Newton Ramalho
colunaclaquete@gmail.com – www.colunaclaquete.blogspot.com - @colunaclaquete
O que está em cartaz
A semana teve um fato triste, o anúncio de fim
da edição impressa do Jornal de Hoje. Mas, enquanto o veículo continuar
existindo, a Coluna Claquete estará presente, numa parceria que já dura doze anos.
Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias da semana são a
ficção-científica “Chappie”, o docudrama “Branco Sai, Preto Fica”, e os dramas
“A História da Eternidade” e “Não Olhe Para Trás”. No final de semana teremos a
reexibição da animação “Enrolados”, e o clássico “Um Corpo Que Cai”, de
Hitchcock. Na próxima quarta-feira acontece a pré-estreia de “Os Vingadores 2:
A Era de Ultron”. Continuam em cartaz “Velozes e Furiosos 7”, “Cada um na Sua
Casa”, “Cinderela”, e “A Série Divergente: Insurgente”. Nas programações
exclusivas, o Moviecom exibe “Superpai”, enquanto o Natal Shopping mantém “Um
Fim de Semana em Paris”. Vejam na
seção Filme da Semana a resenha da animação nacional “Uma História de Amor e
Fúria”.
Estreia 1: “Chappie”
Em um futuro próximo, a África do Sul decidiu substituir os seus
policiais humanos por uma frota de robôs ultrarresistentes e dotados de
inteligência artificial. O criador destes modelos, o brilhante cientista Deon
(Dev Patel), sonha em embutir emoções nos robôs, mas a diretora da empresa de
segurança (Sigourney Weaver) desaprova a ideia. Um dia, ele rouba um modelo
defeituoso e faz experiências nele, até conseguir criar Chappie (Sharlto
Copley), um robô capaz de pensar e aprender por conta própria. Mas Chappie é
roubado por um grupo de ladrões que precisa da ajuda para um assalto a banco.
Quando Vincent (Hugh Jackman), um engenheiro rival de Deon, decide sabotar as
experiências do colega de trabalho, a segurança do país e o futuro de Chappie
correm riscos. A direção é de Neill Blomkamp (“Elysium” e “Distrito 9”). “Chappie” está em exibição na Sala 5 do
Moviecom, Sala 4 do Cinemark, Salas 4 e 5 do Natal Shopping, e Salas 5 e 6 do
Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 16 anos. Cópias dubladas e
legendadas. (T. O.: “Chappie”)
Estreia 2: “Branco Sai, Preto Fica”
O filme se passa na periferia de Brasília, onde um tiroteio em um baile
de black music deixa dois homens feridos. Um terceiro homem vem do futuro para
investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. Mistura
de documentário e ficção científica, o filme denuncia com criatividade e
irreverência a atitude criminosa do Estado brasileiro contra os negros e
marginalizados partindo de um crime específico em Brasília, que aconteceu em 26
de março de 1986 em Ceilândia, na periferia da capital. A polícia chegou,
gritando as palavras do título do filme. A direção é de Adirley Queirós. “Branco
Sai, Preto Fica” está em exibição na Sala 3 do Moviecom. Classificação
indicativa livre. Nacional. (T. O.: “Branco Sai, Preto Fica”)
Estreia 3: “A História da Eternidade”
Alfonsina (Débora Ingrid) tem 15 anos e sonha conhecer o mar. Querência
(Marcélia Cartaxo) está na faixa dos 40. Das Dores (Zezita Matos) já no fim da
vida, recebe o neto após um passado turbulento. No sertão compartilham
sobrenome e muitos sentimentos. Amam e desejam ardentemente. Primeiro longa de
Camilo Cavalcante, que possui grande experiência em curtas e médias. A
inspiração para o filme veio de um curta que ele produziu em 2003, também chamado
A História da Eternidade. Campeão do Paulínia Film Festival 2014, levando os
prêmios de melhor filme, diretor, ator para Irandhir Santos e atriz, que foi
dividido por Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid. Além disso, também
levou o prêmio da crítica (Júri Abraccine). “A História da Eternidade” está em
exibição na Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.:
“A História da Eternidade”)
Estreia 4: “Não Olhe Para Trás”
