Newton Ramalho
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O que está em cartaz
No início da semana, foi lembrado o triste aniversário do golpe militar
que implantou o regime de exceção. O que choca mais não são os relatos dos que
sofreram pelo regime, mas pelos alienados que negam que tenha existido ou os
que desejam a sua volta. Enquanto isso, nos cinemas, as estreias da semana são
o épico “Noé”, com Russell Crowe, e “A Grande Beleza”, na sessão Cine Cult.
Continuam em cartaz a animação “Rio 2” (vejam a resenha em Filme da Semana), o
drama nacional “Entre Nós”, a comédia nacional “S.O.S. – Mulheres ao Mar”, e
“300 – A Ascensão do Império”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe “Alemão”,
“Namoro ou Liberdade?”, e “Need For Speed – O Filme”. Lembro que a programação
agora muda nas quintas-feiras.
Estreia 1: “Noé”
Adaptação
da história bíblica da Arca de Noé. Noé (Russell Crowe) vive com a esposa
Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan Lerman)
e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens perseguem e
matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de que deve
encontrar Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba salvando a
vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na barriga. Ao
encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir uma imensa
arca, que abrigará um casal de cada espécie de animal que exista sobre a Terra,
durante um dilúvio que acabará com a vida no mundo, de forma a que a visão do
Criador possa ser, enfim, resgatada. A
direção é de Darren Aronofsky. “Noé” está em exibição nas Salas 4 e 6 do
Moviecom, Salas 2 e 6 do Cinemark, Salas 1, 5 e 6 do Natal Shopping, e Salas 1,
4 e 6 do Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Cópias dubladas e
legendadas, 2D e 3D. (T. O.: “Noah”)
Estreia 2: “A Grande Beleza” (Sessão Cine Cult)
Em Roma,
durante o verão, o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo) reflete sobre sua
vida. Ele tem 65 anos de idade, e desde o grande sucesso do romance "O
Aparelho Humano", escrito décadas atrás, ele não concluiu nenhum outro
livro. Desde então, a vida de Jep se passa entre as festas da alta sociedade,
os luxos e privilégios de sua fama. Quando se lembra de um amor inocente da sua
juventude, Jep cria forças para mudar sua vida, e talvez voltar a escrever. “La
Grande Bellezza” foi selecionado na competição oficial do festival de Cannes em
2013. A direção é de Paolo Sorrentino. “A Grande
Beleza” está em exibição na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 19h00.
Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “La Grande Bellezza”)
Pré-Estreia: “Capitão América 2: O Soldado Invernal”
Dois anos
após os acontecimentos em Nova York mostrados em “Os Vingadores”, Steve Rogers
(Chris Evans) continua seu dedicado trabalho com a agência S.H.I.E.L.D. e
também segue tentando se acostumar com o fato de que foi descongelado e acordou
décadas depois de seu tempo. Em parceria com Natasha Romanoff (Scarlett
Johansson), também conhecida como Viúva Negra, ele é obrigado a enfrentar um
poderoso e misterioso inimigo chamado Soldado Invernal, que visita Washington e
abala o dia a dia da S.H.I.E.L.D., ainda liderada por Nick Fury (Samuel L.
Jackson). A direção é de Anthony Russo e Joe Russo. “Capitão América 2: O
Soldado Invernal” terá pré-estreia na próxima quarta-feira, na sessão de
meia-noite, na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Captain
America: The Winter Soldier”)
Filme da Semana: “Rio 2”
Desde
os idos da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos cortejavam o Brasil
para que lutasse ao seu lado, e várias missões culturais nos visitaram, sempre
houve a esperança de unir a criatividade brasileira com os recursos de
Hollywood. Bom, o samba nunca predominou sobre o rock, como o pessoal sonhava,
mas, de vez em quando vemos algum brilho tupiniquim nas plagas do tio Sam. É o
caso da recente estreia, “Rio 2”, animação escrita e dirigida pelo brasileiro
Carlos Saldanha.
