais.
Este ano parece ter produzido uma
excelente safra, pois tanto constam os blockbusters tipo “Mad Max: Estrada da
Fúria”, “Perdido em Marte” e “Star Wars – O Despertar da Força”, quanto temas
históricos importantes como a crise de 2008 em “A Grande Aposta” e a Guerra
Fria em “A Ponte dos Espiões”, além de questões delicadas como a primeira
transexual em “A Garota Dinamarquesa” e a pedofilia na igreja em “Spotlight:
Segredos Revelados”.
Este ano houve oito indicações para
a categoria de Melhor Filme, dos quais “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Perdido em
Marte”, “Ponte dos Espiões” já estrearam nos cinemas ainda no ano passado. “Spotlight
– Segredos Revelados” estreou em janeiro, e “A Grande Aposta” entrou na semana
passada e ainda está em cartaz. “O Regresso”, “Brooklyn” e “O Quarto de Jack”
só estreiam em fevereiro.
Gostaria de destacar dois destes
filmes, não por considerá-los favoritos ao prêmio, mas por tratarem de temas
importantes, mas que são praticamente desconhecidos para o grande público.
“A Ponte dos Espiões” (“Bridge of
Spies”) se passa em plena Guerra Fria, nas décadas 1950 e 1960, quando o mundo
era alinhado em dois blocos, liderados pelos Estados Unidos e União Soviética,
com grande tensão de parte a parte e intensa atividade de espionagem entre os
dois lados.
O espião soviético Rudolf Abel (Mark
Rylance) é preso nos Estados Unidos em 1957, e levado a julgamento público. O
advogado James Donovan (Tom Hanks) é convocado para fazer a defesa do espião,
no que deveria ser apenas um papel simbólico. Donovan, entretanto, leva o seu
papel a sério, o que lhe traz reações negativas do público, amigos e vizinhos.
Um incidente com a captura do
piloto americano Gary Powers (Austin Stowell) em 1960 em plena Rússia oferece a
oportunidade para a troca dos dois prisioneiros. Donovan então é convocado para
a negociação, mesmo sem ter nenhum suporte oficial.
A negociação é conduzida em uma
Berlim dividida, onde as fugas do setor comunista eram risco de execução, e o
poder era disputado entre os soviéticos e a própria Alemanha Oriental, ainda
não reconhecida como país.
O filme é um drama tenso com ritmo
de thriller de ação, com a direção de Steven Spielberg, e boa atuação de Tom
Hanks e Mark Rylance, que foi indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante.
“A Ponte dos Espiões” foi indicada
também para Melhor Filme, Roteiro Original, Trilha Sonora, Design de Produção,
e Mixagem de Som.
O outro filme que gostaria de
destacar é “A Grande Aposta” (“The Big Short”), que trata dos fundamentos da
crise financeira que abalou o mundo em 2008 e ainda mantêm as consequências até
os dias atuais.
Talvez se o tema fosse tratado só
da crise, seria mais um documentário chato. Mas, a história foi mostrada do
ponto de vista de alguns especialistas do mercado, que perceberam uma chance inusitada
de ganhar dinheiro. Pode ser a tal oportunidade gerada pela crise, como também
tirar vantagem da desgraça do outro.
Michael Burry (Christian Bale) é o
dono de uma empresa de médio porte, que decide investir muito dinheiro do fundo
que coordena ao apostar que o sistema imobiliário nos Estados Unidos irá
quebrar em breve.
Ao saber destes investimentos, o
corretor Jared Vennett (Ryan Gosling) percebe a oportunidade e passa a
oferecê-la a seus clientes. Um deles é Mark Baum (Steve Carell), o workaholic dono
de uma corretora.
Paralelamente, dois iniciantes na
Bolsa de Valores percebem que podem ganhar muito dinheiro ao apostar na crise
imobiliária e, para tanto, pedem ajuda a um guru de Wall Street, Ben Rickert
(Brad Pitt), que vive recluso.
O que todos estes espertos
descobriram foi que os investimentos mais rentáveis do mercado financeiro, os
títulos imobiliários, estavam contaminados por papéis de alto risco. Eles
criaram um novo investimento, uma espécie de seguro para o caso de quebra do
setor imobiliário.
Esse novo papel parecia ser algum
tipo de piada de mau gosto, pois a crença geral é a de que ninguém deixaria de
pagar a sua casa própria. Isso no Brasil seria verdade, pois as exigências para
liberação de crédito são enormes, mas nos Estados Unidos eram ridículas. Os
corretores muitas vezes nem preenchiam os campos de rendimentos, e muitas casas
eram vendidas a emigrantes, que nem sabiam o que era um juro variável.
E para piorar as coisas, quem
deveria fiscalizar esses títulos eram as agências classificadoras de risco, que
nem ousavam recusar uma boa avaliação. Sim, foram as mesmas agências que
recentemente rebaixaram as notas do Brasil, as cúmplices da crise. Mesmo com os
bancos afundando, as agências ainda mantinham os títulos com boa classificação.
