Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Chegamos ao mês de agosto, com muitos ventos, e – quem sabe? – menos
conflitos, acidentes e vidas perdidas. Enquanto isso, nos cinemas, a única
estreia é a ficção-científica “Guardiões da Galáxia”. Nesta semana, teremos
também a reexibirão do épico de guerra “Império do Sol”, de Steven Spielberg.
Continuam em cartaz a ficção “Planeta dos Macacos – O Confronto” (vejam na
seção Filme da Semana), com Gary Oldman e Andy Serkis, a animação “Aviões 2 -
Heróis do Fogo ao Resgate”, a comédia romântica “Juntos e Misturados”, a ficção
“Transformers – A Era da Extinção”, e “Como Treinar o Seu Dragão2”. Nas
programações exclusivas o Cinemark mantém “Os Homens São de Marte... E É Pra Lá
Que Eu Vou”, enquanto o Moviecom exibe “A Culpa É das Estrelas”, e “Malévola”.
Estreia 1: “Guardiões da Galáxia”
Em uma
Terra alternativa do século XXXI, o aventureiro Peter Quill (Chris Pratt) rouba
uma esfera pertencente ao poderoso vilão Ronan, e passa a ser procurado por vários
caçadores de recompensas. Para escapar ao perigo, ele une forças com quatro
personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a
sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o texugo rápido no gatilho Rocket
Racoon (Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas
Quill descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do
universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da
galáxia. A direção é de James Gunn. “Guardiões da Galáxia” está em exibição nas
Salas 4 e 6 do Moviecom, Salas 2, 5 e 7 do
Cinemark, Salas 1, 5 e 6 do Natal Shopping, e
Salas 1 e 3 do Norte Shopping. Cópias
dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. Classificação indicativa 12 anos.
(T. O.: “Guardians Of The Galaxy”)
Estreia 2: “Império do Sol”
O filme
relata a história de Jim Graham (Christian Bale), um garoto inglês de onze anos
de idade, que vive na cidade chinesa de Xangai com a sua família. Com a invasão
da China pelo Japão, em plena Segunda Guerra Mundial, ele separa-se dos pais e
acaba por ir parar em um campo de concentração japonês. Para sobreviver, se vê
obrigado a desenvolver uma série de artimanhas que vão das transações num
improvisado mercado negro de alimentos e objetos pessoais à mediação de
conflitos com os soldados japoneses. Ao lado do campo de prisioneiros
ocidentais existe uma pista de onde decolam os aviões Zero para as missões
suicidas. A derrota do Japão aproxima-se, tudo fica cada vez mais confuso, e
Jim terá mais uma vez que depender de si mesmo para sobreviver. O filme foi indicado
para seis Oscars. A direção é de Steven Spielberg. Baseado no livro de J.G
Ballard. “Império do Sol” será exibido na Sala 4 do Cinemark no sábado às 23h55m, domingo às 12h30m, e na quarta-feira, às 19h30.
Classificação indicativa livre. (T. O.: “Empire of the Sun”)
Filme da Semana: “Planeta dos Macacos – O Confronto”
Acredito
que seja muito difícil, nos dias atuais, fazer a sequência de um filme famoso,
principalmente se foi um sucesso tão memorável que o elevou à condição de
clássico. Foi este o desafio imposto a “Planeta dos Macacos – O Confronto”, que
não apenas dá prosseguimento aos acontecimentos mostrados em “Planeta dos
Macacos: A Origem”, de 2011, como também tem o DNA de um filme antológico, “O
Planeta dos Macacos”, de 1968.
De
antemão, eu já poderia opinar para os meus queridos leitores que a diferença
fundamental entre o filme atual e o original de 1968 não se traduz nos efeitos
especiais impressionantes e tridimensionais gerados por computador que
caracterizam as produções recentes. O que muda de um filme para outro, além das
quatro décadas que os separam, é a forma como são retratados os relacionamentos
de seus personagens.
