Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Carnaval,
Oscar, inundações, greves de caminhoneiros e escândalos de empresários,
executivos e políticos – fevereiro se vai sem deixar muitas saudades. Enquanto
isso, nas salas de cinema, as estreias da semana são a comédia nacional
“Superpai”, a animação “Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca”, e a ópera
“Alice no País das Maravilhas”. Teremos também reexibição do clássico “De Volta
Para o Futuro”, e as pré-estreias de “Birdman ou (A Inesperada Virtude da
Ignorância)” e “A Teoria de Tudo”. Continuam em cartaz o drama “Sniper
Americano” (vejam mais na seção Filme da
Semana), “Cinquenta Tons de Cinza”, a ficção-científica “O Destino de
Júpiter”, e a animação “Bob Esponja – Um Herói Fora D’Água”. Nas programações
exclusivas, o Moviecom exibe “Corações de Ferro”, e “Loucas Pra Casar”,
enquanto o Cinemark mantém “O Jogo da Imitação”, e o Partage Norte Shopping, o
terror “A Casa dos Mortos”.
Estreia 1: “Superpai”
Diogo (Danton Mello) era o garoto mais popular
da escola, rei das festas e da bagunça. As meninas queriam estar com ele e os
meninos queriam ser iguais a ele. Agora, vinte anos mais tarde, é apenas um
homem comum, pai, marido, trabalhador. Uma reunião da turma de colégio é sua
chance de sair da rotina e a festa acaba levando a rumos inesperados. Diogo
apronta uma sacanagem com o amigo nerd que virou empresário rico e bem
sucedido, e não consegue nem identificar o próprio filho ao pegá-lo em uma
festa à fantasia. A direção é de Pedro Amorim. “Superpai” está em exibição na
Sala 1 do Moviecom, Sala 7 do Cinemark, Sala 3 do Natal Shopping, e Sala 3 do
Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Nacional. (T. O.: “Superpai”)
Estreia 2: “Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca”
A fada Fawn sempre teve um bom coração e se
recusou a ver maldade nas pessoas. Por isso, ela torna-se amiga de um
gigantesco monstro. Tinker Bell e suas amigas temem que essa relação possa ser
nociva para todas as moradoras da cidade, e decidem combater o vilão antes que
seja tarde. A direção é de Steve Loter. “Tinker Bell e o Monstro da Terra do
Nunca” está em exibição na Sala 6 do Moviecom, Sala 6 do Cinemark, Sala 4 do
Natal Shopping, e Sala 2 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa livre.
Exibição em 2D e 3D, cópias dubladas. (T. O.: “Legend of the Neverbeast”)
Estreia 3: “Royal Opera House: Alice no País das Maravilhas”
Desde sua estreia triunfal, em 2011, Alice no
País das Maravilhas estabeleceu seu lugar garantido como um dos espetáculos
favoritos de todo o repertório do Royal Ballet, um espetáculo perfeito para o
entretenimento de toda a família. O espetáculo tem um elenco de personagens
muito conhecidos, como o Chapeleiro Louco, o Coelho Branco e a sempre furiosa
Duquesa. A coreografia de Christopher Wheeldon é maravilhosamente amplificada
pelo ritmo e as cores da música de Joby Talbolt, e pela engenhosa combinação de
efeitos de alta e baixa tecnologia de Bob Crowley, que tem um resultado
deslumbrante na tela do cinema. “Alice no País das Maravilhas” será exibido no
Cinemark no sábado às 11h300, no domingo às 14h30, e na terça-feira às 17h30,
sempre na Sala 6. Classificação indicativa livre (T. O.: “Alice's Adventures in
Wonderland - Royal Opera House”)
Pré-Estreia 1: “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”
No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez
muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone
cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o
personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do
reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação
de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o
elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura
(Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach
Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente. Ganhador
do Oscar de Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, e Fotografia. A direção é
de Alejandro González Iñarritu. “Birdman ou (A Inesperada Virtude da
Ignorância)” está em pré-estreia na Sala 6 do Cinemark (sessão 22h00) na Sala 5
do Natal Shopping (sessões 16h00 e 22h30). Classificação indicativa 16 anos.
(T. O.: “Birdman”)
Pré-Estreia 2: “A Teoria de Tudo”
O filme “A Teoria de Tudo”, dirigido por James
Marsh, traz a biografia do astrofísico Stephen Hawking, que além da genialidade
de suas ideias, também comoveu o mundo pela doença degenerativa que o deformou
e quase impossibilitou sua comunicação com o mundo. A história mostrada nas
telas é contada pela ótica de Jane Wilde, interpretada pela atriz Felicity
Jones. O filme é baseado no livro homônimo, escrito por Jane, cuja negociação
para adapta-lo para o cinema levou três anos, e mais dez para realiza-lo. O
filme mostra a vida de Hawking (Eddie Redmayne) a partir dos anos 1960, quando
ainda muito jovem já fazia doutorado na prestigiosa universidade de Cambridge,
e logo desenvolveria a doença que o deixou deformando. Eddie Redmayne ganhou o
Oscar de Melhor Ator, e o filme recebeu mais quatro indicações (Melhor Filme,
Melhor Atriz, Roteiro Adaptado, e Trilha Sonora. “A Teoria de Tudo” está em pré-estreia na Sala
6 do Natal Shopping (sessões 16h20 e 21h50). Classificação indicativa dez anos.
