Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Agosto vai embora, levando seus ventos, e deixando novas vidas. As
estreias da semana são o drama nacional “Cine Holliúdy”, o primeiro filme
live-action brasileiro em 3D, “Se Puder... Dirija”, a comédia “Os Estagiários”,
com Vince Vaughn e Owen Wilson, e “Os Amantes Passageiros”, de Almodóvar, na
Sessão Cine Cult. Continuam em cartaz a aventura “Os Instrumentos Mortais –
Cidade dos Ossos”, “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, a comédia “Gente Grande
2”, a comédia nacional “Vendo ou Alugo”, o infantil “Os Smurfs 2”, e a comédia
nacional “O Concurso”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a aventura
“Wolverine: Imortal”, enquanto o Moviecom mantém a ficção-científica “Círculo
de Fogo”.
Estreia 1: “Cine Holliúdy”
Interior
do Ceará, década de 1970. A história de Cine Holliúdy acompanha uma família no
interior do Ceará nos anos 1970. Francisgleydisson (Edmilson Filho), a esposa
Maria das Graças (Miriam Freeland) e o filho (Joel Gomes) saem de uma cidade
pequena para tentar a sorte em outro local. O sonhador protagonista é dono de
um projetor de cinema, mas seu trabalho está arriscado pelo crescimento no
número de aparelhos de televisão. É aí que Francisgleydisson entra em
ação. Ele coloca em ação o Cine Holiúdy, um pequeno cinema da cidade que
terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento. Curiosidade:
o filme é legendado em português. A direção é de Halder Gomes. “Cine Holliúdy” estreia
nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark, e na Sala 4 do Moviecom. Classificação
indicativa 12 anos. (T. O.: “Cine Holliúdy”)
Estreia 2: “Se Puder... Dirija”
João (Luis
Fernando Guimarães) trabalha como manobrista de estacionamento, está separado
de Ana (Lavínia Vlasak) e virou pai ausente de Quinho (Gabriel Palhares).
Infeliz no amor e na família, ele quer reverter esse cenário e promete para a
ex que irá passar um dia daqueles com o filhão. Para isso, ele resolve pegar
"emprestado" o carro de uma fiel cliente (Bárbara Paz) do estacionamento
onde trabalha com Ednelson (Leandro Hassum). O problema é que a saidinha
simples acabou virando uma complicada aventura. Agora, João precisa devolver o
carro antes que sua dona descubra que seu carro saiu para "passear"
com outro motorista, mas a tarefa não vai ser nada fácil para eles. A direção é
de Paulo Fontenelle. “Se Puder... Dirija” estreia nesta sexta-feira, na Sala 1
do Cinemark, e na Sala 6 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Exibição
em 3D. (T. O.: “Se Puder... Dirija”)
Estreia 3: “Os Estagiários”
Quando são
demitidos, dois homens na casa dos quarenta anos de idade (Vince Vaughn e Owen
Wilson) começam a procurar por novas alternativas de trabalho. Apesar de não
conhecerem nada de mídias digitais, eles são contratados como estagiários em
uma grande empresa de produtos eletrônicos, onde devem conviver com chefes
vinte anos mais novos do que eles. Vince Vaughn criou o roteiro de “Os
Estagiários” após ver uma reportagem sobre o Google. Ele ficou realmente
surpreso ao perceber as boas condições de trabalho dos funcionários da empresa.
A direção é de Shawn Levy. “Os Estagiários” estreia nesta sexta-feira, na Sala
1 do Cinemark, e na Sala 1 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Exibição
em 3D. Todas as cópias são dubladas. (T. O.: “The Internship”)
Estreia 4: “Os Amantes Passageiros” (Sessão Cine Cult)
Um avião
da companhia aérea Península enfrenta problemas durante um voo para o México,
já que um dos trens de pouso não está mais funcionando. Com isso o comandante
da aeronave (Antonio de la Torre) é obrigado a voar em círculos, à espera de
algum aeroporto que tenha condições para que possam fazer um pouso de
emergência em solo espanhol. Durante este período todos os passageiros e as
aeromoças da classe econômica são dopados, para evitar que haja pânico
generalizado. Os únicos acordados são os comissários de bordo e os passageiros
da classe executiva, que, percebendo que correm sério risco de morrerem,
decidem abrir o jogo sobre segredos de suas vidas pessoais. “Os Amantes Passageiros”
será exibido somente na terça-feira (03/09) e quinta-feira (05/09), na Sala 5
do Cinemark, na sessão de 20h20. Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “Los
Amantes Pasajeros”)
Especial: O livro era melhor?
