quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Coluna Claquete – 20 de fevereiro de 2015


Newton Ramalho

 

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O que está em cartaz

Passado o carnaval, quem sabe o ano comece pra valer no Brasil. Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias da semana são “Sniper Americano”, dirigido por Clint Eastwood, e o drama “Um Santo Vizinho”, com Bill Murray. Neste final de semana teremos também reexibição do clássico “O Iluminado”, de Stanley Kubrick. Continuam em cartaz o inclassificável “Cinquenta Tons de Cinza”, a ficção-científica “O Destino de Júpiter”, o thriller “O Jogo da Imitação”, a animação “Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água”, o drama de guerra “Corações de Ferro”, e “Loucas Pra Casar”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe “Os Pinguins de Madagascar”, enquanto o Partage Norte Shopping mantém o musical “Annie”, a aventura “O Imperador” e o terror “A Casa dos Mortos”. Na Seção Especial, matéria sobre as animações concorrentes ao Oscar 2015.

Estreia 1: “Sniper Americano”


Adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, este filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Como muitos americanos o fizeram, após o ataque terrorista às Torres Gêmeas de Nova York, Kyle alistou-se nos SEALs, e serviu em quatro temporadas na invasão do Iraque. Durante cerca de dez anos, ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação. Porém, esta eficiência como executor aos poucos ameaça transformá-lo em algo que ele não quer, uma pessoa sem humanidade. Bradley Cooper recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator por este filme. As outras indicações foram para Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Edição, Edição de Som e Mixagem de Som. A direção é de Clint Eastwood. “Sniper Americano” está em exibição na Sala 6 do Moviecom, Sala 4 do Cinemark, e Salas 3 e 5 do Natal Shopping. Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “American Sniper”)

Estreia 2: “Um Santo Vizinho”


Maggie (Melissa McCarthy) acaba de se divorciar. Ela e o filho de 12 anos -fragilizado pela separação dos pais - se mudam. Um vizinho, St. Vincent De Van Nuys (Bill Murray), se aproxima deles e se oferece para cuidar do menino. Depois de hesitar, Maggie aceita, pois é enfermeira e faz plantões de madrugada.Uma grande amizade nasce entre o menino e o veterano de guerra, Vincent. Apesar de ele não ser a pessoa mais indicada para cuidar de uma criança, essa amizade faz muito bem ao menino. A direção é de Theodore Melfi. “Um Santo Vizinho” está em exibição na Sala 6 do Natal Shopping, Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “St. Vincent”)


Clássicos Cinemark: “O Iluminado”


Durante o inverno, Jack Torrance (Jack Nicholson) é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher, Wendy (Shelley Duvall), e seu filho Danny (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo em que o filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo. “O Iluminado” será exibido no Cinemark no sábado às 0h00 (Sala 4), no domingo às 11h00 (Sala 3), e na quarta-feira às 22h30 (Sala 3). Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “The Shining”)

  