Danny Collins (Al Pacino) é um músico muito popular, que vive há mais de
30 anos sem compor uma música sequer, apenas reprisando os seus maiores
sucessos. Cansado da rotina de drogas e excessos, ele descobre uma carta que
John Lennon escreveu para ele há décadas, mas, que nunca tinha chegado às suas
mãos. Inspirado pelas palavras do músico, Danny decide interromper a carreira e
tentar reatar com o filho já adulto, que ele nunca conheceu. A direção é de Dan
Fogelman, e no elenco estão também Annette Bening, Jennifer Garner e
Christopher Plummer. “Não Olhe Para Trás” está em exibição na Sala 5 do Natal
Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Danny Collins”)
Pré-Estreia: “Os Vingadores 2: A Era de Ultron”
Quando Tony Stark (Robert Downey Jr) tenta alavancar um programa de paz
virtual, as coisas dão errado, e os maiores heróis da Terra, incluindo: Homem
de Ferro, Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), o Incrível
Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy
Renner), enfrentam um teste derradeiro enquanto o destino do planeta está em
jogo. A equipe deve voltar a reunir-se para derrotar Ultron (voz de James
Spader), um vilão tecnológico disposto a provocar a extinção humana. Pelo
caminho, enfrentarão dois poderosos seres, a Feiticeira Escarlate (Elizabeth
Olsen) e o Mercúrio (Aaron Johnson) e conhecerão um velho amigo numa nova forma
quando J.A.R.V.I.S se tornar o Visão (Paul Bettany). A direção é de Joss Whedon.
“Os Vingadores 2: A Era de Ultron” terá pré-estreia na próxima quarta-feira,
nas Salas 4, 5 e 6 do Moviecom, Salas 2, 6 e 7 do Cinemark, Salas 1, 2 e 5 do
Natal Shopping, e Salas 1, 2 e 4 do Partage Norte Shopping, em sessões a partir
de 20h (confira a programação individual nos sites dos cinemas). Classificação
indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. (T. O.:
“The Avengers: Age of Ultron”)
Clássicos Cinemark: “Um Corpo Que Cai”
Em São Francisco, o detetive aposentado John 'Scottie' Ferguson (James
Stewart) sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, encontra com um
antigo conhecido, dos tempos de faculdade, que pede que ele siga sua esposa,
Madeleine Elster (Kim Novak). John aceita a tarefa e fica encarregado da
mulher, seguindo-a por toda a cidade. Ela demonstra uma estranha atração por
lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores medos. Ele começa a
acreditar que a mulher é louca, com possíveis tendências suicidas, quando algo
estranho acontece nesta missão. A direção é de Alfred Hitchcock. “Um Corpo Que
Cai” será exibido no Cinemark no sábado às 0h10 (Sala 1), no domingo às 12h30 (Sala 4), e na
quarta-feira às 21h30 (Sala 1). Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Vertigo”)
O Maravilhoso Mundo da Disney: “Enrolados”
Flynn Ryder (Zachary Levi/Luciano Huck) é o bandido mais procurado e
sedutor do reino. Um dia, em plena fuga, ele se esconde em uma torre. Lá
conhece Rapunzel (Mandy Moore), uma jovem prestes a completar 18 anos que tem
um enorme cabelo dourado, de 21 metros de comprimento. Rapunzel deseja deixar
seu confinamento na torre para ver as luzes que sempre surgem no dia de seu
aniversário. Para tanto, faz um acordo com Flynn. Ele a ajuda a fugir e ela lhe
devolve a valiosa tiara que tinha roubado. Só que a mamãe Gothel (Donna
Murphy), que manteve Rapunzel na torre durante toda a sua vida, não quer que
ela deixe o local de jeito nenhum. “Enrolados” será exibido na Sala 7 do
Cinemark no sábado e domingo às 11h30. Classificação indicativa livre. Cópia dublada.
Exibição em 3D. (T. O.: “Tangled”)
Filme da Semana: “Uma História
de Amor e Fúria”
Esta semana tive a oportunidade de assistir pela primeira
vez este filme, já que passou praticamente despercebido pelo circuito
comercial. Esse desprezo comercial é surpreendente, já que “Uma História de
Amor e Fúria” não é apenas bom cinema, ele quebra vários paradigmas de uma vez
só.