Como
o próprio título indica, o filme atual é a sequência de “Rio”, de 2011,
animação que alcançou um tremendo sucesso de público, com as aventuras de Blu e
Jade, supostamente as últimas araras-azuis, no Rio de Janeiro.
Embora
estivesse sob a batuta de Carlos Saldanha, um brasileiro radicado nos Estados
Unidos há mais de vinte anos, “Rio” teve algumas liberdades poéticas que
desagradaram os espectadores nacionais, mostrando nas telas um Brasil mais
parecido com aquele que existe na imaginação dos americanos.
No
filme atual, Saldanha parece ter mais domínio, e consegue levar às telas uma
Amazônia com alguns problemas reais, como a exploração ilegal de madeira e
animais silvestres, o desmatamento, etc.. Obviamente, tudo é muito colorido e
animado, com direito belíssimas imagens que aproveitam bem o recurso da
exibição em 3D.
Do
Rio de Janeiro, o filme mostra pouco, apenas o início, numa feérica festa de
réveillon com muita música, fogos de artifício, e até uma rave animal –
literalmente! – em pleno monumento do Cristo Redentor.
Blu
(voz de Jesse Eisenberg no original, e de Gustavo Pereira na dublagem nacional)
e Jade (Anne Hathaway / Adriana Torres) vivem em uma reserva ecológica mantida
por Túlio (Rodrigo Santoro nas duas versões) e Linda (Leslie Mann / Sylvia
Salustti). A família cresceu, e já existem mais três araras-azuis no pedaço:
Carla (Rachel Crow / Ana Elena), Bia (Amandla Stenberg / Bruna Laynes) e Tiago
(Pierce Gagnon / Yago Machado). Os amigos do primeiro filme continuam por
perto: o tucanaçu Rafael (George Lopez / Luiz Carlos Persy), o canário Nico
(Jamie Foxx / Alexandre Moreno) e o cardeal Pedro (will.i.am / Mauro Ramos).
A
aventura começa quando Tulio e Linda, que tinham ido para a Amazônia devolver
um pássaro ao seu ambiente natural, descobrem uma arara-azul no habitat
natural. Quando Jade vê a notícia na TV, ela convence Blu a viajar até lá, para
ajudar Tulio e Linda, e, quem sabe, encontrar mais indivíduos de sua espécie.
A
viagem é um pouco acidentada, pois Blu, sempre acostumado a confiar na
tecnologia dos humanos, leva o grupo em uma rota errática, que passa por Ouro
Preto, Brasília e Salvador, antes de chegar ao seu destino final. No caminho,
um antigo inimigo reaparece, a cacatua Nigel (Jemaine Clement / Guilherme
Briggs), que jurou vingança, e tem como aliados o tamanduá Carlitos, com uma
língua de 1001 utilidades, e Gabi (Kristin Chenoweth / Sheila Dorfman), uma
rãzinha tóxica super dramática.
O
resultado termina sendo muito mais impactante para Jade, pois ela reencontra
não apenas o grupo de que fazia parte na infância, mas, também, a família, na
figura do pai, Eduardo (Andy Garcia / Hercules Franco), o líder do bando, a tia
Mimi (Rita Moreno) e do bonitão amigo de infância Roberto (Bruno Mars / Manolo
Rey).
Se
para Jade tudo está maravilhoso, para Blu as coisas parecem ir de mal a pior.
Ele não consegue entender-se com o sogro, sente falta das comodidades a que
está acostumado, e não consegue encontrar Linda e Túlio. Para completar, ele
arranja confusão com um grupo de araras vermelhas, e logo o bando de
madeireiros ilegais virá destruir o cantinho das aves!
O
filme demora um pouco para engrenar, com alguns personagens pouco encaixados na
história. Contudo, o clímax é bem intenso, na batalha dos bichos com os
bandidos, unindo ação e humor, de forma bem divertida.