Desde
que o cinema foi inventado, no final do século 19, a literatura tem
proporcionado temas para os filmes, e, provavelmente, desde aquela época
existiram reclamações dos espectadores em relação às diferenças entre o livro e
o filme – obviamente, afirmando que o livro era melhor.
Essa
reclamação não se restringe ao universo dos livros. Como o cinema busca
inspiração em muitas fontes, todas essas, sejam os quadrinhos, os videogames,
biografias ou fatos históricos, todos reclamam da falta de fidelidade ao
original.
Essas
reclamações tem razão de ser, e, ao mesmo tempo, não. A verdade é que, ao se
transpor uma obra para o cinema, o que chega às telas é outra obra, criada por
outros profissionais, com outros enfoques, direcionada para um determinado
público, e, o mais importante, utilizando elementos da linguagem
cinematográfica.
Imaginemos,
por exemplo, o filme “Ben-Hur”. O livro que inspirou o filme foi publicado em
1880, pelo general Lee Wallace, um veterano da Guerra Civil, que escreveu uma
história sobre um herói judeu ficcional contemporâneo a Jesus Cristo. O livro
com o título "Judah, uma história de Cristo" vendeu milhões de
exemplares em todo o mundo.
A
primeira versão não literária foi nos palcos de teatro em 1889, chegando a seis
mil apresentações na Broadway, com o requinte de várias bigas puxadas a cavalo
em pleno teatro.
Em
1907, a história foi levada ao cinema, então uma jovem indústria, num filme
mudo, com um tempo total de quinze minutos, a duração de um rolo, que era o
padrão da época. Em 1925 foi feita uma nova versão, que teve a coprodução da
Metro-Goldwyn-Mayer. Ainda mudo e colorizado artificialmente em duas cores, o
filme foi uma superprodução na época, chegando à incrível soma de quatro
milhões de dólares.
Em
1959, chegou às telas a versão mais conhecida de Ben-Hur. Dirigida por William
Wyler e tendo Charlton Heston no papel-título, foi uma das produções mais caras
de toda a história do cinema.
Os
Best-sellers sempre foram temas para os filmes, fosse “Guerra e Paz”, de Leon
Tolstoy, que teve Audrey Hepburn e Henry Fonda nos papéis principais, ou “Dr.
Jivago”, de Boris Pasternak, que foi levado às telas por David Lean, com Omar
Shariff e Julie Christie.
É
curioso como o tamanho do livro original não se reflete obrigatoriamente no do
filme, um produto que deverá ter entre uma hora e meia e duas horas de duração.
A
saga “Senhor dos Anéis”, mesmo rendendo três filmes com três horas de duração –
quatro na versão estendida – ainda despertou reclamação dos leitores. Já o
livro “O Hobbit”, do mesmo Tolkien, com pouco mais de trezentas páginas, também
renderá uma trilogia cinematográfica.
Dois
exemplos contrastantes são o filme “Papillon”, estrelado por Steve McQueen em
1973, baseado no livro autobiográfico de Henri Charrière, que cobre apenas o
terço inicial do livro. O inverso ocorre com “A Festa de Babette”, uma bela
produção dinamarquesa de 1987, que é baseada em um conto de Karen Blixen que
não tem mais do que doze páginas!
Nos
últimos tempos, provocado pelo fenômeno Harry Potter, houve um grande
crescimento da literatura juvenil, e um correspondente boom de filmes baseados
nestes livros. Esse crescimento, porém, não chegou sem reclamações, pelas
“infidelidades” ao texto original.
O
que as pessoas esquecem é um texto literário dispõe unicamente das palavras
para apresentar as ideias do autor. O processo de construção da imagem da
história acontece na cabeça do leitor, e cada um pode ter uma percepção
diferente – que pode ser até diferente daquilo imaginado pelo escritor!
O
cinema, por sua vez, além da imagem, dispõe também do som, que engloba a voz
dos atores, os ruídos ambientais, os efeitos especiais, e a trilha sonora, que
desempenha um papel importantíssimo na ambientação do filme.
Com
isso, cenas que pareciam importantes no livro são mostradas rapidamente, porque
não teriam impacto na linguagem cinematográfica, enquanto outras ganham uma
importância que no livro não fora sentida.