O filme é bem construído, com
alguns momentos de explicação didática, que merece ser visto e discutido por
qualquer pessoa com mais de dez anos de idade, e que ainda tem alguma ilusão
sobre a inocência e pureza do mercado financeiro.
“A Grande Aposta” recebeu
indicações para Melhor Filme, Diretor (Adam McKay), Ator Coadjuvante (Christian
Bale), Roteiro Adaptado e Edição.
Livros de
cinema:
Story. Substancia, Estrutura, Estilo E Os Princípios
Da Escrita De Roteiro
Diferente de outros livros, Story é
sobre forma, não fórmula. Empregando exemplos de mais de cem filmes, Robert
Mckee usa uma filosofia que vai além das regras rígidas para identificar os
elementos mais elucidativos que distinguem histórias de qualidade das outras.
Começando com definições básicas - o que e um beat? Uma cena? Uma sequência? O
clímax de ato? O clímax do filme? McKee não apenas desvenda os mistérios da
estrutura padrão de três atos, mas desmistifica estruturas incomuns como as de
dois, sete e oito atos. Expõe as limitações de cada gênero, ressaltando a
importância do tema, ambiente e atmosfera, e enfatiza a diferença de personagem
versus caracterização. Recheado com exemplos de filmes como 'Casablanca' e
'Chinatown', Story disseca cenas clássicas, guiando-nos passo a passo para
revelar não somente como uma cena funciona, mas por que ela funciona. Indo além
dos fundamentos da composição para os valores duradouros e conflitos que
separam os clássicos do clichê. 432 p. Editora Arte & Letra.
Lançamentos
em DVD/Blu-Ray:
“Sicario:
Terra de Ninguém”
A CIA está preparando uma audaciosa operação para deter o
grande líder de um cartel de drogas mexicano. Kate Macy (Emily Blunt), policial
do FBI, decide participar da ação, mas logo descobre que terá de testar todos
os seus limites morais e éticos nesta missão. Do diretor canadense Denis
Villeneuve, que dirigiu “Polytechnique”, “Incêndios”, “Os Suspeitos”, e “O
Homem Duplicado”. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio
em Dolby Digital. (T. O.: “Sicario”)
“#garotas –
O Filme”
Beth, Milena e Carina são três jovens amigas que se
divertem nas maiores festas do Rio de Janeiro. Mas depois de morar um ano em
Nova Iorque, Beth retorna ao Rio na véspera do Ano Novo, completamente mudada e
decidida a se comportar. As amigas, porém, não estão dispostas a deixá-la
renunciar ao estilo de vida festeiro, e Beth será tentada por uma grande festa
na noite da virada, onde os segredos e as intrigas testarão sua resiliência e
até mesmo a amizade entre as três. O
disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T.
O.: “#garotas – O Filme”)
“Promessas
de Guerra”
Joshua Connor (Russell Crowe) perdeu seus três filhos na
batalha de Galípoli, em 1919. Após a morte da mãe deles, Joshua promete que irá
enterrá-la ao lado dos filhos. Desta forma, ele viaja até a Turquia decidido a
recuperar os corpos deles, para que possa enterrá-los em sua terra natal. Por
mais que o país esteja agora em paz, devido à derrota dos turcos para os
ingleses, Joshua enfrenta muitas dificuldades para chegar ao campo de batalha
onde eles teriam morrido. Ele recebe então a ajuda de Ayshe (Olga Kurylenko),
uma mulher que está à espera do marido, enviado para a guerra, e de seu filho,
o pequeno Orhan (Dylan Georgiades). Filme com formato de tela widescreen
anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Water Diviner”)
“Parahyba
Mulher Macho”
"Parahyba Mulher Macho" (1983), de Tizuka Yamazaki,
mostra, com grande realismo, um dos episódios mais turbulentos da história
brasileira: o assassinato, em 1930, de João Pessoa, Governador da Paraíba na
época. O crime contribuiu para a eclosão da Revolução de 30. Em meio a este
cenário turbulento, brota a paixão entre o advogado João Dantas (Cláudio
Marzo), assassino de João Pessoa, e a libertária Anayde Beiriz (Tania Alves).
Os amantes enfrentam muitos obstáculos, inclusive suas diferenças ideológicas e
sociais. Anayde Beiriz foi uma das primeiras feministas brasileiras. Formada na
Escola Normal, não foi aceita como professora por ser filha de tipógrafo. Por
isso, foi trabalhar em uma colônia de pescadores, na praia de Cabedelo, emprego
rejeitado pelas moças de família. Naquela época, aos 26 anos, Anayde já se
rebelava contra os costumes e preconceitos provincianos da Paraíba. Seu
comportamento livre despertava a indignação da sociedade paraibana. Filme com
formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Parahyba
Mulher Macho”)
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