A
trilha sonora, que teve a produção de Sérgio Mendes contém canções de Carlinhos
Brown, e a voz de Milton Nascimento, na música “Favo de Mel”. O ritmo
brasileiro já se faz notar na introdução do logo da 20th Century Fox, e permeia
pelo filme todo. Algumas referências a “Cats” e “Flashdance” são surpresas
deliciosas, bem como a interpretação de “I Will Survive” pelo vilão Nigel.
Embora
dirigida para o público infantil, “Rio 2” deve agradar a família toda como um
programa leve e divertido.
Livros de cinema:
“Telenovela - Um
Olhar do Cinema”
Neste
livro, José Roberto Sadek mostra que as telenovelas são uma maneira moderna de
contar histórias. O autor baseia-se em estudos consagrados sobre as narrativas
do cinema clássico e aplica-os às telenovelas, mostrando ângulos pouco
conhecidos. Na primeira parte do livro, traça um breve histórico da telenovela;
na segunda, compara a estrutura dramática do cinema clássico com a das
telenovelas; na terceira parte, aborda os personagens principais e secundários;
por fim, trata do tempo na narrativa e do espaço em que as cenas se
desenvolvem. Nas comparações que faz entre filme e telenovela, o autor revela
os segredos dessas duas modalidades, com exemplos de histórias consagradas. 152
p – Editora SUMMUS.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Pra Frente, Brasil”
Em 1970, o Brasil vibra com a
Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo do México. Enquanto isso,
prisioneiros políticos são torturados por agentes da repressão oficial e
inocentes também acabam sendo vítimas dessa violência. Jofre Godoi da Fonseca
(Reginaldo Faria) é um pacato trabalhador de classe média, casado com Marta
(Natália do Valle), com quem tem dois filhos. Miguel (Antonio Fagundes), seu
irmão, goza dos mesmos privilégios que ele, apesar de amar Mariana (Elizabeth
Savalla), uma guerrilheira de esquerda. Quando Jofre divide um táxi com um militante
de esquerda, é tido como "subversivo" pelos órgãos de repressão. É
preso e submetido a inúmeras sessões de tortura. Miguel e Marta tentam
encontrá-lo através dos meios legais, mas se deparam com a relutância da
polícia em investigar o desaparecimento. O disco traz o filme com tela
widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Pra Frente, Brasil”)
“O Que é Isso, Companheiro?”
O jornalista Fernando (Pedro
Cardoso) e seu amigo César (Selton Mello) abraçam a luta armada contra a
ditadura militar no final da década de 60. Os dois alistam num grupo
guerrilheiro de esquerda. Em uma das ações do grupo militante, César é ferido e
capturado pelos militares. Fernando então planeja o sequestro do embaixador dos
Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick (Alan Arkin), para negociar a
liberdade de César e de outros companheiros presos. Filme com formato de tela
widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “O Que é Isso,
Companheiro?”)
“Hércules 56”
Na semana da independência de 1969
o embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, foi sequestrado. Em
sua troca foi exigida a divulgação de um manifesto revolucionário e a
libertação de 15 presos políticos, que representam diversas tendências
políticas que se opunham à ditadura militar. Banidos do território nacional e
com a nacionalidade cassada, eles são levados ao México no avião da FAB
Hércules 56. Através de entrevistas com os sobreviventes os fatos desta época
são relembrados. O disco traz o filme
com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.:
“Hércules 56”)
“Zuzu Angel”
Brasil, anos 60. A ditadura militar
faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a
tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez
mais famosa no Brasil e no exterior. Paralelamente, seu filho, Stuart (Daniel
de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos
militares. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo que "Paulo caiu",
ou seja, Stuart tinha sido preso pelos militares. As forças armadas negam, mas,
algum tempo depois, ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado até a
morte na aeronáutica. Então ela inicia uma batalha para localizar o corpo do
filho e enterrá-lo. Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para
a ditadura, a ponto de acontecer o que ela mesma previra. Filme com tela
widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Carrie”)
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