(T. O.: “The Theory of Everything”)
Clássicos Cinemark: “De Volta Para o Futuro”
Um jovem (Michael J. Fox) aciona acidentalmente
uma máquina do tempo construída por um cientista (Christopher Lloyd) em um DeLorean,
retornando aos anos 50. Lá conhece sua mãe (Lea Thompson), antes ainda do
casamento com seu pai, que fica apaixonada por ele. Tal paixão põe em risco sua
própria existência, pois alteraria todo o futuro, forçando-o a servir de cupido
entre seus pais. “De Volta Para o Futuro” é o primeiro de uma
série de três filmes baseados nos personagens Marty McFly e Doc Brown. Os
demais são “De Volta Para o Futuro 2” (1989) e “De Volta Para o Futuro 3”
(1990). Este filme ganhou o Oscar de Efeitos Sonoros, além de três indicações. “De
Volta Para o Futuro” será exibido no Cinemark no
sábado às 0h00 (Sala 4),
no domingo às 13h00 (Sala 5), e na quarta-feira às 19h40 (Sala 5). Classificação indicativa livre. (T. O.: “Back
to the Future”)
Filme da Semana: “Sniper Americano”
Na última quarta-feira, o
ex-fuzileiro americano Eddie Ray Routh foi condenado à prisão perpétua pelo
assassinato de dois antigos companheiros de força armadas. O que seria mais um
caso policial ganhou um tom diferente porque uma das vítimas era Chris Kyle, o
atirador de elite retratado no filme “Sniper Americano”.
Adaptado do livro “American Sniper:
The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History”, o filme
conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de elite das
forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos ele matou mais
de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação na Guerra
do Iraque.
O ator
Bradley Cooper adquiriu os direitos da obra e começou a produzi-la, pensando
desde o início em fazer o papel principal. Quem primeiro foi cogitado para
dirigir foi Steven Spielberg, que desistiu do projeto, chegando então às mãos
de Clint Eastwood, talvez o único com a capacidade para realiza-lo de uma forma
competente.
O próprio Eastwood já viveu nas
telas alguns heróis que encarnavam o ideal americano do homem que resolve tudo
“no braço”, como o lendário inspetor Harry “Dirty” Callahan.
O tempo, porém, serviu para trazer
sabedoria ao velho Clint, e seus filmes são cada vez melhores, com uma crítica sutil
ao modo americano de ser, em especial em relação ao resto do mundo.
É possível que para a maioria dos
americanos “Sniper Americano” seja o retrato de um herói. Mas, o homem
retratado nas telas é o típico americano, patriota por natureza, mas com um senso
crítico falho, que acredita em tudo o que sai na televisão e da boca dos
políticos de seu partido.
O filme mostra a vida de Kyle
(Bradley Cooper) em fragmentos, alternando as ações no Iraque com flashbacks de
sua vida em família, e nos raros momentos em que retornava aos Estados Unidos.
Motivado pelo ataque terrorista de
11 de setembro, Kyle alistou-se aos trinta anos na força de elite da marinha
americana, os SEALs. Passando pela rigorosa seleção, ele desenvolveu a
habilidade do tiro de precisão. É bem provável que Kyle, como muitos
americanos, já utilizasse armas com frequência, pois lá o direito de porta-las
é garantido pela constituição, e é uma paixão nacional.
Mas, o que fica evidente é que,
para o atirador de elite, a maior dificuldade não é acertar o alvo, mas, ter a
capacidade de discernimento de escolher o alvo, e a frieza de executá-lo, não
importa se é um soldado, uma mulher ou uma criança.
O uso de atiradores de elite é uma
estratégia de guerra de qualquer lado. Isso é mostrado no filme rapidamente,
com um combatente semelhante a Kyle do lado dos iraquianos, matando com
precisão soldados americanos.
A eficiência de Kyle como executor
(ou assassino, a depender do lado que se observe) logo alcança um grande número
de alvos. A tensão do dia a dia no Iraque, contudo, começa a ameaçar a sua
sanidade, já que não consegue ficar à vontade em sua casa, no trânsito, ou
lidando com as outras pessoas.
Os questionamentos sobre o que faz
no Iraque são respondidos com agressividade, com chavões como “estou lutando lá
para defender o meu país”. Como muitos americanos, ele não distinguia os atos
terroristas de Bin Laden da invasão do Iraque, que foi feita sob falsos
pretextos, e praticamente destruiu o país.
O filme mostra muitos ataques aos
soldados americanos, embora poucos consigam enxergar que os iraquianos estavam
defendendo o seu país dos invasores.