Especial: Prévia do Oscar – Parte 4: Animações

No próximo domingo, 22 de fevereiro, acontecerá a cerimônia de premiação do Oscar 2015. A premiação deste ano teve a característica de reunir títulos excepcionais, embora com grande divergência na aceitação, tanto do público quanto da crítica. Na categoria Animação, porém, a disputa está muito equilibrada, pois todos os concorrentes são fora de série.
Os concorrentes deste ano são "Operação Big Hero" (“Big Hero 6”), "Como treinar o seu dragão 2" ("How to Train Your Dragon 2"), "Os Boxtrolls" (“The Boxtrolls”), “O Canto do Mar” ("Song Of The Sea"), e "O Conto da Princesa Kaguya" (“Kaguyahime No Monogatari”).
O leitor já teve oportunidade de conhecer mais de “Operação Big Hero” na Coluna Claquete de 26 de dezembro passado, quando fiz a resenha sobre o filme. O filme é uma interessante fábula sobre amizades, perdas e amadurecimento, tudo isto com muito bom humor e um fantástico trabalho de computação gráfica.
Na fictícia cidade de San Fransokyo, uma mistura de São Francisco com Tóquio, Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) é um garoto prodígio que, aos 13 anos, se diverte criando pequenos mas poderosos robôs para participar de lutas clandestinas.
Seu irmão mais velho, Tadashi (voz de Daniel Henney), deseja atraí-lo para algo mais útil e resolve levá-lo até o laboratório da universidade onde trabalha, que está repleto de fantásticas invenções. Hiro conhece os amigos de Tadashi e logo se interessa em estudar ali. Para tanto ele precisa fazer a apresentação de uma grande invenção, de forma a convencer o professor Callahan (James Cromwell) a matriculá-lo.
Entretanto, as coisas não saem como ele imaginava, e após uma fantástica demonstração, o laboratório sofre um incêndio, e Tadashi morre, assim como o professor Callahan.
Hiro, deprimido, encontra auxílio inesperado através do robô inflável Baymax (voz Scott Adsit), criado pelo irmão. Ele descobre, também que a sua invenção está sendo utilizada por outra pessoa com objetivos maléficos, o que vai ler Hiro e seus novos amigos a um grande embate, cujo maior campo de batalha será no seu próprio coração.
“Operação Big Hero” traz a marca indelével dos Estúdios Walt Disney, não apenas na apresentação gráfica impecável, como na exaltação dos valores da família.
Em “Como Treinar o Seu Dragão 2”, da DreamWorks Animation, voltam em cena os heróis Soluço (voz de Jay Baruchel) e seu dragão Fúria da Noite, o mais poderoso dos dragões, e que encontrou no menino a companhia perfeita e assegurou a tranquila convivência entre homens e dragões.
Cinco anos após convencer os habitantes de seu vilarejo que os dragões não deviam ser combatidos, Soluço convive com seu dragão Fúria da Noite, e estes animais integraram pacificamente a rotina dos moradores da ilha de Berk.
Entre viagens pelos céus e corridas de dragões, Soluço descobre uma caverna secreta, onde centenas de novos dragões ali vivem. O local é protegido por Valka (voz de Cate Blanchett), mãe de Soluço, que foi afastada do filho quando ele ainda era um bebê.
Juntos, eles precisarão proteger o mundo que conhecem do perigoso Drago Bludvist (Djimon Hounson), que deseja controlar todos os dragões existentes e controlar o mundo. Para combatê-lo, a família e os amigos precisarão unir-se, e mostrar que o Amor, mais uma vez, será capaz de vencer o ódio.
Assim como o primeiro filme, “Como Treinar o Seu Dragão 2” prima pela excelência técnica com o uso do computador, inclusive com o uso da exibição tridimensional. A Deamworks Animation traz no seu DNA a marca dos gigantes da indústria Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen, que já nos brindaram com as séries Shrek e Madagascar, entre outros.
Uma técnica diferente foi utilizada em “Os Boxtrolls”, a tradicional stop-motion, técnica desenvolvida desde os primórdios do cinema, quando bonecos dos mais variados materiais são filmados passo a passo, num trabalho que exige muita técnica e paciência.
A história do filme “Os Boxtrolls” foi baseada no livro “Here Be Monsters!”, de Alan Snow. Na cidade de Cheesebridge, durante a Era Vitoriana, corriam rumores que monstros misteriosos viviam nos subterrâneos, saindo apenas para roubar queijos e crianças. Por conta disso, o exterminador de pragas Archibald Snatcher (Ben Kingsley) recebe autorização para eliminar os tais monstros.
Na realidade, os boxtrolls são amáveis criaturas que vivem nos subterrâneos e vivem do lixo deixado pelos humanos. Entre eles vive Eggs (Isaac Hempstead-Wright), um órfão que foi criado pelos boxtrolls, e se julga um deles.
Quando Fish, o boxtroll que criou Eggs é capturado, ele decide sair em seu socorro. É quando ele conhece Winnie (Elle Fanning), a mimada filha do burgomestre, que faz com que perceba que ele é, na verdade, um humano.
Mas, ele e seus amigos terão de lutar contra Snatcher, e revelar para o mundo quem é o verdadeiro vilão, responsável pelas coisas ruins que acontecem na cidade.
O filme é criação da Laika, uma empresa americana especializada em stop motion, que já produziu “Coraline” e “Paranorman”, que tem em comum, além se serem produções infantis, um toque sombrio, pouco comum neste gênero do cinema.
O quarto concorrente é “A Canção do Mar”, uma produção irlandesa da Cartoon Saloon. Produzido em animação tradicional, o filme é baseado na antiga lenda celta dos selkies.
Duas crianças, Ben e Saoirse, que vivem em um farol com seu pai, Conor, que permanece perturbado pela perda da esposa, vários anos atrás. Embora Ben esteja consciente de sua responsabilidade como irmão mais velho, ele sempre fica aborrecido com Saoirse, que, com seis anos de idade, não consegue dizer uma única palavra.
Quando Saoirse descobre uma velha flauta que pertencera à sua mãe, a música fascinante que ela cria se torna tanto um meio de comunicação como a chave para um segredo mágico bloqueado no fundo no passado de sua mãe.
Uma noite Saoirse é levada para o mar por um grupo de alegres focas, e lhe é revelado que ela é uma Selkie, um ser mitológico que vive com humano na terra, e como foca embaixo d’água e que ela tem uma missão a realizar, libertando criaturas em perigo.
O último concorrente é a produção japonesa “O Conto da Princesa Kaguya”, do tradicional Estúdio Ghibli, que já ofereceu ao mundo preciosas produções como “A Viagem de Chihiro”, “O Castelo Animado”, “Vidas ao Vento”, e muitos outros.
Esta animação é baseada no conto popular japonês "O corte do bambu". Kaguya era um minúsculo bebê quando foi encontrada dentro de um tronco de bambu brilhante. O cortador de bambus a leva para casa, acreditando que a menina foi um presente dos céus para ele e a mulher, já que nunca tiveram filhos.
A menina tem uma vida livre e feliz no campo, ao lado de outras crianças. Uma característica da menina é que, cada vez que ela fica feliz, ela cresce muito rápido. O seu pai adotivo é presenteado com ouro e belos vestidos, o que o faz crer que a sua missão é levar a moça para a capital, onde será educada como uma grande dama, para se tornar a princesa a que foi destinada a ser.