No
filme de 1968, estrelado por Charlton Heston, um grupo de astronautas
terrestres viaja ao espaço em hibernação artificial, e cai em um planeta
desconhecido, cuja civilização dominante é formada por macacos, enquanto os
humanos são incapazes de falar, e são mantidos como escravos dos símios.
Apesar
de ser aparentemente uma história de ficção científica, o filme é uma
fantástica crítica social ao preconceito e à intolerância, numa época agitava,
em que o mundo vivia a luta pelos direitos civis, sob a influência da Guerra
Fria, onde os protestos contra a Guerra do Vietnã ecoava no movimento hippie e
na busca pelo sentido da vida.
De
uma forma absolutamente genial, “O Planeta dos Macacos” refletia toda essa
intolerância através da relação entre macacos e humanos, bastando substituir,
nos brilhantes diálogos, o termo “humano” por “negro”, “latino”, “imigrante”,
“comunista”, ou qualquer classificação inferiorizante aos olhos dos
intolerantes da época.
O
filme tem um final igualmente antológico, quando, finalmente, o personagem de
Heston descobre onde está realmente. O filme fez tanto sucesso que rendeu nada
menos de quatro continuações, um remake, dirigido por Tim Burton e estrelado
por Mark Wahlberg, e um prequel em 2011, com James Franco, onde estaria a
origem da civilização símia.
“Planeta
dos Macacos – O Confronto” inicia mostrando numa sequência vertiginosa os
acontecimentos causados por uma doença criada em laboratório – chamada de
“gripe símia”, por ter sido testada em um macaco que fugiu e disseminou a
doença.
O
efeito da doença foi tão devastador que causou a morte fulminante de 90% da
população humana, provocando o colapso da civilização. Enquanto isso, no
interior de uma floresta próxima a São Francisco, uma grande colônia de macacos
vive isolada, comandada por Cesar (Andy Serkis), em relativa tranquilidade.
Mas,
essa paz é ameaçada quando um grupo de humanos penetra na floresta, e causa um
grande reboliço entre os macacos. O grupo era comandado por Malcon (Jason
Clarke), que buscava reativar uma antiga hidroelétrica abandonada.
Numa
demonstração de força, Cesar leva seus milhares de guerreiros até as portas da
cidade, para dizer aos homens que se mantenham longe da floresta. Isso cria
animosidades de parte à parte, pois Dreyfus (Gary Oldman), o líder dos humanos,
não admite que os macacos imponham sua vontade.
Numa
nova tentativa, Malcon consegue chegar até Cesar, e graças à ajuda de sua
mulher, que é médica, e consegue salvar a vida da esposa do líder dos macacos,
o que o leva a permitir a reativação da hidroelétrica.
E
como existem espíritos de porcos entre humanos e macacos, logo os conflitos
aparecem, e enquanto Cesar tenta sobreviver a um atentado, seus seguidores são
liderados pelo briguento Koba (Toby Kebbell) para atacar a cidade dos homens.
Para
satisfazer o público jovem, ávido por tiroteios e explosões, a verossimilhança
é a primeira a morrer. De uma hora para outra não só os macacos estão
fortemente armados, como as armas parecem não ter limite de munição. Eu imagino
se qualquer um de nós teria dificuldade em manejar um moderno fuzil, até para
descobrir como destravar e colocar em posição de tiro, imagine um macaco que
nunca tinha pegado em uma arma. Mas, são coisas de cinema, e é melhor deixar a
chatice de lado.
Um
aspecto interessante, porém, é que, ao contrário do filme de 1968, que focava
nos preconceitos pessoais, este mostra a intolerância entre os povos, e como
sempre tem alguém disposto a botar lenha na fogueira.
Este,
infelizmente, é um retrato atualíssimo do nosso mundo, onde testemunhamos uma
série de conflitos regionais sem sentido, como o conflito em Gaza, a guerra
civil na Síria, a luta de milícias na Líbia, o movimento djihadista no Iraque,
a briga separatista na Ucrânia, além de todas as confusões na África
subsaariana.