O
exemplo que considero melhor é o jogo de xadrez do filme “Harry Potter e a
Pedra Filosofal”. Enquanto no livro a passagem é sem grandes impactos, no filme
ganha uma dramaticidade impressionante, com efeitos especiais e um tom
emocionante, quando Ron se sacrifica pelo bem dos amigos.
Outro
filme que ilustra a diferença de linguagens é “Saga Crepúsculo: Amanhecer –
Parte 2”, onde o filme fugiu da história do livro ao mostrar a impressionante
batalha entre os vampiros e lobisomens contra os Volturi, trazendo impacto e
dramaticidade, numa solução genial – e ainda conseguindo manter a fidelidade à
história original.
Reclamações
sempre existirão, e isso é salutar. As pessoas devem ler de tudo, de todos os
gêneros, fazer suas análises críticas, e também assistir muitos filmes. Como o
resto do corpo, o cérebro também precisa ser exercitado, e ninguém deve
limitar-se a uma só linguagem. O importante é mantê-lo ativo, mesmo que seja
para reclamar que o livro era melhor.
Lançamentos em
DVD/Blu-Ray
“A Morte do
Demônio”
Mia
(Jane Levy) é uma garota viciada em drogas. Ela é levada pelos amigos Olivia
(Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci) para uma cabana isolada na floresta,
no intuito de realizarem uma longa cura de desintoxicação. Para surpresa de
todos, o irmão de Mia, David (Shiloh Fernandez), rapaz afastado dos amigos e
familiares há tempos, também aparece, junto de sua namorada, Natalie (Elizabeth
Blackmore). Entretanto, eles são surpreendidos ao descobrir que a cabana havia
sido invadida, e que o porão parece uma espécie de altar grotesco. Lá eles
encontram um livro antigo, e Eric resolve abri-lo e lê-lo em voz alta. Mia
começa a manifestar um comportamento estranho, e, aos poucos, todos percebem
que uma força demoníaca se apoderou de seu corpo. O disco traz o filme com
formato de tela widescreen anamórfico e áudio em DD 5.1. (T.O.: “Evil Dead”).
“Histeria”
No
século XIX, muitas mulheres eram diagnosticadas com histeria. Segundo o Dr.
Robert Dalrymple (Jonathan Pryce), essa doença "dominava" quase que
população feminina de Londres. Por acreditar que a origem do problema
encontrava-se no útero, ele tratava suas pacientes com longas massagens na
vagina, provocando assim outro efeito, mais conhecido como prazer sexual. Ao
dar oportunidade para que o jovem Dr. Mortimer Granville (Hugh Dancy) começasse
a dar consultas no seu consultório, o local passa a receber cada vez mais
pacientes, provocando no rapaz um grave problema nas mãos. Disposto a combater
a dor crônica que sentia, ela acaba descobrindo em um aparelho criado por seu
amigo e inventor Edmund St John-Smythe (Rupert Everett): um massageador
elétrico. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD 5.1. (T. O.: “Hysteria”)
“Paris-Manhattan”
Alice
(Alice Taglioni) é uma mulher bonita e apaixonada pelo seu trabalho como
farmacêutica, seu único problema é que continua solteira. Ela se refugia do
mundo com a paixão por Woody Allen, chegando ao ponto de recomendar seus filmes
às pessoas que procuram a farmácia em busca de algum medicamento e até mesmo
conversar com o diretor, em seus pensamentos. A família de Alice insiste em lhe
arranjar pretendentes, mas ela constantemente ignora os apelos da família para
que se case. No entanto, o encontro com Victor (Patrick Bruel) pode mudar a sua
vida... O disco traz o filme com formato
de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Paris Manhattan”)
“Ginger
& Rosa”
Londres,
1962. Ginger (Elle Fanning) e Rosa (Alice Englert) são amigas inseparáveis.
Elas sonham com uma vida melhor que as de suas próprias mães, sempre presas à
rotina doméstica, mas a crescente ameaça de uma guerra nuclear as amedronta.
Não demora muito para que ambas entrem em conflito com as mães, ao mesmo tempo
em que passam a idolatrar Roland (Alessandro Nivola), o pai pacifista de
Ginger. Ele encoraja na filha a "lutar contra a bomba", mas aos
poucos Rosa demonstra ter outros interesses envolvidos. A direção é de Sally
Potter. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby
Digital 5.1. (T. O.: “Ginger & Rosa”)
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