A história mostrada nas telas não é
a de um herói nem a de um bandido. Para ser realista, não é nem a história real
do próprio Kyle, que fantasiou algumas coisas em sua autobiografia que lhe
renderam até processos judiciais.
O grande êxito de Eastwood foi
mostrar como os soldados da maior nação do mundo são simples marionetes de
jogos de poder dos quais nada entendem – e terminam sendo vítimas também. O
homem que matou Kyle era um ex-combatente igual a ele, diagnosticado com
estresse pós-traumático, doença que afeta um grande número de homens que
lutaram pelos Estados Unidos nessas ditas “guerras contra o terror”.
O filme tem algumas cenas de ação
muito bem feitas, e Bradley Cooper, muito distante daquelas comedias vagabundas
que o tornaram conhecido, mereceu a indicação ao Oscar de Melhor Ator por seu
papel.
“Sniper Americano” foi indicado ao
Oscar 2015 nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator (Cooper), Roteiro Adaptado,
Montagem, Mixagem de Som, e Edição de Som, tendo ganhado nesta última.
Livros de
cinema:
A Nação do Filme
Este livro examina de perto o que o
cinema americano tem a dizer sobre os Estados Unidos. Em filmes como “JFK” e
“Forrest Gump”, Robert Burgoyne vê uma extensão cinematográfica dos debates que
os Estados Unidos exercitam como nação, debates sobre raça, cultura e
identidade nacional, sobre a natureza e a composição da história
norte-americana. Ao analisar cinco filmes que questionam os mitos tradicionais
do Estado-nação – “Tempo de Guerra”, “Coração de Trovão”, “JFK”, “Nascido em 4
de Julho” e “Forrest Gump”, Burgoyne explora a reformulação do imaginário
coletivo americano com relação a sua história. Esses filmes, que exploram o
sentido de "nação" visto de baixo, dão realce a questões de poder que
estão na base da construção narrativa da nacionalidade. A nação do filme expõe
as linhas de falha entre os mitos nacionais e a experiência histórica de
pessoas normalmente excluídas desses mitos. 172 p – Editora UnB.
Lançamentos
em DVD/Blu-Ray:
“Elsa &
Fred - Um Amor de Paixão”
Alfredo (Manuel Alexandre) tem 78 anos e vive sozinho desde
que sua esposa faleceu, há sete meses. Bastante melancólico, ele se muda para
um apartamento alugado por sua filha controlada, Cuca (Blanca Portillo). Não
demora muito para que conheça sua nova vizinha, Elsa (China Zorrilla), que bate
à sua porta para entregar um cheque endereçado a Cuca para consertar os
estragos causados em um acidente de carro. Após ouvir uma história triste,
Alfredo recusa o cheque. Os dois aos poucos se aproximam cada vez mais,
inicialmente como amigos e depois como namorados. O disco traz o filme com tela
widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Elsa & Fred”)
“A Boa
Mentira”
Três homens sudaneses, Mamere (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger
Duany) e Paul (musician Emmanuel Jal), têm a oportunidade de sair do país e
conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Eles são acolhidos por uma
assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que pouco conhece sobre o
duro passado de cada um. Ela é uma mulher solteira, bem resolvida e muito
prática, o que parece estranhíssimo para eles. Aos poucos, tornam-se amigos e
descobrem uma nova visão de mundo. Filme com formato de tela widescreen
anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Good Lie”)
“A Noite da
Virada”
Durante uma festa de Réveillon na casa de Ana (Julia
Rabello) e Duda (Paulo Tiefenthaler), o banheiro é o foco de todas as fofocas e
polêmicas. É onde Duda confessa à esposa que vai deixá-la pela vizinha Rosa
(Luana Piovani), que, por sua vez, leva um casamento bem monótono com Mario
(Marcos Palmeira). É também onde Alê (Luana Martau) conta a Ana suas aventuras
sexuais com o namorado (João Vicente de Castro), e onde um convidado traficante
(Taumaturgo Ferreira) faz os seus negócios. Na noite da virada do ano, tudo
pode acontecer. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em
Dolby Digital. (T. O.: “A Noite da Virada”)
“Edvard
Munch - Ed. Especial”
“Edvard Munch” é a cinebiografia do genial pintor expressionista
norueguês Edvard Munch (18631944), dirigida pelo renomado documentarista britânico
Peter Watkins. Esse clássico é considerado um dos melhores filmes já realizados
sobre o processo de criação artística. Esta Edição Especial apresenta a obra em
sua versão integral com quatro horas de duração. Watkins se concentra nos anos
de formação de Munch, tanto do homem quanto do artista. Acompanhamos seus
problemas familiares, seu conturbado relacionamento com uma mulher casada, sua
amizade com o dramaturgo August Strindberg e a criação de seus principais
telas, como “O Grito” (1893). “Edvard Munch” é muito mais do que um filme
biográfico, é uma obraprima cinematográfica de rara beleza e originalidade. Filme
com formato de tela standard e Áudio em Dolby Digital 2.0. (T. O.: “Edvard
Munch”)