Passado o tempo, ela se transforma em uma bela jovem que passa a ser cobiçada por vários nobres, e até pelo próprio Imperador. Mas, nenhum deles é o que ela realmente quer. A moça envia seus pretendentes em tarefas aparentemente impossíveis para tentar evitar o casamento com um estranho que não ama. Mas, Kaguya terá que enfrentar seu destino e punição por suas escolhas.
Curiosamente, embora o Estúdio Ghibli seja responsável por algumas das mais primorosas animações, tanto no desenho tradicional, quanto na computação gráfica, resolveu adotar, neste filme, um estilo diferente, que lembra os desenhos a carvão, com traços incompletos e grossos. O desenho muda a textura, em cenas onde a personagem está perturbada, e suaviza quando está feliz ou calma. O resultado é absolutamente fantástico.
Embora possa se prever que a escolha do júri dê preferência aos títulos mais populares, o grupo selecionado pelo Oscar deste ano é excepcional, e sem dúvida, o maior beneficiado é mesmo o espectador.


Eventos:

I Encontro de Cinéfilos de Natal

No próximo domingo, 22, dia da premiação do Oscar 2015, acontece o I Encontro de Cinéfilos de Natal, evento especial para os cinéfilos que desejam prestigiar e comentar a premiação. O evento, organizado pelo blog O Chaplin e a página Vivo no Cinema, começará às 18h. Na ocasião, será possível adquirir também bottons, chaveiros e camisetas inspiradas em filmes e personagens no mundo cinematográfico. A discussão sobre os indicados ao Oscar começará em torno de 19h e contará com as presenças de Gianfranco Marchi e Nelson Marques, do Cineclube Natal, o radialista e crítico de cinema João Victor Wanderley (blog O Chaplin), e o administrador da página Vivo no Cinema, Denis Peferpin. O encontro será no Montana Café (Avenida Roberto Freire, CCAB Sul, Bloco 5).