Embora os estúdios americanos e japoneses despejem dezenas
de animações todos os anos, o Brasil passa ao largo deste mercado, com uma
produção pobre, e normalmente voltada para o público infantil. Por isso, é
notável uma animação brasileira voltada não só para o público adulto, mas, para
todas as idades, e com uma proposta provocativa, pois mostra fatos de nossa
história vistos de um ângulo diferente da historiografia oficial.
O filme conta quatro histórias, vividas pelo mesmo
personagem, que recebe uma missão divina de liderar o seu povo contra os
opressores, e isso acontece ao longo dos séculos, em que ele divide-se entre
cumprir a missão que lhe foi confiada, ao mesmo tempo em que segue sua amada,
também presa neste ciclo de encontros e desencontros.
Em 1566, nos primórdios do Brasil colonial, quando esta
palavra apenas nomeava uma cobiçada árvore, o índio tupinambá Abeguar (voz de
Selton Mello) tentava passar pela prova que marcava a passagem para a vida
adulta: matar uma onça sozinho. Sua amada Janaína (Camila Pitanga) faz uma
brincadeira que atrai uma onça real. Ao fugir, uma coisa estranha acontece, e
Abeguar, com Janaina nas suas costas, consegue voar como um pássaro até pousar
em segurança.
Intrigado, ele procura o Pajé da tribo, que lhe explica que
ele foi escolhido pelo deus Munhã para liderar e proteger o seu povo contra os
invasores. Mas, sua tribo aliara-se aos franceses de Villegagnon para lutar
contra os portugueses. A primeira incursão é vitoriosa, mas logo os portugueses
vingam-se com grande fúria. É o fim da primeira vida de Abeguar. Mas, ao invés
de morrer, ele voa como um pássaro através dos séculos.
Em 1825, no interior do Maranhão, ele reencontra sua amada
Janaína, e eles vivem uma vida pobre mas tranquila. Ele agora é Manuel Balaio,
e vive da confecção de cestos para vender na feira.
Mas, é uma época confusa, e os pobres, escravos e
marginalizados sofrem com a opressão dos dominantes. Após ter sua filha
violentada por um capitão da Guarda Nacional, Balaio revolta-se, e com a ajuda de
escravos fugidos e outros desamparados, tomam o poder na cidade de Caxias,
dando origem ao que seria conhecido como Balaiada.
Um novo salto no tempo, e ele agora é Cau, um jovem
estudante, que, em 1968, vê o país dominado pela ditadura militar. Ele
reencontra sua amada Janaína, mas ela está namorando um jovem ativista, e por
isso ele também junta-se à resistência armada. Como nenhum deles teria êxito, o
destino de Cau segue seu voo.
Desta vez ele chega ao ano de 2096, onde o Rio de Janeiro é
uma cidade fechada, onde a elite é protegida pelas milícias (empresariais, com
ações na bolsa e tudo). A cobiça da vez é com a água, dominada por uma
corporação chamada Aguabras, presidida por um homem ambicioso e implacável
(Sergio Moreno).
Ele agora é JC, um jornalista cínico e desesperançado. Sua
amada Janaína é uma garota de programa de luxo, e ele só tem acesso como um
mísero cliente. Mas, uma ação inesperada irá mudar os destinos da cidade, mas
também irá colocá-los novamente em perigo mortal.
É possível que o espectador estranhe o estilo da animação,
comparando-se com o preciosismo milionário dos concorrentes americanos e
japoneses. Contudo, é uma obra notável, bem feita e correta, com um ritmo
interessante, principalmente no capítulo final.
É curioso observar estes episódios do ponto de vista dos
vencidos, já que a história é sempre escrita pelos vencedores. Percebe-se até
algum exagero ao pintar o então coronel Luiz Alves de Lima e Silva como um
opressor implacável. O futuro Duque de Caxias fez na Balaiada o que faria o
resto da vida: cumprir suas missões com coragem e eficiência, mesmo que isso
representasse muitas perda de vidas.