Com razoáveis falhas de roteiro, muitos
efeitos especiais e cenas de ação, “Planeta dos Macacos – O Confronto”
destina-se ao público juvenil, mas pode servir muito bem a estimulantes e úteis
discussões sobre o relacionamento entre as nações, um conceito que,
infelizmente, faz muita falta no mundo atual.
Livros de cinema:
Cineturismo
Quem
não teve vontade de visitar as ilhas gregas depois de assistir “Mamma Mia”, ou
sente-se quase em casa de tanto ver filmes em Nova York ou Paris? O cinema é
hoje uma mídia poderosa, que cativa o imaginário do público, e estimula o
consumo de inúmeros outros bens relacionados aos filmes. Em Cineturismo, Flávio
Martins apresenta um segmento turístico voltado à visitação de locações onde
foram produzidos filmes, séries televisivas e cinematográficas. Para estudiosos
e profissionais da área, revela-se um roteiro original e crítico, para
cinéfilos e amantes de viagens, uma combinação perfeita. 88 p – Aleph Editora.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Noé”
Noé (Russell Crowe) vive com a
esposa Naameh (Jennifer Connelly) e os filhos Sem (Douglas Booth), Cam (Logan
Lerman) e Jafé (Leo McHugh Carroll) em uma terra desolada, onde os homens
perseguem e matam uns aos outros. Um dia, Noé recebe uma mensagem do Criador de
que deve encontrar Matusalém (Anthony Hopkins). Durante o percurso ele acaba
salvando a vida da jovem Ila (Emma Watson), que tem um ferimento grave na
barriga. Ao encontrar Matusalém, Noé descobre que ele tem a tarefa de construir
uma imensa arca, que abrigará os animais durante um dilúvio que acabará com a
vida na Terra, de forma a que a visão do Criador possa ser, enfim, resgatada. O
disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1.
(T. O.: “Noah”)
“Jogos do Apocalipse”
Jacarta, Indonésia. O sr. Zimit
(James D'Arcy) é um professor de filosofia que trabalha em uma escola
internacional. Um dia, ele resolve desafiar os alunos de sua turma e propõe um
jogo em que, dos 20 jovens, apenas a metade será selecionada para viver com ele
em um bunker, onde todos poderão se abrigar de um desastre nuclear que tem por
objetivo reiniciar a civilização humana na Terra. Entretanto, não demora muito
para que os jovens discordem das regras impostas pelo professor e o deixem de
fora do bunker, sujeito à radiação do apocalipse iminente. Filme com formato de
tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “After the Dark”)
“Eu, Mamãe e os Meninos”
Guillaume (Guillaume Gallienne) tem
uma história de vida curiosa: quando era criança, sua mãe autoritária sempre
pensou que ele fosse diferente dos irmãos, e decidiu criá-lo como uma garota.
Anos depois, já adulto, ele relata a relação complicada que tinha com o pai, os
maus-tratos dos colegas de escola e seus primeiros amores. Depois de várias
confusões e histórias engraçadas, Guillaume decide fazer uma peça de teatro
para contar como consegui finalmente fazer as pazes com a sua sexualidade. O
disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby
Digital 5.1. (T. O.: “Les Garçons et Guillaume, à table !”)
“A Mulher do Padeiro”
Em um pequeno vilarejo em Provence,
na França, o padeiro de meia-idade Aimable (Raimu) vive uma vida tranquila ao
lado da sua jovem esposa Aurelie (Ginette Leclerc) e comanda uma padaria que
todos costumam ir. Quando Aurelie foge com um belo pastor, seu marido
abandonado fica tão triste que desiste de fazer pães. Só que sem eles o
vilarejo para, e seus habitantes levam a fuga muito a sério. Para trazer
Aurelie de volta e também os pães, eles deixam as rixas pessoais de lado e se
unem para procurar e recuperar a esposa fujona. Filme com formato de tela widescreen
e Áudio em Dolby Digital 2.0. (T. O.: “La femme du boulanger”)