Newton Ramalho - colunaclaquete@gmail.com
O que está em cartaz
Ainda dominado pelo rolo compressor sado-religioso de Mel Gibson, as bilheterias brasileiras continuam com “A Paixão de Cristo”, nos primeiros lugares. Para contra-atacar, chegam o esperado “Kill Bill – Volume 1”, Quentin Tarantino, com a gatíssima Uma Thurman, e, o terror “Madrugada dos Mortos”, com Ving Rhames. Continuam em cartaz, o drama “O Retorno do Talentoso Ripley”, cujo papel-título fica com o ótimo John Malkovich, o gótico-fantástico “Anjos da Noite – Underworld”, com Kate Beckinsale, na luta dos vampiros contra os lobisomens, “Scooby-Doo 2 – Monstros à Solta”, com Salsicha e sua gangue, o policial “Roubando Vidas”, com Angelina Jolie, e a comédia “Alguém tem que ceder”, com os veteraníssimos Jack Nicholson e Diane Keaton.
“Kill Bill”, Tarantino em grande estilo
Filme de ação, dirigido por Qu

Madrugada dos Mortos
Os zumb

“Ônibus 174”, entre os melhores de todos o

Reconhecimento vem de onde menos se espera. O site Rotten Tomatoes, que conta com a participação de mais de 200 críticos de cinema, fez uma lista dos melhores filmes de todos os tempos. Nela, o documentário brasileiro “Ônibus 174” ocupa a segunda posição, tendo obtido 64 críticas com pontuação máxima. O primeiro lugar ficou com “Toy Story”, com 109 notas dez. Único filme brasileiro a figurar na lista, “Ônibus 174” conta a história do seqüestro de um ônibus, no Rio, e, que culminou com a morte de uma refém e do seqüestrador.
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Inscrições abertas no “Curta Natal no MADA”
Produziu um curta-metragem, e não exibiu ainda para o público? Sua grande chance chegou, com o Curta Natal no MADA, festival de curtas-metragens, que faz parte da programação da sexta edição do MADA – Música Alimento da Alma, que acontecerá de 10 a 15 de Maio, em Natal. Os vídeos serão exibidos na Casa da Ribeira, e as inscrições encerram no dia 30 de abril. Serão aceitos vídeos nos padrões VHS ou Super-VHS no sistema NTSC, Betacam, formato digital (DV e mini-DV) ou U-matic. Para mais informações, acesse o site http://www.festivalmada.com.br/, ou mande email para marcelohbarreto@hotmail.com.
Identidade, em DVD
Baseado em um dos mais famosos livros de Aghat

A Lista de Schindler, em DVD
Revisitando suas origens, o diretor Steven S

A volta do Fantasma

Filme recomendado: “Billy Elliot”
Bailarinos de carvão
Em meio ao festival de greves que assola o país, é interessante ver um filme, cuja história é ambientada na famosa greve dos mineiros de carvão da Inglaterra, em meados dos anos oitenta. Numa queda de braço com a Dama de Ferro Tatcher, os mineiros resistiram meses a fio, enfrentando a polícia, e, sofrendo penúrias de todo tipo. Ao final, capitularam, por não conseguir resistir ao rolo compressor da globalização. Mas, o tema central de "Billy Elliot" não é o movimento dos mineiros e sim o balé.
Vocês certamente perguntarão o que tem mineiros, polícia e greve, a ver com balé. Por incrível que pareça, o filme consegue mostrar o que todas essas

Billy Elliot é um garoto de doze anos que, em 1984, vivia com sua família, numa pequena cidade de mineiros do norte da Inglaterra. Órfão de mãe, sua família resumia-se ao pai, um irmão de vinte anos, e, a avó, meio esclerosada.
Em meio ao violento movimento grevista, onde piquetes violentos alternavam-se com choques com a polícia, Billy vivia a rotina de qualquer garoto de sua idade, entre a escola e a academia de boxe. Por mais que se esforçasse, Billy não conseguia aprimorar-se no pugilismo. Isso era decepcionante para o pai, já que o boxe era uma tradição em sua família.
Um certo dia, como castigo por ter ido mal no ringue, Billy fica com a incumbência de entregar a chave da academia para a professora de balé, que dividia o espaço para suas aulas. Fascinado com o que via, quando Billy tomou consciência, já estava de sapatilhas, participando da aula. A professora, profissional limitada, mas com um olho clínico, percebeu o potencial que tinha diante de si e incentivou-o a continuar treinando.

Em segredo, Billy prosseguiu seus treinamentos, animado com a sugestão da professora, de tentar uma bolsa na escola nacional de balé. Tudo ia muito bem, até o pai flagrar Billy na aula. Para uma pequena cidade, constituída, na sua maioria, por trabalhadores braçais, que nasciam e morriam minerando carvão, o caso constituiu-se num escândalo, principalmente pela associação da arte ao homossexualismo. Proibido de freqüentar as aulas, Billy pratica às escondidas, ainda alimentando o sonho de um dia tornar-se um bailarino. No Natal, enfrenta o pai com aquilo que tinha de mais forte: a dança.
Resolvido a proporcionar ao filho um destino melhor do que o seu, Jackie Elliot fica tão aturdido, a ponto de querer furar a greve, para conseguir dinheiro. Sensibilizada, a cidade toda resolve ajudar o garoto, para que este realize o seu sonho. Ponto. O resto você verá no filme.
O que mais pode ser dito sobre este filme, sem estragar o prazer de quem vai assisti-lo? O roteiro e a trilha sonora são tão bem feitos, que até as cenas de confronto entre os grevistas e a polícia sugerem cenas de um balé, embora as imagens delicadas sejam substituídas por correrias, empurrões e muita porrada. Quem espera ouvir músicas clássicas todo o tempo, vai ser surpreendido com um rock agradável, até para quem não é fã do gênero.
Outra discussão interessante do filme é sobre a associação do balé masculino com homossexualismo. Em nenhum momento, Billy demonstra interesse por pessoas do mesmo sexo. O seu prazer é dançar. O mesmo não ocorre com o melhor amigo, que veste as roupas da irmã, quando está sozinho.
Além da fotografia fantástica, roteiro arrumado e ótim

A edição da Universal para a região 4 estaria perfeita, não fosse o detalhe de que a nossa língua é o português. Por conta disso, o excelente Making Of com vinte minutos, e, as notas de produção e elenco, ficam restritos aos que entendem inglês. O formato de tela é widescreen e o áudio traz somente a opção inglês Dolby Digital 5.1. As legendas podem ser em português, espanhol, inglês, chinês, coreano e tailandês. Além dos extras já mencionados, vem também material para DVD-Rom.
Eu sempre costumo dizer que um filme é bom, quando pode olhado por vários ângulos diferentes. Billy Elliot é um belo exemplo disso. Além dos interessantes questionamentos oferecidos, há uma história enternecedora e verossímil, além de belas cenas de danças, tanto os solos de Billy como os embates coreografados. Recomendo.
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