O filme tem um ritmo empolgante, uma ótima trilha sonora, e
dubladores excepcionais, como Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro.
Tecnicamente não fica a dever frente aos produtos estrangeiros, e sua proposta
é a mais inovadora no cinema brasileiro dos últimos anos.
Acredito que, se existe um filme que é necessário, neste
exato momento histórico, é exatamente este aí. Não que traga alguma revelação
prodigiosa, mas, simplesmente por ter o potencial de provocar boas discussões
sobre o que foi o nosso passado. Como diz o personagem do filme, “viver sem
conhecer o passado, é viver no escuro”.
Livros de cinema:
Casablanca:
A Criação De Uma Obra-Prima Involuntária Do Cinema
O filme “Casablanca” é a prova de que acidentes acontecem.
Ele não foi planejado como um clássico. Era apenas um produto a mais na
incansável linha de montagem dos estúdios Warner. Ninguém - nem os atores, nem
o diretor, nem o produtor - imaginava que ele poderia se tornar um clássico.
Entretanto, uma tempestade perfeita ocorreu naquele set entre 25 de maio e 3 de
agosto de 1942 e, involuntariamente, criou-se uma obra-prima, possivelmente um
dos filmes mais amados de todos os tempos. Autoria de Renzo Mora e prefácio de
Marco A. S. Freitas. 148 p – Editora Estronho.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“O Duplo”
Tímido, solitário, rejeitado pela mãe e desprezado pela
amada, Hannah (Mia Wasikowska), Simon (Jesse Eisenberg) tem um choque ao
conhecer seu novo colega de trabalho, de nome James. Fisicamente idênticos, os
dois são opostos em termos de personalidade. Inspirado livremente no clássico
romance "O Duplo", do escritor russo Fiódor Dostoievski. O tema do
piano ao longo do filme vem da canção "Der Doppelgänger" de Franz
Schubert. As palavras para esta peça contam a história de um homem e seu irmão
gêmeo do mal. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em
Dolby Digital. (T. O.: “The Double”)
“Minúsculos”
Em uma pacífica clareira, entre as sobras de um piquenique,
começa uma batalha entre duas tribos de formigas em busca de uma caixa de
açúcar. Uma jovem e corajosa joaninha acaba sendo capturada no meio do fogo
cruzado e torna-se aliada das formigas negras, ajudando na luta contra as
terríveis formigas vermelhas. Baseado em uma série de curtas que é sucesso em
home vídeo na França, com mais de 450 mil unidades vendidas. Iniciada em 2006 e
contabilizando atualmente 78 episódios, a série é protagonizada por diversos
tipos de pequenos insetos. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico
e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Minuscule - La Vallée des Fourmis Perdues”)
“As Férias
do Pequeno Nicolau”
Termina o ano letivo. Nicolau (Mathéo Boisselier), seus
pais e a avó viajam para o litoral com o objetivo de aproveitar ao máximo o
verão. Na praia o menino faz novos amigos e conhece uma garota, Isabelle (Erja
Malatier), que ele acredita ser sua futura esposa. Baseado em “O pequeno
Nicolau”, uma série em quadrinhos franco-belga infantil, de tom humorístico,
escrita por René Goscinny e ilustrada por Jean-Jacques Sempé, publicada entre
1956 e 1964. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby
Digital. (T. O.: “Les Vacances du Petit Nicolas”)
“Por Uma
Mulher”
Revirando as antigas fotos de família, Anne (Sylvie Testud)
descobre uma foto antiga de seus pais, ao lado de um outro homem. Ela acaba
descobrindo a existência de Jean (Nicolas Duvauchelle), irmão de seu pai, que
todos acreditavam ter sido morto durante a guerra. Mesmo após o retorno
surpreendente de Jean, todos questionam os motivos de sua sobrevivência: ele
teria sido um traidor? Existem inimigos atrás dele? Enquanto convivem com este
homem misterioso dentro de casa, a mãe de Anne, Lena (Mélanie Thierry) inicia
uma relação amorosa com o suposto cunhado. Filme com formato de tela widescreen
anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Pour une Femme”)
Nenhum comentário:
Postar um comentário