Livros de cinema:

CINEMA - ARTE, CULTURA, HISTÓRIA

O livro CINEMA-ARTE, CULTURA, HISTÓRIA, embora não seja propriamente didático, tem elementos que são de grande utilidade para professores e estudantes de Comunicação, na área de cinema, bem como para o público em geral que busca uma cultura cinematográfica. Traz informações fundamentais sobre a história do cinema, desde sua invenção até o início do século XXI, nos principais centros produtores do mundo. Em Visão Mundial do Cinema, tem artigos sobre a fundação de Hollywood, o expressionismo no cinema alemão, a Nouvelle Vague, o neorrealismo italiano, cinema chinês, dinamarquês, espanhol, inglês, japonês, polonês, soviético, sueco e de outros países. O autor, Nelson Alves Barboza dedica capítulos especiais para o cinema brasileiro: a chanchada, o Cinema Novo, o ciclo do cangaço, etc.. As ilustrações são de Renata Moraes. 367 páginas.



Lançamentos em DVD/Blu-Ray:

“O Juiz”

Advogado de muito sucesso, Hank Palmer (Robert Downey Jr.) volta à cidade em que cresceu para o velório de sua mãe, que há muito não via. É recebido de forma hostil pela família e resolve ficar um pouco mais quando seu pai, veterano juiz, é apontado pela polícia como responsável pela morte de um homem que condenou há vinte anos. Mesmo não se entendendo com o pai, Hank debruça-se sobre o caso, mas os dois não conseguem conviver amigavelmente e a possibilidade de condenação aumenta a cada revelação. A magnífica atuação de Robert Duvall mereceu uma indicação ao Oscar 2015 de Melhor Ator Coadjuvante. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Judge”)

“Agente do Futuro”

Jacq Vaucan (Antonio Banderas), agente de seguros da Robotics Corporation por volta de 2060, investiga rotineiramente casos de manipulação de robôs. Numa de suas descobertas, Vaucan irá desvendar mistérios complexos que trarão consequências profundas para o futuro da humanidade. No filme são apresentados alguns questionamentos recorrentes como o desequilíbrio ambiental provocado pelo homem, e ambição desenfreada das corporações, em detrimento do bem estar da humanidade. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Automata”)

“Rio, Eu Te Amo”

Novo episódio da série de filmes Cidades do Amor, “Rio, Eu Te Amo” reúne dez curtas de dez diretores brasileiros e internacionais. Cada uma das histórias revela um bairro e uma característica marcante da cidade maravilhosa: Dona Fulana, por Andrucha Waddington; La Fortuna, por Paolo Sorrentino; A Musa, por Fernando Meirelles e Cesar Charlone; Acho que Estou Apaixonado, por Stephan Elliott; Quando Não Há Mais Amor, por John Turturro; Texas, por Guillermo Arriaga; O Vampiro do Rio, por Im Sang Soo; Pas de Deux, por Carlos Saldanha; O Milagre, por Nadine Labaki; e Inútil Paisagem, por José Padilha. (T. O.: “Rio, I Love You”)

“Maníaco”

Frank (Elijah Wood) mora e trabalha em uma loja de manequins que foi herdada do pai. O problema é que ele costuma dar um sinistro toque aos bonecos, ele coloca o couro cabeludo de mulheres que ele escalpela. As coisas mudam quando ele conhece a fotógrafa Anna (Nora Arnezeder), com quem desenvolve uma relação bem próxima, algo incomum para o solitário Frank. Só que seus impulsos de perseguir e matar se tornam cada vez mais incontroláveis. Filme com formato de tela widescreen e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Maniac”)

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